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DIREITO CIVIL IV

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS - AULA 4

Extinção da Relação Contratual

Distrato:

Resilição: exercício de um direito potestativo.

- Bilateral:

CC, Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

É efetivada pela celebração de um novo negócio, em que ambas as partes resolvem pôr
fim ao contrato anterior que firmaram. Exige a mesma forma do contrato.

- Unilateral:

CC, Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente
o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

É a dissolução do contrato pela simples declaração de vontade de 1 das partes, desde


que a lei admita esta forma de extinção.

Parágrafo Único. Se, porém, dada a natureza do contrato, 1 das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá
efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos
investimentos. (função social do contrato e boa-fé objetiva).

A resilição unilateral opera-se mediante denúncia notificada à outra parte, com efeitos
“ex nunc”. Os efeitos se produzem independente de decisão judicial (CESPE).

Cláusula Resolutiva:

CC, Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende
de interpelação judicial. (cláusula resolutiva tácita - deve haver notificação).

Refere-se a evento futuro e incerto (condição) e pode acarretar a extinção do contrato.

CC, Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato,
se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização
por perdas e danos.

Enunciado 31, CJF: “A resolução em perdas e danos depende da prova de culpa do


devedor, a responsabilidade é subjetiva”.

Teoria do Adimplemento Substancial (“Substantial Performance”): em hipóteses em


que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não caberá a sua extinção, mas apenas
outros efeitos jurídicos, visando à manutenção da avença.

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Exceção de Contrato Não Cumprido (“Exceptio Non Adimpleti Contractus”):

CC, Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a
sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Ninguém pode exigir que uma parte cumpra com a sua obrigação, se primeiro não
cumprir com a própria.

CC, Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a 1 das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

Resolução por Onerosidade Efetiva:

CC, Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de 1


das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em
virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.

É a resolução contratual por fato superveniente em decorrência de extraordinariedade e


imprevisibilidade, somadas a uma onerosidade excessiva (efeitos “ex tunc”).

CC, Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar
equitativamente as condições do contrato.

CC, Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas 1 das partes, poderá ela
pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de
evitar a onerosidade excessiva.

Enunciado 176, CJF: “Em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos,
o art. 478, CC deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e
não à resolução contratual”.

Extinção Normal: cumprimento da obrigação.

Extinção por Fatos Anteriores: invalidade contratual, cláusula de arrependimento e


cláusula resolutiva.

Extinção por Fatos Posteriores: Resilição (distrato) (vontade das partes) (bilateral ou
unilateral) e Resolução (inadimplemento) voluntária (perdas e danos) ou involuntária
(força maior e caso fortuito) e por onerosidade excessiva.

Extinção por Morte: obrigação personalíssima (“intuitu personae”) (ex: fiança).

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