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Direito das Obrigações

Aula de Direito das Obrigações

PROFESSOR: JONAS CALENGE


ÍNDICE

 Obrigação em sentido estrito e em sentido lato


 Fontes das Obrigações;
 O Contrato Promessa;
 Pacto de Preferência;
 Modalidades das Obrigações;
 Transmissão das Obrigações;
 A garantia dos direitos de crédito;
 Cumprimento e não cumprimento das obrigações;
 Causas de extinção das obrigações;
 O Contrato de Compra e Venda.

Direito das Obrigações


A obrigação em sentido lato

A Obrigação em sentido lato engloba 3 acepções, que são:

- Dever jurídico: o dever jurídico é a necessidade imposta pelo Direito a uma pessoa de observar
determinado comportamento;
- Sujeição: o estado de sujeição, por sua vez, caracteriza-se pela circunstância de o seu titular
(aquele que está sujeito) nada poder fazer para impedir que outrem produza efeitos que se
repercutirão, inelutavelmente, na sua esfera jurídica;
- Ónus jurídico: o ónus jurídico tem que ver com a necessidade da observância de um certo
comportamento que não é imposto por lei, mas cuja adopção tem como consequência a
constituição ou a manutenção de uma vantagem do onerado.

Obrigação em
sentido estrito
É a relação jurídica por virtude da qual uma (ou mais) pessoa pode ou técnico
exigir de outra (ou outras) a realização de uma prestação.

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Fontes das Obrigações

- Os contratos, art 405.º ss;


- Os negócios jurídicos unilateriais, art 457.º e ss;
- A gestão de negócios, art 464.º e ss;
- O enriquecimento sem causa, art 473.º e ss;
- A responsabilidade civil, art 483.º e ss.

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Negócios unilaterais

Princípio do Contrato: Só o contrato é


 São uma excepção ao princípio do contrato; fonte idónea para a constituição de
obrigações
 Parte da doutrina não os aceita como verdadeira fonte de obrigações com base no
seguinte :

PORÉM:
1)Violação da Regra “invicto beneficium non datur”
Vigora a solução resultante do contrato a
O negócio unilateral constitui um direito de favor de terceiro em que o terceiro embora
crédito na esfera jurídica alheia sem o aquira o direito independentemente de
acordo do seu titular aceitação, pode extinguí-lo mediante
comunicação da rejeição

2) Constituição de Negociações PORÉM


Precipitadas O mesmo também pode acontecer em sede
dos contratos não formais .
O negócio unilateral cria uma vinculação
precipitada sem prévia obtenção do
acordo das partes em relação à ela.
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 Vigora o “Princípio da Tipicidade”(art.457º CC) e não o da Liberdade de forma(art.457º
CC)

O que significa que salvo nos casos previstos na lei , uma simples declaração negocial
não vincula o seu autor em termos de constituição de obrigações exigindo-se antes a
celebração de um contrato
PROMESSA PÚBLICA(Arts. 459º - 463º CC)

CONCEITO: Trata-se de uma declaração negocial dirigida ao público, através da qual se


promete uma prestação a quem se encontra em determinada situação ou pratique certo
facto positivo ou negativo.
• Declaração emitida através - Anúncio Público;
de - Conversa Particular;

• A declaração feita implica a constituição imediata de uma obrigação(nº1 do art 459ºCC);

• O sujeito prometido é indeterminado, mas «determinável»; -Os que se encontrem na situação


• Salvo declaração em contrário, o promitente fica obrigado prevista;
perante -Os que tenham praticado o facto
na sua ignorância;

Nº2 do art.459ºCC

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“Se na produção do resultado previsto tiverem cooperado várias
COOPERAÇÃO DE
pessoas conjunta ou separadamente , e todas tiverem direito à
VÁRIAS PESSOAS
prestação, esta será dividida equitativamente, atendendo-se à parte
(art. 462.º CC)
que cada uma delas teve nesse resultado ”

NOTA: A promessa só é eficaz


PRAZO(art. 460.º durante este prazo. Caso o direito
-Fixado pelo promitente; não seja exercido nesse
CC)
-Imposto pela natureza ou fim da período,extinguir-se por
promessa; caducidade (art.331º CC)

- Se houver prazo de validade A promessa pública só pode ser revogada ocorrendo


REVOGAÇÃ justa causa(Câmbio das circuntâncias art. 437.ºCC)
O
(art. - Se não houver A promessa pública é revogável a todo tempo pelo
461ºCC) prazo de validade promitente.

INEFICÁCIA DA • Não for realizada na forma da promessa ou em


REVOGAÇÃO -Não produz efeitos forma equivalente;
(nº 2 do art. 461.ºCC) quando: • Ocorrer depois do facto ter sido praticado;

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CONCURSO PÚBLICO(art. 463.º CC)

 Constitui uma modalidade especial de negócio unilateral;

 A oferta de prestação ocorre como prémio de um concurso;

 A constituição do negócio atribui logo um direito de crédito à prestação recebida;

 A decisão sobre admissão dos contraentes ou concessão do prémio pertence


 exclusivamente às pessoas designadas no anúncio e na falta destas, ao promitente;

O concurso adquire validade com a fixação (no


VALIDADE DO CONCURSO
anúncio público) do prazo para a apresentação
do contrato

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Gestão de Negócios: Dá-se gestão de negócios quando uma pessoa assume a direcção de
negócio alheio no interesse e por conta do respectivo dono sem para tal estar
autorizada(art.464.ºCC)
• Trata-se de um instituto altruísta;
• É visto como um instituto de risco;
• Coloca em causa o Princípio da Intimidade da vida Privada;
• Deve ser sempre uma actividade contínua;

- Negócios jurídicos; - Actos de mera administração ;


OBJECTO DA - Simples actos jurídicos; - Actos de Administração
ACTIVIDADE ABRANGÊNCIA
- Actos materiais; extraordinária;
- Actos de disposição;

PRESSUPOSTOS DA GESTÃO DE NEGÓCIOS(art. 464.º CC)

- Tem bases na máxima latina “negotiorum


1- Assunção da Direcção de Negócio gestio”
Alheio - Não pode ser considerada uma conduta
omissiva;

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2)No interesse e Por Conta de Outrem “Animus negotio aliena gerende”

3) Falta de Autorização

DEVERES DO GESTOR(art. 563.º CC)

1) Conformar a Sua Actuação com a Vontade e no Interesse do Dono do


Negócio.
• A gestão deve ser útil e necessária para o dominus;

Lei
Vontade do • Real Limites
Dominus • Presumível Ordem Pública
Bons
Constumes

A Colisão Entre a Vontade do Prevale a “Análise Casuística”, ponderando sempre a


Dominus e o Interesse da Gestão vontade do Dominus que prevalece sobre o
interesse da gestão(Princípio da Autonomia Privada)

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2) Informar ao Dono do Negócio Logo Seja Possível que Assumiu a Gestão;

3)Prestar Contas • Findo o negócio;


• Interrompida a gestão;
• Quando o dono exigir;

4) Prestar ao dono todas as informações relactivas a gestão;


5) Entregar-lhe tudo que tenha recebido de terceiros no exercício da
gestão;

RESPONSABILIDADE DO GESTOR(art.466.ºCC)

O gestor responde perante o Pelos danos • No exercício da gestão;


dono do negócio causados • Pela interrupção injustificada da
gestão;

SOLIDARIEDADE DOS GESTORES(art. 467.ºCC)

Havendo dois ou mais gestores Vigora a responsabilidade solidária.

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OBRIGAÇÕES DO DONO DO NEGÓCIO(art. 468.ºCC)

• Tratando-se de • O Dominus é obrigado a reembolsar o gestor das despesas que ele


Gestão Regular fundadamente tenha considerado indispensáveis com juros legais à
contar do momento em que foram feitas;

• O Dominus é obrigado a indemnizar o gestor pelo prejuízo que haja


sofrido ;

• Tratando-se de Gestão Irregular • O Dominus responde apenas de acordo com a


regras do enriquecimento sem causa.

APROVAÇÃO DA GESTÃO(art.469.ºCC)

Aprovação Reconhecimento de que a gestão foi regular e portanto


insusceptível de constituir o gestor em responsabilidade.
- A renúncia do direito de indemnização pelos danos devidos a culpa
O juízo global do do gestor;
Dominus implica - A atribuição de indemnização ao gestor pelos danos que haja sofrido;
- O reembolso ao gestor pelas despesas (desde que fundadas);

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REMUNERAÇÃO DO GESTOR(art. 470.ºCC)

REGRA: A gestão não dá direito • EXCEPÇÃO: Quando a gestão corresponder ao


à remuneração exercício da actividade profissional do gestor

REPRESENTAÇÃO SEM PODERES E MANDATO SEM REPRESENTAÇÃO(art. 471.ºCC)

• Gestão * Só há eficácia com a


Aplica-se o regime da representação
Representativa ratificação do Dominus
sem poderes (art.268.ºCC).

• Gestão não Aplica-se o regime do mandato sem representação(art. 1180.ºCC)


Representativa
Os efeitos recaem sobre o gestor que deve
transferir ao dono do negócio os direitos e
obrigações decorrentes do mandato( art.
1181.ºCC)

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GESTÃO DE NEGÓCIO ALHEIO JULGADO PRÓPRIO(art.472.ºCC)

 Não dá lugar a indemnização e reembolso ao gestor, porque não se


verifica o “animus negotia gerendi”

• Se Houver Aplica-se o regime da gestão de


Aprovação negócios;

Aplicam-se as regras relactivas ao


• Se Houver Circunstâncias enriquecimento sem causa (art.473.º e ss
não Aplicáveis à Gestão CC)

• Se Houver Culpa do Gestor na Aplicam-se as regras da responsabilidade


Violação do Direito Alheio civil

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Enriquecimento sem causa
• É considerado o “saco sem fundo” do Direito Civil.
“Aquele que sem causa justificada enriquecer à custa de
REGIME: art. 473.º e ss CC outrem é obrigado a restituir aquilo com que injustamente se
locupletou” ( nº 1 do art. 473.º CC)

Credor da Obrigação Pessoa à custa de quem o enriquecimento


Pressupostos(nº1 do art. 473º CC) de Restituir se deu.
• A obtenção de um enriquecimento;
• À custa de outrem;
• Sem causa justificativa; Devedor da Obrigação Aquele que injustamente se locupletou à
de Restituir custa de outrem

Natureza Subsidiária(art.474.ºCC)

REGRA:Só se aplica o regime do EXCEPÇÃO: Quando a lei remete expressamente certos casos para
enriquecimento nos casos omissos na as normas do enriquecimento sem causa .
lei(art. 474.ºCC). Ex: Art.nº 2 do art 468º; art. 472.º;nº3 do art.1214,º “CC”

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MODALIDADES DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

1) Enriquecimento Por Prestação

• Respeita à situações em que alguém efectua uma prestação a outrem, mas se verifica uma ausência de
causa jurídica para que possa ocorrer por parte deste a recepção da prestação.

• Elemento Real(atribuição patrimonial que produza ao receptor um enriquecimento)


Requisitos • Elemento Cognitivo (Existência de consciência da prestação)
• Elemento Volitivo(Existência da vontade de prestar)
• Elemento Final( o objectivo específico da tribuição “enriquecimento do património alheio”)

A Repetição do Indevido (art. 476.ºCC)

• Animo solvendi: Realização de uma prestação com a intenção de cumprir uma obrigação;
Pressupostos • Indevido Objectivo: Inexistência de uma obrigação subjacente à esta prestação ;
• Indevido Subjetivo: Quando a prestação respeita sujeito diferente daquele que recebeu ou realizou a
prestação
• Latere accipientis(Realizada a tereceiro)
• Larete solventis(Realizada por terceiro)

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Regra : Há direito de repetição.
• Quando For Realizada a
Terceiro Excepção: A obrigação liberatória nos termos do art. 770.ºCC. (Uma vez
extinta a obrigação, não se admite repetição).

• Quando For Realizada Regra: Há impossibilidade de restituição (protecção do credor de boa fé)
Por Terceiro
Excepção: Casos Possíveis de Restituição (Art.477º; 478º CC)

• Julgando que esteja a cumprir uma • Julgando estar perante o


obrigação própria(salvo se o credor devedor obrigado a cumprir a
desconhecendo do crédito,tiver deixado prestação (art. 478.ºCC) -Atribuição patrimonial
prescrever ou caducar o seu direito ou não o inderecta ;
tiver exercido contra devedor ou fiador -Liberação da obrigação do
enquanto solventes ) (art. 477.ºCC) devedor perante o credor ;

O direito de repetição é dirigido ao


devedor , excepto se o credor
recebeu a prestação conhendo do
Quando não existe o direito de repetição, fica o
erro(art.478.ºCC in fine)
autor da prestação sub-rogado nos direitos do
credor(nº 2 do art.477.ºCC)
Direito das Obrigações
2) Enriquecimento por Intervenção
• Respeita ao caso de injerência não autorizada no património alheio .

Casos de uso, consumo, fruição ou disposição de bens alheios .

- Hipóteses Mais Comuns do Enriquecimento por Intervenção


• A aplicação do enriquecimento por intervensão pode abranger situações jurídicas de várias naturezas, porém ocorre
com maior abrangência nos direitos absolutos

1. Intervensão nos Direitos Reais: O uti,fruit, e abuti sobre a coisa cabe exclusivamente ao proprietario
(art.1305.ºCC) O gozo ou disposição não autorizados legitimam sempre o titular a exigir a restituição por
enriquecimento .

2. Intervenção nos Direitos de Autor e da Propriedade Industrial : Há uma atribuição exclusiva de um bem
imaterial ao seu respectivo titular A ingerência não autorizada permite o recurso à acção de
enriquecimento .

3. Intervenção nos Direitos de Personalidade: A utilização indevida dos bens de personalidade implica
que se deva reconhecer ao seu titular o direito à restituição do enriquecimento obtido através da ingerência
nesses bens sem sua autorização .

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“Teoria do Conteúdo da Destinação” : Qualquer direito subjectivo absoluto atribui ao seu titular
• Configuração
exclusividade do gozo e da fruição da utilidade económica do bem. A intervenção de outrem no
Dogmática
âmbito exclusivamente destinado ao titular do direito permite-lhe intentar a acção de
enriquecimento sem causa.

3) Enriquecimento Resultante de Despesas Efectuadas por Outrem

1- Enriquecimento por Incremento de Valor de Coisa 2- Enriquecimento por Pagamento de Dívidas Alheias:
Alheia: • O empobrecido libera o enriquecido de determinada
• Encontram-se situações em que alguém efectua dívida que este tem para com terceiro sem visar
despesas em determinada coisa que se encontra na realizar-lhe uma prestação nem estar abrangido por
posse do benfeitorizante. qualquer uma das hipóteses em que a lei lhe permite
obter uma compensação por este pagamento .

No caso de essas despesas determinarem aquisição


de um benefício por outrem, a lei admite várias
situações em que se verifica uma obrigação de
Dá sempre lugar à acção de enriquecimento contra o
restituir limitada ao enriquecimento (nº 2 do
devedor ou à sub- rogação nos termos do 606.ºCC.
art.1270.º; art. 1447.º CC).

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4) O Enriquecimento por Desconsideração de Património

• Diz respeito aos casos em que para prejuízo do empobrecido , se verifica uma aquisição de terceiro a partir de um
património que se interpõe entre este e o empobrecido.

Ocorre quer no art. 481º CC, quer no nº 2 do Nessas situações , o empobrecido pode agir directamente
art. 289º CC contra um terceiro exigindo a restituição de prestações
conferidas pelo alienante através de um negócio em que não é
parte .

• Existência de uma prestação contra o alienante;


• Pressupostos para o Fenómeno da • Impossibilidade de satisfação dessa prestação em virtude da
desconsideração insolvência do devedor ou da extinção do enriquecimento;
• A alienação de bens para o terceiro constitua uma “causa minor”
de aquisição .

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Objecto da Obrigação de Restituir (art.479.ºCC)
Tudo quanto tenha obtido à custa do
Obrigação de empobrecido ou o valor
correspondente(se a restituição em • Ter sido o enriquecido citado judicialmente para
Restituir
espécie não for possível) a restituição ;
• Ter o enriquecido conhecimento da falta de
causa do seu enriquecimento ou da falta do
efeito que se pretendia obter com a prestação ;
A medida do locupletamento à partir da
Limite
verificação das seguinte situações

Verificadas essas situações :

• O enriquecido passa a responder também pelo perecimento ou


deterioração culposa da coisa ;
• Pelos frutos que por sua culpa deixem de ser percebidos ;
• Pelos juros legais das quantias a que o empobrecido tiver direito
(art.480.ºCC )

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Obrigações de Restituir no Caso de Alienação Gratuita (art. 481º CC)
• A obrigação de restituir é transferida para o
• Havendo Alienação Gratuita da Coisa à aquirente (na medida do seu próprio
Restituir enriquecimento ) “nº1 do art. 481º CC”

• Se a transmissão for posterior às • O alienante é responsável nos termos do art.


situações descritas no art. 480º CC 480º CC e de igual modo o adquirente (se
estiver de má-fé)

Prescrição(Art. 482.ºCC)

PRAZO Em que o credor teve conhecimento do seu direito e da


3 Anos – Contando da data
pessoa do responsável.

Sem prejuízo da prescrição ordinária (art.309º CC),se tiver decorrido o


respectivo prazo a contar do enriquecimento

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CONTRATO PROMESSA

- Traduz-se na convenção pela qual ambas as partes ou apenas uma delas se obriga dentro de certo
prazo ou verificados certos pressupostos a celebrar determinado contrato.

- O contrato-promessa caracteriza-se, especificamente, pelo seu objecto (uma obrigação de


contratar ).

- O contrato-promessa é qualificado como contrato-preliminar .

Convenção Autónoma do contrato prometido .


Vigora a caracterísitica da eficácia meramente
obrigacional . Mesmo que o contrato definitivo
tenha eficácia real.

Contrato
Entende-se por contrato definitivo e Prometido
deste depende a execução do
contrato-promessa.

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Regra Geral:Princípio da Equiparação (art. 410.º nº1)

Excepções :

• Disposições Relactivas à Forma do • Disposições não extensivas ao contrato-


Contrato: Desta resulta que a forma promessa: Entende-se que nem todas as
do contrato-promessa não seja disposições relactivas ao contrato
necessariamente a mesma do definitivo harmonizam-se com o
contrato definitivo . contrato-promessa .

Modalidades de Contrato-Promessa

Quando só um dos contraentes está


• Unilateral – art.º 411º disposto a vincular-se e ao outro, interessa
compreensivelmente o estabelecimento
desse vínculo .

• Bilateral Quando ambos os contraentes comprometem-


se a celebrar futuramente o contrato.

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O contrato-promessa Bilateral assinado por apenas um dos promitentes pode
ser válido como contrato promessa unilateral permitindo a subsistência da
obrigação por parte de quem assinou o documento ?

• Tese da Redução
• Tese da Transmutação
Automática desse Almeida Costa, Ribeiro
Contrato em Promessa Faria, Calvão da Silva e
Unilateral Gravato de Morais

• Tese da Nulidade • Tese da Conversão


Total do Contrato (Art.292º CC)
Antunes Valera e
Galvão Telles Até 1986
Galvão Telles

A Jurisprudência maioritária tem decido à favor da tese


da redução por algumas situações, nomeadamente: Art. 410.º nº 2 “Porém, a promessa respeitante à
celebração de contrato para o qual a lei exija
• A situação da articulação com o regime do sinal ; documento, quer autêntico, quer particular, só
• A situação da invalidade formal ser cindível em relação às vale se constar de documento assinado pelos
duas partes. promitentes ”

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Forma do Contrato-Promessa

• Excepção
• Regra Geral

Liberdade de Forma Art. 410.ºnº2


(Art. 219º)

“A validade da declaração negocial “Porém, a promessa respeitante à celebração


não depende da observância de forma do contrato para o qual a lei exija documento,
especial salvo quando a lei exigir ” quer autêntico, quer particular, só vale se
constar de documento assinado pelos
promitentes ”

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TRASNMISSÃO DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES EMERGENTES
DO CONTRATO-PROMESSA

O art. 412º vem esclarecer de que :

“Os direitos e obrigações emergentes do contrato-promessa,


que não sejam exclusivamente pessoais, transmitem-se aos
sucessores dos promitentes”

Não impede que em caso de morte


Não reconhece ao de uma das partes, o cumprimento
contrato-promessa o A LEI da obrigação respectiva seja
cariz intuitu personae exigido aos herdeiros ou requerido
pelos herdeiros do de cujus

Caso as partes tenham celebrado o contrato-promessa tomando em consideração


especificamente a pessoa do contraente, a natureza da relação impedirá a
transmissão por morte (Art. 2025.º CC).

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A EXECUÇÃO ESPECÍFICA

Conceito : Consite em o devedor ser substituído no cumprimento,


obtendo o credor a satisfação do seu direito por via judicial .

Previsão : Art. 830.º CC


A execução deixa de ser
possível

Desta norma resulta que o não


cumprimento da promessa atribui à Verificado uma impossibilidade
outra parte o direito a recorrer à definitiva de cumprimento
execução específica

• Regime do sinal (art.442º nº 3 )


• A existência de convenção em
• Cláusula Penal (art.810º nº 1)
contrário(art.830º nº 2)
Exclusão
• A execução específica ser
incompatível com a natureza da
obrigação assumida;

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ARTICULAÇÃO COM REGIME DO SINAL

 Sinal e Antecipação do Cumprimento

Conceito: Consiste numa cláusula acessória típica, oposta aos


contratos, mediante a qual uma das partes entrega à outra, por
ocasião de celebração do contrato, uma coisa fungível

• Funciona como fixação das consequências do incumprimento;


• Só se constitui com a tradição da coisa que é o seu objecto;
• Aproxima-se da cláusula penal ;

O Regime do art. 440.º CC


A realização da datio por uma das partes na altura da celebração ou
em data posterior, não implica a presunção de constituição de sinal
sempre que se verifique coincidência entre a datio e o objecto da
prestação.

A datio visa a “Antecipação do Cumprimento” da obrigação e não a


constituição do sinal

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• O Regime do art. 441º

“No contrato-promessa de compra e venda presume-se que tem o carácter de


sinal toda a quantia entregue pelo promitente-comprador ao promitente-
vendedor , ainda que a título de antecipação ou princípio de pagamento do
preço ”

A entrega da datio pecuniae


constitui presunção de estipulação
de sinal

• O Regime do art. 442.º

1- Quando haja sinal , a coisa entregue deve ser imputada na prestação devida , ou restituída
quando a imputação não for possível.

2- Se quem constituiu o sinal deixar de cumprir a obrigação por causa que lhe seja imputável,
tem o outro contraente o direito de fazer a sua coisa entregue, se o não cumprimento do
contrato for devido a este último, tem aquele o direito de exigir o dobro do que houver prestado.

3- Salvo estipulação em contrário, a existência de sinal impede os contraentes de estipularem


qualquer outra indemnização pelo não cumprimento além da fixada no número anterior.

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No caso de cumprimento
EX.: António que celebrou o contrato promessa com Bento
de compra e venda de um telefone no valor de Kz 200.000,
Art. 442ºnº1 “ Quando haja sinal , a 00.
coisa entregue deve ser imputada na Para o efeito, entregou a Bento o valor de Kz 50.000,00 a que
prestação devida , ou restituída foi dado o valor de sinal.
quando a imputação não for possível .” Na data da celebração do contrato definitivo António
pagou apenas K 150.000,00 sendo imputado ao
cumprimento o valor de Kz 50.000,00 dado anteriormente
como sinal.

No caso de não cumprimento


• Art. 442.ºnº 2 /B “Se o não cumprimento do contrato
• Art. 442.º n 2/A “ Se quem constituiu o sinal deixar de for devido a este último, tem aquele o direito de
cumprir a obrigação por causa que lhe seja exigir o dobro do que houver prestado”
imputável, tem o outro contraente o direito de fazer
a sua coisa entregue” Incumprimento
“A”tem o direito de exigir
Incumprimento Imputável a do dobro do que houver Imputável a “B”
“A” prestado

A Contrato-Promessa
B A B
Contrato-Promessa
“B” tem o direito de fazer a
“A” constitui o sinal sua coisa entregue .
“A” constitui sinal

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EFICÁCIA REAL DO CONTRATO-PROMESSA

Para que o contrato-promessa adquira eficácia real, devem os


contraentes observar alguns requisitos, nomeadamente:

 Deve respeitar ou a bens imóveis, ou a móveis sujeitos a registo ;


 Deve constar de escritura pública;
 Deve proceder-se ao registo;
 Deve haver a vontade das partes na atribuição da eficácia real;

Só assim o direito a celebração do contrato definitivo prevalecerá sobre todos os


direitos reais que não tenham registo anterior ao registo da promessa com eficácia real
e sobre todos os direitos de crédito – sendo a partir da atribuição deste efeito um
Direito Real de Aquisição

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INCUMPRIMENTO DO CONTRATO-PROMESSA

SE HOUVER SINAL : Vigora a Regra do


Sinal (art. 442.ºnº2CC)

SE NÃO HOUVER SINAL: Vigora a


Execução Específica (art. 830.ºCC)

SE HOUVER EFICÁCIA REAL: Vigora a


Acção de Reivindicação
(Art. 1315º; 1311.ºnº1 CC)

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PACTO DE PREFERÊNCIA. CONCEITO

• Traduz-se na convenção pela qual alguém assume a obrigação de dar preferência a outrem
na venda de determinada coisa (Art. 414º CC).
• Constitui um contrato preliminar .
• É um contrato unilateral .

Forma do Pacto de Preferência

A forma do pacto de preferência está sujeita ao mesmo regime


do contrato-promessa(nº 2 do art. 410)

Regra Geral: Liberdade Excepção: Regime do nº 2 do art.410º . A lei exige que


de Forma(art. 219º CC) o pacto de preferência conste de documento
particular, se, para o contrato preferível for exigido
documento autêntico ou particular .

Pacto de Preferência Direito das Obrigações


Direitos de Preferência com Eficácia Real (nº1 do art.
421ºCC)

Requisitos:
 Haver convenção das partes ;
 Respeitar a bens imóveis ou móveis sujeitos a registo;
 Constar de escritura Pública ;
 Registo ;

As preferências reais têm sempre eficácia real, o seu titular exerce o direito
de preferência, mesmo perante ao terceiro adquirente .

A Obrigação de Preferência

Regime : Art. 416º;417º;418ª CC.

• É um regime aplicável de igual modo aos direitos legais de


preferêmcia.

Pacto de Preferência Direito das Obrigações


Requisitos da Forma de Cumprimento e execução do contrato (art. 416º CC)

 O obrigado deve querer vender;


 O obrigado deve comunicar ao titular do • O projecto de venda ; • O preço ;
direito de preferência ; • As condições de
• As cláusulas do contrato pagamento;
 Deve haver o exercício do direito por parte
do titular do direito de preferência ;

PRAZO (nº2 do art. - Regra: Vontade das partes ;


416º in fine) - Prazo Supletivo: Oito dias sob pena de caducidade;

A interpretação do regime da obrigação de preferência tem levantado algumas dúvidas na


doutrina , nomeadamente :
− Quanto ao facto da lei não exigir uma forma específica para a comunicação ao titular do direito
de preferência e nem para o posterior exercício do direito;
− Quanto a existência de um contrato preferível como referência da comunicação ao titular do
direito de preferência ;
− Quanto a determinação do conteúdo da comunicação para a preferência ;
− Quanto a necessidade da comunicação conter o nome do terceiro com o qual foram
negociadas as condições de pagamento ;

 Pacto de Preferência Direito das Obrigações


O Direito de Preferência só surge caso o obrigado tome a decisão de celebrar o contrato em relação
ao qual tenha concedido a preferência, não havendo naturalmente incumprimento da obrigação
de preferência se o obrigado celebrar um contrato de natureza diferente do contrato preferível .

EXEMPLO: João Popúla compromete-se a dar preferência de arrendamento da sua casa situada no
Zango Zero a Hugo Baby que por sua vez, torna-se titular do direito de preferência caso João Popúla
decida arrendar a Casa . Em função da crise económica João Popúla decide vender a casa a um
terceiro.
João Popúla não incumpre com a obrigação pois que tomou a decisão de celebrar um contrato
diferente do contrato preferível.

 Há ainda duas hipóteses legais que


- O caso da união de contratos(art. 417º CC)
justificam a manutenção da
- O caso dos contratos Mistos(art.418º CC)
preferência

Violação da Obrigação de Preferência

Em caso de simples eficácia


obrigacional : Indemnização por Em caso de Eficácia Real :Acção de
incumprimento (art.798º CC) Preferência (Arts. 421º; 1410º CC)

Pacto de Preferência Direito das Obrigações


A Problemática da Simulação do Preço(Art. 240º CC)

- Um preço Superior : No intuito de defraudar o


A simulação tem por base a exercício da preferência;
indicação de
- Um Preço Inferior : Fuga ao fisco;
1) Se o preço declarado for Exercita-se a Preferência pelo preço
superior ao preço real real.
Razão de ser

O negócio simulado é nulo (nº 2 do art. 240ºCC)


A preferência é exercida
Em relação ao negócio válido “ Negócio
Dissimulado”(art.241ºCC)

2) Se o preço declarado for inferior ao preço Exercício da Preferência pelo preço simulado
real
2)Não permitir o exercício da preferência pelo preço real, é
Razão de

1) O nº 1 do art.243ºCC, proíbe a autorizar um enriquecimento sem causa. O nº2 do art. 243ºCC não
arguição da nulidade da simulação
≠ considera o preferente como terceiro de boa fé pois, o direito de
ser

contra terceiros de boa fé. adquirir por determinado preço só se constitui com sentença que
julgue procedente a acção de preferência.
Por isso, os simuladores poderão celebrar escritura de rectificação
Tal entendimento configura-se ilegal para que o titular pague o preço real .
nos termos do nº2 do art.1410º

Pacto de Preferência Direito das Obrigações


Natureza da Obrigação de Preferência

 Tese da Obrigação de Contratar

A obrigação de preferência é uma -A uma condição potestativa debitoris;


verdadeira obrigação de contratar, -A uma condição potestativa creditoris;
sujeita simultaneamente
 Tese do Conteúdo Positivo
 Tese do Conteúdo (Facere)
Negativo (Non facere) O obrigado deve escolher o titular da
O obrigado deve celebrar o preferência como contraparte caso
contrato apenas com quem deu decida contratar.
preferência.

 Tese da Sujeição

A preferência corresponde a uma Titular do direito Direito potestativo


sujeição e não a uma obrigação
Logo : Obrigado sujeição

Pacto de Preferência Direito das Obrigações


CONTRATO A FAVOR DE 3.º: Contrato por meio do qual, uma das partes assume perante outra que tenha na
promessa um interesse digno de protecção legal a obrigação de efectuar uma prestação a favor de terceiro,
estranho ao negócio (nº 1 do art.443ºCC)

• O Contraente que assume a obrigação Promitente

• O Contraente a quem a promessa é feita Promissário


• O Terceiro estranho ao negócio Beneficiário

- Constitui um desvio a bilateralidade dos contratos.


- Constitui uma excepção ao «Regime da Ineficácia dos Contratos em Relação a Terceiros»(nº 2 do
art.406º CC)
- O terceiro não é parte do contrato, mas adquire por meio do contrato o direito à prestação(nº1 do
art. 444º CC)
- Liberação de uma dívida;
A atribuição patrimonial que é a - Transmissão ou extinção de (nº 2 do art 443º CC)
obrigação de realizar uma prestação (nº1 um direito real
do art 443º CC),pode também constituir
 Há a possibilidade do terceiro rejeitar a promessa
O contrato em si, faz nascer (invito beneficium non datur)
automaticamente um direito para o
terceiro, independentemente da aceitação Requisitos Declaração ao promitente que por sua
desde(nº 1 do art. 444CC) (nº1 do art. 447) vez, comunica ao promissário

Contrato a Favor de Terceiro Direito das Obrigações


- O terceiro deve aderir a promessa sob pena de revogação(nº 2 do art.448 CC)

- O Contrato a favor de terceiro constitui uma situação jurídica complexa de


natureza triangular
R. de Base

A B
• Relação de Base: Justifica a existência do
vínculo contratual.
A: Promissário
• Relação de Valuta: Justifica a atribuição do
B: Promitente
benefício.
C: Beneficiário
• Relação de Execução: Justifica a
materialização do contrato.
C
MODALIDADES DO CONTRATO A FAVOR DE TERCEIRO

 Contrato a favor - Verdadeiro


de terceiro - Falso
- Em vida do promissário
 Contato a cumprir - Depois da vida do
promissário
 Contrato a favor de terceiro - Para pessoa determinada
- Para pessoa indeterminada

Contrato a Favor de Terceiro Direito das Obrigações


LEGITIMIDADE PARA EXIGIR O CUMPRIMENTO (Art.444º CC)

Tem legitimidade para exigir o cumprimento :

1) O Beneficiário: Por ser o titular do direito de crédito em relação ao promitente;


2) O Promissário (salvo vontade dos contraentes): Por ter acordado com o promitente e
ter interesse jurídico no cumprimento

REGIME NORMAL(arts. 443º e 444º CC)

Diz-se normal , ao regime de um contrato a favor de terceiros verdadeiro .


Normalmente, são marcados pelos seguintes traços :

• Existência de uma prestação a favor de terceiros;


• Existência de um direito de crédito e relação ao promissário na esfera jurídica do terceiro
(nº 1 do art. 443º CC);
• O terceiro deve ser pessoa certa e determinada;
• O contrato deve corresponder a um interesse privado;

Contrato a Favor de Terceiro Direito das Obrigações


REGIMES ESPECIAIS

1) Promessa de Liberação de Dívida como Falso Contrato a Favor de Terceiro (nº 3 do


art.444º CC)

• O promitente realiza uma prestação meramente instrumental Prestação


ao terceiro para obter a liberação da dívida.
• O promissário tem o maior interesse na promessa ;
• Não há um direito de crédito na esfera jurídica do terceiro pois que apenas
procede à exoneração do promissário;
• Só o promissário pode exigir a realização da promessa (nº3 do nart 444º CC);

2) As Promessas em Benefício de Pessoa Indeterminada ou no Interesse Público(art.


445º CC)

• O beneficiario da prestação não é “pessoa determinada”;


• Há a possibilidade de corresponder a um interesse público;
• Há legitimidade difusa;
• Não há um direito de crédito por parte do beneficiário, apenas um mero
direito de reclamar a prestação;

Contrato a Favor de Terceiro Direito das Obrigações


3) A Promessa a Cumprir depois da Morte do Promissário(Art. 451º CC)

• O terceiro não pode exigir o cumprimento antes da verificação da morte


do promissário (Excepção ao regime do nº1 do art.444º CC)
• O direito só é adquirido com a morte do promissário ;
• Os herdeiros substituem o beneficiário caso este morra antes do
promissário;

Contrato a Favor de Terceiro Direito das Obrigações


CONTRATO PARA PESSOA NOMEAR: Contrato segundo o qual um dos contraentes
reserva-se na faculdade de designar outrém para adquirir os direitos ou assumir as
obrigações resultantes desse contrato.

• Verdadeira manifestação do fenómeno de substituição dos contraentes.

Impossibilidade de reserva
• Nos casos em que não é admitida a representação
da nomeação (nº2 do
ou é indispensável a determinação dos contraentes .
art.452º CC)

REQUISITOS DE FORMA DA NOMEAÇÃO

• Se o contrato carecer de registo: Deve constar uma


 Deve ser feita por meio de declaração “cláusula de nomeação” na escritura pública;
escrita • Se o contrato não carecer de registo: A nomeação
deve ser feita por escrito particular;
 Deve respeitar à pessoa determinada ou
determinável;

Contrato Para Pessoa A Nomear Direito das Obrigações


PRAZO(art. 453º CC) - Prazo Regra: Convenção da partes ;
- Prazo Supletivo: Cinco dias posteriores à
celebração do contrato;

EFICÁCIA DA NOMEAÇÃO(nº 1 do art. 453º CC)

- Deve ser acompanhada de uma procuração em


• Quando a nomeação for nome do nomeado, habilitando o nomeante a
anterior a celebração do nomeá-lo (sob pena de ineficácia)
Requisitos negócio
• Quando a nomeação for - Deve ser acompanhada do instrumento da
posterior a celebração do ratificação (sob pena de ineficácia)
negócio
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE NOMEAÇÃO(Art. 455º CC)

Quando feita nos termos legais Os efeitos são produzidos na esfera jurídica do
(nº1 do art.453º CC) nomeado retroactivamente.

Quando não feita nos termos Os efeitos são produzidos na esfera jurídica
legais do nomeante (salvo estipulação em
contrário)

Contrato Para Pessoa A Nomear Direito das Obrigações


NATUREZA JURÍDICA

 Tese do fenómeno de Representação Anónima


Existe um sujeito na relação em representação de outrem.
• Não há um conteplatio domini ;
Porém, no Contrato para
• Os efeitos do negócio podem acabar por se
Pessoa a Nomear
repercutir exclusivamente na esfera do contraente
originário;

 Tese do Contrato à Favor de Terceiro


O contrato para pessoa a nomear é na verdade um contrato a favor de
terceiro.
• Não há uma aquisição automática mas
Porém, no Contrato para sim voluntária;
Pessoa a nomear • O nomeado torna-se parte do contrato
por meio da nomeação;

Contrato Para Pessoa A Nomear Direito das Obrigações


 Tese do Contrato Duplamente Condicionado

No contrato para pessoa a nomear existe uma dupla condição que pode ser
resolutiva (em relação ao nomeante) e suspensiva (em relação ao nomeado)

Suspensiva • Os efeitos na esfera jurídica do nomeado


Dupla (Nomeado) ficam suspensos até a verificação da
Condição nomeação eficaz.

Resolutiva • Verificando-se a nomeação eficaz, os


(Nomeante) efeitos deixam de se produzir na esfera
jurídica do nomeante e o contrato resolve-
se.

Contrato Para Pessoa A Nomear Direito das Obrigações


Modalidade das obrigações

Modalidade das obrigações quanto ao vínculo

Obrigações • Há exigibilidade no cumprimento da


obrigação.
civis
Caraterísticas:encia cccbvc
aaaaa

Obrigações • Corresponde um dever moral no seu


cumprimento, não a exigibilidade no
naturais cumprimento da prestação art 402.º

Direito das Obrigações


Modalidade quanto aos sujeitos

Art 513º do
CC

Obrigações de sujeitos Obrigações plurais e


activos indeterminados
Caraterísticas:encia singulares cccbvc
Obrigações cada um dos
aaaaa
• Trata da determinação • Refere a pluralidade ou conjuntas ou devedores presta a
ou indeterminação dos singularidade dos parciárias parte que o vincula
sujeitos art 511.º do CC sujeitos da relação
obrigacional Solidariedade
activa
Obrigações solidárias
Solidariedade
passiva
Artigo 513 do CC

Direito das Obrigações


Modalidade das obrigações quanto ao objecto

Obrigações Obrigações Obrigações Obrigações


cumulativas,
divisíveis e
Caraterísticas:encia especificas e alternativas e com
pecuniárias e de cccbvc
indivisíveis genéricas faculdade alternativa juros
aaaaa
Artigo 544.º Artigo 539.º Artigo 543.º Artigo 550.º

Direito das Obrigações


Cumulativas
O devedor só estará exonerado da dívida quando efectuar conjuntamente duas
prestações e não apenas uma;

Alternativas Artigo 543.º do CC

Caraterísticas:encia ccbvc
Embora no momento da constituição da obrigação estejam previstos várias
aaaaa prestações, podendo o devedor exonerar-se da dívida efectuando apenas uma delas;

Com faculdade alternativas


Tem apenas uma prestação, porém o devedor exonera-se através da realização de
uma outra prestação.

Direito das Obrigações


A Transmissão das Obrigações

As relações de crédito podem ser objecto de transmissão de diversos modos, sendo nomeadamente
admissíveis a cessão autónoma das posições activas (créditos) ou negativas (dívidas), assim como
da posição contratual como um todo: no primeiro caso, estaremos perante uma cessão de créditos
nos termos do art 577.º e ss, no segundo face a uma cessão de dívidas nos termos do art 595.º e ss e
no terceiro verifica-se uma cessão da posição contratual.

- Cessão de créditos;
- A sub-rogação;
- A transmissão singular de dívidas: a
assunção de dívida;
- A cessão da posição contratual.

Direito das Obrigações


1- Cessão de créditos

A cessão de créditos prevista no art 577.º é o contrato através do qual o credor transmite a terceiro,
independentemente do consentimento do devedor, a totalidade ou uma parte do seu crédito.

Na cessão de créditos, aquele que transmite o crédito designa-se cedente, designando-se


cessionário aquele que o adquire.

Na linguagem
jurídica o termo
cessão tem um
duplo sentido:
Por um lado, designa o contrato celebrado entre o cedente e o
cessionário, pelo qual o crédito se transmite, por outro lado,
significa também o principal efeito desse mesmo contrato, ou seja,
a transmissão da titularidade do crédito de credor para um outro
sujeito, o cessionário.

Direito das Obrigações


Requisitos específicos da transmissão

Requisitos formais
A secção dedicada ao contrato de cessão não impõe, ao menos aparentemente, o cumprimento
de qualquer formalidade especial como condição de validade do negócio, vigorando, portanto, a
regra geral do art 219.º, ou seja, o princípio da consensualidade.

A única
excepção a
esta regra

Consta do n.º 2 do art 578.º de acordo com o qual a validade da


cessão de uma hipoteca constituída sobre imóveis está sujeita a
escritura pública, se for feita por negócio entre vivos, ou a
testamento se o negócio for mortis causa.

Direito das Obrigações


Efeitos da
cessão
A transmissão, total ou parcial, do direito do credor à prestação
para o cessionário, é o principal efeito do contrato de cessão.
Por mero efeito do contrato de cessão, o cedente perde
imediatamente o direito a receber a prestação debitória e o
cessionário adquire o direito a exigi-la em seu nome e no seu
próprio interesse.

2- A sub-rogação

A sub-rogação é uma substituição do credor, na titularidade do direito a uma prestação fungível,


pelo terceiro que cumpre em lugar do devedor, ou que faculta a este os meios necessários ao
cumprimento. O terceiro, a favor de quem a substituição no crédito se opera, é designado na lei por
sub-rogado nos termos do art 593.º

Direito das Obrigações


A sub-rogação de que nos ocupamos é também chamada sub-rogação pessoal, traduzida no
cumprimento de uma obrigação, ou em acto equivalente, distinta da sub-rogação real, que
consiste na substituição de uma coisa por outra no âmbito de determinada relação jurídica ou de
certa massa patrimonial

Tem origem num acordo celebrado entre o


terceiro que pagou ou que facultou os
1 -Sub-rogação voluntária meios de pagamento e o credor originário
Modalidades de a quem o pagamento foi feito ou, em
ou convencional
sub-rogação alternativa, entre um terceiro e o devedor
2 -Sub-rogação legal

Tem origem na lei e só é admitida nos casis


em que a lei a admita.

Direito das Obrigações


3- A transmissão singular de dívidas: a assunção de dívida

A assunção de dívida é o contrato através do qual o assuntor (novo devedor) assume perante o
credor uma dívida existente, vinculando-se a efectuar-lhe a prestação correspondente, até então
da responsabilidade do devedor inicialmente obrigado.

A relação obrigacional mantém-se inalterada quando ao objecto, mas verifica-se uma modificação
subjectiva do lado passivo da obrigação, com substituição do devedor, exonerando-se o anterior e
assumindo o assuntor exactamente a mesma posição até então ocupada pelo pretérito devedor

Direito das Obrigações


O n.º 1 do art 595.º, prevê duas modalidades distintas de transmissão singular de dívidas

Enquanto na segunda a transmissão


Numa primeira modalidade, a
pode ser efectuada por contrato entre
transmissão pode ser realizada
o novo devedor e o credor, com ou
por contrato entre o antigo e o
sem o consentimento do antigo
novo devedor (al a)).
obrigado (al b)).

4- A cessão da posição contratual

Ao contrário das figuras da cessão de créditos e da assunção da dívida, nas quais,


respectivamente, apenas é transmitido o lado activo ou passivo de uma relação de créditos, na
cessão da posição contratual é transferida a globalidade da situação jurídica de um determinado
sujeito num dado negócio jurídico, com os diversos direitos e obrigações a ele inerentes.

Em termos de designação, este contrato é, por vezes, também apelidado de cessão do contrato
ou assunção do contrato.

Direito das Obrigações


Assim , a cessão da posição contratutal é uma faculdade reconhecida a qualquer dos contraentes
nos contratos com prestações recíprocas de transmitir integralmente a sua posição contratual
(créditos e débitos) a um terceiro, desde que o outro contraente consinta, antes ou depois da
celebração do contrato, nessa transmissão nos termos do nº 1 do art 424.º.

Direito das Obrigações


Garantia geral e especiais das obrigações

Quando as obrigações não forem voluntariamente cumpridas nem se extingam por outra forma, o
credor, mesmo contra a vontade do devedor, tem o direito de executar judicialmente o património
deste, como forma de ver satisfeito o crédito ou de obter uma compensação em alternativa.

O direito de executar o património do devedor constitui uma faculdade reconhecida a qualquer


credor de obrigações civis, pelo simples facto de se apresentar como credor de uma obrigação,
daí o afirmar-se que a garantia geral das obrigações é constituída pelo património do devedor nos
termos do art 601.º

Não obstante esta garantia genérica, os credores, que pretendam obter um reforço da
probabilidade de satisfação do seu crédito podem munir-se de garantias especiais, as quais
podem resultar da vinculação específica e privilegiada de um determinado bem (garantias reais)
ou da responsabilização do património de um terceiro (garantias pessoais).

Direito das Obrigações


Garantias especiais das obrigações

Garantias pessoais: - A fiança, art 627.º e ss


Quando implicam a - Mandato de crédito, art 629.º
responsabilização - Aval
de outro ou de
outros patrimónios
distintos do Garantias atípicas:
património do o uso da
devedor. propriedade com
fins de garantia
- Consignação de rendimentos, art 656.º
Garantias reais: - Penhor, 666.º e ss
quando facultam ao - Hipoteca, 686.º e ss
credor determinados - Privilégios creditórios, 733.º e ss
direitos sobre certos - Direito de retenção, 754.º e ss
bens do devedor ou - Penhora.
de terceiro

Direito das Obrigações


Cumprimento das obrigações

O termo cumprimento significa o mesmo que realização da prestação pelo devedor, realização
essa que pode ser voluntária ou espontânea (art 762.º) ou, em alternativa, mediante o recurso aos
meios judiciais (art 817.º).

A forma normal de cumprimento é aquela que resulta da vontade do devedor,


que espontaneamente realiza a prestação que está obrigado, embora tal
cumprimento voluntário possa, em certas circunstâncias, ser efectuado por um
terceiro (nº 2 do art 768.º)

Importa, porém, chamar a atenção para o facto de o devedor poder ficar


desobrigado do cumprimento da obrigação, ainda que não tenha satisfeito,
através do cumprimento, a pretensão do credor: é o que sucede, por
exemplo, quando a coisa que deveria ser entregue ao credor é destruída
por causa não imputável ao devedor (nº 1 do art 790.º).

Direito das Obrigações


Não cumprimento das obrigações

Diz-se que há incumprimento quando a prestação a que o devedor se encontrava obrigado não é
efectuada (e desde que a obrigação não se extinga por nenhuma das causas de extinção para
além do cumprimento nos termos do art 837.º e ss), assim não satisfazendo o direito do credor,
independentemente da causa que esteja na base desta insatisfação.

É possível distinguir os casos em que o incumprimento se


ficou a dever a causa imputável ao devedor, daqueles
Quanto à causa outros em que o mesmo se produz por facto de terceiro, de
circunstâncias fortuitas ou de força maior ou do próprio
Modalidades de credor.
incumprimento

Quanto - O incumprimento definitivo ou falta de cumprimento;


ao efeito - A mora ou atraso no cumprimento;
- O incumprimento defeituoso.

Direito das Obrigações


Causas de extinção das obrigações para além do cumprimento ou incumprimento
definitivo

- Dação em cumprimento, art 837.º


Causas de
- Consignação em depósito, 841.º;
extinção
- Compensação, art 847.º;
das - Novação, art 857.º;
obrigações
- Remissão, art 863.º;
- Confusão, art 868.º
- Prescrição, art 298.º.

Direito das Obrigações


O Contrato de Compra e Venda

O contrato de compra e venda previsto no artigo 874.º é o contrato pelo qual se transmite a
propriedade de uma coisa, ou outro direito, mediante um preço.

- Nominado e típico, art 874.º e 463.º


- Primordialmente não formal, art 219.º
Características do - Consensual
Contrato de Compra - Obrigacional ali b) e c) do art 879.º e real quod effectum ali a) art
e Venda 879.º
- Oneroso
- Contrato sinalagmático
- Comutativo e por vezes aleatório
- Contrato de execução instantânea

Direito das Obrigações


OBRIGADO!

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