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NK
C2 - Efeitos/eficácia do contrato
39. Efeitos do contrato
Em princípio o contrato não pode modificar-se nem se extinguir, senão, com o acordo
de ambas as partes.
40. Quanto à resolução dos contratos; e à eficácia inter partes
O direito à resolução pode ser exercido extrajudicialmente, em muitos casos, basta o
contraente que tem fundamento dizer à outra parte “acabou, extingue-se com este
fundamento”.
E há casos em que a lei impõe o recurso ao Tribunal, o direito à resolução é um direito
potestativo, que às vezes é de exercício judicial.
Também há excepções, que a lei enuncia que em relação a terceiros (Inter partes) o
contrato produz efeitos em termos previstos na lei (art. 406º/2 CC).
Afirmando que o contrato deve ser pontualmente cumprido, a lei quer dizer que todas as
cláusulas contratuais devem ser observadas, que o contrato deve ser cumprido ponto por
ponto, e não apenas que ele deve ser executado no prazo fixado.
A regra da ineficácia dos contratos em relação a terceiros não contraria o princípio geral
de que todos têm de reconhecer a eficácia deles entre as partes. É, pois, de distinguir
entre efeitos directos e efeitos reflexos. Estes atingem terceiros.
Uma importante categoria de contratos no que respeita aos efeitos que produzem são os
chamados contratos com eficácia real, também designados por contratos reais “quod
effectum”, quer dizer contratos reais quanto aos efeitos.
* E princípio da consensualidade, com o sentido que lhe é atribuído pelo art. 408º CC,
nos contratos com eficácia real, significando que o efeito real decorrendo do contrato
independentemente de qualquer acto posterior ao acordo conclusivo do contrato (art.
1129º, 1142º, 1185º CC).
O princípio geral decorrente do art. 408º CC, é o de que o efeito real do contrato em
princípio se produz pela mera celebração do contrato.
Os contratos “quod constitutionem” (ou contratos reais quanto à constituição), são
aqueles que se aperfeiçoam, que se celebra apenas com a entrega da coisa que é seu
objecto (ex.: comodato, mútuo, depósito).
São três as principais diferenças existentes entre os regimes da eficácia real e da eficácia
meramente obrigacional dos contratos de alienação ou operação de coisa determinada:
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Básico Obrigacional. NK
41. Coisa futura
Isto não é assim, porém, quando o contrato com eficácia real respeitar a coisa futura ou
indeterminada.
Coisa futura, é a coisa que ainda não existe materialmente, é a coisa que já existindo
materialmente não tem autonomia jurídica; e ainda são as coisas futuras aquelas que não
estão em poder do disponente ou a que ele não tem direito ao tempo da declaração
negocial (art. 211º CC).
42. Reserva de propriedade
No caso previsto no art. 409º CC, o negócio é realizado sob condição suspensiva,
quanto à transferência da propriedade.
A reserva, quando incida sobre coisas imóveis, ou sobre coisas móveis sujeitas a registo,
carece de ser registada, sem o que não produz efeitos em relação a terceiros.
Tratando-se de coisa móvel, não sujeita a registo, o pacto vale em relação a terceiros,
sem necessidade de qualquer formalidade especial, uma vez que não vigora, quanto às
próprias coisas móveis, o princípio segundo o qual a posse vale título.