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Aulas 11 e 12 (sinopse) – Efeitos negativos em contratos que criam a obrigação de transmissão de bens móveis e
imóveis - Contratos “translatícios” (1ª parte). 1. Introdução. 2. Vício da coisa. 2.1. Conceito. 2.2. Requisitos para a devida
configuração do vício no contrato regulado pelo Direito Civil. 2.3. Consequências e alcance da responsabilidade. 3. Prazos
para o exercício das ações edilícias (redibitória ou estimatória) no Código Civil. 4. Ressalvas importantes. 4.1.
Diferenciação do vício sobre a coisa na relação jurídica regida pelo Direito Civil e do vício sobre a coisa na relação jurídica
regida pelo Direito do Consumidor. 4.2. Bens adquiridos por hasta pública ou leilão. 4.3. Distinção entre vício oculto e erro
sobre o objeto. 4.4. Coisas vendidas conjuntamente (artigo 503, Código Civil). 4.5. Cláusula contratual de exclusão da
responsabilidade do alienante por vício redibitório. 4.6. Fluência dos prazos decadenciais do artigo 445, do Código Civil.
I. Efeitos negativos em contratos que criam a obrigação de transmissão de bens móveis e imóveis -
Contratos “translatícios” (1ª parte).
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Pois bem.
1 Art. 389, Código Civil. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 475, Código Civil. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
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brote da coisa transmitida, o Direito desenvolveu desde a Antiguidade a chamada Teoria do Vício,
aplicável aos contratos “translativos” de posse ou propriedade de bens, como, por exemplo, a compra
e venda, a troca, e por aproximação, a doação onerosa.
Ainda de acordo com o exemplo acima eleito, caso o bem não se revele
apropriado para o fim a que se destinava, ou, em sentido diverso, o bem até atende o fim a que
destinava, mas tem valor real diminuído, e, em ambos os casos, se tais circunstâncias ocorrerem por
um fator de inadequação ou de diminuição de valor (ou ambos) oculto, escondido, não aparente,
haverá um claro desequilíbrio entre os efeitos almejados pelos contratantes e os efeitos realmente
produzidos, a gerar por conseguinte o mesmo desequilíbrio refletido na própria relação jurídica em
sua fase pós contratual, afinal de contas, se o bem apresentar um fator oculto que lhe diminua o valor,
ou ainda, que torne esse bem inadequado para o uso normalmente esperado, ou ambos, ficará evidente
que o adquirente terá pago valor superior ao devido, pois, certamente, não celebraria ou contrato, ou
ajustaria sua vontade a um ponto de formação do vínculo com outro preço.
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responsabilidade civil. Não se deixa perturbar a sua noção com a indagação da conduta do contratante, ou apuração da
sua culpa, que influirá contudo na graduação dos respectivos efeitos, sem aparecer como elemento de sua caracterização.
O erro tem sido apontado como seu fundamento, com o argumento de que o agente não faria o contrato se conhecesse
a verdadeira situação (Carvalho de Mendonça); na teoria dos riscos vai justificá-lo Brinz; na responsabilidade do vendedor
pela impossibilidade parcial da prestação, assenta-o Regelsberger; vai Windscheid ligá-lo à pressuposição; Cunha
Gonçalves acha uma variante desta na inexecução do alienante: Von Ihering prende-o à equidade; Fubini toma em
consideração a finalidade específica da prestação. Para nós, o seu fundamento é o princípio de garantia, sem a
intromissão de fatores exógenos, de ordem psicológica ou moral. O adquirente, sujeito a uma contraprestação, tem direito
à utilidade natural da coisa, e, se ela lhe falta, precisa de estar garantido contra o alienante, para a hipótese de lhe ser
entregue coisa a que faltem qualidades essenciais de prestabilidade, independentemente de uma pesquisa de motivação.
Por isto, Tito Fulgêncio, em síntese apertada e feliz, enuncia-o, dizendo que o alienante é, de pleno direito, garante dos
vícios redibitórios. Ao transferir ao adquirente coisa de qualquer espécie, seja móvel, seja imóvel, por contrato comutativo,
tem o dever de assegurar-lhe a sua posse útil, se não equivalente rigorosa, ao menos relativa do preço recebido. E, se
ela não se presta à sua finalidade natural, ou se não guarda paralelismo com o valor de aquisição, prejudicada por defeito
oculto, tem o adquirente o direito de exigir do transmitente a efetivação do princípio de garantia” (PEREIRA, Caio Mário
Silva. Instituições de Direito Civil - Vol. III, 23ª edição. Forense, 12/2018. VitalBook file, p. 102/103).
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Art. 441, Código Civil. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações
onerosas.
Art. 442, Código Civil. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
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“[...] A princípio, em Roma, não havia uma garantia implícita na coisa, no contrato de
compra e venda. Para que surgisse responsabilidade do alienante, era necessário que, ao concluir a venda, fosse feita
uma declaração de que a coisa estava isenta de vícios. Geralmente, essa declaração vinha unida à evicção. Na falta
dessas declarações de garantia, surgiam disputas, principalmente relacionadas com a venda de escravos. O edil curul,
que era o magistrado encarregado da fiscalização dos mercados, editou normas para evitar as celeumas, que passaram
a ser definitivas. Segundo o edito, o vendedor de escravos ou de certos animais estava obrigado a declarar expressamente
os vícios ou defeitos das coisas vendidas (o escravo era considerado coisa, res). Em consequência dessa garantia,
surgiram a actio redhibitoria e a actio quanti minoris. A ação redibitória, que teria surgido em primeiro lugar, tem por fim a
resolução da venda. Deveria ser ajuizada em seis meses a contar da data do contrato e deveria objetivar a devolução de
tudo quanto fora pago. O comprador devolvia a coisa com todos os seus acessórios, e o vendedor devolvia o preço, com
os juros correspondentes. Delineava-se um caráter penal na ação, porque, se o vendedor se negasse a efetuar a
restituição, ficaria condenado a pagar o dobro. O comprador também podia cobrar os gastos com a manutenção da coisa
e pelos danos eventualmente ocasionados por ela. A ação quanti minoris tem por objeto obter do vendedor uma dedução
do preço pago pela coisa. O pedido deveria ser feito em um ano a contar da venda, mas podia ser exercitado várias vezes,
à medida que o comprador descobrisse novos vícios. Essa ação, contrariamente ao que hoje ocorre, poderia dar margem
à rescisão do contrato. A ingerência dos edis nos contratos tornou obrigatória uma estipulação dupla, em que eram
garantidos não somente os vícios ocultos na coisa, como também os vícios de direito, protegidos pela evicção. Não era
3 Art. 443, Código Civil. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não
conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
4 Art. 442, Código Civil. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
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excluída, porém, uma ação geral e mais ampla, decorrente da estipulação, que visava a uma indenização geral pelo
descumprimento da avença, fora da atividade dos edis (Zulueta, 1945:51). No Direito Romano, assim como no atual, as
partes, por força de acordo, podiam dispensar as garantias. No direito de Justiniano, já existe a garantia implícita acerca
dos vícios da coisa, consagrando a ação redibitória e a ação quanti minoris” (VENOSA, Sílvio Salvo. Direito Civil - Vol.
3 - Contratos, 18ª edição. Atlas, 12/2017. VitalBook file, p. 196/197).
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Art. 444, Código Civil. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício
oculto, já existente ao tempo da tradição.
6 Art. 445, caput, Código Civil. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a
coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido
à metade.
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antecedente do alienatário, mas cujo contrato prevê prazo de garantia contratual contra vícios:
nessa terceira hipótese, o bem móvel ou imóvel foi transferido ao contratante, e o contrato prevê um
prazo de garantia contra vícios. Para tal situação, os prazos decadenciais do artigo 445, do Código
Civil não correrão durante todo o prazo de garantia, e somente se iniciarão no primeiro dia seguinte
ao término dessa garantia contratual. Contudo, para aplicação dessa regra de deslocamento do termo
inicial de contagem dos prazos para a data seguinte ao encerramento da garantia, deverá o contratante
lesado comunicar a existência do vício ao outro contratante no prazo de 30 (trinta) dias contados da
descoberta do vício. Caso não atendida essa providência exigida pela lei civil, os prazos do artigo
445, do Código Civil, referidos nos tópicos “a” e “b” acima, correrão da tradição do bem (se não
havia posse prévia) ou da alienação (se havia posse prévia) e independentemente da vigência de
garantia contratual, ou seja, com proteções vigorando simultaneamente de acordo com o contrato e
com a lei civil, segundo a leitura que fazemos do artigo 446, do Código Civil 7.
7 Art. 446, Código Civil. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve
denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
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Artigo 445, Código Civil. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento
em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
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ainda que regional nesse sentido), e na falta desses, será o prazo aplicável para bens móveis, ou seja,
180 dias contados da ciência do vício (artigo 445, § 2º, com remissão ao § 1º do mesmo dispositivo,
Código Civil)9. Invocamos, em apoio, a esse aspecto tratado:
[...] Consistindo os bens em máquinas, conta-se o lapso temporal não do dia da
entrega, mas da experimentação. Se houver a substituição por outras, de idêntica maneira o começo se dá com a
experimentação. Não correrá, por outro lado, o prazo enquanto o vendedor realiza as instalações do equipamento e presta
assistência técnica. Realmente, assinalando o contrato certo período de acompanhamento ou assessoria na manutenção,
ou assegurando um prazo da garantia, fica suspenso o início do curso da prescrição. De igual modo, enquanto o vendedor
atende reclamações do adquirente, procede os reparos. O art. 446 do Código, sem regra similar no diploma civil de 1916,
é claro sobre o assunto: “Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos 30 (trinta) dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de
decadência”. [...] Não se pode olvidar a regra do art. 446, acima transcrita, no sentido de que, na pactuação de um período
de garantia, qualquer prazo estabelecido para o exercício da ação competente começa depois de esgotado esse lapso
de tempo de garantia. Incumbe, ao adquirente, sob pena de decadência, denunciar ou comunicar o defeito ao alienante
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, prazo que somente iniciará depois de esgotada a garantia, pois durante
sua vigência é oportunizada a reparação. Envolvendo o negócio animais, os prazos serão regulados em lei especial, ou,
em sua falta, pelos usos locais, em consonância com o § 2º do art. 445: “Tratando-se de venda de animais, os prazos de
garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o
disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria”. Cuida-se de norma programática, com
pouca objetividade. Não existe lei estabelecendo um determinado lapso temporal de garantia, a começar da aquisição ou
entrega. Nem são conhecidos períodos de tempo ditados pelos usos locais para tal finalidade. Daí que, em face da
remissão ao parágrafo antecedente, chega-se ao prazo de cento e oitenta dias para o exercício do direito, que inicia a
partir da ciência do vício. Por se classificarem os animais como semoventes, e, assim, aproximando-se mais às coisas
móveis, por coerência elege-se o lapso de cento e oitenta dias, e não de um ano, reservado para os imóveis. A garantia
envolve doenças e defeitos. Naturalmente, se adquirido um cavalo para a procriação, há vício que enseja a anulação do
negócio ou redução do preço se constatar-se sua esterilidade” (RIZZARDO, Arnaldo. Contratos, 17ª edição. Forense,
01/2018. VitalBook file);
9 Artigo 445, Código Civil. [...] § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos
em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando
a matéria.
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pelo Direito Civil e do vício sobre a coisa na relação jurídica regida pelo Direito do Consumidor:
a aplicação da teoria do vício da coisa na relação jurídica de consumo é distinta da aplicação da
mesma teoria para uma relação jurídica contratual regida pelo Direito Civil, pois nesta última, o
presumido equilíbrio da relação contratual comutativa (e excepcionalmente ampliada para a doação
onerosa por aproximação dos efeitos desta com o negócio oneroso comutativo), estabelecido pela
presumível alteridade na formação bilateral do contrato através de um ponto de formação do ajuste
somente possível de ser estabelecido em conjunto pela força jurígena das vontades privadas (e que a
teoria do vício busca manter na fase pós contratual), exige que exista um fator de desequilíbrio nos
efeitos do contrato, decorrente da própria aparência que a coisa gerava ao tempo da formação do
contrato, sem preocupação de proteção ao contratante, tanto que os requisitos legais de configuração
do vício são específicos para a prevalência do equilíbrio da relação jurídica, e não para a proteção de
uma das partes que adquire algo para a satisfação de suas necessidades, e que por força disso recebe
uma proteção mais ampla nas relações jurídicas de consumo.
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adesivas.
4.3. Distinção entre vício oculto e erro sobre o objeto: o erro sobre
as propriedades de um objeto afeta a própria emissão da vontade do alienatário, que adquire um bem
supondo em erro que o bem ostenta características diversas. Tal situação é distinta do vício oculto
que incide em bem que o alienatário realmente pretendia adquirir, mas que apresenta um vício oculto.
Na hipótese legal de erro, não há possibilidade de redibição ou de estimação, e sim, de anulação do
negócio, no prazo de 04 (quatro) anos, nos termos do artigo 178, II, do Código Civil.
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10 Art. 503, Código Civil. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais”, V. III, 5ªed., - São Paulo: Saraiva, 2008, p. 113
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Art. 195, Código Civil. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou
representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 198, Código Civil. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
Art. 207, Código Civil. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem,
suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208, Código Civil. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 389, Código Civil. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 441, Código Civil. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a
disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442, Código Civil. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento
no preço.
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Art. 209, Código Civil. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
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Art. 424, Código Civil. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do negócio.
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Art. 443, Código Civil. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos;
se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444, Código Civil. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se
perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445, Código Civil. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias
se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da
alienação, reduzido à metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-
se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis;
e de um ano, para os imóveis. § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se
não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446, Código Civil. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Art. 475, Código Civil. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe
o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Art. 503, Código Civil. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
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