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para que haja contrato ainda quando esse consenso se manifestar sob a forma de

adesão a um acordo previamente estipulado pela outra parte.

Além dos elementos essenciais e indispensáveis, um contrato pode conter outras

cláusulas e condições especiais a serem ajustadas no âmbito da autonomia privada,

como condições suspensivas ou resolutivas, cláusulas de garantia etc.

Por fim, conforme a natureza do contrato, podem existir elementos naturais, tais

como a garantia legal quanto à ocorrência de vício oculto e a responsabilidade pela

futura ocorrência de evicção.

CONTRATOS ELETRÔNICOS
Genericamente, denomina-se contrato eletrônico aquele celebrado por meio de

redes, equipamentos e programas que possibilitem o encontro das vontades na

formação de um negócio jurídico de conteúdo patrimonial. Os contratos eletrônicos

podem-se formar entre:

Os contratos eletrônicos subordinam-se aos


princípios normativos do Direito Contratual em
geral e também aos princípios que lhes são
próprios.

São princípios inerentes aos contratos eletrônicos:


​ princípio da equivalência funcional entre os atos jurídicos

produzidos por meios eletrônicos e os atos jurídicos

produzidos por meios tradicionais;

​ princípio da inalterabilidade do direito existente sobre

obrigações e contratos;

​ princípio da identificação, que diz respeito à devida

identificação das partes celebrantes um contrato por meio

das redes de computadores, e

​ princípio da verificação, segundo o qual todos os

documentos eletrônicos relacionados devem ser

armazenados para possibilitar a sua verificação futura.

CONCLUSÃO
Ao longo deste módulo, vimos as etapas que compõem as várias fases do processo

contratual. Dessa forma, pudemos analisar a negociação, a tomada de decisão, a

formação do contrato e o conteúdo contratual, assim como os seus elementos

essenciais e aqueles que as partes podem vir a, livremente, nele inserir.

GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DO CONTRATO

Neste módulo, focalizaremos a fase contratual propriamente dita, ou seja, a fase dos

efeitos do contrato em relação às partes e a terceiros, o adimplemento e o

inadimplemento contratual.

Além disso, também abordaremos o desequilíbrio econômico-financeiro do

contrato. De enorme aplicabilidade prática, o estudo do inadimplemento, dos

encargos incidentes e das cláusulas penais que podem ser ajustadas para minimizar

os transtornos da quebra do contrato são destaques deste módulo.


No início das tratativas, as partes idealizaram o resultado que lhes seria

proporcionado pelo contrato. Esse ideal foi sendo ajustado em vista dos interesses

do outro contratante e resultou em um instrumento de realização recíproca de

interesses.

Por vezes, o resultado final da negociação não contempla todos os desejos do

contratante, que é obrigado a ceder em prol dos interesses do outro. É importante,

contudo, que sejamos capazes de identificar quais expectativas se mantiveram

legítimas e devem, tanto quanto possível, ser satisfeitas durante a execução do

contrato. Somente assim é possível dizer que houve adimplemento.

Adimplir é, portanto, mais que realizar o pagamento: é ter o cuidado para que esse

pagamento corresponda àquilo que é legitimamente esperado pelo credor, à luz de

tudo o que aconteceu até o momento.

A legítima expectativa, por sua vez, não deve ser confundida com o mero desejo,

pois, inúmeras vezes, as partes desejam efeitos que não condizem com o que foi

contratado, criando, mentalmente, efeitos incompatíveis ou incoerentes com o que

foi acordado.

EFICÁCIA DO CONTRATO EM RELAÇÃO A TERCEIROS

Uma das características de maior destaque dos direitos obrigacionais é a eficácia

relativa dos direitos e deveres que têm origem nessa relação. Desse modo, o

contrato obrigaria ordinariamente as partes e somente elas.

No entanto, por mais de uma razão, podemo-nos deparar com situações em que o

contrato produzirá efeitos que ultrapassarão os limites subjetivos da relação jurídica

e afetarão a esfera de terceiros.


Há situações, por exemplo, em que o contrato celebrado entre o fabricante de um

produto e determinado comerciante pode apresentar condições comerciais tão

especiais que cheguem a afetar concorrentes que revendem o mesmo produto. Tais

efeitos podem ser nocivos ao ambiente concorrencial, de interesse coletivo da

sociedade, acarretando medidas jurídicas dos terceiros prejudicados contra o

contrato em questão.

Além disso, existem situações em que, no próprio contrato, estão previstos efeitos

em relação a terceiros, como no caso em que se determina o terceiro como

beneficiário de um contrato de seguro, por exemplo.

Tudo isso nos leva a compreender que, embora a eficácia inter partes seja a regra

geral, ela pode ser excepcionada por força de uma lei, em razão de um princípio

normativo ou por vontade das partes.

Nos tópicos Art. 467 do Código Civil – Lei 10.406/02 e Art. 471 do Código Civil – Lei

10.406/02, do site JusBrasil, podemos acessar tanto o texto legal quanto os agravos

de instrumento, os recursos especiais e outras situações em que os artigos de 467 e

471 do Código Civil foram mencionados.

DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO DO CONTRATO

Nesta unidade, enfocaremos um problema que costuma afetar os contratos,

principalmente em períodos de crise econômica: o desequilíbrio econômico. Ao

celebrar um contrato, as partes medem a extensão do ônus assumido em

comparação ao proveito que pretendem obter, alocando, de forma mais ampla ou

mais restrita, os riscos de que a contratação possa sofrer alterações nessa base de

troca.
Quando isso acontece, deparamo-nos com uma situação de maior onerosidade para

uma das partes, que pode ou não acarretar a revisão daquilo que foi

convencionado. A possibilidade de revisão das obrigações contratadas deve ser

considerada como excepcional, pois, se, por um lado, representará um alívio para a

parte sobrecarregada, por outro, poderá representar a frustração das expectativas

legítimas da outra parte.

Imagine um indivíduo que tenha sido atraído pela oferta de um banco para adquirir

um bem durável por meio do financiamento do preço em 60 parcelas mensais fixas.

Digamos que, após dois anos da contratação, o banco alegue que, sem reajuste

contratual, os efeitos da inflação tornam a operação excessivamente onerosa para o

banco, que pretende, com isso, obter a revisão do valor das parcelas (lembre-se de

que essas parcelas seriam fixas inicialmente).

Nessa hipótese, aliviar o banco do ônus da inflação corresponderá também à

frustração da expectativa legítima do tomador do empréstimo de que os riscos da

inflação estariam afastados pela cláusula de parcelas fixas.

Como veremos ao longo desta unidade, não basta apenas a existência de uma

alteração no equilíbrio econômico do contrato para que ele seja alterado. Outros

fatores também devem estar presentes.

INADIMPLEMENTO CONTRATUAL

O inadimplemento é um fato frequente na realidade das relações contratuais.

Embora se trate de uma anormalidade sob o ponto de vista do que foi ajustado, é

uma situação que ocorre inúmeras vezes.

Nesse sentido, podemos dizer se tratar de um risco previsível do contrato que

merece atenção desde o momento inicial da contratação.

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