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Acordo de negociação
Pode ser um instrumento útil na negociação de contratos complexos.
Acordo de base
Modalidade utilizada em negociações de grande complexidade em que as partes
podem, desde logo, identificar uma base contratual comum entre as suas vontades e
fazer revestir essa base comum por via de um acordo mútuo.
Acordo quadro
Apresenta a particularidade de traduzir também uma manifestação contratual que
constitui a cobertura sob a qual serão realizados no futuro outros contratos.
Por exemplo: acordo bancário, normalmente, de abertura de conta que constitui o
enquadramento onde todos os outros contratos que venham a ser desejados pelas
partes envolvidas poderão ser celebrados (concessão de crédito, prestação de
serviços, negócio bancário).
Protocolo complementar
A celebração de um contrato essencial, nuclear que depois será complementado em
determinados aspetos particulares. Visa única e exclusivamente a regulamentação que
já foi estipulada para o contrato nuclear.
Acordos mitigados
Não traduz uma menor relevância jurídica para este tipo de contratos, a expressão não
visa indiciar que estes contratos estabelecem uma vinculação menor do que a de
outros contratos base propriamente ditos.
Pretende significar é que os vínculos que resultam desta contratação mitigada sejam
vínculos diferentes daqueles que são estabelecidos no âmbito dos contratos principais.
Definem os comportamentos e as manifestações de vontade das partes, mas essa
vinculação nesse sentido mantem-se igual àquela que vigora nos contratos principais.
O acordo de cavalheiro a situação coloca-se com alguma diferença, porque podem dar
lugar, em certas circunstâncias, à verificação de uma proteção jurídica. Essa proteção
jurídica, no entanto, pode assumir uma forma muito linear, técnica.
Por exemplo: art.º 809 Código Civil – obrigações naturais e, ainda, art.º 402 Código
Civil. São deixados pelo direito fundamentalmente no âmbito da consciência da
palavra de atos, as partes são pessoas que respeitam a palavra dada e pautam a sua
vida pelo cumprimento das responsabilidades que assumem independentemente de
elas serem juridicamente demandáveis ou não.
Razão de solidade
A solidade que a lei impõe a certas declarações negociais dão mote, importância do
negócio a ser celebrado. É um negócio que revela o ponto de vista da vivência social,
uma relevância assinalada.
Três patamares
Forma legal – é aquela que é exigida pela própria lei para garantir a validade de
determinada declaração negocial.
Forma voluntária – embora não seja exigida por lei ou por convenção, no entanto, o
declarante adota-a livremente consoante a sua vontade.
Forma convencional – forma que será utilizada por acordo entre as partes.
Chegou-se a esta conclusão com um escrito fundamental feito por um jurista alemão
do século 19, cujo nome é Rudolph Von Jhering. Este senhor, com base nas
informações que recolhei a propósito dos contributos feitos pelos juristas romanos
antes de Cristo, criou um mecanismo onde chegou à conclusão que mesmo no período
de formação do contrato, enquanto o contrato ainda não está concluído, isso não
significa que as partes envolvidas possam atuar de qualquer maneira. Então,
identificou dois pilares para sustentar este mecanismo: pilar da culpa e pilar da
responsabilidade, ou seja, quem, durante esse período, atue com culpa pode vir a ser
responsabilizado pelos danos que tenha causado à outra parte por via do seu
comportamento culposo.
Este sistema fundamentava-se, desde logo, numa ideia de que mesmo no período pré
contratual existe a necessidade de tutelar a confiança mútua, isto é, quando as partes
negoceiam para virem a celebrar um contrato, é natural que se entenda que todas elas
assentam numa base de confiança mútua. Porque se essa confiança não existir
provavelmente as negociações nem terão início. Quando se define um nível de
confiança para interpelar negociações, então deve também ser tutelada essa mesma
confiança evitando que as partes adotem comportamentos que ofendam essa
confiança, que manchem essa confiança.
As razões em que assenta a necessidade de tutelar o período pré negocial são: a tutela
da confiança (as partes depositam confiança uma nas outras, tendo em vista a
celebração de um contrato) e tutela da primazia da materialidade subjacente a esse
período.
Boa-fé objetiva
Art.º 227, n.º 1 do Código Civil – refere-se à pauta de conduta em abstrato, que vai
permitir que lhe seja subsumido o comportamento do sujeito e seja possível apurar se
o sujeito está a agir de boa-fé ou não.
Art.º 1260, n.º 1 do Código Civil.
De acordo com o que está fixado no nosso código, a solução adotada permite concluir
que de facto a responsabilidade pré contratual tem uma natureza obrigacional.
Até porque o próprio art.º 227, n.º 2 refere que a responsabilidade prescreve nos
termos do art.º 498 – este último artigo verifica que se encontra numa subsecção
relacionada com a responsabilidade por factos ilícitos, isto é, responsabilidade por
incumprimento contratual.