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TGNJ OT

Duvidas: Negócios causais, como o próprio nome indica, tem uma causa própria, que lhes
tipifica o próprio regime, pense por exemplo na compra e venda o facto de haver alguém que
pretende transferir um direito de propriedade ou qualquer outro direito sobre determinada
coisa, para outrem ficando esta de pagar um preço, esta relação jurídica carateriza todo o
regime do contrato de comporá e venda da mesma maneira num contrato de doação o eu
querer beneficiar alguém ou enriquecer alguém á custa do meu património carateriza
determina especifica todo o regime do contrato, são aqueles que têm uma causa própria quer
lhes destina, do seu próprio regime jurídico.

Por sua vez os contratos abstratos são aqueles que podem servir a uma multiplicidade de
causas e portanto não têm uma causa que os distingue que os define um regime, pois seguem
uma multiplicidade de causas.

Ex paradigmático de um negocio abstrato. Eu passo lhe um cheque, eu ordeno ao meu banco


através de um cheque que lhe pague uma determinada quantia, não sabendo para que foi essa
quantia entende se que esse negocio é abstrato porque pode seguir uma multiplicidade de
causas. No negocio de compra e venda não há hipótese.

No código a partir dos arts 874 e seguintes tem uma serie de contratos, compra e venda,
doação, sociedade, etc. Todos eles têm uma causa, pois é essa causa que vai determinar todo
o regime jurídico.

Principio básico é que a regra é que o negocio abstrato para serem validos têm que estar
previstos ou seja a regra é que não há negócios sem causa. A regra é que todo o negócio tem
que ter uma causa, a excepção é que há certos negócios que podem servir para uma
multiplicidade de causas.

Ex: Suponho que escrevo no papel o seguinte, eu jose Carlos, confesso e reconheço me
devedor da matilde numa quantia de 5oo euros, vamos ao notário e o notário autentica este
documento, certifica o conteúdo daquele documento. Está lá escrito a causa? Não está, mas
agora se quiser utilizar esse documento para exigir de mim o pagamento dos 500 euros vai ter
que alegar a causa, alegar. Mas se eu não quiser pagar sou eu que vou ter que provar que não
há causa , porque como a lei presume que todo o negócio tem que ter uma causa, há de haver
uma causa e por isso é que se obriga a matilde a alegar uma causa não tem é que provar que
ela existe eu é que tenho que provar que não existe, isto chamasse – uma inversão do ónus da
prova, porque aquele documento faz presumir que a causa existe mas como não está lá tem
que alegar, eu é que tenho que provar que não existe causa.

No código civil art 458, está lá dito, se alguém por simples declaração unilateral ou reconhecer
uma divida sem indicação da respetiva causa, fica o credor de ser dispensado de provar a
causa cuja existência se presume até prova em contrária.

Aqui está o indicio da regra que todos os contratos têm que ter uma causa excepto aqueles
que servem uma multiplicidade, esses são os abstratos.

Como é se distingue um contrato legalmente atípico de um contrato típico?

Os contratos atípicos não têm um regime previsto na lei.


Onde é que está prevista a possibilidade de se puderem celebrar contratos que não têm
regime previsto na lei?

No art 405. Que consagra o principio da lei da liberdade contratual.

Dentro dos limites da lei as partes têm a liberdade de fixar livremente o conteúdo dos
contratos, celebrar contratos diferentes previstos neste código ou incluir nestes as clausulas
que melhor lhe aprovir . Obviamente que este principio é mais amplo do que está aqui, dentro
da liberdade contratual também está a liberdade de contratar ou não contratar, eu sou livre de
contratar com que eu quiser, isto é assim ou não? Sim, mas há exceções.

Deem um ex de uma excepção que eu não sou livre de contratar.

- Medicos assistentes, sacerdotes, etc.

Se eu tiver o meu imóvel arrendado e quiser vender e se a pessoa que é inquilina estiver a
viver há mais de 2 anos, eu não sou livre de o vender, tenho que dar o direito de preferência,
tenho que comunicar a minha decisão de venda, com os elementos todos essenciais do
negócio pois se ela quiser tem preferência.

Quando celebro um contrato de promessa com alguém também deixo de ter a liberdade, se
prometi vender aquele é aquele que tenho que vender, sob pena de violando a promessa.

Vamos olhar para o art 405, o nº2 diz que as partes podem reunir no mesmo contrato regras
de 2 ou mais negócio total ou parcialmente regulados na lei, como se chamam estes contratos
que estão nº2 do art 405? Contratos mistos.

Os contratos mistos têm um regime previsto na lei? Não tem.

Então são contratos legalmente atípicos. Os contratos atípicos são os contratos mistos.

Dentro dos contratos mistos podemos encontrar 3 tipos:

- Contrato misto combinado: contrato de hospedagem

- Contrato misto em sentido restrito:

- Contrato de doação mista: classifica do como negócio indireto, porque se utiliza um


determinado fim contratual, mas pretende se um fim diferente do fim contratual escolhido

E agora o ( 19:24 não entendo) – é que as prestações das partes correspondem ao modelo
diferente.

O art 1022 do CC diz locação é um contrato pela qual uma das partes se obriga a proporcionar
á outra o gozo temporário de uma coisa mediante retribuição, o contrato de locação diz-se
arrendamento quando versa sobre coisa imóvel, aluguer quando incide sobre coisa móvel.

Qual é que é a obrigação principal do senhorio? Proporcionar o gozo temporário do imóvel.

Qual é que é a obrigação principal do inquilino? Pagar a renda mensal

Então e se o inquilino pagar a renda com serviços? Imaginem é canalizador e em vez pagar a
renda desentope os canos, temos um contrato misto porque uma das partes tem outro tipo
contratual. Mais importante que isto é, eles combinaram isto, foi acordado, mas este sr fartou-
se de desentupir os canos, já não presta este serviço, como é que vamos resolver isto?
Expressamente não tem um regime previsto na lei, este contrato misto, sendo um misto de
arrendamento e prestação de serviços. Uma das partes tem uma prestação típico com regime
contratual, arrendamento, a outra parte tem uma prestação atípico de outro tipo contratual
prestação de serviços. Mas agora temos aqui um litigio, como é que vamos resolver isto?

Por exemplo na doação mista ou na compra e venda por valor simbólico, o que comprou por
valor simbólico diz assim: “isto não está a funcionar, vou exercer a garantia e o vendedor diz:
eu quase que te dei isso, vais me exigir a garantia, não”. Temos um litigio.

Como se resolve? Temos 3 teorias.

Teoria da combinação, teoria da absorção e teoria da aplicação analógica.

Tem ordem ou não?

De facto podemos começar por tentar determinar se algum dos tipos contratuais é mais
importante para absorver o outro, aplica-se esse regime. Se não for possível determinar qual o
tipo contratual, o negócio que é mais importante com maior predominância, combinasse o
regime dos 2, se não for possível ainda assim tem-se que aplicar o regime do negocio que mais
se assemelha, absorve, combinasse, semelhança.

Como se distingue um contrato misto de união de contrato? Os contratos mistos há apenas 1


contrato que pode reunir elementos de diversos contratos previstos na lei na união de
contrato há 2 . Essa união pode ser externa, interna ou alternativa.

Ex de união alternativa: eu não sei se vou ser colocado definitivamente, enquanto professor no
algarve, e vou fazer um contrato de arrendamento mas se for colocado definitivamente faço
uma compra e venda, as partes estabelecem uma clausula sob um acontecimento futuro.

Ex de união interna: contrato de compra e venda de um automóvel com financiamento.


Portanto temos um comprador particular, temos a empresa do stand que vende o automóvel
etemos a entidade financeira. Aqui há uma ciprocidade em termos de contrato que os efeitos
de um ficam pendentes do outro. Reparem se por acaso vocês desistirem do contrato compra
e venda do automóvel, fazem um credito automóvel onde o dinheiro da financeira cai na conta
do stand e depois aparece o automóvel vocês como titulares mas com reserva de propriedade
a favor da financeira, mas entidade financeira não vos vendeu nada como é que tem lá o
nome?

Obviamente que na união interna de contrato se um está dependente do outro, se um só


produz efeito sob o outro é obvio que se vocês naquele prazo de arrependimento, dos 14 dias,
tem a resolver o contrato de compra e venda pois obviamente o contrato tem que ser dado
como resolvido.

Nestas situações é complicado, em que vos aparece uma reserva de propriedade em nome de
alguém que nunca foi proprietário do automóvel, nem pode ser, ele não tem como objeto ou
seja as financeiras não tem como objeto social a compra e venda do automóvel. Como é que
aparece o nome na reserva de propriedade? Pela simples razão que quando o stand envia os
papeis para o financiamento vai lá o requerimento para o registo automóvel como nome do
vendedor em branco e a financeira faz o registo e faz a reserva de propriedade. E porque que
isto é problemático? Imaginem que quem compra o automóvel é declarado insolvente, vai ser
avaliado o administrador de insolvência que vai reunir o máximo de valor de património da
pessoa insolvente para puder pagar puder pagar aos credores, e o que ele quer juntar na
massa insolvente? O automóvel. E quando ele o fizer aparece a financeira a dizer que o
automóvel não é dessa pessoa, o automóvel é meu tenho aqui o registo. O administrador de
insolvência vai dizer que não pode ser, quem devia ter o registo automóvel era o stand
portanto essa reserva de propriedade é nula. E temos litigio. Os próprios tribunais não sabem
como resolver estas situações, então o quê que dizem para tentar contornar as coisas, dizem
que se trata de um contrato que envolve vários tipos contratuais em que para ter havido
financiamento é essencial uma determinada garantia e essa garantia foi dada por quem
vendeu o automóvel ou seja dada á financeira como se fosse o banco a vendedor o automóvel
ao insolvente.

Isto para vos dizer que esta matéria dos contratos mistos que estão previstos na lei tem muito
que se lhe diga, mas temos os contratos que não estão previstos na lei mas que correspondem
a uma prática comum, normal. Como se chamam esses contratos? Aqueles que não têm
regime na lei mas são celebrados no dia a dia? Contratos socialmente típicos.

Ex : franchising . Os restaurantes mc donalds são franchising, o dono do restaurante celebra


um contrato de franchising com a mc donalds, tem que ter o design da mc e vender mc e
depois do lucro tem que pagar uma percentagem á empresa mc donalds, isto está previsto na
lei? Não está.

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