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Frequência MITI 2020

Metodologias de investigação e tecnologias da informação (Universidade Lusíada de


Lisboa)

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METODOLOGIA CIENTÍFICA
Para a elaboração de trabalhos académicos é necessário seguir uma metodologia, indispensável para
a validação do rigor científico do trabalho académico.

 Métodos científicosA utilização do método científico é uma exigência da produção


de conhecimento científico e pode ser definido como um "Esboço organizado e
sistemático dos problemas e experiências em que se define o problema, se
recompilam e analisam os dados, se deduzem uma ou mais soluções baseando-se na
informação que se possui e se propõe a aplicação destas soluções. Tem sempre em
conta as seguintes perguntas: Quem? O quê? Porquê? Para onde? Como?"
 Origem

Os principais métodos científicos tiveram origem nas correntes filosóficas do pensamento científico,
mas os vários autores têm abordagens diferenciadas sobre a classificação desses métodos. Com o
objetivo de facilitar a sua compreensão, foram escolhidos alguns autores que se debruçaram sobre
este assunto.

 Tipos de métodos científicos


 Segundo Fortin (métodos de investigação)

Qualitativo “O investigador que utiliza o método de


investigação qualitativa [...] observa, descreve,
interpreta e aprecia o meio e o fenómeno tal
como se apresentam, sem procurar controlá-
los.”
Quantitativo O método de investigação quantitativa é um
processo sistemático de colheita de dados
observáveis e quantificáveis. É baseado na
observação de factos objetivos, de
acontecimentos e de fenómenos que existem
independentemente do investigador.”

 Segundo Freixo

Indutivo “O método indutivo defende que na investigação se deve


começar por uma observação para que, no final de um processo,
se possa elaborar uma teoria [...] o raciocínio indutivo faz -se do
particular para o geral.”
Dedutivo “Este método, contrariamente ao indutivo, faz -se do geral para o
particular, ou seja, raciocinar dedutivamente é partir de
premissas gerais em busca de uma verdade particular. [...] As
conclusões são obtidas a partir das premissas, usando -se o
raciocínio lógico e, uma vez encontradas, as conclusões são
incontestáveis.”
Hipotético-dedutivo “O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper [...] A
lógica de Popper é simples: se uma conjetura implica certas
consequências observáveis e se estas consequências são
refutáveis, então a conjetura pode ser eliminada.”
Descritivo “Este método assenta em estratégias de pesquisa para observar e

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descrever comportamentos, incluindo a identificação de fatores


que possam estar relacionados com um fenómeno em particular.”
(p.106)
Correlacional “Este método tem como objetivo medir o grau e a direção de
uma relação entre duas variáveis que é expressa por um
coeficiente de correlação, ou ainda, quando uma teoria científica
postula a existência de uma correlação entre duas variáveis que
não podem ser analisadas experimentalmente.” (pp. 114 - 115
Diferencial “Este método permite comparar grupos de sujeitos que, entre si,
apresentam diferenças significativas relativamente a uma variável
2 /10 pré-existente, isto independentemente de a seleção do
grupo ser feita em conformidade com uma variável qualitativa,
como seja o sexo, o estatuto socioeconómico ou ainda uma
variável quantitativa, como sejam, a idade, ano de escolaridade
ou valor do salário.”
Experimental “A investigação experimental, sendo um método quantitativo, é
objetiva, orientada para o resultado e a para a comprovação,
fiável – significando com isso que os dados se apresentam
«sólidos» e repetíveis – e generalizável.” (p.118
Quantitativo “O método de investigação quantitativo tem por finalidade
contribuir para o desenvolvimento e validação dos
conhecimentos; oferece também a possibilidade de generalizar os
resultados, de predizer e de controlar os acontecimentos.
Qualitativo “O objetivo desta abordagem de investigação utilizada para o
desenvolvimento do conhecimento é descrever ou interpretar,
mais do que avaliar. [...] é uma extensão da capacidade do
investigador em dar sentido ao fenómeno.”

 Segundo Hernández, Fernández e Baptista

Enfoque qualitativo utiliza coleta de dados sem medição numérica


para descobrir ou aperfeiçoar questões de
pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu
processo de interpretação.
Enfoque quantitativo usa coleta de dados para testar hipóteses com
base na medição numérica e na análise
estatística para estabelecer padrões de
comportamento.

 Segundo Quivy e Compenhoudt (procedimentos)

Rutura Em ciências sociais, a nossa bagagem


supostamente «teórica» comporta numerosas
armadilhas, dado que uma grande parte das
nossas ideias se inspiram nas aparências
imediatas ou em posições parciais. [...] Daí a
importância da rutura, que consiste
precisamente em romper com os preconceitos e

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as falsas evidências, que somente nos dão a


ilusão de compreendermos as coisas.
Construção “Esta rutura só pode ser efctuada a partir de um
sistema conceptual organizado, suscetível de
exprimir a lógica que o investigador supõe estar
na base do fenómeno. [...] Sem esta construção
teórica não haveria experimentação válida. Não
pode haver, em ciências sociais, verificação
frutuosa sem construção de um quadro teórico
de referência.
Verificação “Uma preposição só tem direito ao estatuto
científico na medida em que pode ser verificada
pelos factos. Este teste pelos factos é designado
por verificação ou experimentação
Pergunta de partida A melhor forma de começar um trabalho de
investigação em ciências sociais consiste em
esforçar -se por enunciar o projeto sob a forma
de uma pergunta de partida. [...] A pergunta de
partida servirá de primeiro fio condutor da
investigação. [...] deve apresentar qualidades de
clareza, de exequibilidade e de pertinência.
Exploração Após a formulação da pergunta de partida “é
necessário, em seguida, atingir uma certa 5 /10
qualidade de informação acerca do objeto
estudado e encontrar as melhores formas de o
abordar. Tal é o papel do trabalho exploratório.
Este compõe -se de duas partes, [...] um trabalho
de leitura e, [...] entrevistas ou outros métodos
apropriados.
Problemática A problemática é a abordagem ou a perspetiva
teórica que se decide adotar para tratar o
problema colocado pela pergunta de partida. [...]
Construir a sua problemática quer dizer
responder à pergunta «como vou abordar este
fenómeno?».
Construção do modelo de análise O modelo de análise é o prolongamento natural
da problemática, articulando de forma
operacional os marcos e as pistas que serão
finalmente retidos para orientar o trabalho de
observação e de análise. É composto por
conceitos e hipóteses estreitamente articulados
entre si para, em conjunto, formarem um quadro
de análise coerente.
Observação A observação compreende o conjunto das
operações através das quais o modelo de análise
é confrontado com dados observáveis. [...]
Conceber esta etapa de observação equivale a
responder às três perguntas seguintes: observar
o quê?; em quem?; como?
Análise das informações “A análise das informações é a etapa que trata a
informação obtida através da observação para a

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apresentar de forma a poder comparar os


resultados observados com os esperados a partir
da hipótese. [...] Os principais métodos de
análise das informações são a análise estatística
dos dados e a análise de conteúdo.
Conclusões A conclusão de um trabalho de investigação
social compreende geralmente três partes:
primeiro, uma retrospectiva das grandes linhas
do procedimento que foi seguido; depois, uma
apresentação pormenorizada dos contributos
para o conhecimento originados pelo trabalho e,
finalmente, considerações de ordem prática.

 Processo metodológico

O processo de elaboração do trabalho académico passa por um conjunto de procedimentos que vão
desde a sua fase de conceção, passando pela metodologia escolhida, até à fase de recolha, análise e
tratamento dos dados e respetiva comunicação dos resultados.

 Fases

como não há uma uniformização no que respeita a esta questão e os autores apresentam algumas
variações relativamente ao assunto, optou-se por escolher um modelo, proposto por FORTIN, com as
fases e as respetivas etapas do processo metodológico que esta autora propõe.

 Fase conceptual

Escolher e formular um problema de A escolha do tema ou domínio que se pretende


investigação estudar deve ter em conta a pertinência do
estudo e o contributo teórico e prático que
deve rá trazer para a disciplina.
Fazer revisão da literatura Tem como objetivo tomar conhecimento sobre
o estado da questão que pretendemos
investigar, o que irá permitir a delimitação do
domínio, ou mesmo, a reformulação do
problema de investigação. Serve também para
determinar os conceitos ou a teoria que vai
estar na base do quadro de referência.
Construir quadro de referência Vai definir a perspetiva de abordagem do
problema de investigação e contextualizar o
estudo. Pode ser conceptual, se faz referência a
conceitos provenientes de teorias, de
experiências e investigações, ou pode ser
teórico, se explica as relações entre os
conceitos estudados.
Definir o objectivo, as questões de investigação O objetivo deve esclarecer com clareza o que o
ou as hipóteses investigador pretende fazer durante toda a
investigação e, dependendo do tipo de
investigação, serão colocadas questões, caso de
trate de um estudo exploratório ou descritivo,

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ou hipóteses, se for um estudo correlacional ou


experimental.

 Fase metodológica

Traçar um plano de investigação A elaboração do plano é necessária para


especificar o tipo de investigação que se vai
utilizar (descrição ou exploração de um
fenómeno, verificação de hipóteses,
comparação de fenómenos, análise de
associações e diferenças, etc.)
Definir a população e a amostra É definida a população alvo (pessoas, grupos,
objetos), os critérios de seleção da mesma e a
amostra (nº de elementos tirados da população
alvo e que são convidados a participar no
estudo) que se pretende trabalhar.
Definir as variáveis As variáveis vão permitir a observação e a
medição de conceitos.
Escolher os métodos de recolha e análise dos Escolha dos instrumentos de recolha de dados
dados (entrevista, questionário, grelha de observação,
etc.) que irão ser utilizados, devendo o
investigador assegurar a fiabilidade e validade
dos mesmos e, dos tipos de análise estatística
que serão relevantes no tratamento dos dados.

 Fase empírica

Recolher os dados A recolha de dados deve ser efetuada a partir


de um plano previamente estabelecido e com
recurso aos instrumentos escolhidos
Analisar os dados A análise dos dados tem como objetivo obter
resultados que permitam a sua interpretação
pelo investigador.
Interpretar os resultados O investigador explica os resultados obtidos,
tira as suas próprias conclusões e propõe
recomendações ou deixa abertas questões para
futuras investigações.
Comunicar os resultados A comunicação dos resultados da investigação é
feita através da elaboração de um documento.
Pode também ser feita em conferências ou
revistas científicas.

 Epistemologia

A palavra epistemologia vem do grego "episteme" (ciência, conhecimento) e "logos" (discurso,


estudo), e é um dos ramos da filosofia que se dedica ao estudo da teoria do conhecimento e procura
investigar as origens, a natureza, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento humano.

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 Ciência: o que é ?

De acordo com o Manual de Frascati, a ciência é um "Conjunto organizado de conhecimentos sobre


os mecanismos de causalidade dos factos observáveis, obtidos através do estudo objetivo dos
fenómenos empíricos."

 Evolução da ciência

Antiguidade Clássica (600a.C. - 300d.C.)

Idade Média (300 – 1350)

Renascimento (1350 – 1650)

Iluminismo (1650 – 1800)

Modernidade (1800 – 1945)

Contemporaneidade

 Características da ciência

Neutralidade - Para Oliveira a ciência não deve envolver juízos de valor, deve-se limitar apenas a
apresentar factos reais e atuar em conformidade com o método científico. Segundo este autor,
durante o processo científico existem três domínios (escolha do tema, metodologia utilizada e
conteúdo das proposições científicas) a que corresponde uma faceta da tese da neutralidade, a
saber:
 "Tese da neutralidade temática: a ciência é neutra porque o direcionamento da
pesquisa científica, isto é, a escolha dos temas e problemas a serem investigados,
responde apenas ao interesse em desenvolver o conhecimento como um fim em si
mesmo."
 "Tese da neutralidade metodológica: a ciência é neutra porque procede de acordo
com o método científico, segundo o qual a escolha racional entre as teorias não deve
envolver, e de maneira geral não tem envolvido, valores sociais."
 "Tese da neutralidade factual: a ciência é neutra porque não envolve juízos de valor;
ela apenas descreve a realidade, sem fazer prescrições; suas proposições são
puramente factuais."

Autonomia - Segundo Oliveira a ciência é autónoma porque a comunidade científica desenvolve a


sua atividade dentro dos seus próprios valores, que são universais e intemporais, bem diferentes dos
valores sociais que variam de cultura para cultura. Essa autonomia deve ser vista como uma
exigência para que a prática científica não esteja sujeita a qualquer tipo de interferências, sejam elas
religiosas, políticas ou ideológicas.

Objetividade - A ciência é objetiva porque como diz Vilelas "deriva do objeto, tem a ver com o que se
estuda, a coisa ou o problema acerca do qual desejamos saber algo”. Objetividade significa, portanto,
obter conhecimento que concorde com a realidade do objeto, que o descreva ou explique tal qual
como é, e não como desejaríamos que fosse."

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 Recolha de informação

 Leitura

Quando se elabora um trabalho científico, uma das primeiras tarefas que executamos é a leitura de
monografias ou artigos de revistas previamente selecionados sobre o assunto que pretendemos
investigar. A assimilação de conhecimentos efetuados através das várias leituras que efetuamos vai
permitir o enquadramento da temática e respetiva reflexão.

É necessário ter alguns aspetos em consideração para se poder ter uma boa leitura:

Atenção Sem concentração na leitura, não é possível


compreender e muito menos assimilar os
conteúdos básicos do texto;
Tempo É necessário reservar tempo para as leituras;
Intenção Interesse em obter, através da leitura, mais
conhecimento sobre determinado assunto;
Reflexão Tirar as considerações e ilações sobre o que se
lê, de modo a conseguir uma melhor
assimilação do pensamento do autor;
Espírito crítico Durante a leitura deve-se ir fazendo uma
avaliação da obra, o que significa julgar,
comparar, aceitar ou não os pontos de vista do
autor e emitir a uma opinião própria, não
deixando de reconhecer os pontos fortes e
fracos do texto;
Análise Divisão do tema em partes, ver as relações que
existem entre cada uma delas, e o modo como
se organizam;
Síntese Resumir os pontos essenciais de cada parte,
excluindo os aspetos secundários e acessórios,
mas seguindo o fio condutor do pensamento do
autor.

Existem também vários tipos de fontes.

Primária Fonte original, "cujo conteúdo Livros, publicações em série,


é a primeira consequência da relatórios científicos e
atividade do intelecto". técnicos, atas de congressos,
programas de investigação,
teses, etc.
Secundária "Aquela que contém dados e Revistas de títulos e de
informação sobre fontes resumos, bibliografias,
primárias". catálogos de bibliotecas, guias
bibliográficos, repertórios,
anuários, diretórios, etc.
Terciária "Obra especializada que Obras de referência,
abrange um conjunto de enciclopédias, dicionários e
informações ou explicações repertórios.
concisas relacionadas com
temas, autores, trabalhos,

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associações, recursos, etc.;


estas fontes repertoriam,
selecionam e organizam fontes
primárias e secundárias."

Resumo - Segundo Quivy e Campenhoudt, o resumo de um texto deve apresentar, de modo sintético
e com palavras próprias de quem resume, as principais ideias apresentadas pelo autor, preservando
a unidade do seu pensamento. Deve permitir que o leitor tome conhecimento sobre o conteúdo do
texto sem que tenha consultado o mesmo.
Se houver necessidade de fazer citações, as mesmas devem ser assinaladas entre aspas. A coluna de
notas para a construção do novo texto apresentada na grelha de leitura, constitui uma boa ajuda
para a elaboração de resumos, uma vez que a informação vai sendo estruturada à medida que a
leitura do texto é feita.

 Entrevistas exploratórias

As entrevistas exploratórias, segundo Quivy e Campenhoudt (2008), servem para ajudar o


investigador a descobrir qual o melhor caminho a seguir na investigação. Tendo como base as leituras
efetuadas, o investigador necessita encontrar pistas de reflexão e verificar se as hipóteses de
trabalho que colocou são as mais indicadas para a investigação que se propõe realizar.

O recurso às entrevistas exploratórias pode e deve ser feito, junto de docentes ou especialistas na
área temática da investigação, junto de pessoas que estão ligadas, por inerência do seu trabalho, à
problemática em estudo, e junto do público a quem se destina a investigação, porque nos podem
orientar e sugerir pistas para as quais não tínhamos pensado.

Estas entrevistas não necessitam de grande elaboração, devendo ser conduzidas de forma aberta,
optando-se por deixar o entrevistado falar da sua experiência.

 Revisão da Literatura

Utilizando as fontes de informação (primárias, secundárias e terciárias) que estão ao nosso dispor,
devemos procurar, identificar, consultar e obter aquelas que façam o enquadramento do que foi
produzido cientificamente na área que nos propomos investigar.

Também chamada de "estado da arte" reveste-se de importância crucial para a elaboração de todos
os tipos de trabalhos científicos, devendo por isso o investigador ter em consideração a fiabilidade
dos recursos pesquisados e a sua pertinência para o estudo que pretende realizar.

 Instrumentos de recolha de dados

Existem vários instrumentos que nos permitem obter a informação necessária à realização do nosso
trabalho.

Questionário

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 Conjunto de perguntas pré-estabelecidas, colocadas a um determinado grupo de pessoas


representativas da população que pretendemos estudar, de modo a obter informações
válidas sobre o objeto de estudo.
 As perguntas podem ser abertas (permitem que o inquirido dê a sua opinião e responda
livremente, pelas suas próprias palavras); fechadas (resposta com opção afirmativa ou
negativa); e múltiplas (perguntas fechadas, mas que oferecem uma série de possíveis
respostas).

Entrevista

 Conversa entre duas pessoas, frente a frente, em que o entrevistador tem como objetivo
principal recolher informações do entrevistado sobre determinado assunto.
 Muito utilizada na área das Ciências Sociais, pode ter algumas variantes: semidiretiva ou
estruturada em que existe um guião com perguntas pré-estabelecidas, relativamente
abertas, às quais o entrevistado deve responder livremente, sem no entanto, fugir às
questões que lhe são colocadas; centrada ou focused interview para obter informações sobre
um determinado acontecimento ou experiência vivida pelo entrevistado, recorrendo o
entrevistador a uma lista de tópicos relativos ao problema em estudo e não a um guião com
perguntas preestabelecidas.

Observação direta

 Na observação direta é o próprio investigador que efetua a recolha de informações, através


da sua observação visual, sem a intervenção dos observados, ao contrário do questionário e
da entrevista onde existem dois agentes intervenientes no processo: o entrevistador e o
entrevistado.
 Segundo Ander-Egg apud Marconi & Lakatos existem as seguintes variantes: observação não
estruturada ou assistemática, observação estruturada ou sistemática, observação não-
participante, observação participante, observação em grupo, observação na vida real e
observação em laboratório.

Dados pré-existentes

 Os dados preexistentes, sobretudo os dados estatísticos ou a grande variedade de


documentos, provenientes de instituições, de particulares ou de organismos públicos e
privados, permitem ao investigador economizar em tempo e dinheiro no acesso a um imenso
conjunto de informação disponível, desde que saiba reconhecer a credibilidade das
entidades que os produziram ou validar a autenticidade dos documentos textuais.
 Segundo Quivy & Campenhoudt, podem ser de dois tipos: dados secundários (recolha de
dados estatísticos, produzidos por organismos oficiais) e dados documentais [recolha de
documentos de forma textual provenientes de instituições públicas e privadas (leis,
regulamentos, actas, etc.) ou de particulares (cartas, narrativas, memórias, etc.)]

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 Métodos de análise das informações

Depois da recolha dos dados é necessário proceder-se à análise dessa informação de modo a
verificar se os resultados obtidos vão de encontro às expectativas inicialmente colocadas através das
hipóteses ou se, por outro lado, os dados observados revelam novos factos e relações importantes
que não devemos descurar, e que poderão levar a uma revisão e afinação das hipóteses.

Análise de conteúdo

Este método procura retirar informação de fontes como artigos de jornais, discursos políticos,
documentos oficiais, programas audiovisuais, obras literárias, actas de reunião ou entrevistas pouco
directivas a partir de processos técnicos que vão permitir ao investigador inferir certas características
de conteúdo ou as relações que existem entre elas com o objectivo de construir um conhecimento
sobre o objecto de estudo.

Análise estatística dos dados


Com o desenvolvimento da informática e o crescente uso do computador, alargou-se o campo de
apresentação gráfica e manipulação de dados estatísticos, uma vez que através de programas
informáticos é possível trabalhar dezenas de variáveis ao mesmo tempo.

Trabalho de campo

Também chamado de field research é muito utilizado em antropologia e sociologia para o estudo, in
loco, dos comportamentos de determinados grupos e das interações entre si.

 Métodos de estudo

Os métodos de estudo têm como objetivo proporcionar ao aluno um conjunto de regras e


procedimentos que lhe permitam organizar o estudo, de modo a obter os melhores resultados.

 Ambiente de trabalho

O local de estudo deve ser adaptado às necessidades do aluno, no entanto devem ser tidos em conta
os seguintes aspetos:

 Reservar um espaço próprio para o estudo:


 Ser um local confortável, com boa iluminação, arejado, sem barulhos ou
distrações de qualquer tipo;
 Levar consigo o material de que vai necessitar para evitar interrupções no
estudo;
 Pedir, sempre que possível, para não ser interrompido durante o estudo.

 Necessidades fisiológicas

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Para obter melhores resultados, o aluno deve sentir-se bem, física e psicologicamente, devendo por
isso tentar reunir as seguintes condições:

 Dormir cerca de oito horas diárias;


 Fazer uma alimentação saudável;
 Praticar regularmente desporto ou atividade física;
 Alternar períodos de estudo com atividades de lazer.

 Gestão do tempo

O aluno deve saber gerir o estudo com todas as outras atividades que fazem parte da sua vida, em
função das suas necessidades e características pessoais. Para o efeito, tem que ter em consideração
os seguintes pressupostos:

 Identificar os objetivos e metas a atingir;


 Estabelecer prioridades;
 Elaborar um plano semanal, onde se incluem todas as atividades diárias,
devidamente identificadas. Este plano deve ser pessoal, tendo em conta as
aulas e as atividades extracurriculares de cada aluno, realista, no sentido de
ser viável a sua concretização, reajustável, caso seja necessário fazer alguma
alteração, equilibrado, porque deve incluir todas as atividades fundamentais
para o bem-estar físico e emocional do aluno e controlável, para que o aluno
possa aferir facilmente a concretização dos objetivos e metas a que se
propôs;
 O número de horas de estudo destinado a cada unidade curricular depende
da complexidade da mesma, do interesse que o tema tem para o aluno, do
método de ensino usado pelo docente, do número de aulas semanais, etc.
No entanto, o aluno não deve gastar demasiado tempo com as unidades
curriculares que são do seu agrado, em detrimento daquelas que gosta
menos.

 Motivação

A motivação é essencial para que o aluno se concentre no seu objeto de estudo e não desista
quando surgem as primeiras dificuldades. A confiança em si próprio e nas suas capacidades constrói-
se à medida que vai ultrapassando as dificuldades e alcança pequenas metas. O aluno autoconfiante
enfrenta melhor os obstáculos, porque acredita em si e na sua capacidade para derrubar os entraves
que vão surgindo.

TRABALHO ACADÉMICO

A elaboração do trabalho académico pressupõe o conhecimento de uma série de procedimentos e


regras que são obrigatórios para as várias tipologias de documentos. São estes normativos que vão
permitir reconhecer um trabalho académico e conferir-lhe o rigor científico que lhe é exigido.

 Tema do trabalho

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A escolha do tema do trabalho obedece a uma série de critérios que deverão ser tomados em
consideração, tais como:

 O autor do trabalho deve identificar-se com a área temática que escolheu e


sobre a qual possui, à partida, algum conhecimento;
 Não deve escolher um tema muito abrangente, mas optar por delimitar a
questão a estudar;
 O tema, sempre que possível, deve ser original, não ter sido objeto de muita
investigação já publicada ou deve acrescentar novos conhecimentos aos
trabalhos anteriormente realizados na mesma área temática;
 A escolha do tema tem que merecer a concordância do orientador do
trabalho;
 Ter a certeza que existe literatura de referência de modo a fundamentar os
objetivos do trabalho a realizar.

O orientador deve ser uma autoridade reconhecida pela comunidade científica da matéria que se
pretende investigar, nomeadamente através do seu percurso académico e dos trabalhos que
publicou.

Depois da escolha do tema do trabalho é necessário construir uma problemática, ou seja, saber
como abordar o assunto que pretendemos investigar. Para o efeito, é indispensável fazer uma revisão
da literatura que nos elucide sobre as várias abordagens teóricas do problema, tendo em vista a
formulação do quadro teórico mais adequado à investigação que nos propomos fazer.

O projeto de investigação é elaborado no seguimento da definição da problemática e tem por


objetivo a aprovação do trabalho académico em questão. O mesmo deve incluir:

 Apresentação da temática a investigar;


 Os objetivos do estudo;
 As questões-chave do problema;
 Revisão/enquadramento teórico do tema;
 Metodologia a utilizar;
 Proposta de plano do trabalho;
 Cronograma;
 Recursos informáticos a consultar;
 Resultados académicos e práticos esperados;
 Bibliografia.

Cronograma - calendarização de todas as etapas que estão na base de um trabalho académico. Deve
vir especificado o período de tempo (início e fim), o tipo de tarefas e as horas que se prevê dispensar
para cada uma delas.

 Tipologias de trabalho

Tipologia Definição
Apresentação oral (discurso livre) Comunicação verbal apresentada por um
orador perante uma assistência e que tem
como objetivo dar a conhecer o produto do
trabalho realizado sobre determinado assunto.
Apresentação oral (apoiada num software) Apresentação oral apoiada numa plataforma
visual com os principais tópicos do assunto que

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se pretende apresentar, recorrendo para isso a


um software (e.g. PowerPoint). Este tipo de
apresentação tem como objetivo, por um lado,
auxiliar o orador na sua exposição e, por outro,
tornar a apresentação menos monótona para
os ouvintes. Atualmente, é utilizada como apoio
na defesa de teses, dissertações e apresentação
de comunicações.
Comunicação (também designada por paper) Texto apresentado num congresso, simpósio,
seminário, workshop, etc., com o objetivo de
informar a comunidade científica dos últimos
resultados de investigação em determinada
área do conhecimento, sendo posteriormente
publicado em revistas da especialidade.
Dissertação "Exposição de natureza científica de um tema
original, orientada por um doutor ou por um
especialista de mérito reconhecido,
especialmente realizada para a obtenção do
grau de mestre, objeto de apreciação e
discussão pública por um júri nomeado pelo
órgão legal ou estatutariamente competente do
estabelecimento de ensino superior nacional ou
estrangeiro. Constitui uma das possíveis partes
integrantes no ciclo de estudos conducente ao
grau de mestre a que corresponde o mínimo de
35% do total dos seus créditos."
Ensaio Pequeno texto, não ficcionado, sobre um
determinado tópico em que é pedido ao autor a
sua opinião sobre o assunto. A escrita deve ser
clara e concisa, deve possuir uma estrutura,
composta por um parágrafo introdutório do
tema, alguns parágrafos de desenvolvimento
apoiados em exemplos e evidências, e uma
conclusão sobre as ideias desenvolvidas.
Estudo de caso "Um estudo de caso é uma investigação
empírica que investiga um fenómeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida
real, especialmente quando os limites entre o
fenómeno e o contexto não estão claramente
definidos."
Monografia de licenciatura Trabalho académico apresentado no fim de
alguns cursos do 1.º ciclo do ensino superior,
com vista à obtenção do grau de licenciatura.
Deve ser um estudo detalhado de um assunto
específico na área científica do curso, escolhido
pelo aluno com o apoio do orientador.
Projecto de investigação Documento orientador do projeto de
dissertação ou de tese que é submetido, pelo
aluno, à aprovação do Conselho Científico do
estabelecimento de ensino superior. Vai dar
origem ao início do processo de investigação e

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consiste na apresentação do tema do trabalho,


os objetivos que se pretende atingir, a revisão
da literatura sobre a temática, a metodologia
utilizada, o plano estruturado do trabalho, um
cronograma com as várias fases bem
delimitadas e os resultados quer académicos,
quer práticos que se espera obter.
Recensão Trabalho de apresentação de um documento
(livro, artigo, etc.), em que o autor faz uma
descrição e avaliação do conteúdo do mesmo,
analisando os seus pontos fortes e fracos e
dando a sua opinião crítica sobre o assunto.
Relatório de estágio Pode ser enquadrado no âmbito duma
licenciatura ou mestrado e consiste no relatório
final de um estágio de natureza profissional,
submetido a um tema escolhido entre o aluno e
o seu orientador.
Tese Nos termos legais o ciclo de estudos
conducente ao grau de doutor integra: a
elaboração de uma tese original especialmente
elaborada para este fim, adequada à natureza
do ramo de conhecimento ou da especialidade,
ou se o regulamento da instituição de ensino
superior assim o permitir, a compilação de um
conjunto relevante de trabalhos de investigação
publicados em revistas com comités de seleção
de reconhecido mérito internacional, ou ainda,
no domínio das artes, a apresentação de uma
obra ou conjunto de obras ou realizações de
carácter inovador, devidamente fundamentadas
por escrito, que explicite o processo de
conceção e elaboração, a capacidade de
investigação e o enquadramento na evolução
do conhecimento no domínio em que o
trabalho se insere. A tese ou os trabalhos
mencionados são objeto de apreciação e
discussão pública por um júri nomeado para o
efeito.
Trabalho académico Texto original, produzido no âmbito de
instituições de ensino superior, que obedece a
normas de apresentação pré-definidas, de
acordo com a metodologia ou o fim a que se
destina. Tem como objetivos contribuir, por um
lado, para o aprofundamento de uma
determinada área do conhecimento e, por
outro, gerar e difundir conhecimento, para toda
a comunidade académica.
Trabalho científico Trabalho experimental ou teórico inédito
produzido no âmbito da investigação de
determinada área do conhecimento, com o
objetivo de dar a conhecer os resultados

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obtidos pelo seu autor ou autores, sem


esquecer o seu enquadramento nas teorias
existentes à data da elaboração do trabalho.
Trabalho de projeto "Elaboração de uma explanação escrita sobre
um tema, mediante a orientação de um doutor
ou de um especialista de mérito reconhecido
pelo órgão científico estatutariamente
competente do estabelecimento de ensino
superior, nacional ou estrangeiro, sendo objeto
de apreciação e discussão pública por um júri
nomeado pelo órgão legal e estatutariamente
competente do estabelecimento de ensino
superior em que é apresentado. No ciclo de
estudos conducente ao grau de mestre este
trabalho constitui uma das possíveis partes
integrantes a que corresponde o mínimo de
35% do total dos seus créditos."

 Plágio

O plágio é definido como "apropriação ou cópia de trabalho alheio sem indicação da verdadeira
origem". Saber identificar o procedimento correto do incorreto, ter presente o código de conduta
que deve guiar o comportamento de toda a população académica, são, entre outras, questões
abordadas neste espaço.

 Como evitar

A maneira mais fácil de evitar o plágio é fazer sempre referência à autoria dos textos que utilizamos,
quer se trate de citação direta, quer se trate de dizer por palavras nossas aquilo que lemos
(paráfrase).

Muitas vezes, ao parafrasear, altera-se apenas algumas palavras ao texto plagiado, mas mantém-se a
estrutura das frases e as ideias do seu autor, o que também é considerado plágio e é facilmente
identificado.

A falta de tempo, a falta de método de leitura ou dificuldades na escrita podem levar ao plágio, pelo
que se recomenda que ao iniciar um trabalho académico se deve:

 conceder o tempo suficiente para pensar sobre o trabalho que se vai


realizar;
 organizar o material necessário, nomeadamente as fontes de informação
sobre o tema em estudo;
 fazer as leituras com recurso a resumos e anotações, sem esquecer as
referências bibliográficas completas daquilo que se quer citar (pode e deve-
se utilizar um gestor bibliográfico) e,
 pedir ajuda ao docente ou ao bibliotecário de referência quando se tem
dificuldades na escrita, como é o caso de estudantes, que não dominam
totalmente a língua na qual escrevem ou, simplesmente, porque não têm,
ou acham que não têm facilidade em escrever.

 Quais as sanções

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As Universidades Lusíada, sempre que forem detetadas situações que se configurem de plágio,
reservam-se ao direito de convidar o seu autor a deixar de pertencer à comunidade académica da
Universidade.

 Software de deteção

Existem vários softwares de deteção de plágio no mercado, alguns criados pelas próprias
universidades ou grupos de professores, para combater as situações de plágio, sobretudo a partir da
utilização em massa da Internet e, em especial, na era pós-Google.

Cada produto tem características próprias e atua a diferentes níveis, o que mostra que é quase
impossível detetar todos os casos de plágio, nomeadamente aqueles que utilizaram documentos que
ainda não estão disponíveis eletronicamente e que, por isso, não podem ser comparados.

 Ética na investigação

A ética está presente na vida das pessoas, diariamente, uma vez que ao escolher entre o que está
correto e o que está errado, elas estão a seguir um sistema de normas e valores que vai determinar o
seu código de conduta.
Todo o processo de investigação, nomeadamente nas áreas das ciências sociais e humanas, das
ciências da saúde e da psicologia, obriga o investigador a seguir um código de ética, não só
relativamente ao método de recolha de dados, sempre que envolva a participação direta de pessoas,
mas principalmente no modo como é feito o tratamento e a divulgação dos dados para não causar
prejuízo ou intentar contra os direitos dessas pessoas.

Sempre que a investigação envolva seres humanos, o código de ética obriga que sejam respeitados
os seguintes direitos fundamentais:

 O direito à autodeterminação;
 O direito à intimidade;
 O direito ao anonimato e à confidencialidade;
 O direito à proteção contra o desconforto e o prejuízo;
 O direito a um tratamento justo e leal.

Por outro lado, o investigador deve obter, por escrito, um consentimento livre e esclarecido da parte
do sujeito participante em que este reconhece que foi informado sobre o propósito da investigação,
conhece bem o seu conteúdo e aceita de livre vontade participar dela.

A Carta Europeia do Investigador define os princípios que devem nortear o comportamento do


investigador, recomendando a adesão aos princípios e práticas de ética reconhecidos e
fundamentais, tendo em conta a área do conhecimento em que o investigador está inserido.

 Regras de estilo

 Normas
As regras de apresentação das várias componentes que integram o trabalho académico
são de grande importância para a organização e a normalização do trabalho, qualidades essenciais
que conferem rigor científico ao texto.

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 Texto académico

Existem algumas características que distinguem o texto académico do texto literário, uma vez que o
conteúdo deste último é ficcionado. Pelo contrário, como o texto académico resulta de uma
investigação concreta e real, deve ser objetivo, claro, possuir consistência lógica, evitar a utilização de
palavras supérfluas e ser original.

 Objetividade - A redação do texto académico tem como objetivo comunicar


o resultado de um estudo/investigação e por conseguinte deve fazer uma
exata utilização dos termos técnicos, utilizar uma linguagem correta e evitar
argumentações demasiado abstratas.
 Clareza - A escrita deve ser clara, concisa, respeitando as regras gramaticais,
num estilo formal e impessoal. Nunca se deve utilizar gíria (calão) ou
recorrer a palavras cujo significado não se conheça bem e que possam criar
uma certa ambiguidade para quem lê.
 Consistência lógica - A relação das ideias deve ser exposta de forma lógica de
modo a manter o equilíbrio e a unidade das partes. Entre cada parágrafo,
deve manter-se a organização lógica das frases de maneira a dar
continuidade ao assunto em estudo.
 Economia - O texto deve ser construído com frases curtas e simples,
devendo-se evitar a repetição de detalhes supérfluos, bem como a utilização
de superlativos, aumentativos ou diminutivos.
 Originalidade - O texto académico deve ser original e não uma cópia de
outro trabalho previamente realizado, mas deve versar sobre uma temática
que o seu autor domine e sobre a qual se documentou.

 Extensão do trabalho

 Formatação

 Catalogação da publicação

O CIP é um programa de catalogação prévia, ou seja, anterior à publicação da obra e pretende


proporcionar uma apresentação coerente e normalizada sobre o trabalho académico, em termos de
catalogação, classificação e indexação, para posterior divulgação em bases de dados bibliográficas.
Juntamente com os dados CIP serão enviadas, também, a capa, a página de rosto e as páginas do
resumo e das palavras-chave do trabalho. A elaboração dos dados CIP é feita com o recurso a
normas e tabelas internacionais e de acordo com critérios profissionais e técnicos estabelecidos para
o efeito.

O processamento técnico dos dados CIP segue as seguintes normas e tabelas:

 Catalogação: Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada (ISBD);

 Classificação: Library of Congress Classification;

 Indexação (atribuição de palavras-chave): Library of Congress Subject


Headings.

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Objetivos - Este serviço visa assegurar um melhor conhecimento do que é publicado pelas
Universidades Lusíada e, simultaneamente, proporcionar uma rápida e pertinente disponibilização
dessa informação na Base Lusíada, através de dados coerentes e normalizados. Este serviço tem os
seguintes objetivos:
 Normalizar a recolha e tratamento dos dados bibliográficos;

 Simplificar o processamento documental;

 Fornecer uma informação antecipada do que vai ser publicado;

 Racionalizar os recursos técnicos e humanos.

Destinatários - O CIP pode ser atribuído aos seguintes trabalhos académicos: monografia de
licenciatura, dissertação e tese.
Solicitar os dados CIP - Para solicitar o registo CIP são necessários os seguintes elementos:
 Nome completo do(s) autor(es) do trabalho, com a indicação da data de
nascimento;

 Nome completo do orientador e do co-orientador, com a indicação da data


de nascimento;

 Nome do curso e da unidade curricular;

 Título completo do trabalho;

 Sumário (vulgarmente designado por índice);

 Resumo;

 Palavras-chave.

A ausência de qualquer um destes elementos anula o pedido efetuado.

A apresentação destes elementos deve ser feita em formulário próprio.

Prazo de entrega - O prazo de entrega dos dados CIP é de 5 (cinco) dias úteis, após a receção do
material necessário para a elaboração do registo. As respostas são efetuadas por ordem de chegada.
Alteração dos dados CIP - Sempre que surjam alterações aos dados enviados previamente, os
autores devem remeter essas alterações através de formulário adequado para o efeito.

 Ortografia

 Revisão linguística

A redação do trabalho académico requer um cuidado apurado ao nível da construção das frases, do
vocabulário utilizado e da escrita sem erros. Estas exigências, bem como a clareza na exposição das
ideias e a fundamentação bem articulada do tema em estudo, são de extrema importância, porque
conferem o rigor exigido ao trabalho académico.

É, por isso, de grande utilidade para o autor de um trabalho académico recorrer a profissionais
especializados em revisão linguística e tipográfica de textos, para a revisão final da sua monografia
de licenciatura, dissertação ou tese.

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Estes profissionais, mediante orçamento prévio solicitado pelo autor, fazem a leitura do trabalho,
corrigem os erros gramaticais e gralhas tipográficas.

Existem algumas empresas que efetuam este tipo de tarefa, no entanto, recomenda-se a verificação
da idoneidade das mesmas, nomeadamente da formação académica dos seus profissionais.

 Procedimentos e prazos

O prazo de entrega do trabalho depende dos procedimentos administrativos de cada curso.

Existem, no entanto, alguns procedimentos e prazos que o aluno deve observar:

 O pedido da ficha catalográfica deve ser dirigido à Mediateca, 45 dias antes


da entrega do trabalho;

 A tradução do título e do resumo da monografia pode ser feita na língua


inglesa, por um profissional reconhecido, a expensas do aluno;

 A revisão do português, aos vários níveis, gramatical, ortográfico e de


pontuação é também da responsabilidade do aluno.

 Defesa do trabalho

A defesa de uma monografia de licenciatura, de uma dissertação ou de uma tese deve ser preparada
com muito cuidado.

Existem duas componentes importantes que estão ligadas entre si: a apresentação do trabalho (em
PowerPoint ou noutro tipo de software) perante um júri, para a qual é necessário organizar em
diapositivos a informação inserida no trabalho e, a apresentação oral que acompanha a explicação
dos diapositivos.

Geralmente, o tempo de apresentação (cerca de 20 a 30 min.) pode condicionar o mestrando ou


doutorando, sobretudo porque nos diapositivos apenas devem estar tópicos que ele deverá
desenvolver no decurso da apresentação.

Recomenda-se que os diapositivos obedeçam aos seguintes critérios:

 Começar por identificar o título do trabalho;


 Seguir a ordem da estrutura do trabalho;
 Não encher os dispositivos com demasiada informação textual e muito
menos ler diretamente do ecrã;
 Optar por tópicos que se vão desenvolvendo;
 Escolher o fundo do diapositivo tendo em conta a boa legibilidade do texto,
pelo que se recomenda a utilização de letras claras em fundos escuros e
vice-versa;

Utilizar vários tamanhos de letras, cores diferentes, espaçamentos variados, indentações, ou recorrer
ao negrito e itálico para hierarquizar a informação.

 O orador

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Num processo de apresentação e defesa de um trabalho académico existem três elementos que
estão interligados: o orador, que funciona como o emissor da mensagem que pretende passar, o
tema, sobre o qual vai discursar, e o júri, para quem a mensagem é direcionada.

A preparação do discurso de defesa obriga o orador a uma série procedimentos, que começam antes
da apresentação propriamente dita.

Depois de realizar a apresentação gráfica, o orador deve praticar a sua exposição, como se a
estivesse a fazer perante o júri, as vezes que forem necessárias para demonstrar que está
completamente à vontade no tema que escolheu.

Deve também cumprir rigorosamente o tempo que dispõe para apresentar cada dispositivo, e
sempre que possível, deve ensaiar com o mesmo equipamento que vai utilizar para a apresentação e
na sala onde irá decorrer a defesa.

Quando estiver a fazer a sua defesa deve ter em atenção dois tipos de comunicação: a verbal,
estabelecida através das palavras e a não verbal, que assenta nos gestos, na postura, no olhar, nas
expressões, entre outras.

 Comunicação verbal

Quando faz a sua apresentação o orador deve ter em atenção o seguinte:

 dirigir-se ao júri e restante público para o cumprimentar e elucidar sobre os


objetivos da apresentação;
 apresentar um discurso organizado, objetivo e assente nas regras
gramaticais;
 expor as ideias com clareza, o que pressupõe uma boa dicção das palavras e
uma correta acentuação das mesmas;
 fazer pausas durante o discurso para respirar e pensar no que vai dizer;
 evitar repetir constantemente as mesmas expressões ou palavras;
 utilizar um vocabulário acessível, não esquecendo de explicar termos
técnicos, quando não forem do conhecimento do público;
 nunca usar calão.

 Comunicação não verbal

O orador ao mesmo tempo que faz a sua preleção acompanhada da apresentação gráfica tem de ter
em conta aspetos, tais como a postura, os gestos e a atitude.

São, por isso, de evitar os seguintes comportamentos:

 colocar as mãos nos bolsos ou nas ancas;


 cruzar os braços ou mexê-los exageradamente;
 estar constantemente a remexer as mãos;
 repetir os mesmos gestos ou tiques;
 fixar o olhar em alguma coisa (chão, porta, janela, etc.);
 mexer impacientemente numa caneta, nos óculos ou noutro objecto, numa
demonstração de nervosismo;
 apresentar uma postura rígida;
 demonstrar medo ou insegurança.

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 Importância da voz na comunicação oral

A voz desempenha um papel crucial numa apresentação oral, porque é através dela que captamos a
atenção do público ou contribuímos para que este se mostre desinteressado.

A colocação da voz, nem muito alta, nem muito baixa, serve para demonstrar a segurança do orador
relativamente à mensagem que quer transmitir.

Uma respiração correta ajuda à colocação da voz no timbre certo, o que pressupõe não falar pelo
nariz, com a boca fechada, muito depressa ou muito devagar, e nem comer ou arrastar as palavras.

Outro aspeto importante é a ênfase e a entoação que o orador deve ir imprimindo ao discurso, de
modo a que este não se torne monótono para quem ouve.

CITAÇÃO

A citação é o ato ou efeito de citar e é caracterizada por um conjunto de informações, colocadas


entre parênteses, num interior de um texto ou nele acrescentadas na forma de nota de pé de página,
no fim de capítulo ou no final de um texto.

A citação tem essencialmente duas funções: identificar a publicação onde se retirou a ideia ou o
excerto e indicar a sua localização exata na fonte.

Cada citação deve ter uma referência bibliográfica correspondente que contenha os dados
suficientes para identificar a fonte de onde foi extraída. As várias citações vão dar origem a uma lista
de referências, que geralmente aparece no fim do trabalho.

Todo o trabalho académico deve, obrigatoriamente, conter citações, por um lado, para sustentar a
argumentação apresentada, tendo em conta a revisão da literatura que se efectuou e, por outro,
para evitar situações de plágio, que não dignificam a comunidade académica.

 Citação direta - Na citação direta é feita a transcrição exata das palavras do documento
citado.

 Citação autor-data-localização

 Citação indireta - Citação a partir da transcrição das ideias contidas num documento ou em
parte dele, utilizando as nossas próprias palavras, ou seja, parafraseando o seu autor.

 Citação de citação - Sempre que a obra citada não foi consultada pelo autor e a mesma é
feita com base na consulta da publicação de outro autor, deve fazer-se anteceder a referida
citação de "Apud".

 Citação em língua estrangeira - As citações em língua estrangeira devem ser feitas, no corpo
do texto, na língua de origem do documento citado, de modo a garantir o rigor da citação e

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evitar deturpações de sentido aquando da tradução. No entanto, o autor do trabalho pode


optar por fazer a tradução da citação, em nota de pé de página, seguida da expressão
(tradução nossa) entre parênteses.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
A referência bibliográfica é formada por um conjunto de elementos essenciais (autor, data, título,
edição, local de publicação e editora) que permitem a identificação de um documento ou parte dele.

Ficheiro referencias

http://ads.lis.ulusiada.pt/referenciabibliografica.aspx

RECURSOS DE INFORMAÇÃO
 Como chegar ao documento?

Quando se pesquisa um documento na Base Lusíada, para além da indicação do tipo de formato, é
necessário apontar a cota, visto que esta referência é indispensável para localizar os documentos nas
salas de leitura. São exceção os periódicos, as dissertações e teses e os audiovisuais, que têm de ser
solicitados no balcão de atendimento.

Essa cota alfanumérica está colada na lombada das monografias, periódicos e material audiovisual.
Existem três tipos de cotas: a CBC (Classificação da Biblioteca do Congresso) para as monografias e as
revistas que se encontram na Mediateca; a ECLAS, (Sistema Automatizado da Biblioteca da Comissão
Europeia) para as monografias e as revistas que se encontram no Centro de Documentação Europeia;
e a CDU (Classificação Decimal Universal) para as monografias que se encontram na Biblioteca.

 Como aceder à base de dados

O acesso às bases de dados é feito através do Portal do Conhecimento e do Portal Arquitetura do


Saber. Algumas bases de dados podem ser acedidas sem necessidade de registo do utilizador,
enquanto outras apenas estão disponíveis na Intranet o que exige a consulta local das mesmas, ou se
estiver a aceder fora do campus, deverá fazer o seu login.

 Como pesquisar na base de dados?

Todas as bases de dados disponibilizam a pesquisa simples ou básica, que permite introduzir uma
expressão de pesquisa em todos ou num determinado campo; a pesquisa multicampo ou multibase
onde pode pesquisar em mais do que um campo ou base de dados; e por último, a pesquisa
avançada que possibilita o preenchimento dos campos que desejar, como por exemplo a introdução
de uma palavra ou frase, a escolha da língua e do formato do documento, a sua localização ou data,
com o objetivo de tornar a pesquisa mais precisa.

 Recursos de informação

A lista de recursos de informação foi divida em recursos gerais e recursos temáticos para facilitar a
consulta da informação. Os recursos gerais remetem para fontes de informação, nacionais e
internacionais, como bibliotecas nacionais, bibliotecas universitárias, bases de dissertações e teses,

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entre outras. Os recursos temáticos apontam para fontes de informação das áreas temáticas
estudadas nas Universidades Lusíada, como bases jurídicas, portais e catálogos temáticos.

 Como consultar publicações nas bibliotecas da UL?

A consulta nas bibliotecas da UL é de livre acesso, com exceção das dissertações, teses e revistas,
para as quais é necessário recorrer ao técnico no balcão de atendimento que lhe fará chegar o
documento. Para saber se pode recorrer ao empréstimo domiciliário de um documento, deve
verificar o seu estatuto na Base Lusíada (empréstimo local, condicionado ou livre) e consultar o
regulamento da Mediateca sobre a política de empréstimos, nomeadamente sobre o número de
documentos que pode requisitar.

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