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METODOLOGIA

CIENTÍFICA
UNIDADE 2
A PRÁTICA DA PESQUISA CIENTÍFICA:
PERSPECTIVAS TEÓRICAS E
METODOLÓGICAS
TÓPICO 1
PERSPECTIVAS TEÓRICAS E
METODOLÓGICAS DA
PESQUISA: UMA PROPOSTA
DE CLASSIFICAÇÃO E
TIPOLOGIAS DE PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
Na ciência atual, é possível vislumbrar que existem várias formas
de os pesquisadores debaterem, formularem hipóteses ou
perguntas e oferecerem respostas e explicações para um mesmo
fato, por meio dos distintos conceitos e percepção atribuídos pelo
fenômeno. Nesse sentido, “O progresso científico consiste num
movimento em direção à teorias que dizem sempre mais, teorias
de conteúdo sempre maior”
CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIAS DE MÉTODOS DE PESQUISA: UMA PROPOSTA

A pesquisa científica se refere a um conjunto de atividades


sistemáticas e metodologicamente orientadas e que
implicam o processo desde o planejamento até a publicação
dos resultados dos problemas a serem investigados ou
hipóteses a serem confirmadas pelo pesquisador
METODOLOGIA OU MÉTODO?
Mediante o conceito de método, conforme exposto, é importante
que o pesquisador compreenda a diferença entre método e
metodologia.
Metodologia da pesquisa é uma ciência instrumental que dá
apoio às outras ciências. Metodologia é a disciplina em que são
estudados os vários métodos existentes. Diz respeito à
aplicação do método para a aquisição de conhecimento e de
como fazer ciência proporcionando-se caminhos alternativos,
ferramentas e procedimentos.
A metodologia proporciona flexibilidade aos caminhos e
alternativas na resolução dos problemas. A metodologia é o
conjunto dos métodos que cada ciência particular coloca
em ação (MATIAS-PEREIRA, 2019).
Método indutivo: Neste método, as constatações particulares levam à elaboração de generalizações, ou seja, a
indução caminha a partir fatos singulares para chegar a uma conclusão ampla: parte-se da
observação de um fenômeno particular para chegar a uma generalização, ou seja, as leis

Método dedutivo: Consiste numa construção lógica que, a partir de duas proposições chamadas
premissas, retira uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominada conclusão”
(GIL, 2019, p. 10) – pode ser considerado o protótipo do raciocínio dedutivo. Diante
disso, no raciocínio dedutivo, ao contrário do que se vislumbra no indutivo, parte-se de
uma premissa ou ‘verdade’ já estabelecida, ou seja, geral, para provar a validade de um
fato ou premissa particular. “Parte-se de uma verdade universal, para se confirmar um
elemento que faz parte desse conjunto maior. Portanto, a dedução é uma
particularização”

Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar a hipótese, no método


hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la.
Método hipotético-dedutivo: Quando não se consegue demonstrar qualquer caso concreto capaz de falsear a hipótese,
tem-se a sua corroboração, que não excede o nível do provisório.
É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade, ou seja, nele os fatos não podem
ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, entre outros” (MATIAS-PEREIRA,
Método dialético: 2019, p. 47). Não há, desta forma, fatos isolados, ou seja, os fatos não podem ser compreendidos se
forem considerados isoladamente ou abstraídos do contexto
no qual ocorrem (GIL, 2019; HENRIQUES; MEDEIROS, 2017).

“O objeto de conhecimento para a Fenomenologia não é o sujeito nem o mundo, mas o


mundo enquanto é vivido pelo sujeito” (GIL, 2019, p. 15). Também utilizado em grande
medida em pesquisas qualitativas e com técnicas não-estruturadas, o referido método tem
Método fenomenológico: foco na descrição direta da realidade tal como ela é, como ela se apresenta, e, neste sentido,
a “[…] realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado,
o comunicado” (MATIAS-PEREIRA, 2019, p. 48).
O enfoque qualitativo está relacionado à resolução de um problema ou resposta a uma
pergunta em que existe uma relação dinâmica entre o pesquisador e o contexto, entre a
subjetividade de quem observa e o que faz parte da realidade objetiva que está sendo
observada e, por isso, não cabe, em muitos dos casos, a
quantificação.

No enfoque quantitativo, a interpretação dos fenômenos acontece, mas esta precisa


ser efetivada numa condição comprobatória, ou seja, é preciso comprovar que a
realidade que está sendo observada possui determinadas características. Isso se
justifica, justamente porque a busca quantitativa ocorre na realidade externa ao
pesquisador. Para tal, o enfoque quantitativo de pesquisa representa um conjunto de
processos sequenciais, e como dito, comprobatório mediante um padrão previsível,
estruturado e com o conhecimento antecipado das decisões críticas a serem
assumidas pelo pesquisador.
A lógica ou raciocínio dedutivo é o mais coerente para este enfoque de pesquisa,
pois, inicia-se com uma determinada teoria para então, a partir dela, derivar
expressões lógicas, ou seja, as hipóteses que o pesquisador objetiva testar. A
partir disto, “[…] o que se pretende é generalizar os resultados encontrados em
um grupo ou segmento (amostra) para uma coletividade maior (universo ou
população). E também que os estudos realizados possam ser replicados”
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013, p. 31).
As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer,
modificar ou examinar conceitos e ideias, a considerar a formulação de problemas mais
precisos ou de estabelecimento de prioridades para hipóteses que poderão ser testadas em
estudos posteriores. Por este motivo, implicam, muitas vezes, numa primeira etapa para
investigações mais abrangentes (GIL, 2019). Os estudos exploratórios são realizados com o
objetivo de examinar uma temática pouco abordada e, justamente por isto, servem como
uma oportunidade de interação científica com fenômenos relativamente desconhecidos.

Já os estudos correlacionais objetivam “[…] determinar como os diversos conceitos,


variáveis ou características estão relacionados ou vinculados entres si ou, também, se não
estão relacionados” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013, p. 103). Ainda, “Os estudos
correlacionais, ao avaliar o grau de associação entre duas ou mais variáveis, medem cada
uma delas (supostamente relacionadas) e depois quantificam e analisam o vínculo.
Para que a coleta de dados de uma pesquisa bibliográfica obedeça um dos
critérios da pesquisa científica, em especial ao que diz respeito à sistematização da
pesquisa, evidencia-se a utilização de estratégias de coleta de dados inerentes a
dois principais tipos de revisão, a saber: revisão sistemática de literatura, e a
metanálise. É possível encontrar na literatura o conceito de outro tipo de revisão,
que é a revisão integrativa de literatura, mas que, na prática não apresenta uma
diferenciação efetiva se comparada à revisão sistemática de literatura.

Assim, a revisão sistemática de literatura “[…] utiliza um processo de revisão de


literatura abrangente, imparcial e reprodutível, que localiza, avalia e sintetiza o
conjunto de evidências dos estudos científicos para obter uma visão geral e confiável
da estimativa do efeito da intervenção”
A pesquisa documental acontece quando considerados os procedimentos
técnicos que influenciam a coleta e a análise de dados. Esse tipo de
pesquisa possui a mesma abrangência que as pesquisas bibliográficas,
contudo, conforme assegura Henriques e Medeiros (2017) e Gil (2019), a
fonte da pesquisa documental inclui outros tipos de documentos que não
livros ou artigos. Os dados são obtidos em registros cursivos que são
persistentes e continuados, a exemplo, as certidões de nascimento, de
casamento, ou ainda, em documentos que apresentam as informações
de registros episódicos e privados, como por exemplo: documentos
pessoais da história de família, de fotografias ou imagens e, por fim,
informações produzidas por meios de comunicação em massa, como
jornais impressos
ou digitais.
“O experimento científico é uma das maiores invenções de todos os tempos. É também a
fonte mais segura de conhecimentos e de compreensão dos fenômenos naturais, outras coisas
mantidas constantes”. Dito isto, ao pesquisador cabe estar atendo aos procedimentos éticos e
de conduta, os quais devem conduzir todas as etapas, e não só, das pesquisas experimentais.
A pesquisa ex-post facto também abrange a classificação relativa aos procedimentos técnicos
utilizados para responder aos objetivos de pesquisa (ver Figura 1). É também denominada
como planos causais-comparativos (HENRIQUES; MEDEIROS, 2017) e remetem a ideia de
“a partir de fato passado”, “após o fato ter ocorrido” (GIL, 2019). Esse tipo de pesquisa
apresenta algumas similaridades com as pesquisas experimentais, contudo, é caracterizada
essencialmente como um tipo de pesquisa não experimental

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