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NATUREZA DO CONHECIMENTO

CONHECER E PENSAR

Conhecer e pensar são uma necessidade para o ser humano e


indispensável para o progresso. Sabemos que existimos porque pensamos. Se
nada soubéssemos sobre o universo seria o mesmo que ele não existisse.
Os animais conhecem as coisas que compõem o seu universo; o ser
humano conhece e pensa; pensa no que viu e no que não viu; pensa e interpreta.
O conhecimento exige três elementos: o sujeito, a natureza
cognoscente, o objeto, ou aquilo ao que o sujeito se dirige para conhecer e a
imagem que representa o ponto de coincidência ou de identificação entre o
objeto e o sujeito.
As crianças conhecem sem pensar ao se inteirar com o mundo que a
cerca. Conhece, verdadeiramente, quem conhece e pensa. No momento que o ser
humano procura ultrapassar o simples conhecer, refletindo, pensando, não nasce
a ciência, mas nasce o elemento básico da atitude científica, que é a reflexão
crítica e objetiva.
Existe mais de um tipo de conhecimento, sendo que adotaremos a
seguinte classificação:
1. conhecimento vulgar ou empírico:
2. conhecimento científico;
3. conhecimento filosófico;
4. conhecimento teológico
Tanto o conhecimento vulgar (empírico), científico, filosófico e o
teológico, têm o mesmo propósito e objetivo: chegar à verdade sobre o Homem e
sobre o Universo, sobre o ser e cada uma das realidades que constituem a
natureza.

Em que consiste a verdade?


É analisar a relação de conformidade do pensamento humano com seu
objeto de conhecimento.”Dizer ouro de 18 quilates é o mesmo que dizer: ouro
verdadeiro de 18 verdadeiros quilates verdadeiros. È claro que ouro de 18 quilates
não é ouro falso de 20 quilates”. Cada realidade é o que ela é em verdade.
PODEMOS TER CERTEZA SOBRE A VERDADE?

Ao discorrer sobre a verdade, necessariamente introduzimos o problema


da certeza. Podemos ter certeza a respeito da verdade?
As pessoas superficiais pretendem que as coisas sejam como elas
pensam. As pessoas de espírito crítico, como os cientistas, pensam como as
coisas são.
A certeza vulgar ou empírica fundamenta-se nas vivências de cada
um.
A certeza religiosa fundamenta-se na crença dos enunciados
dogmáticos.
A certeza científica fundamenta-se no resultado das experimentações
dos fatos e fenômenos físicos e concretos.

CIÊNCIA E MÉTODOS
No meio científico, ciência refere-se ao conhecimento sistemático dos
fenômenos naturais, sociais, biológicos, matemáticos, físicos e químicos que,
utilizando-se de pesquisas, pode chegar a um conjunto de conclusões lógicas.
Método é uma palavra de origem grega e significa um conjunto de
etapas a serem cumpridas, ordenadamente, durante a investigação dos fatos.
Inicialmente, os homens procuraram agir cientificamente e somente depois se
preocuparam com o método ou o traçado fundamental do caminho a percorrer
na pesquisa científica.

A importância do método
O método dá segurança e economia no desenvolvimento de pesquisas,
no estudo e na aprendizagem. O método é um extraordinário instrumento de
trabalho, mas não substitui o talento do pesquisador. Método “é um conjunto de
normas-padrão que devem ser satisfeitas, caso se deseje que a pesquisa
seja tida por adequadamente conduzida e capaz de levar a conclusões
merecedoras de adesão racional”.

Espécies de métodos
Cada ciência possui métodos e processos que lhe são peculiares,
entretanto, o método geral divide-se em duas espécies caracterizadas pela
direção ascendente ou descendente do pensamento.
A direção descendente, própria do pensamento racional, é
denominada dedução.
A direção ascendente, própria do método experimental, é
denominada indução.
Método dedutivo ou racional
Parte de enunciados gerais dispostos ordenadamente como premissas
de um raciocínio, chegando a uma conclusão particular. Exemplo:
Todo homem é mortal.
Pedro é homem.
Pedro é mortal.

Todo mamífero é vertebrado.


Todo homem é mamífero.
Todo homem é vertebrado.

As especulações filosóficas e as demonstrações das propriedades


matemáticas, por exemplo, utilizam –se, principalmente, do método dedutivo.

Método indutivo
É um processo inverso ao processo dedutivo: parte de fatos menos
gerais para chegar a conclusão ampliada em enunciado mais geral. Exemplo:
Fio de cobre conduz energia.
Cobre conduz energia.
Ouro conduz energia. Ferro conduz energia
Todo metal conduz energia.

A legitimidade da indução é muito mais complexa que o problema da


dedução
No raciocínio dedutivo a conclusão não pode ser maior do que a
premissa.
No raciocínio indutivo é necessário considerar quando será lícito
generalizar a partir de alguns casos.

Indução científica
Parte de um fenômeno para chegar à lei geral. Observa, experimenta,
descobre a relação causal entre dois fenômenos e generaliza esta relação
em lei, para efeitos de predição.

A pesquisa

A pesquisa nasce da necessidade que o ser humano de conhecer e


explicar o novo. Está diretamente relacionada com a capacidade de raciocínio
do homem e uma fonte geradora de conhecimento.
As pesquisas podem ser classificadas de diversas formas, por exemplo,
de acordo com as áreas de conhecimento: pesquisas sociológicas,
biológicas, antropológicas, educacionais, etc.
Podem ser classificadas de acordo com suas técnicas de coletas e
interpretação de dados, em pesquisa quantitativa e qualitativa.
Em uma pesquisa quantitativa o pesquisador se detém nos aspectos
factuais do evento e não considera os aspectos sociais. É empregada nas
pesquisas de âmbito econômico, de comunicação, mercadológica, de opinião
com a finalidade de garantir a precisão dos resultados e também para permitir
comparação co resultados de outras pesquisas semelhantes.
A pesquisa qualitativa tenta descrever e analisar a interação de
certas variáveis, classificando, descrevendo processos dinâmicos experimentados
por grupos sociais. Utilizam questionários abertos, entrevistas e observação
entre outras técnicas. No campo da educação esta é uma das técnicas mais
utilizadas.
As duas metodologias: qualitativa e quantitativa não se excluem. Em
grande parte dos estudos sociais elas se complementam.
Os críticos da metodologia quantitativa não são contra a quantificação
dos dados, mas sim contra a sua desconexão com o caráter histórico e social.
Esta observação é válida para estudos relativos às ciências humanas e inválidas
para pesquisas de laboratório.

Classificação das pesquisas quanto aos objetivos do pesquisador


Com base nos objetivos que o pesquisador tem ao se dispor a realizar
uma pesquisa, estas podem ser classificadas em três grandes grupos:
exploratórias, descritivas e explicativas.

Pesquisas exploratórias
A sua finalidade principal é o aprimoramento das idéias do pesquisador
e assumem a forma de: a. levantamento bibliográfico; b. entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; c.
análise de exemplos que auxiliem na compreensão do problema em questão.
Na maioria das vezes a pesquisa exploratória assume a forma de
pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso.
Pesquisas descritivas
Descrevem características de determinada população ou fenômeno, ou
então, estabelecem relações entre variáveis. Entre as técnicas de coleta de dados
utilizadas estão o questionário e a observação sistemática.
As pesquisas descritivas juntamente com as exploratórias são as mais
utilizadas entre os pesquisadores sociais e as mais solicitadas por instituições
educacionais, empresas comerciais, partidas políticos, etc. Quase sempre
assumem a forma de levantamento.

Pesquisas explicativas
Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos
resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Nas ciências naturais as
pesquisas explicativas valem-se quase sempre do método experimental.
Entretanto, uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva.
Se na pesquisa descritiva podemos determinar o que está
acontecendo na explicativa iremos saber por que está acontecendo.

Classificação das pesquisas quanto aos métodos utilizados

Para analisar os fatos do ponto de vista empírico, isto é, a partir de


observações e para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se
necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa. A essa
descrição de como a pesquisa será realizada, usa-se a expressão delineamento
da pesquisa.
O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua
dimensão mais ampla: considera-se o ambiente em que serão coletados os dados,
as formas de controle das variáveis envolvidas e, ao tratamento estatístico que
serão submetidos.
O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é
procedimento adotado para a coleta de dados. Podem ser definidos dois grandes
grupos de delineamentos:
- os dados serão fornecidos por fontes “de papel”:
Pesquisa bibliográfica
Pesquisa documental
- os dados são fornecidos por pessoas:
Pesquisa experimental
Pesquisa ex-post-facto
Levantamento
Estudo de caso

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