Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE
EDUCADORES
FLORIANÓPOLIS
2000
NARA MARIA PIMENTEL
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE
EDUCADORES
FLORIANÓPOLIS
2000
Para minha mãe, Lúcia, pelo
exemplo de trabalho e dedicação que
marcaram uma existência.
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO 9
6. CONCLUSÕES 74
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 81
9. ANEXOS 86
comportamentos sociais. A comunicação verdadeira, que amplia
contatos e conhecimentos imprescindíveis para o progresso e a
equalização dos diferentes povos e segmentos sociais do mundo,
está se transformando numa mera extensão, a serviço da
globalização da economia, que vem tomando a todos nós como
reféns de alguns poucos "donos do mundo" (Freire, citado por
McLaren, 1999, p. 11).
Para Nita Freire,
A era da comunicação está sendo, na realidade, a era das
fronteiras, dos limites mais marcantes do que nunca da incomunica-
bilidade humana no campo do desamor. Nunca na história houve
uma distância tão grande como a que hoje há entre a educação
escolar e a prática social ditada pelas tecnologias sofisticadas
criadas a serviço dos interesses econômicos e ideológicos domi-
nantes (Freire, citado por McLaren, 1999, p.12).
Tais considerações são extremamente pertinentes no que diz respeito
ao histórico da EaD, principalmente no Brasil. É preciso estarmos atentos e
não ignorar as implicações sociais do "mau uso" das tecnologias de comu-
nicação e informação, principalmente na educação. Daí a necessidade da
formação dos usuários destas tecnologias, para que possam empenhar-se
na busca de soluções para o quadro atual da educação. Entretanto, seu
"bom uso" passa a ser possível se aqueles que forem responsáveis pela sua
implantação não se deixarem encantar com os sons da flauta mágica trazidos
pelas tecnologias, e lutarem para que os legítimos interesses e aspirações da
maioria da população sejam garantidos com o uso dessas em favor de práticas
verdadeiramente democráticas.
A análise que segue estendeu-se por duas abordagens nas quais o
estudo fora previsto, mas cujo enfoque modificou-se no decorrer do estudo:
uma diz respeito à perspectiva teórica, na busca do uso adequado e
pedagógico; a outra, aos detalhes cotidianos trazidos pela pesquisa em curso
e que nutriram a crença no caráter renovador que o ser humano "reflexivo"
possa imprimir ao curso das coisas.
Dessa forma, permitimo-nos construir alguns argumentos para a
utilização da modalidade de Educação a Distância em atividades de formação
continuada, tendo consciência de que as questões de concepção e meto-
dologia do Ensino a Distância podem ser desdobradas em várias dimensões.
destacando-se o uso das tecnologias de comunicação e informação.
2. A E A D NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO
CONTINUADA DE EDUCADORES
INFORMAÇÃO (NTCI)16
4.3.3. Telefone/Fax
O uso desse meio tem uma função de acompanhamento e interação.
Trata-se de uma forma pela qual professor, aluno e monitor podem trocar
informações diversas. O telefone proporciona maior versatilidade, além de
maior economia com possibilidade de gravação.
Recomenda-se o uso desse meio em todas as ações de EaD, como
um elemento auxiliar e/ou como um reforço ao sistema de ensino que utiliza
outros meios tecnológicos.
Temos observado nos diversos cursos de EaD que o telefone tem sido
um dos meios mais utilizados pelos alunos a distância, principalmente para
manter contato com a monitoria dos cursos, desde que o sistema de apoio
seja estruturado de forma a proporcionar pronto atendimento ao estudante.
Nesse sentido, oferece-se a opção de DDG (Discagem Direta Gratuita) para
facilitar o acesso e incentivar os alunos a ligarem para a central de
acompanhamento ao aluno.
A capacitação dos monitores para o atendimento ao cursista por
telefone é necessária e importante. Seu atendimento inclui o conhecimento
do conteúdo, já que sua resposta deve induzir os alunos a buscarem nos
materiais do curso as respostas e não oferecer repostas prontas. Inclui
também o conhecimento das características dos alunos para que estes fiquem
satisfeitos com sua resposta. Além disso, os monitores devem ser preparados
para oferecer uma resposta em horários adequados aos alunos. Nada pode
ser mais frustrante aos alunos que as tentativas de contato sem resposta.
43.5. Teleconferência
Optamos por incluir a teleconferência como continuidade dos itens
anteriores (vídeo e televisão) porque esta forma inclui as duas modalidades
com suas diversas estratégias de uso.
A teleconferência é um programa de televisão transmitido ao vivo, no
qual os espectadores interagem com os participantes do estúdio fazendo
perguntas e intervenções por telefone, fax ou correio eletrônico. Também
chamada de TV Executiva ou Interativa, a teleconferência pode servir a
diversos propósitos educativos que vão desde motivacionais até políticos.
O(s) professor(es) fica(m) em um estúdio de televisão e fala(m) "ao
vivo" para a audiência. Pode-se agregar imagens pré-produzidas em vídeo
ou computador como se fosse um programa de televisão convencional. Para
melhor aproveitamento, é interessante a presença de um mediador e que
haja uma estrutura de atendimento para receber, processar e encaminhar as
perguntas que vão chegando no decorrer do programa.
O atendimento deve incluir os monitores dos cursos, para que possam
manter um contato mais personalizado com os alunos. Esse atendimento é
feito geralmente por telefone, fax e internet durante o programa, e seus
responsáveis devem organizar as questões e zelar para que nenhum aluno
fique sem resposta.
Um modelo básico de teleconferência educacional é a apresentação
de conferencista(s)/professor(es) do assunto em pauta, seguida de uma
discussão dirigida pelas perguntas que vão chegando dos telespectadores.
Mediador e palestrantes devem empenhar-se pela participação do público
para que haja real envolvimento. A possibilidade de interação individual en-
tre alunos e professores é restrita. Por outro lado, o número de alunos pode
chegar facilmente aos milhares, o que faz da teleconferência um excelente
recurso para o lançamento e/ou encerramento de cursos a distância, além de
permitir que os participantes possam discutir e aprofundar temas com
especialistas.
Dada a facilidade de acesso, já que basta ter televisão/vídeo e para-
bólica, a teleconferência tem sido bem aproveitada principalmente em cursos
que não prevêem momentos presenciais. A organização da recepção permite
um contato interativo com os conceptores e responsáveis pelos conteúdos
do curso. A remessa de perguntas e dúvidas com antecedência permite
direcionar o programa, visando atender as questões colocadas pelos alunos.
A interatividade é restrita - o aluno vê o professor e o professor não
vê o aluno - e, devido ao tempo de duração, nem todas as questões são
respondidas ao vivo, o que pode frustrar a participação do aluno.
Um procedimento comum a esse tipo de transmissão é o de gravar em
vídeo no local de recepção as aulas para registro e/ou uso e análise poste-
rior. Muitos cursos prevêem o encaminhamento de cópias das
teleconferências aos alunos para que possam assistir caso tenham perdido a
recepção na data certa. A relação custo-benefício da teleconferência é
proporcional ao planejamento adequado e à necessidade real de incluí-la
em determinados contextos de aprendizagem a distância.
4.3.7. Videoconferência
"A videoconferência é um sistema baseado na compressão algorítima de
dados transmitidos através de fibra ótica ou cabos para uma ou mais máquinas
que fazem a codificação e decodificação desse sinal. Há uma relação estreita
entre velocidade de transmissão e qualidade da imagem" (Cruz, 2000, p.50).
Ela não apenas trabalha com áudio e vídeo, como também permite
uma interatividade acrescida de várias estratégias de ensino. Com o uso da
videoconferência os pontos de recepção são organizados, já que os pontos
interligados devem ter equipamentos compatíveis, estar conectados por cabo
telefônico, fibra ótica ou satélite e se agrupar em horários pré-determinados.
Para Cruz, essa sala de aula estendida propõe uma representação mental
da situação de aprendizado que desafia tanto professores como alunos.
A videoconferência é o meio que mais se aproxima da situação
presencial, pois permite uma interação simultânea e em tempo real mediada
entre alunos e professor. Apesar da semelhança com a aula presencial, a
dinâmica e o material necessitam ser reformatados, amenizando-se os pontos
fracos e potencializando-se as vantagens do meio.
A necessidade da formação dos professores e dos alunos para o uso
desta tecnologia é muito importante e exige, além do domínio técnico do
equipamento, transformar a relação de ensino e aprendizagem.
O acesso ainda é restrito a universidades e empresas, que cada vez
mais instalam equipamentos de videoconferência para a formação de seus
profissionais em serviço, visando superar na sua aplicação algumas dificuldades
de ordem técnica e pedagógica.
Cabe ressaltar que planejar ambientes de aprendizagem por meio do
uso de videoconferência deverá levar em conta os pressupostos pedagógicos
que constituem a base teórica necessária para garantir a qualidade do
processo educativo.
DISTÂNCIA
5 3 . 4 . Ferramenta de Avaliação
Um passo importante no sistema de acompanhamento do curso foi o
desenvolvimento, utilizando o programa informático , de um aplicativo
que foi determinante no processo de avaliação. A opção pelo programa
se deu em função da possibilidade de utilização de funções lógicas/estatísticas
avançadas e da rapidez na programação, encurtando bastante o ciclo de
desenvolvimento de uma ferramenta que até aquele momento não conhecíamos
no mercado. Como pretendíamos remeter uma carta para cada cursista,
necessitávamos também que o aplicativo fosse compatível com o programa
, característica garantida entre produtos da linha _
Diante do elevado número de estudantes e questões a serem avaliados,
criamos uma tabela no programa com todos os inscritos e registro dos
conceitos obtidos. Com a utilização de funções lógicas, as respectivas células
eram então comparadas com os critérios de avaliação definidos previamente,
gerando outra tabela de feedbacks individuais por questão. Paralelamente,
funções estatísticas comparavam o desempenho individual (a cada conceito
registrado na tabela atribuímos um peso específico) com o desempenho do grupo
em determinado capítulo. Dessa forma, pudemos não apenas construir feed-
backs para cada questão respondida, mas também sobre questões em branco,
questões não respondidas e sobre o desempenho geral do estudante em
comparação com os demais.
Assim, ao ser registrado o conceito de determinado estudante, instanta-
neamente outra tabela ia sendo montada, com cada célula da linha correspondente
contendo um comentário diretamente relacionado com os parâmetros já
programados.
Desse trabalho, após uma atenta redação, resultou uma carta-modelo
gerada pela função de mala direta do Microsoft Word®, obtida por mesclagem
com o arquivo do programa Excel®, o que permitiu a inserção daqueles
campos-chave criados anteriormente (identificação, feedbacks gerais e
específicos). Para harmonização do texto, utilizamos também campos lógicos
do Word® (Se... Então... Senão...).
A partir desse momento, após os estudantes terem seu desempenho
devidamente registrado na planilha, recebiam uma carta emitida automa-
ticamente com um comentário personalizado, oferecendo orientação e
estimulando-o a refletir sobre a resposta dada.
Posteriormente, em função da necessidade gerada por outros cursos,
a ferramenta foi aperfeiçoada, desenvolvendo-se um aplicativo basicamente
com as mesmas funções no programa MS Access®, o que resultou uma maior
confiabilidade e rapidez do processo.
Na versão atual, o aplicativo funciona sobre uma base formada com
os dados de inscrição dos cursistas. Cadastra-se, então, todos os feed-
backs a serem emitidos conforme os conceitos a serem atribuídos a cada
atividade. Feito isso, à medida que as mesmas vão sendo executadas e
enviadas pelos estudantes, os conceitos atribuídos pela monitoria são
devidamente alimentados, gerando finalmente as cartas de feedbacks (in-
clusive aos que não se manifestaram até uma data-limite). O aplicativo permite
ainda a emissão de diversos relatórios de acompanhamento.
A evolução dessa ferramenta de avaliação está intimamente ligada à
reflexão sobre cada tentativa e seus resultados, preparando-nos simulta-
neamente para o passo seguinte. Sua criação pode ser considerada a
contribuição mais importante e original deste trabalho de pesquisa sobre
EaD, que se cristaliza nesta dissertação e que é fruto de uma experiência de
autoformação reflexiva, já que foi possível ao mesmo tempo a aplicação
prática e a reflexão teórica.
5.3.5. Os Feedbacks
Ao construirmos os feedbacks identificamos uma riqueza muito grande
de detalhes sobre a natureza da aprendizagem dos nossos cursistas. A análise
das respostas dos alunos possibilitou à equipe uma aprendizagem sem
precedentes. Por exemplo, as "colas" que, após serem identificadas e
comunicadas aos alunos, além de diminuírem consideravelmente, constituíram
uma ruptura da crença de que em cursos a distância não se tem por hábito
efetivamente avaliar a aprendizagem dos alunos. Provocou-se a percepção
de que neste curso buscávamos fugir das respostas padronizadas que
caracterizam muitos dos cursos a distância, como a comunicação de que "a
atividade foi recebida e o certificado está sendo encaminhado" ou, muitas
vezes, "está sendo remetido neste momento".
O objetivo da carta de feedback (Cartas do Curso - Anexo 4) foi
sugerir aos cursistas que refletissem sobre sua atitude, reforçando uma
mudança de postura em relação à EaD e à própria avaliação. Alguns cursistas
manifestaram-se favoráveis às cartas, o que foi evidenciado por telefonemas
aos monitores.
Diante do número elevado de "colas" no modulo I, buscou-se compre-
ender quais as razões para isso. Uma das causas apontadas foi o
preconceito24 em relação à EaD. Normalmente em processos a 24
Segundo McLaren (1977) "preconceito é o
prejulgamento negativo com base em
distância não é habitual um feedback significativo do ponto de evidências não reconhecidas, não pesqui-
sadas e inadequadas. Como essas atitudes
vista da aprendizagem para o aluno. Detectamos que o nível de negativas ocorrem com muita freqüência,
elas assumem um caráter de consenso ou
exigência e o número elevado de questões estavam também cunho ideológico que é muitas vezes usado
para justificar atos de discriminação ".
relacionados. Muitas das questões só necessitavam que o aluno
"copiasse" a resposta do livro-texto. Nesse caso, a cola foi uma "resposta
natural" dos cursistas ao nível das questões, o que levou a equipe a repensar
as atividades de aprendizagem.
Outro aspecto revelado foi a falta de clareza nos enunciados das
questões. Sendo mal elaborados, os alunos nem sempre entenderam os
propósitos, o que levou a equipe a repensá-los, buscando também mais
clareza nas respostas.
Desde então, a qualidade e o tipo de questão a ser proposta puderam
ser exercitados a cada módulo elaborado. Pela reação dos alunos, a equipe
foi verificando onde se apresentavam as dificuldades. Isso nos obrigou não
somente buscar, como já foi dito, maior clareza na elaboração dos
enunciados, mas também uma limitação do espaço para respostas, o que
revelou, principalmente, a necessidade de se esclarecer aos alunos os critérios
de avaliação adotados para cada atividade de aprendizagem do curso.
Percebemos que alunos de cursos a distância podem obter maior clareza
do processo educativo. Para isso, adotam-se diferentes formas de avaliação,
onde o conjunto pode contribuir para visibilidade do processo ensino-
aprendizagem. Dependendo do tipo de curso, poderão ser elaboradas outras
formas de avaliação, como provas práticas de oficina, demonstrações em
laboratórios, estudos de casos, dentre outros. Avaliações presenciais,
avaliações a distância e avaliações mistas podem perfeitamente servir aos
propósitos educativos.
A elaboração de atividades de aprendizagem constituiu-se num grande
empreendimento no curso. Percebemos que as formas de avaliar ainda são
as mesmas do ensino presencial e que nem sempre os professores têm de
forma clara quais são as respostas esperadas dos alunos. A falta de critérios
clara, decididamente influenciou não apenas as respostas dos alunos, mas,
acima de tudo, o entendimento geral do processo educativo.
Portanto, cabe estabelecer questões que realmente possam ser
realizadas de forma autônoma pelos alunos. É importante verificar o número
de questões encaminhadas, o limite de espaço para as respostas mais
complexas, bem como o esclarecimento daquilo que se quer. Paralelamente,
o conjunto de atividades deve ter a estruturação necessária a um entendimento
mais amplo da matéria em foco, de maneira que cada etapa constitua-se em
subsídio para as demais, contribuindo para a formação de uma visão sistêmica
da temática.
5.4.2. Teleconferência
O curso contou com especialistas na área de produção de
vídeo que organizavam os roteiros das teleconferências e tinham a
preocupação de preparar os conferencistas para a respectiva
apresentação. Esse processo sempre foi acompanhado pela equipe
do curso, principalmente pelos monitores, os quais faziam "plantão",
recebendo as indagações dos cursistas via fax ou telefone, fazendo
triagem e direcionando tais indagações aos conferencistas. Perguntas não
respondidas na ocasião foram mais tarde respondidas via correio postal.
Para a realização das teleconferências, a equipe contou com
especialistas renomados na área de EaD, o que pôde contribuir para o
aprofundamento de diversos temas. Para cada módulo, pôde-se executar
uma teleconferência de duas horas com intervalo de 10 minutos. A adoção
do intervalo efetuou-se mediante a manifestação de cansaço pelos cursistas.
Em cada uma das teleconferências apresentaram-se reportagens e
documentários visando dar maior qualidade comunicacional aos programas.
As teleconferências ocorriam sempre num clima de debate, com a
presença de um jornalista mediador para coordenar a discussão. Do ponto
de vista técnico e no que diz respeito às temáticas, foram consideradas boas.
As transmissões realizaram-se à noite, e os locais de recepção
geralmente foram os próprios locais de trabalho (99,9%, segundo questionário
de avaliação do curso (Anexo)). O primeiro problema constatado foi a
entrega dos materiais com atraso, o que fez com que muitos alunos somente
fossem avisados das teleconferências no dia ou com muito pouca
antecedência. Segundo o questionário de avaliação do curso, os horários e
dias escolhidos (geralmente final de tarde e sextas-feiras) representaram um
fator negativo; outro, conforme já comentamos, foi a baixa qualidade de
som e imagem, que a equipe constatou ser resultado da má qualidade técnica
dos equipamentos aliada a problemas de sintonia dos mesmos, o que
demonstra a falta de leitura das orientações contidas no material impresso e
a subutilização de tais recursos no cotidiano das escolas.
As teleconferências serviram também para lançar o curso, apresentando
a equipe e oferecendo informações; para aprofundamento de temas
previamente escolhidos; e para avaliação geral, o que foi feito no último
programa. Percebeu-se que os alunos não utilizaram a possibilidade de gravar
as teleconferências para revê-las em outra ocasião.
E quem não assistia ao vivo geralmente não procurava ver em outro
momento. Nesse ponto, a longa duração não estimulava o aluno, sendo mais
fácil pegar o resumo escrito da teleconferência com um colega.
5.4.3. Vídeo-Aula
As vídeo-aulas fizeram parte de todos os módulos. Sua
duração variava entre 15 e 20 minutos, e as fitas acompanharam
cada kit de materiais encaminhado aos alunos. A equipe participou
da elaboração do roteiro, da indicação de matérias e, eventualmente,
atuou como protagonista nas temáticas.
Nem todas as vídeo-aulas tiveram sua finalização conforme o
planejamento. Entre o roteiro e a concretização do mesmo, muitas lacunas
permaneceram, o que confirma a dificuldade de fazer vídeos educativos.
Os aspectos técnicos da linguagem televisual são avaliados
positivamente, da mesma forma que os materiais impressos. Em termos de
qualidade televisual e adequabilidade aos objetivos e ao público-alvo, fo-
ram consideradas por 85% dos cursistas como boas.
Os cursistas consideraram as vídeo-aulas úteis e fáceis de manusear,
com possibilidade de uso como recurso pedagógico após o curso.
Entretanto, pelas respostas às atividades de aprendizagem que exigiam
seu visionamento, a equipe constatou que, após o curso, muitas vão para a
prateleira e são pouco utilizadas. Os cursistas, de maneira geral, apresentam
dificuldades em perceber as potencialidades pedagógicas do vídeo, sendo
por isso pouco utilizado em outras atividades educativas. Normalmente é
visto somente uma vez e guardado, o que demonstra também a falta do
hábito em utilizar o vídeo para propósitos didáticos.
Sugerimos aos conceptores de cursos a distância que a produção de
vídeo-aulas esteja atrelada a uma criteriosa análise do custo/benefício. Há
uma produção razoável de vídeos educativos sobre diferentes áreas e
temáticas, o que reforça a idéia de aproveitar os materiais existentes e de se
produzir vídeo somente quando for absolutamente necessário e onde sua
aplicação possa ser otimizada e estendida às outras atividades relacionadas
à temática.
5.4.4. CD-ROM
O CD-ROM, planejado por uma equipe de pesquisadores do LED
com nossa participação, teve como tema principal a internet e o objetivo de
capacitar os participantes a utilizá-la para fins educacionais. Foi auto-instrutivo
e os cursistas tiveram 30 horas de acesso gratuito à rede.
Fomos surpreendidos por alguns alunos que, mesmo sem
ter equipamento necessário para rodar o CD-ROM, buscaram
de alguma forma fazer uso dele, mais pela curiosidade do que
pela sua aplicação no ensino.
Pelo questionário de avaliação do curso, 65% dos cursistas
fizeram uso do recurso, o que demonstra a relativa falta de acesso ao
equipamento adequado para isso. Pôde-se ainda observar que, com relação
à facilidade de uso, 31 % deles acharam de ruim a regular, muito provavelmente
em função da dificuldade apontada. Qualificaram predominantemente como
bom e muito bom os aspectos relacionados ao conteúdo, recurso pedagógico
e aplicabilidade.
Cabe ressaltar que o uso do e-mail foi incentivado pela equipe,
principalmente no terceiro módulo - que tratava das tecnologias de
comunicação e informação - e cujo recurso informático encaminhado junto
com o kit foi o CD-ROM. Apesar das críticas, não foram ignoradas as
dificuldades da clientela para a utilização do CD-ROM e da internet.
Entretanto, o material motivou alguns alunos a fazerem uso, o que já atendeu
aos objetivos propostos.
O recurso CD-ROM deverá ser aplicado em cursos a distância para
atender necessidades bem específicas e previamente contempladas no
planejamento do curso. Nesse caso atendeu aos propósitos de introduzir as
diversas tecnologias na atividade educativa dos cursistas.
Esse recurso deverá contemplar, no nosso entendimento, o caráter
inovador tanto na técnica quanto na abordagem, o que poderá ser garantido
por meio da participação de profissionais especialistas no planejamento do
CD-ROM. Quanto ao acesso, deverá ser verificado, na etapa de
planejamento, na definição do perfil da clientela e nos objetivos do curso, se
sua inclusão representará um ganho de qualidade no curso como um todo,
levando-se em conta a relação custo-benefício.
A análise do processo de desenvolvimento do curso de Introdução a
Educação a Distância converteu-se em processo de reflexão-na-ação, em que
"o conhecer sugere a qualidade dinâmica de conhecer na ação, a qual, quando
descrevemos, converte-se em conhecimento na ação" (Schön, 2000, p. 32).
Nossas visões, apreciações e crenças estão evidenciadas nesta análise
que foi sem dúvida construída na ação. Segundo Schön,
Na base da visão da reflexão-na-ação do profissional está uma
visão construcionista da realidade com a qual ele lida — uma visão
que nos leva a vê-lo construindo situações de sua prática, não
apenas no exercício do talento artístico profissional, mas também
em todos os outros modos de competência profissional (Schön,
2000, p. 39).
6. CONCLUSÕES
a) Livros-texto
b) Guias de Atividades
7.2. Vídeo-aulas
7.3. CD ROM
81
162.
SINE/PROMOTEC
capacitação a distância
Projeto para desenvolvimento e realização de capacitação a distância
Realização:
Secretaria de Estado da Educação e do Desporto
Laboratório de Ensino a Distância - PPGEP - UFSC
Ministério do Trabalho - FAT
Secretaria de Estado do Des. Social e da Família - SINE/SC
APRESENTAÇÃO
Com esta proposta Santa Catarina deve avançar ainda mais no conhecimento
teórico-metodológico e prático a respeito do desenvolvimento de programas
de Educação a Distância bem como na formação de pessoal para utilização
de novas tecnologias aplicadas à esfera da educação formal. Trata-se de
uma proposta que está em profundo diálogo com as exigências que a
contemporaneidade impõe, um diálogo a distância sobre a própria temática da
Educação a Distância.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ETAPA ENTREGA
Teleconferência 02
Tema: Novos meios de aprendizagem: a formação
a distância no Brasil
Palestrante: Prof. Mindé B. Menezes
Teleconferência 03
Mídias e estratégias no desenvolvimento de
educação a distância
Palestrante: Prof. Cláudia Landim
ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS E ESTRATÉGIAS DE
UTILIZAÇÃO
• Apostila
-• Guia de Atividades -
• Video-aula
• Ciclo de teleconferências
A APOSTILA
O material impresso, com aproximadamente 100 páginas, deverá ser
entregue ao participante do programa com duas semanas de antecedência
com relação à realização do ciclo de teleconferências. O conteúdo da
apostila deverá apresentar os seguintes tópicos:
• Conceitos
A VIDEO-AULA
INFORMAÇÕES:
Laboratório de Ensino a Distância
Produtora
Rua Aracuã, 37
Pantanal - Florianópolis
88.040-210
- Cartas de Feedback
- Avisos Teleconferências
Universidade Federai de Santa Catarina
Laboratório de Ensino a Distância
Programa de Capacitação a Distância
Professora SUELY,
Atenciosamente,
Professora Lurdes,
Atenciosamente,
Professor Jaci,
Atenciosamente,
Professor Genésio,
Atenciosamente,
Professora Ivone,
Atenciosamente,
Professora MÁRCIA,
Atenciosamente,
Professor DÁRCIO,
Atenciosamente,
Professor DÁRCIO,
Atenciosamente,
Professora NELITA,
Atenciosamente,
Prezado(a) Cursista,
Prezado Aluno,
Serão duas teleconferências, como nos módulos anteriores, mas com algumas
modificações que irão facilitar o seu aprendizado, vale a pena conferir.
Aproveite e leia o material do módulo sobre Tecnologias de Comunicação e
Informação na Educação a Distância e anote suas dúvidas para encaminhá-las no dia da
Teleconferência.
Será muito importante a sua participação através do telefone e do fax. Avise os
seus colegas e procure organizar-se na escola para assistir. Teremos a participação de
especialistas convidados que com certeza contribuirão para o seu aprofundamento em
EAD. E não esqueça que temos um sistema de tutoria a sua disposição.
Prezado Coordenador,
Prezado Aluno,
Planejando em
- Sônia e Patrícia - LED/UFSC
Educação a Distância
- Walter Garcia - Pres. ABT
04/08/98
Característica do Eliane Dias de Oliveira - Sup.
Planejamento em EaD Pedagógica (Salto Para o Futuro)
- João Vianney - Coord. LED/UFSC
Maria Rosa Magalhães - UnB
O diagnóstico em EaD
- Edna Batistotti - SED/SC
01/09/98
A Recepção no Mônica Pinto - TV Futura
Planejamento em EaD - Ursula Blattmann - UFSC
- Hildegard de Oliveira - 13° CRE/ltajaí
- Juiz Otávio Costa - SED/SC
Tecnologia de
- Cláudio S a l l e s - M E C
Comunicação e 20/10/98
- João Vianey - Coord. LED/UFSC
Informação em EaD
Rita de Cásssia Guarezzi - Coord.
NTE/Tb
Nara Maria Pimentel - Coord.
Possibilidade das Novas
Pedagógica do Curso
Tecnologias de 03/11/98
Ivônio Barros Nunes - Consultor IBASE
Comunicação na EaD
Jacó Anderle - Delegado Reg. MEC
- George França - LED/UFSC
- Leslie Paas - LED/UFSC
Tutoria e Avaliação na Flávio Castro - UnB
08/12/98
EaD - Kátia Allonso - UFMT
- Sônia Grüdtner - Monitora LED/UFSC
- Patrícia Fiúza - Monitora LED/UFSC
Rosângela Rodrigues - LED/UFSC
- Roseli Zen Cerni - CED/UFSC
Carmem Moreira de Castro -
Avaliação na EaD 16/12/98
SEED/MEC
Nara Maria Pimentel - Coord.
Pedagógica do Curso
II - Questionário de Avaliação do Curso "Introdução em EaD"
- Tabulação
Gráficos
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO C U R S O DE "Introdução a Educação a Distância"
1 - IDENTIFICAÇÃO
Sexo
Masculino 35 13%
Feminino 232 87%
Total 267 100%
2 - FORMAÇÃO
Estuda Atualmente?
Sim 62 24%
Não 194 76%
Total 256 100%
3 - ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Escola
Municipal 24 9%
Estadual 223 86%
Particular 12 5%
Total 264 100%
Efetivo
Sim 210 82%
Não 47 18%
Total 257 100%
Regime
10H 5 2%
20 H 23 9%
30 H 7 3%
40 H 228 87%
263 100%
Atividade Remunerada
Sim 34 14%
Não 204 86%
Total 238 100%
Hábitos de Leitura
Sim 229 97%
Não 8 3%
Página 1 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
Outro Idioma
Sim 59 26%
Não 168 74%
Total 227 100%
TV VD PC em casa
Sim 192 83%
Não 39 17%
Total 231 100%
TV VD PC no trabalho
Sim 221 92%
Não 18 8%
Total 239 100%
4-ANTES DO CURSO
Conhecimento em EAD
Pouco 150 63%
Médio 71 30%
Bom 16 7%
Total 237 100%
Disponibilidade pf Estudar
Pouco 63 29%
Médio 130 55%
Bom 39 16%
Total 237 100%
Familiaridade c/ meios
Pouco 62 26%
Médio 109 46%
Bom 66 28%
Total 237 100%
Disciplina e autonomia
Pouco 10 4%
Médio 138 59%
Bom 85 36%
Total 233 100%
Página 2 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
5-QUANTO AO CURSO
Você estudou:
Em casa 89 40%
No trabalho 40 18%
Nos dois 93 42%
Total 222 100%
Metodologia adequada
Sim 228 98%
Não 5 2%
Total 233 100%
Organização didática
Ruim 0%
Regular 5 2%
Bom 130 56%
Muito bom 97 42%
Total 232 100%
Tempo de duração
Ruim 0%
Regular 39 17%
Bom 136 58%
Muito bom 58 25%
Total 233 100%
Organização administrativa
Ruim 1 0%
Regular 14 6%
Bom 124 55%
Muito bom 87 38%
Total 226 100%
Página 3 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
Objetivos do curso
Sim 214 97%
Não 6 3%
Total 220 100%
Teoria apresentada
Sim 209 96%
Não 9 4%
Total 218 100%
Conteúdos adequados
Sim 219 98%
Não 4 2%
Total 223 100%
7 - MATERIAL IMPRESSO
Forma
Sim 216 98%
Não 4 2%
Total 220 100%
Tipo letra
Ruim 0%
Regular 1 0%
Bom 60 27%
Muito bom 159 72%
Total 220 100%
Tamanho letra
Ruim 0%
Regular 3 1%
Bom 67 30%
Muito bom 151 68%
Total 221 100%
Espaçamento
Ruim 0%
Regular 0%
Bom 77 35%
Página 4 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
Linguagem facil?
Sim 215 99%
Não 3 1%
Total 218 100%
Bibliografia adequada?
Sim 203 98%
Não 5 2%
Total 208 100%
Utilizou bibliografia?
Sim 131 62%
Não 82 38%
Total 213 100%
Encontra bibliografia?
Sim 94 46%
Não 109 54%
Total 203 100%
8-TELECONFERENCIAS
Entrevistas e experiências
Ruim 1 0%
Regular 15 7%
Bom 117 53%
Muito bom 88 40%
Total 221 100%
Página 5 ds 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
Vídeos de animação
Ruim 0%
Regular 14 7%
Bom 114 54%
Muito bom 83 39%
Total 211 100%
Tempo de duração
Ruim 0%
Regular 25 12%
Bom 139 64%
Muito bom" 53 24%
Total 217 100%
Modo de apresentação
Ruim 0%
Regular 19 9%
Bom 127 57%
Muito bom 75 34%
Total 221 100%
Qualidade da imagem
Ruim 9 4%
Regular 57 25%
Bom 92 41%
Muito bom 66 29%
Total 224 100%
Qualidade do som
Ruim 14 6%
Regular 70 32%
Bom 77 35%
Muito bom 61 27%
Total 222 100%
Horários
Ruim 21 9%
Regular 30 13%
Bom 129 57%
Pagina 6 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "Introdução a Educação a Distância"
Temas
Ruim ' 0%
Regular 7 3%
Bom 117 52%
Muito bom 101 45%
Total 225 100%
Possibilidades de uso
Ruim 1 0%
Regular 19 8%
Bom 125 56%
Muito bom 79 35%
Total 224 100%
Interatividade
Ruim 5 2%
Regular 45 20%
Bom 109 49%
Muito bom 62 28%
Total 221 100%
Recepção organizada?
Sim 170 79%
Não 46 21%
Total 216 100%
9 - VIDEO AULAS
Conteúdos
Ruim '' 1 0%
Regular 5 2%
Bom 117 51%
Muito bom 105 46%
Total 228 100%
Aplicabilidade
Ruim 2 1%
Regular 26 12%
Bom 125 55%
Muito bom 73 32%
Total 226 100%
Recurso Pedagógico
Ruim 1 0%
Regular 14 6%
Bom 114 52%
Muito bom 91 41%
Página 7 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "introdução a Educação a Distância"
Possibilidades de uso
Ruim 3 1%
Regular 22 10%
Bom 110 50%
Muito bom 85 39%
Total 220 100%
10-CD ROM
Conteúdos
Ruim 5 3%
Regular 18 11%
Bom; 34 50%
Muito bom 60 36%
Total 167 100%
Aplicabilidade
Ruim 14 8%
Regular 24 14%
Bom 85 50%
Muito bom 48 28%
Total 171 100%
Facilidade de uso
Ruim 28 16%
Regular 27 15%
Bom 84 48%
Muito bom 37 21%
Total 176 100%
Recurso Pedagógico
Ruim 8 5%
Regular 16 10%
Bom 76 46%
Muito bom 66 40%
Total .. 166 100%
11 - CADERNO DE ATIVIDADE
Questões claras?
Sim 205 94%
Não 12 6%
Total 217 100%
Numero de questões
Ruim 2 1%
Regular 19 8%
Página 8 de 9
PESQUISA DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE "introdução a Educação a Distância"
Página 9 de 9
RECEITAS
Tv Vídeo PC em casa
Tv Vídeo PC em casa
Escola em que atua
Hábito Leitura
Outros Idiomas
Estuda Atualmente?
Regime de Trabalho
Material Impresso
TELECONFERÊNCIAS
Material Impresso
Caderno Atividades
CD ROM
VÍDEO-AULAS
III - Conteúdo dos Módulos do Curso
CONTEÚDO DOS MÓDULOS
VÍDEO-AULA