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NEUROPSICOLOGIA

1
NEUROPSICOLOGIA
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
DO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL

PROFESSORA:
Dra. Lisandra Borges
2
Desenvolvimento

processo de construção da
identidade humana

3
4
5
sumário
Sexta-feira
Histórico da neuropsicologia infantil
Desenvolvimento e neurodesenvolvimento infantil

Sábado
O pré-escolar
Transtornos do Neurodesenvolvimento
Avaliação neuropsicológica na infância (testes mais utilizados).
Prática de aplicação e correção da Denver II

Domingo
como escolher um instrumento
Avaliação do módulo – Estudo de caso

6
Neuropsicologia do Desenvolvimento
❖ Desenvolvimento Neurobiológico

❖ Desenvolvimento Cognitivo

❖ Neuroplasticidade

❖Funções Cognitivas

7
Avaliação Neuropsicológica
nos Transtornos do Desenvolvimento
❖ Transtorno do Espectro Autista

❖ Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

❖ Transtornos de Aprendizagem

❖ Deficiência Intelectual

❖ Epilepsia

❖ Lesões Cerebrais adquiridas

8
Sugestão de Leitura

9
TOP 3 da Lisa

10
Antes de iniciarmos
...
O que é construto?
É qualquer coisa imaginada pela mente humana mas que não é diretamente observável;

Construtos são abstrações referentes a conceitos, ideias, entidades teóricas, hipóteses e invenções;

Na psicologia designa os traços, processos, conhecimentos armazenados ou características que não


podem ser observadas diretamente;

Uma entidade hipotética derivada de uma teoria psicológica, pesquisa e observação do


comportamento;

Variam quanto à complexidade, aplicabilidade e ao grau de abstração requerida para inferi-los a partir
dos dados comportamentais;

Não são observáveis, são inferidos a partir de observações;


Exemplo: fator g, dimensões do big five, transtornos de personalidade

12
1
3

construto
Conceito teórico não observável
Construtos em neuropsicologia
Inteligência Percepção
Memória Leitura e escrita
Atenção Emoções
Funções executivas Personalidade
Linguagem
Praxia e visoconstrução
Responda

Avaliar o desenvolvimento infantil é uma tarefa fácil ???

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16
Pergunta norteadora

17
menina de 10 anos de idade
Queixa: dificuldade no desempenho escolar de maneira geral. Segundo professores,
suas maiores dificuldades se dão em leitura e matemática, disciplinas que parou de
entregar as atividades de casa e em alguns momentos foi pega escondendo as
atividades por não as ter realizado. Criança entregou provas em branco algumas vezes
e a professora observou que se mostra distraída durante as aulas. Professora reclama
muito que sua letra é de difícil entendimento e que é muito dispersa ao longo das
aulas.

Tenho uma hipótese diagnóstica?


Como avaliar?

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desenvolvimento

Processo contínuo que sofre influencia tanto da maturação


cerebral, fenômeno complexo que envolve aspectos genéticos,
estruturais e de neuroplasticidade, como dos fatores ambientais
e sociais (estilo de interação família, cultura, nível
socioeconômico e métodos de alfabetização), que exercem um
papel crucial na cognição.

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Desenvolvimento na infância
As desordens do neurodesenvolvimento (transtornos
caracterizados por prejuízo na cognição, comunicação,
comportamento e/ou habilidades motoras decorrentes de um
desenvolvimento cerebral anormal (15% da população
pediátrica)

5,1% das crianças de 0 a 14 anos apresentam algum tipo de


deficiência (GBD, 2008).

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Problemas do desenvolvimento neurológico

Atingem cerca de 5% a 15% das crianças e


podem ter consequências adversas em longo
prazo, se não forem detectados e tratados
precocemente (Demirci & Kartal, 2015).

Período crítico
Evidências – identificação precoce = melhores
resultados

21
Neuropsicologia infantil

A emergência de qualquer função cerebral depende da


maturação de circuitos neuroanatômicos especializados que
iniciam seu desenvolvimento em etapas pré-natais e passam por
diferentes períodos críticos até completar-se, o que com
frequência ocorre após o nascimento.

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Neuropsicologia infantil
Embora não se conheça exatamente os períodos críticos de cada
processo, sabe-se que

áreas sensoriais e motoras se desenvolvem antes das envolvidas


na linguagem ou na memória;
primeiros 5 anos – estimulação linguística (circuito da linguagem)
Funções executivas – uma das últimas a se desenvolver – área pré-
frontal (área cortical inicia desenvolvimento na infância, mas não se conclui até passada a adolescência)
(Diamond, 2013).

23
Neuropsicologia infantil
• Durante os períodos críticos

Estruturas cerebrais são especialmente sensíveis a qualquer


agente endógeno ou exógeno que interfira na sua evolução, que
pode chegar a modificar o padrão normal de desenvolvimento e
provocar um atraso na aparição de uma função, uma
deterioração em uma expressão ou seu total desaparecimento.

24
Neuropsicologia infantil

A NI caracteriza-se por
abordar especificamente a
compreensão da relação
entre funcionamento
neurológico e psicológico,
com o estudo das funções
neuropsicológicas, desde o
inicio da vida até a
adolescência.

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Objetivo – investigação e clínica
Investigação – estuda as repercussões funcionais existentes em
um cérebro com anomalias do desenvolvimento. Os resultados
desses estudos complementam os obtidos de crianças saudáveis
e são essenciais para entender a relação

cérebro-cognição/emoção/comportamento

Repercussão no âmbito clínico (novas perguntas e desafios)


26
27
UD
convulsões aos 4 anos de idade. Por conta do tumor,
desenvolveu uma epilepsia que somente piorou com o tempo.
Nenhum tratamento convencional parecia melhorar sua
qualidade de vida.

médicos - decisão de remover uma grande parte do cérebro –


aproximadamente um terço do hemisfério direito – quando ele
tinha 6 anos de idade.

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Cirurgia
envolveu partes que gerenciam informações sensoriais, incluindo
visão e som, como o lobo occipital e o lobo temporal.
occipital - informações visuais e vincular as imagens resultantes a
memórias. Ambos os lados direito e esquerdo do lobo occipital
trabalham juntos para processar a entrada visual
(“especialidades” processamento visual; - lado direito está
envolvido no reconhecimento de rostos, o esquerdo domina a
identificação de palavras escritas.
temporal - processa informações auditivas e ajuda a integrar
memórias com sons e outras informações sensoriais. 29
UD não recuperou a função no córtex visual de “ordem inferior”,
ou seja, funções básicas como a visão periférica, mas recuperou
todo o funcionamento mais complexo do córtex visual, o de
“ordem superior”.

https://hypescience.com

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Expansão da Neuropsicologia infantil
índices de fracasso escolar

diagnóstico neuropsicológico possibilita cada vez mais orientar o


currículo personalizado do aluno

estratégias de intervenção para as DA

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Disciplina – década de 1960
Antes a investigação - metodologia população adulta (início transtornos da
linguagem secundários a lesões adquiridas).

1960 interesse - sequelas cognitivas de lesões neurológicas em crianças.


1896 - Dejerine desvinculou T de leitura e escrita de uma baixa inteligência
ou alterações no sistema sensorial (análises post mortem)
1896 – Morgan (médico inglês) – adolescente de 14 anos problemas de
leitura e escrita similares aos detectados após lesões adquiridas (mas sem
danos) – primeiro caso de dislexia do desenvolvimento.

32
História da Neuropsicologia Infantil

1900 – Interesse - estudo das dificuldades de aprendizagem (naquela


época – disfunção cerebral mínima 1940), já que se detectavam em
crianças com inteligência normal.

Dislexia/disgrafia/discalculia (transtornos específicos) hj como TA (DSM-5)

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História da Neuropsicologia Infantil
Destaque – Lev Vygotsky e Lúria 1920

Vygotsky – o desenvolvimento da criança não podia ser explicado


abordando somente o “crescimento dos processos fisiológicos mentais” –
tremenda influência da experiência social.

Lúria <3 –necessidade de refletir na avaliação das crianças com deficiência,


não somente seus déficits, mas também suas habilidades – perfil
neuropsicológico

34
História da Neuropsicologia Infantil
Destaque – Lev Vygotsky e Lúria 1920

Adiantaram-se em várias décadas com o conceito de plasticidade.

Concluíram que, se a plasticidade de um cérebro jovem era maior que a de


um adulto, por não estarem as funções completamente desenvolvidas
nem haver tanta especialização, o dano cerebral precoce afetava de
maneira mais global a cognição.

35
História da Neuropsicologia Infantil
Metade do século XX – distintas síndromes neuropsicológicas associadas
ao dano cerebral adquirido de forma precoce (Ajuriaguerra & Hécaen,
1949).

1980 – Developmental Neuropsychology

Trabalho interdisciplinar

https://www.the-ins.org/ Sociedade Internacional de Neuropsicologia


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Neuropsicologia Infantil HOJE
Objetivo – estudar as relações entre o desenvolvimento do cérebro e a
emergência e amadurecimento das funções superiores.

Conhecer a evolução ontogenética do SN, em particular do cérebro

37
Cérebro humano
86 bilhões de neurônios,
Um número ainda maior de
células gliais (cercar os
neurônios e mantê-los no
seu lugar, fornecer nutrientes e
oxigênio para os neurônios,
isolar um neurônio do outro,
destruir patógenos e remover
neurônios mortos. Mantêm a
homeostase, formam mielina e
participam na transmissão de
sinais no sistema nervoso.

38
Cérebro humano
Organizados em uma vasta rede de
conexões sinápticas, estimadas em 100
trilhões.

Regulados por genes específicos, mas que


podem ser afetados por fatores
ambientais.

Crescimento e o desenvolvimento do
cérebro: complexo
39
Neuropsicologia Infantil
Estruturas cerebrais cada vez mais complexas – que se conectam entre si
formando sistemas altamente especializados, possibilita surgimento de
processos, cada vez mais complexos.

40
41
42
Por que é importante estudar?
Aumento de crianças com atraso do desenvolvimento (sobrevida
de prematuros extremos, diminuição da mortalidade infantil)

Há evidências de quanto mais precoce o diagnóstico, e a


intervenção, menor será o impacto na vida da criança.

Assistência preventiva= avaliação do desenvolvimento é essencial

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Crescimento x desenvolvimento

Crescimento significa aumento físico do corpo, medido em centímetros


ou gramas; ele traduz o aumento em tamanho e número de células.

O desenvolvimento é a capacidade do ser de realizar funções cada vez


mais complexas; ele corresponde a termos como maturação e
diferenciação celular

44
Desenvolvimento
O amadurecimento de qualquer função cognitiva, emocional ou
comportamental, tem influência decisiva o contexto com o qual o
sistema nervoso tem que interagir desde etapas pré-natais.

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Neurodesenvolvimento
Processo complexo estrutural e funcional associado ao
crescimento, maturação e aprendizagem

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MOTOR
ADAPTATIVO
Habilidades grosseiras,
finas e visuomotora

COGNITIVO
SOCIOEMOCIONAL Compreende, entre
outros aspectos,
Emoções,
aprendizagem,
personalidade e
memória, atenção,
relações sociais
raciocínio e
criatividade

LINGUAGEM

47
genéticos

BIO

congênito Neurodesenvolvimento epigenético

PSICO SOCIAL

ambiental

48
epigenética
Se refere aos mecanismos pelos quais as células são alteradas em
forma ou função e depois transmitem essas alterações para
futuras células daquela linhagem (ou seja, mudanças que são
estáveis ao longo de diversas divisões celulares, mas que não
envolvem mudanças na sequência do DNA).

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INTERESSANTE!
Fatores de risco – baixo peso ao nascer prematuridade e déficits
nutricionais

Fatores de proteção – nutrição adequada, qualidade pré-natal e


inicio do mesmo no 1º trimestre
têm maior impacto no D / impacto difere em relação à idade
da criança

50
fatores de proteção bem estabelecidos na literatura

Presença de adultos dedicados e expectativa dos pais que a criança


emocionalmente disponíveis permanecerá na escola por mais de 10
anos
expressão de carinho Envolvimento dos pais nas atividades
escolares
vínculos estáveis N de filhos = ou – 4
suporte familiar Rotinas consistentes
alta escolaridade materna

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Dois grandes movimentos
Neurogênese Sinaptogênese
Processo de formação de novos neurônios Formação de sinapses entre os neurônios.
no cérebro, provenientes de células- Presente desde o início da gestação, mas
tronco neurais e progenitores neurais ocorre com maior velocidade dos 2 meses
aos 2 anos.

Conectores – aprendizagem

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Neuroembriogênese
Fase 1 – Indução da placa neural. Proliferação neuronal.
Organogênese embrionária do SNC desde a concepção
Fase 2 – Migração neuronal. Crescimento dos axônios e
dendritos.

Fase 3 – Formação de conexões interneuronais com sinapses e


síntese de neurotransmissores

53
Neuroembriogênese

Fase 4 – Diferenciação celular. Mielinização

Fase 5 – Sinaptogênese

Fase 6 – Perda neuronal. Eliminação de conexões formadas e


manutenção de outras

54
Os primeiros dias

Atenção especial dirigida a regiões faciais específicas (testa, olho)


e se especializa a partir dos 3 meses e ao longo da vida.

Autistas apresentam dificuldade para manter a atenção sobre o


rosto desde os 6 meses (Simion et al., 2008).

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1º. ano de vida
Estreita relação entre as funções que aparecem e desaparecem
com a evolução do SNC (crânio-caudal).

Funções mais elementares vão paulatinamente sendo


substituídas por funções hierarquicamente superiores.

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57
Controle de
esfíncteres
18 meses: Controle vesical diurno iniciando

2 anos: Controle vesical diurno em consolidação e


iniciando o vesical noturno e anal

3 - 4 anos: Controle vesical diurno e anal


consolidados, vesical noturno em consolidação

5 anos: Controle completo vesical e anal

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Os Sinais do Desenvolvimento Patológico
manutenção dos reflexos arcaicos além do tempo

alterações do perímetro cefálico

não aquisição ou regressão dos marcos de desenvolvimento

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Atraso do DNPM
ETIOLOGIA TIPO
1 genética (cromossômicas, 1 predomínio motor (PC, hipotonia
malformações) central, doenças neuromusculares e
ortopédicas)
2 pré-natal (desnutrição, infecção, trauma) 2 predomínio linguagem (hipoacusia -
surdez, autismo)
3 perinatal (asfixia, tocotrauma). 3 global (malformações, encefalopatias,
cromossomopatias).
4 pós natal (infecção, desnutrição, TCE)

60
Os sinais de atraso no desenvolvimento
– Dificuldade com a habilidade de linguagem e a compreensão da fala da criança;
– Dificuldade para desempenhar ações básicas de cuidados, como lavar as mãos, vestir
a própria roupa, etc. (Importante salientar que mesmo muito novas, as crianças podem
e devem ser estimuladas a algumas ações de higiene pessoal);
– Dificuldade com a coordenação motora ampla, aquela que é responsável pelas ações
dos principais músculos do corpo: andar, dançar, pular, sentar, etc.
– Dificuldade com a coordenação motora fina, que fica a cargo dos pequenos músculos
e dão à criança a capacidade de manipular objetos, desenhar, recortar, escrever, entre
outras ações;
– Dificuldade para habilidade de interação social: quando a criança se mostra arredia
em todas as situações que saem do seu contexto familiar.

61
Prestar atenção ...

Sinais neurológicos do desenvolvimento


neuropsicomotor típico

62
Função idade
Fica em pé com uma perna 3–4
Sustenta-se em um pé por 5 segundos 4
Reconhece os dedos (gnose digital) 5
Sustenta-se em 1 pé por 25 segundos 6
Oposição dos dedos ao polegar 7–8
Bate repetitivamente dedos e pés 7–8
Realiza movimentos em espelhos (sincinesias) Até 9
Anda em linha reta para trás 7
Tem dominância cerebral D-E / reconhece em si 7
Conhece a representação do losango 7
63
Limiar entre o típico e o atípico
Tênue

• 1 desenvolvimento é acelerado e as características mudam com rapidez;


• 2 crianças pequenas apresentam mais problemas de comportamento
em razão de menor capacidade de autorregulação;
• 3 o baixo nível de vocabulário dificulta falar sobre as dificuldades
(queixas somáticas como dor de cabeça são frequentes em crianças que
também apresentam sintomas externalizantes e internalizantes).

64
Que teorias desenvolvimentais estudamos?
anteriormente ???

65
Teorias do desenvolvimento
Psicanálise Freudiana
Epistemologia Piagetiana
Teoria do desenvolvimento moral de Kholberg

Desenvolvimento em etapas, o fim do desenvolvimento durante


a adolescência e a teleologia.

66
Teorias do desenvolvimento
Se considerarmos então, nosso desenvolvimento ocorreria em
etapas bem definidas, cada uma delas permeadas por
características peculiares e desafios, que se superados, levariam
ao novo estágio.

Maturidade na adolescência

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Desenvolvimento - atualidades

Transformações culturais do século XX aconteceram em uma velocidade ímpar


e impactaram fortemente nossa concepção sobre o desenvolvimento humano.

1900 – expectativa de vida era de 49 anos, e ao final do século XX, mais que 70
anos.

68
Crescimento Populacional Acesso à informação

Desenvolvimento Humano

Relações entre os indivíduos,


Desenvolvimento Tecnológico
seus grupos e o ambiente

69
Abordagem life spam
Baltes et al. (2006)
Desenvolvimento humano – reflete uma arquitetura incompleta e em construção
contínua, durante toda a vida.

O desenvolvimento humano não é teleológico e é influenciado pela interação entre


fatores biológicos e ambientais.

A ontogênese é caracterizada pelo equilíbrio entre ganhos e perdas durante todo o


percurso

70
• https://www.youtube.com/watch?v=zu5F_kXyRwk

Os anos iniciais são fundamentais para construção dos blocos de


sustentação para o desenvolvimento nos anos posteriores.

71
Experimento do marshmallow
se refere a uma série de estudos de recompensa retardada realizados no final dos anos de 1960 e início
dos anos de 1970 liderados pelo psicólogo Walter Mischel, então professor da Universidade de Stanford.

Nos estudos era oferecido a crianças a escolha entre uma pequena recompensa (marshmallow, cookie
ou pretzel) entregue imediatamente ou duas pequenas recompensas se ela esperasse até o retorno do
pesquisador (depois de uma ausência de aproximadamente 15 minutos).

Em estudos de seguimento, os pesquisadores descobriram que as crianças que foram capazes de


esperar por mais tempo pela possível recompensa apresentaram tendência de ter melhor êxito na vida,
conforme mensurado por SAT cores, desempenho escolar, índice de massa corporal (IMC) e outros
parâmetros de medição. Contudo, recente trabalho levanta a questão se o autocontrole, em oposição ao
raciocínio estratégico, determina o comportamento das crianças.

72
Desenvolvimento
Abordagem lifeHumano
spam
Diferentes fases da vida estão inter-relacionadas

✓ Arquitetura do cérebro incompleta e em construção contínua.


✓ Interação entre fatores biológicos e ambientais.
✓ Equilíbrio entre ganhos e perdas relacionam-se com a forma como os
indivíduos alocam seus recursos psicológicos.
✓ Integração de múltiplas teorias

73
• https://www.youtube.com/watch?v=eSAHbDptGh4

74
Desenvolvimento Humano

Os anos iniciais são fundamentais para a construção dos blocos de


sustentação para o desenvolvimento nos anos posteriores.

Os primeiros 1000 dias (período pré-natal até os dois primeiros anos de


vida), são fundamentais no desenvolvimento do cérebro.

As conexões neurais formadas nesse período são fundamentais para o


desenvolvimento social, emocional e cognitivo que impactarão o
desempenho escolar e qualidade de vida.
75
Desenvolvimento Humano
Garantir o melhor desenvolvimento infantil e as condições geradoras de saúde
mental para as crianças é um forte alicerce para as sociedades sustentáveis,
justas e prósperas.

Arquitetura do Cérebro - ambiente e interação

Super Cérebro

76
Desenvolvimento Humano

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Desenvolvimento Neurobiológico e Cognitivo

O conceito básico de desenvolvimento é o de mudança dinâmica ao longo do


tempo em resposta à experiência, mas não apenas de mudança, também de
continuidade/estabilidade.

Desenvolvimento Cognitivo:
✓ Processos de maturação de habilidades de um indivíduo desde a infância até
a adolescência;
✓ Evolução do conhecimento e do pensamento.

78
Para gravar ...
O cérebro sofre alterações significativas tanto na arquitetura estrutural quanto
na organização funcional ao longo de toda a vida.

Maturação do cérebro e o desenvolvimento cognitivo ocorrem


simultaneamente.

O crescimento do cérebro antes e após o nascimento e durante todo o período


da infância é fundamental para o futuro desenvolvimento físico, cognitivo e
emocional.

79
Tamanho do cérebro
nascimento 25% de seu futuro peso adulto,
atingindo em torno de 70% de seu peso final
até os 3 anos.

6 anos tem quase o tamanho adulto, mas o


crescimento e o desenvolvimento funcional
de partes específicas continuam durante
a idade adulta.

saltos no crescimento cerebral, períodos de rápido crescimento e


desenvolvimento, coincidem com mudanças no comportamento cognitivo. 80
81
início
Os circuitos da região do córtex pré-frontal formam-se mais lentamente;

6 meses - a memória operacional é desenvolvida; a maturação do córtex pré-


frontal garante a noção de permanência do objeto.

O cerebelo cresce mais rapidamente também no primeiro ano de vida.

A maioria dos reflexos iniciais desaparece entre os 6 e os 12 meses - sinal de


que as rotas motoras do córtex foram parcialmente mielinizadas, permitindo
uma transição para o comportamento voluntário.
82
83
desenvolvimento

não é apenas a maturação do


SN, mas uma “condição de
possibilidades” de responder
ao meio, potencial para
assimilar e estruturar novas

84
Da concepção aos 3 anos
desenvolvimento neuronal é mais intenso do que em qualquer outro momento da vida.

sinapses são formadas rapidamente, e o cérebro apresenta cerca de 2 x mais conexões


sinápticas do que terá na vida adulta.

estímulo ambiental - especial importância nesse processo. As sinapses que são


repetitivamente demandadas pela interação com o ambiente tornam-se fortalecidas.

Aquelas que são menos acionadas se tornam mais fracas, e provavelmente serão eliminadas
no processo de poda sináptica ao longo da vida.

85
86
O número de sinapses alcança o máximo em torno dos 2 anos de idade
(período em que os processos de integração, diferenciação e morte celular
chegam a seu ápice).

87
O fortalecimento das
sinapses contribui
para a conectividade e
a eficiência dos
circuitos neuronais
envolvidos no
aprendizado, na
memória e em outros
domínio cognitivos.

88
3 primeiros anos – marcos do desenvolvimento
✓ Motor
✓ Refinamento Sensorial
✓ Aquisição de linguagem

Dos 3 aos 6 anos os avanços continuam, mas nota-se principalmente, a


evolução do desenvolvimento cognitivo e comportamental.

89
3 anos a densidade sináptica no córtex pré-frontal chega a quase 200% do seu
nível na idade adulta, continuando a criar e a fortalecer circuitos com outras
regiões.

Habilidades como as Funções Executivas começam a se desenvolver e a se


consolidar.

social, afetivo, físico e cognitivo se processa


em um ritmo muito mais rápido, e o leque de
comportamentos que é possível observar
entre as crianças é muito grande.

90
linguagem
O desenvolvimento da linguagem é especialmente importante.
atraso de 12 meses - indicativo tanto de um ambiente pouco estimulador
quanto da presença de alterações mais abrangentes (transtorno de linguagem,
TEA).

91
92
Especialização Hemisférica
(lateralização) se dá ao longo do desenvolvimento.

A troca de informação entre os diferentes hemisférios é feita pelo corpo


caloso, que cresce substancialmente ao longo da infância, atingindo já o
tamanho adulto quando a criança tem em torno de 10 anos de idade.

93
Especialização Hemisférica
Na maioria das pessoas o HE é dominante para todas as funções relacionadas
com a linguagem (ler, escrever, compreender o que é dito e produzir a fala,
pensamento lógico e o sequenciamento dos atos).
O HD tem a capacidade de processamento das informações visuais e espaciais
que não podem ser traduzidas em palavras (processamento afetivo das
informações e a percepção das emoções)

94
As áreas primárias sensoriais (“entrada da informação”) e a área primária
motora (“saída da informação”) do sistema nervoso funcionam de forma idêntica
nos dois hemisférios.

Não existe dominância cerebral para funções elementares (sensibilidade e


motricidade).

Cada hemisfério tem a seu cargo os acontecimentos motores e sensoriais que


ocorrem na metade oposta do corpo e do espaço.

As diferenças funcionais começam a registrar-se a partir das áreas de associação


(das funções mais complexas).
95
6 anos – criança identifica a lateralização em si
• No outro demora mais

• 6 aos 10 anos maior noção de lateralidade

96
➢ A informação que chega ao cérebro é sentida como estímulo sensorial de igual
forma dos dois lados do cérebro, mas é interpretada de forma diferente em
cada um dos hemisférios.

➢ Cada um dos hemisférios cerebrais é dominante para um conjunto de


operações distintas.

97
Neuroplasticidade
mudança adaptativa na estrutura e função do sistema nervoso.

➢ Ocorre em qualquer fase;


➢ Através de interações com o meio ambiente interno e externo;
➢ Pode ser resultante de lesões que afetam o ambiente neural;
➢ É multidimensional (processo dinâmico, resposta adaptativa, estrutura
intrínseca do cérebro).

98
Neuroplasticidade
❖ A plasticidade opera em vários níveis:

➢ Neuroquímico – na modificação de neurotransmissores e


neuromoduladores durante o crescimento e desenvolvimento.
➢ Hedológico – envolve padrão de conexão entre neurônios e número de
sinapses ativas.
➢ Comportamental – modificando estratégias cognitivas de acordo com os
desafios ambientais.

99
Neuroplasticidade

À medida que se expressa o curso do desenvolvimento infantil,


também ocorrerão diferentes expressões do potencial de
modificabilidade do cérebro pela experiência. Assim, falamos que a
plasticidade se insere numa perspectiva maturacional, assim como
o próprio desenvolvimento.

100
O período pré-escolar
3 aos 6 anos

Fundamental importância –
processo de maturação
neurobiológica e aspectos
emocionais

101
Atenção

Memória

Visuoconstrução

Linguagem

Funções executivas e pensamento

Cognição social

Emoções
102
Atenção
selecionar estímulos para o
processamento e inibição do
processamento de
informações irrelevantes.

diversas definições
fenômeno complexo que
compartilha limites com
habilidades perceptivas
(visuais, táteis, etc.),
memória, afeto e níveis de
consciência.

103
Atenção
complexidade conceitual, neuroanatômica
e neurofuncional da atenção a impede de
ser reduzida a uma simples definição,
bem como estar ligada a uma única
estrutura anatômica ou ser explorada por
um único teste.

104
ALERTA ativação; intensidade de alerta; inclui o ciclo sono-vigília.

SELETIVIDADE seleção de parte de estímulos disponíveis para processamento enquanto se mantem os demais
“suspensos”; atenção seletiva refere-se à capacidade de focalizar um estímulo específico em detrimento
de distratores.

ALTERNÂNCIA capacidade de alternar entre um estímulo ou conjunto de estímulos e outro, ou entre um tipo de tarefa
e outra, sucessivamente.

DIVISÃO capacidade de focar em dois estímulos distintos simultaneamente. A atenção dividida é contestada por
alguns autores que sugerem que esta seja apenas uma rápida modificação do foco atencional (atenção
alternada). Outros autores sugerem que de fato existe a possibilidade de que o foco atencional possa
realmente ser dividido entre dois estímulos.

SUSTENTAÇÃO capacidade de manter o foco atentivo em uma determinada atividade por um tempo mais prolongado
com o mesmo padrão de consistência. (atenção concentrada)

105
idade

Início involuntária

2 anos maior estabilidade dos processos de atenção

4 – 5 anos já conseguem eliminar alguns distratores de maneira mais eficiente.

Período escolar processos mais seletivos organizadas pela linguagem.

106
Atenção e Funções executivas
Figuras Complexas de Rey Planejamento e uso de estratégias (quali) Figura B 4 a 8
anos
Teste de Atenção por Cancelamento TAC Atenção seletiva e alternada 5-14
Montiel e Seabra (2012)
Teste de Trilhas para pré-escolares TTP Flexibilidade cognitiva 4 -6
Trevisan e Seabra (2012)
BPA

TAVIS

TMT A / TMT B

107
Memória
codificar, armazenar e evocar informações..

Conjunto de processos cognitivos associados à retenção e à recuperação de


uma informação referente a uma experiência passada.

Composta por múltiplos subsistemas, podendo ser descrita em função de sua


dimensão temporal (memória de curta duração e de longa duração), de seus
estágios (aquisição, armazenamento e recuperação) e de sua natureza do
material (verbal, visual, auditiva, olfativa, etc.).

108
Memória
Reconhecimento da voz da mãe início e Após 6 meses – recordam eventos passados

Gânglios da base, do cerebelo e tronco cerebral funcionais ao nascimento –


precocemente demonstra expectativa e aprendizagem visual, condicionamento
operante e clássico

Tarefas que envolvem reconhecimento pareado de estímulos, que dependem do


hipocampo e das outras estruturas límbicas, inicia dos 8 aos 12 meses de vida

Estrutura igual do adulto entre 2 e 8 anos

109
memória
MCP e a capacidade de span fonológico Dígitos 6 anos

Blocos de Corsi Lezak 1995 / Compêndio


THCP – memória visual

Figuras Complexas de Rey MCP (Oliveira & Rigoni, 2010) 4 anos

Teste de Repetição de Palavras e Pseudopalavras TRPP Seabra (2013) 3 a 14 anos


MCP fonológica
Teste Infantil de Memória TIME Prelo 3 a 6 anos

Children’s Memory Scale (Cohen, 1997) Adaptação para o BR (Cruz-Rodrigues & Lima, 2012)

110
Visuoconstrução

observado analisando evolução do grafismo livre e desempenho


em atividades de cópia de padrões visuais, construção de
material concreto, como cubos.

Habilidades relacionadas à percepção e ao processamento das


informações visuoespaciais.
Inclui atenção discriminativa, raciocínio espacial, integração
visuomotora e a capacidade construtivas.
111
idade conquistas
2 anos garatujas / respeita linhas
3 anos desenha formas circulares e linhas cruzadas
Desenha FH com 3 partes
Não identificam ângulo – confundem círculos com quadrado
4 anos combinam formas para criar padrões mais complexo
Ações motoras para desenhar quadrado – dificuldade com âng
5 anos fase pictórica do grafismo
Diferencia formas geométricas abstratas, mas erros podem persistir até os
7 anos
Desenham triângulos
6 anos Cenas com linhas – chão e figuras
Desenha FH com 6 partes
7 anos Desenha losangos e cubos
Até 10 anos Funções estabelecidas
112
Linguagem
A linguagem é uma habilidade cognitiva bastante complexa, importante para a
socialização e a comunicação humana.
Está relacionada com as estruturas fonológicas, sintáticas, semânticas e discursivas.
A linguagem manifesta-se na forma de compreensão receptiva e de decodificação do
input linguístico (compreensão verbal), que inclui a audição e a leitura, ou no aspecto
de codificação expressiva e produção, que inclui fala, escrita e sinalização.

Inicialmente - reconhecimento palavras (fonético e morfológico)


Área de Wernick e de associação no giro temporal superior e parietal inferior

113
idade conquistas
2 anos Compreende comandos simples e aponta objetos sem nomear
Sentença de 2 palavras
3 anos Nomeia objetos pelas ações e reconhece preposições
Sentença de 3 a 4 palavras – tempo verbal passado e futuro
4 anos Compreendem mais do que expressam
Refinamento e complexidade
Compreendem a semântica e o pragmatismo (contexto)
linguagem expressiva mais lenta que a receptiva
(crianças com atraso – expressiva mais afetada)
5 anos Aumento vocabulário
A partir - manter lembranças em sua mente e traduzi-las em palavras, resgatando-as.

6 anos 2.600 palavras e compreende mais de 20 mil

7 anos
Até 10 anos
114
Funções executivas
conjunto de funções que permitem a programação e a realização
de comportamentos complexos direcionados a um objetivo.

reúnem diversas habilidades cognitivas como: atenção,


planejamento, elaboração de estratégias, capacidade de
abstração e de pensamento simbólico, habilidade para elaborar
conceitos, flexibilidade cognitiva, classificação, controle
inibitório, memória operacional, resolução de problemas e
pensamento indutivo.
115
Funções executivas
controle inibitório e memória de trabalho – papel importante na
socialização e prontidão de aprendizagem acadêmica.

3 e 7 anos - rápido e estável (incluindo inibição, alternância,


abstração e flexibilidade mental

Integração funcional + maturação das regiões cerebrais envolvidas –


circuito neural inclui sistema frontoestriatal e o cerebelo

116
redes executivas
Habilidades de manipular as informações processadas
pelos sentidos , com finalidade de programar, regular e
verificar a própria atividade mental

Output Processamento de informações,


autorregulação e refinamento das respostas motoras

Últimas a amadurecer – córtex pré-frontal dorsolateral

117
redes executivas
Amadurecimento a partir dos 7 anos , período em que com o
desenvolvimento da linguagem, tem mais consciência de suas
próprias representações mentais – metacognição

metapercepção, metalinguagem, metamemória


Essencial função na formação de conceitos

118
pensamento
Processo simbólico de integração conceitual

Concepção de ideias – representação mental da realidade (mês,


brinquedo, cachorro)

Juízo – permite afirmar (ou negar) uma relação de conveniência


entre varias ideias (“A mesa é para comer”)
Raciocínio – processo pelo qual chega a conclusão (“os mamíferos são
seres vivos. Baleias são mamíferos, logo as baleias são seres vivos”)

119
pensamento
A partir dos 2 anos – pensamento simbólico se
expressa por meio do faz de conta

Egocentrismo

A partir dos 7 – representações mentais para


resolver problemas / regras lógica

120
Cognição social CS
“As coisas não são o que são, mas o que representam para nós”

a capacidade de identificar, compreender e gerir o próprio comportamento, a partir de


informações emocionais e sociais - fundamental para todas as pessoas.
CS - elemento chave do posicionamento adaptativo frente às intenções e aos
comportamentos dos outros, e também à tomada de decisões responsáveis e coletivas.

Abrange o processamento e o reconhecimento de emoções, empatia, sensibilidade à


recompensa, motivação e teoria da mente.
Inferir o que o outro pensa ... melhor interação

121
Cognição social CS

nascemos com um aparato neurobiológico para o processamento de informações


sociais (Butman & Allegri, 2001; Mar, 2011).

CS é um processo com base neurobiológica (Adolphs, 2009). Portanto, para que as


operações sejam realizadas, diversas estruturas são recrutadas, formando uma
circuitaria que processa os estímulos sociais para que, então, ocorra uma resposta
adaptativa

122
Cognição social CS
Um primeiro modelo proposto por Brothers (1990) destacava a interação entre três
grandes regiões que seriam responsáveis pelo processamento de informações
socioemocionais: a amígdala, as regiões orbitofrontal e medial do córtex pré-frontal e
estruturas occiptotemporais (sulco temporal superior, o giro temporal superior, o giro
occipital inferior e o giro fusiforme.

Outros estudos acrescentam outras estruturas - córtex somatossensorial direito e


córtex cingulado (Adolphs, 2001; 2009). Diversos estudos também apontam a região da
ínsula como parte da circuitaria da CS (Adolphs, 2001; 2009).

123
124
Cognição social
4 domínios principais

processamento de emoções,
percepção social,
atribuição de estado mental (como Teoria da Mente)
estilo/viés de atribuição.

125
ToM
habilidade se refere a um sistema de inferências responsável pela
compreensão das intenções, disposições ou crenças dos outros e
de si mesmo (Baron-Cohen, 1995).

Avaliar adequadamente os pensamentos e sentimentos do outro


nos torna mais capazes de prever suas ações e comportamentos
e, consequentemente, mais hábeis socialmente (Watson, Nixon,
Wilson & Capage, 1999).

126
Teoria da Mente
Refere-se à habilidade de fazer inferências sobre o estado mental, os
pensamentos e os sentimentos de outras pessoas. Não aparece pronta aos
4 anos

18 meses – entendimento inicial pessoas operam com metas e intenções

3 – querer coisas “você não é todo mundo”

Reciprocidade – 5 aos 7 anos


127
Teoria da mente
Theory of Mind – ToM
é a habilidade de atribuir e representar, em si próprio e nos outros, os estados mentais
independentes - crenças, intenções, desejos, conhecimento, etc - e de compreender
que os outros possuem crenças, desejos e intenções que são distintas da sua própria.
É um processo que se baseia apenas na compreensão cognitiva do estado mental do
outro e no qual o sujeito que consegue representar o estado mental do outro indivíduo
não se torna emocionalmente envolvido.

Déficits nessa função acontecem em pessoas com autismo, esquizofrenia, bem como
consequência de intoxicação cerebral decorrente de abuso de álcool

128
129
• https://www.youtube.com/watch?v=Tgr5C8oIs74

130
Transtornos do Neurodesenvolvimento
131
Problemas atingem cerca
5% a 15% - consequências
adversas a longo prazo
13
2
133
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO
grupo de condições com início no período do desenvolvimento.

Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral


antes da criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no
desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social,
acadêmico ou profissional.

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na


aprendizagem ou no controle das funções executivas até prejuízos globais em
habilidades sociais ou inteligência.

134
Investigar
especificidades

Avaliação dos
Pormenorizar o transtornos do Comorbidade é
perfil
neurodesenvolvi regra!
neuropsicológico
mento

Alta
intervariabilidade

135
Deficiência Intelectual
(Transtorno do Desenvolvimento Intelectual)

➢ com início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto


intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático.

➢ Três critérios devem ser preenchidos:


A. Déficits em funções intelectuais como raciocínio, soluções de problemas,
planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e
aprendizagem pela experiência confirmados tanto pela avaliação clínica
quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados.

136
Deficiência Intelectual

B. Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir


padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência
pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de
adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como
comunicação, participação social e vida independente, e em múltiplos
ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade.

C. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do


desenvolvimento.

137
Deficiência Intelectual
(Transtorno do Desenvolvimento Intelectual)

Os vários níveis de gravidade são definidos com base no funcionamento


adaptativo, e não em escore de QI, uma vez que é o funcionamento adaptativo
que determina o nível de apoio necessário.

✓ Leve
✓ Moderada
✓ Grave
✓ Profunda

138
Deficiência Intelectual
(Transtorno do Desenvolvimento Intelectual)

➢ Indivíduos com deficiência intelectual apresentam escores em torno de dois


desvio-padrões ou mais abaixo da média populacional, incluindo uma
margem de erro de medida (+/- 5 pontos).
➢ Em testes com desvio-padrão de 15 e média de 100, isso significa um escore
de 65-75 (70 +/- 5).

139
Escalas do comportamento adaptativo

Vineland

140
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

característica essencial - padrão persistente


interfere no funcionamento ou no desenvolvimento.

➢ desatenção - divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e


desorganização – e não constitui consequência de desafio ou falta de compreensão.
➢ hiperatividade - atividade motora excessiva quando não apropriado ou remexer, batucar
ou conversar em excesso.
➢ impulsividade - ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com
elevado potencial para dano à pessoa. A impulsividade pode ser reflexo de um desejo de
recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação.

141
TDAH

➢ início na infância. A exigência de que vários sintomas estejam presentes antes


dos 12 anos - exprime a importância de uma apresentação clínica substancial
durante a infância.

➢ mais de um ambiente (casa, escola, comunidade).

➢ Levantamentos populacionais sugerem que o TDAH ocorre na maioria das


culturas em cerca de 5% das crianças.

142
TDAH

➢ Apresentação combinada.

✓ Apresentação predominantemente desatenta.

✓ Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva

143
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

desligadas, aborrecidas e desmotivadas frente às tarefas, sem força de vontade,


bagunceiras e desorganizadas. São crianças agitadas, como se estivessem a “mil por
hora” ou “com bicho carpinteiro”, são barulhentas e tendem a fazer coisas fora de hora

é comum que crianças com TDAH apresentem outros sintomas, como baixa tolerância
à frustração, troca contínua de atividades, dificuldade de organização e presença de
sonhos diurnos. A essa patologia podem estar relacionados os fracassos escolares, as
dificuldades emocionais e dificuldades de relacionamento em crianças e adolescentes
(Wilens, Biedermann, & Spencer, 2002).

144
145
Diagnóstico
predominantemente - minuciosa investigação clínica da história do paciente
indicada a realização de um processo amplo, em que possam ser utilizados vários
recursos instrumentais (entrevistas, escalas, testes psicológicos/NEURO).

além do objetivo central de determinar a presença ou ausência do TDAH, outros


pontos importantes, investigar as condições acadêmicas, psicológicas, familiares e
sociais para se delinear um plano de intervenção adequado para tratamento do quadro
A primeira questão importante a ser analisada faz referência à frequência dos
sintomas.

146
TDAH

WISC-IV

é capaz de sugerir a existência do TDAH, pois pesquisas indicam


que essas crianças tendem a ter dificuldades nos subtestes de
números, aritmética e códigos (Hallowell & Ratey, 1999), porém
é necessária cautela

147
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

O fator de distratibilidade, composto pelos subtestes números e


aritmética, é capaz de avaliar a concentração e atenção, podendo
reforçar a hipótese diagnóstica de TDAH.

WISC se presta também ao diagnóstico diferencial da síndrome,


pois permite verificar a presença de retardo mental, quadro que
pode gerar problemas de atenção, hiperatividade e
impulsividade.

148
149
Comorbidade psiquiátrica

TDAH

Transtorno
Transtorno Transtorno de Transtorno de
depressão opositor Tiques
bipolar conduta ansiedade
desafiante

150
Genética:
temperamento
Família: Delinquência
Falta de regras /
negligência
Hostilidade
- parenting Transtorno
Genética:
de conduta
temperamento
Transtorno
Desafiador
de oposição
Crianças com Baixa autoestima
TDAH Poucas habilidades
Bebes
sociais e cognitivas
inquietos
irritadiços Fracasso escolar
dormem mal Rejeição dos pares

0 a 4 anos 4 a 7 anos 6 a 8 anos 8 a 12 anos Adolescência e juventude


151
Dificuldades de aprendizagem Transtornos de aprendizagem

• Termo amplo utilizado para • São condições persistentes


designar problemas na que dão sinais logo na
aquisição das habilidades primeira infância, podem se
acadêmicas, gerais ou apresentar com ou sem
específicas, em função de comorbidades e mesmo com
falhas secundárias intervenção o
relacionadas a fatores desenvolvimento é lento.
ambientais
Rotta(2006)
152
Precisão na leitura de palavras

Transtornos específicos da Com prejuízo na leitura Velocidade ou fluência da leitura

aprendizagem Compreensão da leitura

Precisão na ortografia

Com prejuízo na Precisão na gramática e na pontuação


expressão escrita Clareza ou organização da expressão
escrita

Senso numérico
Com prejuízo na Memorização de fatos aritméticos
matemática Precisão ou fluência de cálculo
Precisão no raciocínio matemático
153
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM

TN origem biológica que é a base das anormalidades no nível cognitivo as quais são
associadas com as manifestações comportamentais.

➢ A origem biológica inclui uma interação de fatores genéticos e ambientais que


influenciam a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações
verbais ou não verbais com eficiência e exatidão.

➢ Uma característica essencial do transtorno específico de aprendizagem são


dificuldades persistentes para aprender habilidades acadêmicas fundamentais, com
início durante os anos de escolarização formal (período do desenvolvimento).

154
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM

Habilidades acadêmicas básicas incluem: leitura exata e fluente de palavras


isoladas, compreensão da leitura, expressão escrita e ortografia, cálculos
aritméticos e raciocínio matemático.

➢ As habilidades acadêmicas (leitura, escrita e matemática) precisam ser


ensinadas e aprendidas de forma explícita.

➢ Dificuldades para dominar essas habilidades acadêmicas básicas podem


também ser impedimento para aprendizagem de outras matérias acadêmicas.
(dificuldades de aprendizagem de habilidades acadêmicas subjacentes)

155
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM

➢ persistência como um limitado progresso na aprendizagem (ausência de evidências de que


o indivíduo está alcançando o mesmo nível dos colegas) durante pelo menos seis meses
apesar de ter sido proporcionada ajuda adicional em casa ou na escola.

➢ As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial e quantitativamente abaixo do


esperado para a idade cronológica do indivíduo, causando interferência significativa no
desempenho acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas, confirmadas por meio
de medidas de desempenho padronizadas administradas individualmente e por avaliação
clínica abrangente.

➢ Para indivíduos com 17 anos ou mais, história documentada das dificuldades de


aprendizagem com prejuízo pode ser substituída por uma avaliação padronizada.

156
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM

➢ dificuldades não podem ser explicadas por deficiências intelectuais,


acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou
neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de
instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.

➢ Os critérios diagnósticos devem ser preenchidos com base em uma síntese


clínica da história do indivíduo (do desenvolvimento, médica, familiar,
educacional), em relatórios escolares e em avaliação psicoeducacional.

157
TRANSTORNO ESPECÍFICO DA APRENDIZAGEM

➢ Baixos escores em um ou mais de um teste padronizado ou em subtestes em


um domínio acadêmico são necessários para maior certeza diagnóstica. Isto
é, no mínimo 1,5 desvio-padrão abaixo da média populacional para a idade,

➢ Com base em juízos clínicos, pode ser usado um limiar mais tolerante (1,0 –
2,5 DP abaixo da média populacional para a idade) quando as dificuldades de
aprendizagem são apoiadas por evidências convergentes de avaliação clínica,
história acadêmica, relatórios escolares ou escores de testes.

158
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

➢ Caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na


interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na
reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação
usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter
e compreender relacionamentos.

➢ Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do TEA requer a


presença de padrões restritos e repetitivos de comportamentos,
interesses ou atividades.

159
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

➢ Considerando que os sintomas mudam com o desenvolvimento,


podendo ser mascarado por mecanismos compensatórios, os critérios
diagnósticos podem ser preenchidos com base em informações
retrospectivas, embora a apresentação atual deva causar prejuízo
significativo.

160
Avaliação neuropsicológica e prognóstico:
✓ Um QI médio ou acima da média, não garante um prognóstico excelente para
a criança com autismo.

➢ Referências de um melhor prognóstico:


1. Controle do comportamento disruptivo ou agressivo.
2. Habilidade de falar sentenças completas e de produzir informações
espontâneas sem roteiros.
3. Capacidade de funcionar no nível de graduação de 5ª série ou acima em
relação às habilidades de leitura e matemática.

161
Lesões cerebrais adquiridas
➢ Malformações congênitas do SNC: alterações da arquitetura cortical, das células
que compõe o córtex cerebral ou das relações entre os neurônios do córtex cerebral
e a substância branca subcortical. (agenesia do corpo caloso, afecções hipóxico-
isquêmicas (redução oxigenação – causando encefalopatia), leucomalacia
periventricular – forma de lesão crebral, caracterizado por necrose (coagulação) da
substancia branca – problema motor, pode desenvolver paralisia cerebral).

➢ LPV - diagnóstico é anatómico (neuroimagem). É de etiologia isquémica com


sintomatologia neurológica residual, na maior parte dos casos, manifestando-se sob
a forma de paralisia cerebral infantil, e/ou alterações visuais e/ou atraso psicomotor.

162
Epilepsias
➢ Síndrome neurológica caracterizada por descargas elétricas desorganizadas
no cérebro, as quais geram crises que podem ser imperceptíveis ou com
manifestações específicas, de acordo com a área afetada.

➢ Problemas cognitivos e comportamentais na epilepsia são frequentes e


podem ter variadas causas.

➢ Problemas provenientes de lesões – estáticos e irreversíveis.

➢ Problemas associados a convulsões e ao tratamento – são mais dinâmicos, e


geralmente reversíveis.
163
Avaliação Neuropsicológica na Infância

164
Avaliação Neuropsicológica na Infância
foco a relação cérebro-comportamento.

As dimensões do comportamento constituem uma rede de sistema cognitivos,


emocionais e de controle relacionados com o funcionamento cerebral.

bases na abordagem psicométrica e na avaliação psicológica, e tem


atravessado fases distintas no curso do desenvolvimento da ciência
neuropsicológica, ultrapassando o conceito inicial da psicometria.

165
Avaliação Neuropsicológica Infantil

Essa perspectiva permite os neuropsicólogos compreenderem que o


funcionamento cerebral é a base dos processos cognitivos.

ultrapassa o modelo mecanicista (correlaciona o comportamento a uma lesão


cerebral fixa), para um modelo dinâmico (analisa de forma dinâmica a relação
cérebro-comportamento). Ultrapassa a mera classificação da criança com o
grupo de referência, a mera descrição dos distúrbios apresentados, visando à
interpretação dos mecanismos a eles subjacentes.

166
Avaliação Neuropsicológica na Infância
É um corte transversal; é uma avaliação pontual naquele momento do
desenvolvimento da criança.

Tem com objetivos: diagnóstico, diagnóstico diferencial, mapeamento


cognitivo, intervenção precoce e reabilitação.

167
Avaliação Neuropsicológica Infantil

Requer cuidados especiais, como: considerar sempre os fatores de


desenvolvimento e ambientais.

Entender “o como” a criança faz e não “o quê”!

Qual o impacto dos déficits cognitivos na vida diária do paciente? Como as


habilidades preservadas e as dificuldades cognitivas permitiriam que o paciente
pudesse voltar a ir à escola?

168
Avaliação Neuropsicológica Infantil
envolve quatro áreas funcionais: cognitiva, acadêmica, social-interpessoal e
biológica.

História Clínica
Funções Neuropsicológicas
Funções Sócioemocionais
Aquisição de conhecimentos

169
Avaliação Neuropsicológica Infantil

A. História Clínica: aspectos médicos, aspectos do desenvolvimento, história


familiar , história escolar.
B. Funções Neuropsicológicas: atenção, memória, aprendizagem, linguagem,
capacidades sensoriais, capacidades motoras, capacidades viso-espaciais e
viso-motoras, funções executivas.
C. Funções Sócioemocionais: comportamento, sintomas, problemas,
relacionamento com os pais, problemas familiares.
D. Aquisição de conhecimentos: histórico dos problemas escolares, níveis de
desempenho, história familiar de problemas de aprendizagem escolar.

170
Avaliação Neuropsicológica Infantil
➢ As disfunções neuropsicológicas na infância tem características muito mais
heterogêneas do que homogêneas, pois são resultantes de fatores como:

a) Maturação cerebral → que é um fenômeno complexo envolve aspectos


genéticos, estruturais e a neuroplasticidade.
b) Fatores ambientais e sociais → como estilos de interação familiar, cultura e
métodos de alfabetização que exercem papel crucial no desenvolvimento
neuropsicológico.

171
objetivo

✓Intervenção Precoce
✓Diagnóstico
✓Prognóstico
✓Reabilitação

172
1. Intervenção precoce: a identificação precoce de problemas potenciais, na
medida em que permite programar estratégias de intervenção desde cedo,
pode minimizar as dificuldades e potencializar o desenvolvimento.

2. Diagnóstico: a avaliação na infância é fundamental na definição de vários


diagnósticos. Cabe ao neuropsicólogo não só estabelecer o perfil do déficit
e de sua extensão funcional, mas também como se dá na criança o
processo global de funcionamento.

173
3. Prognóstico: contribui também para uma delimitação prognóstica, quando
se esboça o perfil evolutivo do distúrbio aliado ao perfil evolutivo da criança
em relação às funções cognitivas, psíquicas e comportamentais.

O exame neuropsicológico pode ser essencial no sentido de delimitar


sequelas potenciais da capacidade de recuperação de crianças que irão ser
submetidas a procedimentos invasivos ou que envolvem áreas cerebrais mais
complexas.

174
4. Reabilitação:
✓ elaboração de estratégias que seriam mais efetivas para o processo de
reabilitação cognitiva
✓ O exame deve permitir não só a delimitação dos déficits, a repercussão no
contexto sequelar, mas também as reservas funcionais do cérebro, que vão
dar base para a escolha de alternativas de reabilitação.

É importante determinar qual o impacto que a disfunção tem e quais os


mecanismos compensatórios e adaptativos que foram colocados em jogo.

175
É um processo, e portanto, pressupõe
etapas:

1. Entrevista Inicial
2. Planejamento
3. Seleção dos instrumentos
4. Aplicação dos testes
5. Interpretação dos resultados
6. Elaboração do laudo

176
Entrevista Inicial:

✓ Entrevista realizada com pais ou cuidadores da criança.

✓ Permite a detalhada coleta de informações como antecedentes


gestacionais, parto, desenvolvimento nos primeiros anos de vida, grau de
dependência e independência nas atividades diária (em casa, na escola), o
processo de alfabetização, as dificuldades cognitivas, distúrbios sensoriais,
hábitos, fatores emocionais, comportamentais e as condições da família.

177
Tipo Estruturada Semiestruturada Livre de estruturação
Definição As perguntas são formuladas As perguntas formam um As perguntas não são
anteriormente. O psicólogo roteiro pré-formulado. O formuladas antecipadamente.
deve se ater as questões da psicólogo pode investigar O psicólogo tem um princípio
entrevista. A entrevista tem questões que se façam norteador e liberdade para
um caráter rígido. necessárias, indo além do explorar as questões a serem
roteiro. A entrevista tem um compreendidas. A entrevista
caráter flexível. tem um caráter livre.

Exemplo Entrevista clínica estruturada Anamnese Entrevista livre (inicial,


para o DSM (Structural Clinical devolutiva).
Interview for the DSM-5 [SCID-
5])

178
Planejamento:

✓ Levantamento das necessidades.


✓ Quem encaminhou? Quais as queixas? Qual o objetivo da avaliação?
✓ O que avaliar? Por onde começar?

LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES !!!!

179
➢ Como levantar hipóteses?

✓ Fazendo boas perguntas


✓ Analisando bem as respostas
✓ Fazendo inferências
✓ Ouvindo as entrelinhas

180
Avaliação Neuropsicológica Infantil
➢ Que método usar?

✓ Quantitativo

✓ Qualitativo

✓ Ecológico

181
➢ Quais fontes explorar?

✓ Pais/responsáveis
✓ Outros familiares
✓ Escola
✓ Profissionais/equipe

182
Seleção dos Instrumentos:

✓ Fatores como idade, escolaridade, grau de dificuldade, o tempo de


atendimentos e os custos dos materiais.

✓ Deve ser voltada para investigar especificamente as alterações da queixa e


não compor uma bateria extensa e exaustiva, mas também não ser
superficial.

183
Considerações Importantes

✓ diagnósticos antes dos 3 anos - cautela


✓ Focar a avaliação nos fatores de risco para os transtornos.
✓ Usar estratégias lúdicas.
✓ Fazer pausas ou estabelecer sessões de avaliação menores, pois as crianças se
cansam com facilidade.
✓ Trabalhar utilizando reforçadores pode manter a criança engajada nas tarefas.

184
Instrumentos de Avaliação Infantil

185
Bayley Scale of Infant Toddler III (Bayley III):
❖ Nancy Bayley/ 1969 (originalmente 1933)

• Avaliação geral
• Idade - 1 a 42 meses
• Avalia cinco domínios: cognitivo, linguagem, motor,
socioemocional e adaptativo.

Objetivos: identificar crianças com atraso no


desenvolvimento e fornecer informações para
o planejamento da intervenção. TREINAMENTO

186
inteligência
Escala de Maturidade Columbia - 3 ½ - 9 anos e 11 gf

SON-R 2 ½ -7 Execução (gf e gp h psicomotoras) Raciocínio (gf)

Matrizes Progressivas de Raven Especial 5 -11 (gf)

R-2 5-11 anos (gf)

Desenho da Figura Humana DFH 5-10

Teste de Habilidades e Conhecimento Pré-alfabetização 4 – 7 / habilidades perceptomotoras Gv visual Gp


THCP psicomotoras e Gk cinestésicas, linguagem Ga auditivo e
Gc, pensamento quantitativo Gq, memória Gsm mcp e
atenção Gv visual e Gps velo psicomotota

187
188
SON-R 2 ½ -7
✓ Avalia inteligência não verbal em
crianças de 2 anos e meio a 7 anos.
✓ Possui quatro subtestes:
➢ Mosaicos
➢ Padrões
➢ Categorias
➢ Situações

Escala de Execução: Mosaicos e


Padrões
Escala de Raciocínio: Categorias e
Situações

189
Avaliação Neuropsicológica Cognitiva

Vol 1 – Atenção e Funções Executivas


Vol 2 – Linguagem Oral
Vol 3 – Leitura, escrita e Aritmética
190
Neupsilin-inf
Faixa etária: 6 e 12 anos e 11 meses.
avalia componentes de oito funções neuropsicológicas
Orientação
Atenção
percepção visual
memória (de trabalho, episódica, semântica),
habilidades aritméticas,
linguagem oral e escrita,
habilidades visuoconstrutivas
e funções executivas.

191
finalização de um rico processo de avaliação
neuropsicológica.

registro do exame neuropsicológico, que pode


ser consultado pelo próprio paciente e seus
O laudo familiares, sendo, portanto, um importante
instrumento psicoeducativo.
Neuropsicológico
O conteúdo da avaliação neuropsicológica
deve ser relatado desde o motivo do
encaminhamento até as conclusões
realizadas.
Resolução
Embora não exista um formato fixo consensual do laudo neuropsicológico,
orientações legais provenientes do CFP devem ser levadas em consideração.

A Resolução nº004/2019 do CFP institui o Manual de Elaboração de


Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo.

193
• I - O Laudo Psicológico é composto de 6 (seis) itens:
a) Identificação
b) Descrição da demanda
c) Procedimento
d) Análise
e) Conclusão ou considerações finais
f) Referências bibliográficas

194
a estrutura

o Dados de identificação:

✓ Idade em anos e meses (acompanhada da data de nascimento)

✓ Sexo

✓ Dominância manual

✓ Escolaridade (em anos e em faixa educação)

✓ Tipo de escola

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Dificuldade de aprendizagem da leitura
duas crianças com a mesma idade (8 anos)
Criança 1 - há um déficit de processamento fonológico, sendo uma das principais dificuldades
observadas a associação do grafema (letra) com o fonema (som) e sugerindo de um quadro de Dislexia
do Desenvolvimento.
Criança 2 - boas habilidades fonológicas, mas há presença de desatenção e impulsividade. Apesar das
mesmas dificuldades (leitura) o manejo é diferente porque a origem do problema é outro.

Criança 1 - seria a estimulação cognitiva do processamento fonológico juntamente com a utilização do


método fônico para alfabetização.
Criança 2 - se beneficiaria de uma intervenção psicopedagógica, mas como as dificuldades escolares são
um desfecho secundário dos déficits atencionais e de autorregulação, ela precisaria de outras
intervenções. Seriam necessárias intervenções comportamentais que atuassem sobre os déficits
primários.

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Questões éticas

Independentemente do
sexo, renda, raça, crença,
orientação sexual, idade,
escolaridade
197
“Pelos atos que praticamos em nossas relações com os
homens nos tornamos justos ou injustos”

Aristóteles
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lisandrabvlima@gmail.com

https://www.facebook.com/lisandra.borges.313

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