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Desenvolvimento Infantil

Patológico
Terapeuta Ocupacional Daniela Faleiros de Paiva

Mestre em Ciências da Saúde pela FMRP-USP Ribeirão Preto


Pós-Graduação em Neurociências
Pós-Graduanda em Psicomotricidade
Capacitada em Transtornos do Neurodesenvolvimento
Introdutório em Integração Sensorial

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - SP

São José do Rio Preto, 2020


Desenvolvimento Motor
Existem quatro etapas para o desenvolvimento motor da criança:

1) Movimentos Reflexos: não controlados pelo cérebro;


2) Movimentos Simétricos: inicio do controle pelo cérebro, movimentos similares por ambos os
braços;
3) Movimentos Voluntários: motivados e diferenciados;

4) Movimentos Automáticos: caminhar, arremessar, pegar, entre outros.

(HOLLE, 1979)
Marcos do Desenvolvimento Motor

2 a 3 meses – Sustenta o pescoço


4 meses – Início do rolar e sentar com apoio

(Google Imagens)
Desenvolvimento Motor
• A motricidade voluntária está relacionada às funções cerebrais;
• Movimentos involuntários acontecem sem que tenhamos controle sobre eles, ex.: Paralisia Cerebral,
não há comandos adequados que cheguem até o Sistema Nervoso (SNC), causando movimentos
involuntários frequentes (comandos voluntários falhos);
• Nos transtornos do neurodesenvolvimento é possível observar a permanência de reflexos primitivos
e até mesmo o atraso na aquisição de movimentos reflexos, como o reflexo de proteção.

(HOLLE, 1979)
Desenvolvimento Motor
• É necessário desde o primeiro ano de vida estimular e ofertar espaços para o desenvolvimento
motor da criança, o mesmo deve ser realizado várias vezes ao dia, cabe aos profissionais da saúde a
orientação e cuidado;
• Para estimular o desenvolvimento motor da criança com transtornos do neurodesenvolvimento é
necessário conhecer o quadro clínico.

(HOLLE, 1979; Google Imagens)


Desenvolvimento Motor
• A integração dos sentidos é de extrema importância para o desenvolvimento infantil, padrões de
movimentos anormais podem ser trabalhados com estímulos sensoriais;
• Hipotonia, Hipertonia, Espasticidade e Tônus aumentado ou diminuído, geralmente estão presentes
nos transtornos do neurodesenvolvimento;
• Terapias auxiliares podem auxiliar no prognóstico da criança (Equoterapia, musicoterapia, snoezelen,
integração sensorial, entre outros).

(SERRANO,2016)
(SERRANO,2016)
Desenvolvimento Motor
• Reflexos e movimentos podem ser ensinados desde que haja tecido nervoso correspondente.

(HOLLE, 1979; Google Imagens)


Desenvolvimento Motor
• O desenvolvimento motor ocorre frente aos estímulos ofertados para a criança.

(Google Imagens)
NEUROPLASTICIDADE

(HOLLE, 1979; SERRANO, 2016; Google Imagens)


Desenvolvimento Motor/Cognitivo

• Neuroplasticidade: Desenvolvimento e/ou recuperação da função. O sistema


nervoso tenta manter suas funções, estabelecer conexões ou manter contato,
quando uma área ou outra especifica do SN é lesionada, ou não apresenta
suas funções especificas;
• Nos primeiros anos de vida, o cérebro ainda está em desenvolvimento,
contribuindo com o processo de aprendizagem, sendo a criança favorecida
com o processo de plasticidade cerebral. É importante ressaltar que esse
processo perdura até a terceira idade, em menor grau.

(RODRIGUES, 2001; Google Imagens)


Desenvolvimento Motor/Cognitivo

• Neurônios espelhos: são encontrados em áreas cerebrais relacionadas à movimento, percepção,


empatia, compreensão das intenções relacionadas ao outro e linguagem;

• Uma das regiões mais ricas em neurônios-espelho é a área de Broca, responsável pelo processamento
de comunicação;

• Algumas crianças com autismo, apresentam deficiência na atividade dos neurônios-espelho, desde as
mais básicas relacionadas a reconhecer a ação dos outros, até as mais complexas como reconhecer
emoções, desenvolvimento da linguagem, motricidade e habilidades sociais.

(RODRIGUES, 2001)
Desenvolvimento Cognitivo

MOTOR COGNITIVO

• “Motricidade sem cognição é possível, mas cognição sem motricidade não é”


(FONSCECA, 1989).

• Distúrbios no desenvolvimento motor compromete a cognição.

(FONSCECA, 1989)
Desenvolvimento Cognitivo
• O desenvolvimento cognitivo se refere ao intelectual da criança, compreende seu ambiente cultural,
social, afetivo e comportamental, frente aos estímulos que a mesma recebe. É chamado de
pensamento, raciocínio, inteligência e/ou conhecimento.
• Constrói seu saber e elabora seu conhecimento em relação ao mundo.

(FERLAND, 2009)
Desenvolvimento Cognitivo
• O que eu vou aprender?
• Para que vou aprender?

AUTONOMIA
X
INDEPENDENCIA
Desenvolvimento Cognitivo
• Nas Deficiências Intelectuais a criança pode apresentar algumas habilidades motoras que não
correspondem à níveis cognitivo, o acesso às informações são falhos, mesmo com o mecanismo de
plasticidade cerebral as vias que precisam ser atingidas envolve reabilitação especifica para cada
área do cérebro;
• Podem muitas vezes ser crianças independentes, contudo não são autônomas.

(FERLAND, 2009)
Desenvolvimento Cognitivo
• Há metodologias especificas (comportamentais e desenvolvimentistas) que são utilizadas nos
transtornos do neurodesenvolvimento.
• Jogos e brincadeiras são recursos para promover estimulação de maneira global, porém para que a
aprendizagem ocorra é necessário utilizar a motivação, assim o processo de consolidação da
informação (sinapses) são mais fortes.

(FERLAND, 2009; Google Imagens)


Desenvolvimento Cognitivo
• J. PIAGET (1982) reforça que a motricidade influencia diferentes níveis das funções cognitivas na
infância, ou seja, existe uma grande relação entre motricidade e inteligência.

(PIAGET, 1982; Google Imagens)


Desenvolvimento Cognitivo
• Os testes de Q.I. já não estão mais sendo considerados pela literatura moderna devido mensurar a
capacidade de inteligência frente a testes padronizados que “medem” saberes específicos, contudo
os testes neuropsicológicos ainda são intrumentos importantes para criar planos terapeuticos e
orientar a prática na área da saúde e educação;
• A teoria das múltiplas inteligências de Howard Gardner (1982) começou a ser abordada na literatura
atual, principalmente nos casos de D.I., TEA e S.D.. O autor acredita que todos nós temos habilidades
para determinados tipos de “saberes”, ou seja, inteligência.

(GARDNER&HATCH, 1989)
(GARDNER&HATCH, 1989)
Desenvolvimento Cognitivo
• A criança com disfunções neurológicas apresentam alterações em funções executivas, muitas vezes
executam uma ação sem antes planejar o que iriam fazer.
• Funções Executivas: controle consciente de pensamentos, emoções e ações para alcançar metas ou
solucionar problemas.

(PAPALIA et al, 2013; Google Imagens)


Desenvolvimento Cognitivo
• Raciocínio abstrato, conceitualização, flexibilidade mental, resistência a distração, auto-regulação,
controle inibitório (antecipação, planejamento e definição de objetivos), organização e estratégias.

Planejar Executar

(PAPALIA et al, 2013; Google Imagens)


Desenvolvimento Psicossocial
• É a combinação de emoções, pensamentos, temperamentos, comportamentos e experiências
sociais.
• A criança, modulada pelo seu ambiente, é capaz de aprender regras sobre como viver em sociedade
(esperar sua vez, dividir, respeitar regras e limites, entre outros).
• Cada criança apresenta respostas psicossociais únicas.

(FERLAND, 2009; PAPALIA et al, 2013; Google Imagens)


Desenvolvimento Psicossocial
EMOÇÕES
• A condição de riso e choro patológico (RCP) é caracterizada por episódios involuntários e
incontroláveis de rir e/ou chorar incongruentes com o humor do paciente ou inadequado ao
contexto social. Há uma dissociação entre a expressão emocional e o estado emocional do paciente.
• Podem ser encontrados em encefalopatias, microcefalia, TEA, D.I., entre outras patologias,
principalmente pela dificuldade na função cognitiva – Permanência de objeto.

(QUIXABEIRA, 2017)
Desenvolvimento Psicossocial
ANSIEDADE DIANTE A ESTRANHOS E ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
• A criança com o desenvolvimento patológico normalmente vive em situações de superproteção,
nesse caso é importante o encorajamento e respostas dos pais no período inicial do
desenvolvimento, ele é primordial para o relacionamento social da criança.

(PAPALIA et al, 2013)


Desenvolvimento Psicossocial
AUTOCONCEITO
• É desenvolvido entre 4 e 10 meses, quando percebem que já podem esticar os braços, agarrar e
pegar.

• Importante para a diferenciação do eu, você, reconhecimento em espelho, noção corporal, entre
outros.
AUTODEFINIÇÃO
• Entre 4 à 5 anos a criança já é capaz de contar quem é, o que faz, o que gosta ou não, entre outros.

(PAPALIA et al, 2013)


Doença
X
Síndrome
X
Transtornos
Doença

• OMS – Ausência de Saúde

“Estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas diz respeito à ausência de
afecções e enfermidades”.

• Saúde é um direito fundamental, sem qualquer distinção das características, condições e


ideologias que definem cada pessoa.

• Bem coletivo e todos devem estar incluídos no limite de sua funcionalidade.


Doença

• A partir do sintoma é possível inferir outras interpretações.

• Doença então se trata


Conjunto de sinais e sintomas
específicos que alteram o estado
normal de saúde (ausência de
saúde) – provoca distúrbios nas
funções físicas e/ou neurológicas
do corpo humano.

• Causas – Externas e/ou internas (termo patologia também é utilizado para referir a doença)
Sindrome

• Quando muitos sintoma acontecem ao mesmo tempo dá-se o nome de síndrome.

Ex.: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS); Sindrome de Down; Síndrome Alcoólica Fetal
(SAF), Síndrome de Angelman; Síndrome dos Ossos de Cristal (OI); Síndrome do X Frágil e outras.

• Ou seja, é a reunião de vários sintomas que vão definir uma condição, cujas causas nem sempre
serão identificadas.
Transtornos

• Está relacionado a algo que afeta os processos mentais (é na área do cérebro que eles acometem
com maior recorrência).

• Nem sempre um transtorno está relacionado a uma doença.

• Eles bagunçam e desordenam a forma como as pessoas associam ou interagem com o seu
ambiente.

• Transtornos são sem cura, contudo há tratamentos adequados – as causas do transtorno podem
ser desconhecidas.
Transtornos do Neurodesenvolvimento
• São condições que o individuo manifesta desde o inicio do desenvolvimento.

São caracterizados por déficits que interferem no


funcionamento pessoal, social, acadêmico e profissional
e que precisam ser tratados e aprimorados ao longo da
vida.

• Se diferem dos demais transtornos como: depressão, TOC, entre outros, por se manifestarem
logo no inicio da vida.

(DSM - V)
Transtornos do Neurodesenvolvimento

Se diferem das Neuropatologias devido


diferenças anatomofuncionais do cérebro.

(DSM - V)
Transtornos do Neurodesenvolvimento
● Os Transtornos do Neurodesenvolvimento incluem as Deficiências Intelectuais, os Transtornos da
Comunicação (Transtorno da Linguagem, Transtorno da Fala, Gagueira, Transtorno da Comunicação
Social, Transtorno da Comunicação sem outras especificações), o Transtorno do Espectro Autista (TEA),
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH – Apresentação Combinada,
Predominantemente Desatenta,, Predominantemente hiperativa/impulsiva ), o Transtorno Específico da
Aprendizagem (com prejuízo na leitura, com prejuízo na escrita, com prejuízo na matemática), os
Transtornos Motores (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e Transtorno do Movimento
Estereotipado), os Transtornos de Tique (Transtorno de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou Vocal
Crônico e Transtorno de Tique Transitório) e Outros Transtornos do Neurodesenvolvimento, com e sem
especificações.

(DSM - V)
Transtornos do Neurodesenvolvimento

• Os transtornos do neurodesenvolvimento possuem muitas semelhanças entre si no primeiro ano de


vida, contudo há algumas especificidades a serem consideradas e quando diagnosticadas em cada
criança o tratamento deve ser individualizado;

• Grupos de pesquisa estão desenvolvendo protocolos, que facilitam identificar sinais e sintomas de cada
transtorno.

(DSM - V)
(PAPALIA et al, 2013)
(Google Imagens)
(Google Imagens)
Principais Patologias Neurológicas da Infância

Período Pré-natal Período Neonatal Período Pós-natal


-Infecções Congênitas -Anóxia -Infecções
TORCHS – Zica
(Toxoplasmose, -Kernicterus -Neoplasias
Rubéola, Hepatite, (Icterícia) -Acidentes
Sífilis,
Citomegalovírus) -Sepsis
-Encefalopatias
-Doenças Genéticas -PC
- Transtornos do
Neurodesenvolviment
o (TEA, TDAH, TOD...)
-SAF

(PINHATA, YAMAMOTO, 1999)


(PINHATA, YAMAMOTO, 1999)
Principais Patologias Neurológicas da Infância
• Anormalidades neurológicas do desenvolvimento e/ou intelectuais que podem causar: tremores,
prejuízos motores, atraso do desenvolvimento, hiperatividade, prejuízos intelectuais, dificuldades na
aprendizagem formal, crises convulsivas, alterações auditivas, alterações visuais, crânio de
dimensões reduzidas ao nascimento, anormalidades estruturais tais como agenesia parcial ou
completa do corpo caloso, hipoplasia cerebelar.

(PINHATA, YAMAMOTO, 1999)


(Google Imagens)
(Google Imagens)
(Google Imagens)
Estenose crânio-facial – Crouzon - Apert
(Google Imagens)
TDAH
Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
• O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que está relacionado à dificuldade em manter a
atenção, controlar os impulsos e regular o nível de atividade;
• É caracterizado por agitação psicomotora e impulsividade: podem variar em maior ou menor grau,
de acordo com o subtipo (predominantemente desatento; predominantemente
hiperativo/impulsivo; ou combinado);

• Apresentam disfunções cerebrais, em particular nos lobos frontais, que podem ocasionar alterações
em mecanismos cognitivos, como atenção sustentada, funções executivas, déficit de inibição motora
e agitação psicomotora;

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
• Tais alterações comprometem a aquisição da linguagem oral e escrita e, consequentemente, a
aprendizagem escolar;
• Crianças com TDAH apresentam alterações motoras relacionadas à hiperatividade, à falta de
atenção, à disfunções executivas, alterações de memória de trabalho e de planejamento, sendo
essas funções, responsáveis pelo desempenho práxico ;

• São crianças que não compreendem sistemas de recompensa e apresentam falhas no mecanismo de
consequências.

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
DISFUNÇÕES
• Crianças com TDAH podem não receber e nem processar adequadamente as informações sensoriais
apresentando, dificuldades em gerar respostas apropriadas em casa, na escola e na comunidade;

• As alterações em qualquer nível da função motora, desde a captação sensorial da informação, desde
seu processamento e sequencialização, até ato motor, levam ao mal traçado da escrita, conhecido
como disgrafia;
• Tanto a dificuldade em coordenação motora fina quanto à disgrafia podem coexistir com o TDAH,
sendo consideradas manifestações associadas, como demonstram estudos nacionais e
internacionais;

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
• O desempenho dessas crianças em provas de controle postural é inferior;
• Diversos estudos mostram que as crianças com TDAH podem apresentar maior atraso nas
habilidades motoras do que crianças sem TDAH, desde as habilidades mais rudimentares, como
sentar e engatinhar;
• O controle do equilíbrio está diretamente relacionado com a habilidade de percepção e
processamento da informação visual. A atenção, aliada à cognição e memória, é essencial para uma
ótima função do equilíbrio, sendo que as insuficiências de atenção interferem no controle postural;

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
• O desempenho dessas crianças em provas de controle postural é inferior; - Diversos estudos
mostram que as crianças com TDAH podem apresentar maior atraso nas habilidades motoras do que
crianças sem TDAH, desde as habilidades mais rudimentares, como sentar e engatinhar;
• O controle do equilíbrio está diretamente relacionado com a habilidade de percepção e
processamento da informação visual. A atenção, aliada à cognição e memória, é essencial para uma
ótima função do equilíbrio, sendo que as insuficiências de atenção interferem no controle postural;

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
ATIVIDADES
• Atividades que promovam controle inibitório e troca de turno;
• Ordens e comandos, simples e complexos para favorecer o planejamento e execução da tarefa;
• Diminuição de estímulos externos (visuais, auditivos e táteis);
• Falar olhando para a criança;

• Mesa de atividade sem estímulos visuais;


• Leitura em voz alta e/ou leitura para a criança;
• Instrumentos escolares adaptados (tesoura com mola, lápis triangular, cadernos maiores);

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade
• Caderno sem estímulos visuais;
• Estojo vazio e/ou com divisórias;
• Material na mochila ao invés da mesa;
• Quando em educação física, promover atividades com pequenos grupos e pouco abrupta até que a
criança se regule e consiga compreender o grupo;
• Promover atividades que trabalhem noção corporal e espacial;

• Desenvolver habilidades motoras funcionais (Ex.: escorrega com mira).

(OKUDA et al, 2011; SUZUKI et al, 2005; SHIMIZU, 2012)


Síndrome de
Down
SÍNDROME DE DOWN
• É uma síndrome causada por variações genéticas, em especifico porções extras do cromossomo 21;
• Indivíduos com síndrome de Down apresentam características físicas semelhantes (face achatada,
cabeça e orelhas menores, protusão de língua, pescoço, mãos e pés curtos e achatados);

• São Hipotônicos;
• Apresentam hipermobilidade articular;
• Diminuição dos reflexos tendinosos profundos;

(UYANIK & KAYIHAN, 2010)


SÍNDROME DE DOWN
• Manutenção dos reflexos primitivos;
• Atraso no aparecimentos dos reflexos protetivos;
• Atraso nas reações de equilíbrio;
• Disfunções em coordenação óculo-motora;
• Disfunções em lateralidade, velocidade de ação, processamento, execução, visuais, auditivas e
táteis;

• Deficiência Intelectual está presente em maior ou menor grau;

(UYANIK & KAYIHAN, 2010)


SÍNDROME DE DOWN
• Podem apresentar comorbidades: TOD, TDAH, TEA e outros;
• Os atrasos das reações posturais da criança com síndrome de Down leva o atraso do
desenvolvimento motor e consequentemente cognitivo;

• O processo de mielinização da criança com SD é lento quando comparado à crianças com


desenvolvimento normal;
• Necessitam de repetições no processo de aprendizagem e utilizam um tempo mais longo;
• Podem apresentar disfunções da tireoide e cardíacas.

(UYANIK & KAYIHAN, 2010)


SÍNDROME DE DOWN
DISFUNÇÕES
• Apresentam dificuldade em estereognosia, táteis, vestibulares, auditivos;
• Dificuldade de compreender a posição do corpo no espaço e reações de equilíbrio;
• Resistência em realizar atividades de autocuidado devido a respostas a estímulos sensoriais estarem
alterados;
• A prega palmar única, causa modificações para realização das pinças finas, pinotagem e outras
preensões palmar e distal.

(UYANIK & KAYIHAN, 2010)


TEA
Transtorno do Espectro Autista
AUTISMO
• Está classificado como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) – DSM – IV – TR;
• Já no DSM-V se encontra na lista dos Transtornos do Neurodesenvolvimento;
• É utilizado especificadores, quanto ao grau do TEA, sendo: 1 – Exige apoio; 2 – Exige apoio
substancial; 3 – Exige muito apoio;
• Não há etiologia e causas definidas – multifatorial;
• Ocasionam prejuízo nas habilidades: Sociais, pessoais, acadêmicas e/ou profissionais;

(NEUMANN et al, 2016)


AUTISMO
• Em estudos de cérebros de crianças autistas, foi identificado alterações nas áreas responsáveis por
identificar a percepção de estímulos sociais, hipoativação em percepção de faces e cognição social
(direção do olhar, expressões faciais, gestuais e emoções);
• Há a dificuldade em teoria da mente;
• Apresentam dificuldade em compreender ações, imitação e empatia;
• Estereotipias e ecolalias são evidentes na maioria dos casos;
• São crianças que não sabem dar funções a objetos, não reconhecem seu próprio corpo e apresentam
dificuldade em expressar seus desejos e vontades.

(NEUMANN et al, 2016)


(Google Imagens)
AUTISMO
DISFUNÇÕES
• Nos primeiros meses de vida (até os seis meses), já apresentam defensividade tátil, dificuldade de
aceitar amamentação;

• Falta de comportamento antecipatório para ser pego no colo;


• Apresentam hipotonia muscular e atraso no marco dos desenvolvimentos motores (reflexos, sentar,
rolar, engatinhar, andar);
• São crianças com choro e risada sem contexto, pobre contato ocular, irritabilidade extrema quando
no grau 2 ou 3;

(CAMINHA, 2008; GRANDIN, 2015; NEUMANN et al, 2016)


AUTISMO
• Apresentam dificuldade no padrão de sono e recusa alimentar, assim como não utilizam de forma
eficiente instrumentos de uso na cozinha (colher, copo, garfo e faca);
• Demonstram preferência por superfícies macias, alguns não aceitam estímulos táteis nos pés,
andando em pé equino (com o tempo causando encurtamento de tendão);
• Gostam de tudo o que gira (gera conforto visual e regulação emocional);
• Apresentam insegurança gravitacional;

(CAMINHA, 2008; GRANDIN, 2015; NEUMANN et al, 2016)


AUTISMO
• Há ações motoras repetitivas e uso inadequado de objetos e brinquedos;
• Noção corporal reduzida e atividades de auto cuidado são realizadas de forma pobre e muitas vezes
não são realizadas;

• Existe ecolalia e memória de rotina;


• Hiper ou hipo-reativos aos estímulos vestibulares;
• Batem no ouvido ou cabeça para induzir estímulos vibratórios;

(CAMINHA, 2008; GRANDIN, 2015; NEUMANN et al, 2016)


AUTISMO
• Diminuição de estereognosia;
• Demonstram prazer quando extremidades são puxadas ou empurradas;
• Buscam inputs proprioceptivos oral;
• Não toleram sons altos e podem perceber sons muito baixos;

(CAMINHA, 2008; GRANDIN, 2015; NEUMANN et al, 2016)


AVALIAÇÕES

(Google Imagens)
Anamnese

• Histórico (concepção, tratamentos anteriores, exames já realizados);


• Motivo do atendimento;
• Habilidades da criança nas áreas: alimentação, vestir-se, higiene (auto-
cuidado), uso do vaso, cuidado com o outro, sono, brincar, escolar,
social , aspectos comportamentais, aspectos sensoriais, aspectos
motores e comunicação;
• Queixa familiar;
• Queixas escolares;
• Avaliações complementares.
Avaliações
DENVER II

A Escala de Denver é uma escala de triagem que verifica o atraso no


desenvolvimento infantil, para ser aplicada em crianças de até 6 anos de idade.

• Pessoal-Social: relacionamento com as pessoas e cuidado consigo mesmo


(Atividades de Vida Diária – AVD);

• Motor-adaptativo: coordenação olho-mão, manipulação de objetos pequenos


e solução de problemas;

• Linguagem: audição, compreensão e linguagem;

• Motor-grosseiro: sentar, andar e pular.


Avaliações
RAF – Inventário de recursos do ambiente familiar

• O RAF avalia recursos do ambiente familiar que podem contribuir para o


aprendizado acadêmico e de reabilitação, avalia três domínios: recursos que
promovem processos proximais; atividades que sinalizam estabilidade na vida
familiar; práticas parentais que promovem a ligação família-escola.

(MARTURANO, 2006)
(Google Imagens)
Avaliações

PLANEJAMENTO
Estabelecer a melhor maneira de alcançar um objetivo definido, considerando a
hierarquização dos passos e instrumentos necessários.
EX: Torres; Labirintos, Arranjo de Figuras

(Google Imagens)
Avaliações

CONTROLE INIBITÓRIO
Inibir respostas prepotentes ou respostas a estímulos distratores que interrompam o
curso eficaz de uma ação, ou ainda, interrupção de respostas que estejam em
Curso.
Ex: Stroop (controle inibitório e atenção seletiva); GO-NO-GO

(Google Imagens)
Avaliações

FLEXIBILIDADE COGNITIVA
Alternar o curso das ações ou do pensamento, de acordo com as exigências do
ambiente.
Ex: Trilhas

(Google Imagens)
Avaliações

MEMÓRIA OPERACIONAL
Armazenamento temporário de informações que permite a monitoração e o manejo.
Ex: Cores; Dígitos

(Google Imagens)
Avaliações

CATEGORIZAÇÃO E ABSTRAÇÃO
Capacidade de agrupar elementos individuais em categorias supra – ordenadas.
Capacidade de ir além das características concretas dos estímulos na orientação do
pensamento.

(Google Imagens)
Avaliações

- Inventário PORTAGE;
- PEDI – Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidades;
- CARS, M-CAHT-R; ATA (Escala de Traços Autisticos) – Autismo;
- GAS – Goal Attainment Scaling – Escala de alcance dos objetivos.
(Google Imagens)
GAS - EXEMPLO
+2 -
+1 – COMEU TRÊS PEDAÇOS + 1 – CRIANÇA COMEU QUATRO PEDAÇOS
0 – COMER TRÊS PEDAÇOS DE PÃO COM REQUEIJÃO
-1 –
-2 –
GAS – Da sessão

GAS – Curto – Médio – Longo Prazo


Família

Saúde Escola

CRIANÇA

Biológico Ambiente

Social
danielapaivaterapeutaocupacional@yahoo.com
(16) 98175-4020
@gisinfantil
COSTA, Danielle I. et al. Avaliação neuropsicológica da criança. Jornal de
Pediatria, v. 80, n. 2, p. 111-116, 2004.
FERLAND, Francine. Além da Deficiência Física ou Intelectual: Um Filho a ser
Descoberto. Londrina: Ed. Lazer e Sport, 2009.
GARDNER, H., & Hatch, T. (1989). Multiple intelligences go to school: Educational
implications of the theory of multiple intelligences. Educational Researcher,
18(8), 4-9.
HOLLE, Britta. Desenvolvimento Motor na Criança Normal e Retardada. São
Paulo: Manole, 1976.
KLEIN, V. C. & Linhares, M. B. M. (2010). Temperamento e desenvolvimento da
criança: revisão sistemática da literatura. Psicologia em Estudo, 15(4), 821-829.
PAPALIA, Diane E. Desenvolvimento Humano/ Diane E, Papalia Sally Wendkos
Olds Artes Médicas, 12 ed. 2013.
PIAGET, Jean. O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de janeiro, Zahar.
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QUIXABEIRA, Viviane Cabral. Riso e choro patológico na infância. 2017. 1
recurso online (49 p.). Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Síntese de evidências
para políticas de saúde: promovendo o desenvolvimento na primeira infância
/ Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. – Brasília: Ministério da
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Saúde da Criança. Fundamentos Técnico-Científicos e Orientações Práticas
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AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de
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SERRANO, Paula. A Integração Sensorial. 1.ed. Papa-Letras, 2016.
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