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(noturno)
ARARAQUARA - SP
2022
Introdução
Ao longo do seu texto, Han desenvolverá a defesa de que vivemos em uma época
carregada de problemas neurais. Diferente de épocas anteriores marcadas pelas ofensivas
bacteriológicas e virais, o presente momento é marcado por patologias da mente.
A violência da positividade não se trata de uma ameaça viral. Não se trata, como
outrora, da polarização entre inimigos e aliados, entre interior e exterior, entre estranho e
próprio, não se trata de uma negatividade estranha ao sistema; não há, segundo Han, um
inimigo externo a ser combatido. A violência da positividade não necessariamente articula
a existência e o combate a um inimigo em comum. Entretanto, a violência da positividade
articula a existência de uma violência sistêmica, um tipo que é imanente ao sistema,
silenciosa e de difícil percepção.
Segundo Han, outro aspecto da sociedade do século XXI é que não se trata mais de
uma sociedade disciplinar, e, sim, de uma sociedade do desempenho. Não se trata mais da
sociedade da negatividade e da proibição alertada por Foucault com seus presídios,
hospitais, fábricas, asilos e quarteis. Agora, encontra-se shoppings centers, aeroportos,
academias, escritórios, bancos e laboratórios de genética; nesta sociedade do desempenho,
encontra-se no poder do ilimitado o seu aspecto positivo.
Segundo o autor, o burnout não representaria o indivíduo esgotado, mas, uma alma
consumida. O que torna uma pessoa doente é o imperativo do desempenho como novo
mandato, como uma nova realidade pós-moderna do trabalho. O sujeito depressivo é o
animal laborans que explora a si mesmo, que o faz de forma deliberada sem qualquer
coerção externa. Este indivíduo é agressor e vítima ao mesmo tempo. O excesso de
estímulos, de impulsos e de informações, faz com que o sujeito esteja o tempo todo atento
e ativo chegando a se tornar hiperativo e hiperneurótico.
Considerações finais