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Texto base:
Elias, Norbert. O processo civilizador. Volume 2: formação do Estado e Civilização.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994 (ou outras edições) - Parte dois - Págs. 193-
215; Pág. 248-274.
Relatores:
Eduardo Fernandes Felix de Lima
Luzinete Oliveira Sales
* Ethos é uma palavra grega que foi usada por Gregory Bateson, que diz
respeito ao comportamento internalizado, uma instância sobre a qual não temos
consciência da subjetivação e interiorização do comportamento. Como o ethos é
objeto desse processo de internalização desde a infância, passa a ser naturalizado.
Outrossim, ethos também diz respeito ao estado emocional, à capacidade de
reação, como o ethos profissional adquirido ao longo da formação médica, por
exemplo, ou de outras profissões de saúde. Como exemplo, as pesquisas/aulas de
Ciências Sociais e Humanas, que postulam a aquisição de um ethos próprio no olhar
e na escuta, de relativização. Ethos é, portanto, um conceito que se distingue do
habitus, cunhado por Bourdieu, já que o primeiro conta com um viés mais associado
à esfera emocional e o segundo está associado ao comportamento. Vale destacar
que também adquirimos um habitus profissional.
Tais exigências de comportamentos recaem não apenas sobre os
profissionais de saúde, como também sobre seus “pacientes”, que devem
corresponder a exigências de “boa saúde”. O ideal para o médico é que o enfermo
seja “bonzinho, cooperativo, que obedeça e cumpra as condutas recomendadas pela
equipe de saúde”. Para atender ao “ethos de paciente”, por vezes o doente pode
omitir uma informação referente a um dado. Na nossa cultura, funcionamos com
modelos ideais. Nas pesquisas em Ciências Sociais é fundamental a busca de um
posicionamento a certa distância, para entender o que se passa tanto do lado dos
profissionais quanto do “paciente”. Sem juízo de valor sobre o trabalho alheio, mas
para entender o que ocorre.