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Disciplina: Psicologia Social II

Docente: Vanessa Carine Gil de Alcantara


Alunos: Julia Rocha de Lima Nunes – 0050018727
José Lucas de Carvalho Byrro – 0050018580

ESTUDO DIRIGIDO

PSICOLOGIA SOCIAL II - 5º PERÍODO

1 - A revista Veja (1999, p. 62-9) mostra, numa matéria de capa, a existência de uma
classe média negra no Brasil, composta por advogados, professores, médicos,
vendedores e empresários que contabilizam 8 milhões de pessoas e movimentar 50
milhões de reais por ano (ARAÚJO, 2009), trecho extraído do texto, que sentido a
autora Marivânia destaca?

A autora destaca a complexidade das representações visuais na sociedade. Ela enfatiza que,
apesar da emergência de uma classe média negra, persistem preconceitos e discriminações,
muitas vezes sustentados por identidades visuais estereotipadas. Para muitos, a aparência ou a
identidade visual do indivíduo negro ainda é associada a um menor 'valor', percebendo-o
como um cliente ou trabalhador de menor importância.

2 - A etnia possui também o caráter de variabilidade mudando, ou melhor, se


adequando aos diferentes diálogos e interlocutores inserindo ou excluindo elementos
que ajudam a compor para melhor dar continuidade às relações e satisfazer os
interesses do grupo. De acordo com o texto ARAÚJO (2009) qual a definição de
etnicidade?

De acordo com o texto, a etnicidade é uma forma de organização ou um princípio de divisão


do mundo social cuja importância pode variar de acordo com as épocas e situações. E
definida, também, como “...um feixe de interações cambiantes mais que um componente
nuclear da organização social”

3 - O que é identidade étnica.

A identidade étnica refere-se ao sentimento de pertença a um grupo específico com base em


características culturais, linguísticas, históricas, ancestrais ou físicas compartilhadas. Ela é
uma parte importante da autopercepção de um indivíduo e influencia como ele se relaciona
com o mundo ao seu redor.

Os grupos étnicos são frequentemente formados por tradições, costumes, línguas e


experiências compartilhadas, e a identidade étnica de um indivíduo pode influenciar suas
crenças, valores e comportamentos. A identidade étnica pode ser uma fonte de orgulho e
comunidade, mas também pode ser um motivo de discriminação ou preconceito em algumas
sociedades. Por isso, é importante reconhecer e respeitar as diversas identidades étnicas e
garantir igualdade de direitos e oportunidades para todos, independentemente de sua etnia.
4 - Quais são os fenômenos destacados no processo grupal?

Os processos grupais se referem às dinâmicas que emergem quando indivíduos interagem em


um grupo. Essas dinâmicas podem ser influenciadas por uma série de fatores, incluindo a
estrutura do grupo, os objetivos do grupo, a personalidade e o comportamento dos membros,
o contexto e as tarefas que o grupo precisa realizar. Alguns dos fenômenos mais estudados e
reconhecidos em processos grupais incluem: coesão, padrões grupais, motivações individuais
e objetivos, e liderança.

5 - A partir do texto de Vera Lúcia Amaral sobre a dinâmica de grupo, podemos


afirmar que?

A dinâmica de grupo refere-se aos processos e interações que ocorrem dentro de um grupo e
entre seus membros. Ela engloba os padrões de comunicação, as decisões tomadas, a
formação de subgrupos, as normas estabelecidas e muitos outros aspectos das relações de
grupo. Compreender a dinâmica de grupo é fundamental para melhorar a eficácia dos grupos
e para compreender os fenômenos sociais que ocorrem dentro deles. A ideia de estudar
grupos como entidades com suas próprias propriedades remonta ao início do século XX,
quando psicólogos e sociólogos começaram a observar que os indivíduos frequentemente se
comportam de maneira diferente em contextos grupais do que quando sozinhos. Kurt Lewin,
um dos pioneiros no campo, é frequentemente creditado por suas contribuições significativas
ao desenvolvimento da teoria da dinâmica de grupo. A compreensão da dinâmica de grupo é
vital em muitas áreas, desde ambientes empresariais até atividades recreativas. Líderes e
facilitadores que entendem como os grupos funcionam podem orientar mais eficazmente as
equipes em direção a objetivos comuns, gerenciar conflitos e aproveitar a diversidade de
pensamento.

6 - Sobre o interacionismo simbólico constitui uma perspectiva teórica que:

O interacionismo simbólico é uma perspectiva teórica central na sociologia e na psicologia


social. No cerne do interacionismo simbólico está a ideia de que as pessoas agem com base
nos significados que as coisas têm para elas. Estes significados são derivados de interações
sociais e são modificados e adaptados através de processos interpretativos. Para
interacionistas simbólicos, a comunicação humana é mediada por símbolos, como palavras e
gestos, que carregam significados particulares. Estes símbolos são usados para expressar
ideias, sentimentos e conceitos, permitindo a comunicação e a interação entre os indivíduos.
O interacionismo simbólico oferece uma perspectiva única sobre a sociedade e o indivíduo,
enfatizando a construção contínua da realidade social através da interação, interpretação e
significado. Esta perspectiva destaca o papel central da comunicação, símbolos e interações
na formação da identidade, relações e realidade social.
7- Quais são as três premissas do interacionismo simbólico;

O interacionismo simbólico é uma perspectiva teórica que se concentra em como as pessoas


interagem umas com as outras através de símbolos, como palavras e gestos. Esta abordagem
foi profundamente influenciada por George Herbert Mead e mais tarde desenvolvida por
Herbert Blumer, entre outros. Existem três premissas fundamentais do interacionismo
simbólico:

1. Os seres humanos agem em relação às coisas com base nos significados que essas coisas
têm para eles. Em outras palavras, a forma como reagimos a objetos, eventos ou pessoas é
influenciada pelos significados que atribuímos a eles, significados esses que são moldados
por nossa experiência social e cultural.

2. O significado de tais coisas é derivado da interação social que se tem com os outros. Ou
seja, os significados não são inerentes aos objetos ou eventos em si, mas surgem das
interações e comunicações entre as pessoas. Através da interação, aprendemos e negociamos
os significados dos símbolos.

3. Esses significados são manipulados e modificados através de um processo interpretativo


usado pela pessoa em sua interação com as coisas que ela encontra. Após a interação inicial,
os indivíduos passam por um processo de "conversação interna" ou interpretação para
decifrar os significados e determinar a ação apropriada.

Em resumo, o interacionismo simbólico sugere que a realidade é construída e redefinida


constantemente através das interações sociais, onde os símbolos e os significados
desempenham um papel central.

8 - Mead introduz as noções de Self, Eu e Mim, o que podemos afirmar sobre o


pensamento de mim mesmo para os interacionistas simbólicos?

Mead é considerado um dos fundadores da perspectiva interacionista simbólica na sociologia


e na psicologia social. A sua teoria sobre o "self" é fundamental para compreender o
desenvolvimento da identidade e do sentido do "eu" em contextos sociais. Vamos explorar
brevemente as noções de "self", "Eu" e "Mim", e a importância do conceito de "mim mesmo"
para os interacionistas simbólicos.
● Self: Para Mead, o "self" não é inato, mas é desenvolvido e moldado através da
interação social. Não nascemos com um sentido de "self"; em vez disso,
desenvolve-se através das interações com os outros e com a sociedade.
● Mim (Me): O "Mim" é a parte do "self" que é formada pelas atitudes, valores, e
expectativas das comunidades sociais mais amplas e das pessoas significativas em
nossas vidas. É a parte do "self" que internaliza as regras e normas da sociedade. O
"Mim" é o que nos dá um sentido de ordem e compreensão das expectativas sociais.
● Eu (I): O "Eu" é a parte do "self" que é ativa, espontânea, criativa e muitas vezes
imprevisível. Representa a individualidade de uma pessoa e sua capacidade de agir de
forma autônoma e inovadora. O "Eu" responde ao "Mim" e suas normas sociais, mas
também tem a capacidade de inovar e mudar.

Pensamento de "Mim Mesmo" para os Interacionistas Simbólicos:


Para os interacionistas simbólicos, o pensamento de "mim mesmo" é central para a
compreensão do desenvolvimento do "self". Através do processo de socialização, os
indivíduos desenvolvem uma imagem ou concepção de si mesmos com base em como eles
percebem que os outros os veem. O "jogo de papéis" é crucial neste processo, onde os
indivíduos assumem e reagem a diferentes papéis em diferentes situações, refinando assim o
seu sentido de "self".
O conceito de "mim mesmo" é, portanto, uma síntese de como nos vemos em relação aos
outros e como acreditamos que os outros nos veem. É uma combinação das influências do
"Mim" e do "Eu", sendo moldado tanto pelas expectativas sociais quanto pela nossa
individualidade.
Em resumo, para os interacionistas simbólicos, o "self" é um produto da interação social e
está em constante evolução. O pensamento de "mim mesmo" é central para essa perspectiva,
pois reflete a interseção das influências sociais e individuais na formação da identidade.

9 - Conceitue a perspectiva de GOFFMAN do interacionismo simbólico; principais


tópicos da sua perspectiva social…

Goffman discorda do interacionismo simbólico, pois acredita que as estruturas influenciam as


ações sociais, acredita que existe uma configuração prévia nas ações sociais. De acordo com
Goffman, ao interagir, buscamos criar impressões que formem interferências, ou seja,
geramos nossas relações sociais com objetivo de uma manutenção de uma imagem pública,
como um jogo de representações.

10 - O que é fachada fixa e dinâmica?

Erving Goffman, um sociólogo e teórico da apresentação do self, usou a metáfora do teatro


para descrever as interações sociais. De acordo com Goffman, as pessoas desempenham
papéis em "palcos" sociais, e esses papéis são muitas vezes acompanhados por "fachadas" –
maneiras pelas quais nos apresentamos aos outros.

1. Fachada Fixa: Esta seria uma apresentação constante de si mesmo que uma pessoa adota
independentemente do contexto ou da audiência. Pode ser visto como um aspecto central e
imutável da identidade de alguém, algo que não muda muito de situação para situação.

2. Fachada Dinâmica: Em contraste, uma fachada dinâmica seria flexível e adaptável


dependendo do contexto, audiência, ou situação. Uma pessoa com uma fachada dinâmica
ajustaria sua apresentação de si mesma com base em quem ela está interagindo ou em que
ambiente ela se encontra.
11 - A partir de GOFFMAN, explique esta afirmação: OS COMPORTAMENTOS
PESSOAIS SE ALTERAM A PARTIR DOS PAPÉIS, PROJEÇÕES DO OUTRO,
IMPRESSÕES PRÓPRIAS, IMAGEM TRANSMITIDA

A afirmação mencionada relaciona-se intimamente com a sua teoria da "apresentação de si


em vida cotidiana", onde Goffman emprega a metáfora do teatro para descrever a vida social.
Ele sugere que a vida social é uma série de performances. Goffman parte do princípio em que
as pessoas tentam se moldar aos ambientes para controlar a impressão que os outros possam
ter das mesmas, sendo assim, em cada contexto as pessoas desempenham o papel adequado
para tal, de maneira que consigam alcançar seus objetivos. Nós, como "atores", estamos
constantemente nos ajustando e adaptando com base nos papéis que desempenhamos, nas
impressões que queremos transmitir, nas reações e expectativas dos outros e na imagem que
queremos projetar. Esta abordagem teatral à interação social destaca a complexidade e a
nuance do comportamento humano em contextos sociais cotidianos.

12 - Em GERGEN O QUE É O CONSTRUTIVISMO?

Kenneth Gergen é uma figura proeminente no campo da psicologia social e é amplamente


associado ao construtivismo social. O construtivismo social, como defendido por Gergen,
desvia-se de noções tradicionais e objetivas de verdade e realidade, optando em vez disso por
ver o conhecimento e a realidade como construídos socialmente. alguns pontos centrais sobre
o construtivismo conforme entendido através das lentes de Gergen se caracterizam sustenta
em nossa compreensão da realidade sendo moldada através de nossas interações sociais e
linguísticas. O que percebemos como "verdade" ou "realidade" não é algo fixo e objetivo,
mas é co-construído através de nossas relações com os outros. A linguagem desempenha um
papel central no construtivismo social. Gergen vê a linguagem não apenas como um meio de
descrever a realidade, mas como uma ferramenta para construí-la. Através da linguagem,
negociamos significados, estabelecemos normas e construímos nossa compreensão do
mundo. Para Gergen e outros construtivistas sociais, a realidade e o conhecimento são vistos
não como descobertas objetivas, mas como construções sociais emergentes de interações e
práticas comunicativas. Eles desafiam noções convencionais de verdade e objetividade,
enfatizando a importância da linguagem, relação e contexto na formação de nossa
compreensão do mundo.

13 - Gergen traçou os fundamentos críticos e o panorama dessa abordagem da


Psicologia Social, que se baseia em três grandes pressupostos, Quais SÃO?
CARACTERIZA-OS

Três dos principais pressupostos do construtivismo social de Gergen são:

● Realidade como Construção Social: Este pressuposto sustenta que a realidade não é
uma entidade objetiva e fixa que existe independentemente das pessoas. Em vez disso,
a realidade é construída por indivíduos através de suas interações e comunicações uns
com os outros. O que é considerado "real" ou "verdadeiro" é determinado socialmente
através de processos de negociação, consenso e linguagem.
● Relatividade Histórica e Cultural: O conhecimento e a compreensão das pessoas
são moldados por seus contextos históricos e culturais. Isso significa que o que é
considerado verdadeiro ou real em uma época ou cultura pode não ser em outra.
Gergen defende que a psicologia, como qualquer outra disciplina, é um produto de
seu tempo e lugar, e o que ela apresenta como "fatos" sobre a natureza humana é
relativo ao contexto cultural e histórico.
● A Linguagem como Ferramenta de Construção: Em vez de ver a linguagem apenas
como um meio de descrever a realidade, o construtivismo social vê a linguagem como
uma ferramenta ativa na construção da realidade. A linguagem não apenas reflete o
mundo, mas também o molda. As categorias e conceitos que usamos para falar sobre
o mundo desempenham um papel na definição de nossa experiência desse mundo.
Para Gergen, o diálogo e a interação verbal são fundamentais para a formação de
identidades, relações e realidades.

Estes pressupostos fundamentam uma abordagem da psicologia social que é crítica das visões
tradicionais que assumem uma realidade objetiva e estável. Em vez disso, o construtivismo
social de Gergen enfatiza a fluidez, a interconexão e a construção contínua da realidade e do
conhecimento através da interação social.

14 - Indiscutivelmente, o período que antecede a década de 1970 foi considerado de


grande valor científico ao constituir parâmetros mensuráveis, produzindo modelos de
personalidade e do comportamento; constituindo um “tipo” de ser humano, com as
feições do cientificismo americano, mais do que desvelando os processos que o tornavam
inteligível. O QUE GERGEN PENSA A RESPEITO?

Gergen é conhecido por suas críticas ao que ele vê como as limitações do positivismo e do
empirismo na psicologia, particularmente como eles foram praticados nas tradições
dominantes no meio do século XX. Em relação ao período anterior à década de 1970, as
observações de Gergen estão ligadas a diversos fatores, dentre eles a crítica à objetividade,
sendo cético quanto à ideia de que a psicologia, ou qualquer ciência social, possa alcançar
uma "objetividade" pura. Ele argumenta que todo conhecimento é contextual e emerge de
práticas sociais específicas. Portanto, o que muitas vezes é apresentado como "fatos
objetivos" sobre a natureza humana é, na verdade, produto de convenções sociais e históricas.
Outro ponto questionado por Gergen seria a homogeneização da Humanidade, ele critica a
tendência da psicologia tradicional de generalizar a partir de amostras, muitas vezes
ocidentais, para toda a humanidade. Ele argumenta que essa abordagem não apenas
homogeneiza indevidamente a experiência humana, mas também reflete uma forma de
etnocentrismo, priorizando certos pontos de vista (frequentemente ocidentais) sobre outros.
Gergen chama a atenção para as maneiras pelas quais o conhecimento é ligado ao poder. As
categorias e diagnósticos produzidos pela psicologia têm implicações reais para a vida das
pessoas, influenciando tudo, desde autoconcepção até tratamentos e políticas. Gergen é
crítico quanto a como essas construções podem ser usadas para controlar, patologizar ou
marginalizar. Enquanto o período anterior à década de 1970 viu grandes avanços em termos
de desenvolvimentos teóricos e metodológicos na psicologia, Gergen e outros críticos
argumentam que muitas dessas "descobertas" e abordagens foram moldadas por contextos
sociais e culturais específicos e, portanto, devem ser entendidas como tais.

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