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O indivíduo
•Nos tornamos sociais quando nascemos, ou até mesmo antes, devido
nossas condições históricas.
O homem depende de interação para a sua sobrevivência ao chegar ao
mundo, necessita de cuidado, afeto, proteção, e estar com os outros.
Essa condição faz parte de sua natureza social.
O ser humano está imerso em grupos desde seu nascimento e neles se
desenvolve devido a interação e aprendizagens, são eles: família,
comunidade, amigos, colegas, pares, entre outros.
Deste modo, o indivíduo enquanto ser social, está influenciado por
padrões culturais diante da sociedade em que vive, é a cultura lhe
fornece regras específicas.
O indivíduo e a cultura
Ao fazer uso da linguagem, o indivíduo passa a fazer parte de um
processo cultural, onde por meio de símbolos comuns, reproduz o
contexto cultural que vivencia.
O indivíduo é sujeito ativo no contexto cultural. Ele recebe a informação,
interpreta, constrói, criativa e coletivamente, em um processo cultural
voltado à sua época histórica.
Ele constrói suas regras, por meio das atividades coletivas, podendo
alterá-las, da mesma forma que é afetado por elas. A cultura é uma
herança social.
Ideologia e alienação
O conhecimento da ideologia e dos níveis de consciência, implica em
estudar as relações grupais, como se reproduzem os papeis as
relações de dominação, as contradições geradas e o nível de
alienação.
A alienação se origina da atribuição de naturalidade aos fatos sociais.
Neste processo a consciência é negada como processo, mantendo a
alienação sobre quem o sujeito é individual e socialmente.
A linguagem
Linguagem – tem como função a mediação ideológica, produzida por
uma classe dominante que detém o poder de pensar e transmitir
conhecimentos, atribuído valores absolutos, inquestionáveis e
tornando-os verdades universais.
O indivíduo e o meio social
Identidade
Você é personagem ou autor da narrativa de sua identidade?
Somos personagens e autores de nossa história e da história do outro,
do coletivo também.
Somos singularidade: Nome
Somos identificados com um grupo primário: Família – sobrenome.
E com outros grupos sociais: profissional, amizades, etc.
A identidade não é um dado natural e sim um fenômeno social.
Não se trata de características permanentes e não é totalmente
independente.
Composta por elementos biológicos, psicológicos e sociais, também é
representação. Desde o nascimento algo já é dito de sua identidade.
Ex: filho de X família etc.
A identidade passa a ser constituída, pelas pertenças à grupos,
comportamentos, ações etc.
Caráter temporal da identidade: sou ser-posto. Cada posição minha,
me determina temporariamente, fazendo com que a existência
concreta seja a unidade da multiplicidade, destas determinações.
Embora o indivíduo seja uma totalidade, manifesta-se uma parte, como
desdobramento das múltiplas determinações a que está sujeito.
Ex: pai – filho.
Identidade e alteridade
O ser como alteridade. Eu, enquanto o outro que pode vir a ser.
A história da autoprodução humana, faz do homem um ser de
possibilidades, de sua própria história e da humanidade. Está
comprometido com sua condição histórica. E relacionado com o modo
de produção de sua sociedade.
A questão da identidade nos remete a um projeto político.
O homem como pura consciência, ou subjetividade – projeto idealista
O homem objetivado – Projeto materialista- mecanicista
Superação dialética deste dualismo pela práxis – Trata-se de não
acompanhar de modo inerte a história, mas se engajar em projetos de
coexistência humana, que possam tender a transformações reais da
existência humana.
A identidade, é movimento, transformação, desenvolvimento do
concreto, é metamorfose.
É sermos Um e um Outro, para que cheguemos a ser Um, numa
infindável transformação.
A genealogia da subjetivação
•A genealogia busca compreender as formas como o moderno regime
de Eu emerge a partir de uma série de práticas e processos
contingentes.
•Compreender as formas pelas quais o EU funciona de forma
regulatória em diversos aspectos da vida contemporânea, em seu
modo de administrar as organizações, o modo de consumir, de
relacionar-se com a produção da arte, da literatura do conhecimento.
•Foucault (1986b) refere a genealogia da subjetivação como: Nossa
relação com nos mesmos.
Nossa relação com nós mesmos tem a forma que tem porque tem sido
o objeto de toda uma variedade de esquemas mais ou menos
racionalizados, os quais têm moldado nossas formas de
compreender e viver nossa existência como seres humanos em
nome de certos objetivos – masculinidade, feminilidade, honra,
reserva, boa conduta, civilidade, disciplina, distinção, eficiência,
harmonia, sucesso, virtude, prazer: a lista é tão diversa e
heterogênea quanto interminável”
• a genealogia da subjetivação concentra-se diretamente nas práticas
que localizam os seres humanos em regimes de pessoa - regimes
que podem ser caracterizados como particulares.
•Tecnologias
Que meios têm sido inventados para governar o ser humano, para
moldar ou orientar a conduta nas direções desejadas e como esses
programas têm buscado corporificá-las sob certas formas técnicas?
Pode-se considerar a escola, a prisão, o hospício como exemplos
de uma dessas espécies de tecnologia, tais como as que Foucault
chamou de "disciplinares" e que funcionam por meio de uma
detalhada estruturação do espaço, do tempo e das relações entre os
indivíduos; de procedimentos de observação hierárquica e
julgamento normalizador; de tentativas para incorporar esses
julgamentos aos procedimentos e julgamentos que os indivíduos
utilizam a fim de conduzir sua própria conduta ( Foucault; Marcus,
1993).
•relação pastoral - de aconselhamento espiritual entre uma figura de
autoridade e cada membro de seu rebanho.
• corporificando técnicas tais como a confissão e a exposição do eu,
incorporado à pessoa por esquemas de autoinspeção, auto
suspeição, exposição do eu, auto deciframento e auto formação.
Autoridades
“Por meio de quais aparatos são tais autoridades - as universidades, os
aparatos legais, as igrejas, a política - são autorizadas?”
•Como são as próprias autoridades governadas - por códigos legais,
pelo mercado, pelos protocolos da burocracia, pela ética
profissional?
•E qual é, então, a relação entre as autoridades e aqueles que lhes
estão sujeitos: pároco e paroquiano,
•médico e paciente, gerente e empregado, terapeuta e cliente?
Teologias
Que formas de vida constituem as finalidades, os ideais ou os
exemplares dessas diferentes práticas de ação sobre as pessoas?
Ideais e modelos
•A persona profissional que exerce uma vocação com sabedoria e
desprendimento emocional? O pai responsável que vive uma vida de
prudência e moderação? O trabalhador que aceita sua sorte com
uma docilidade? A boa esposa que cumpre seus deveres domésticos
? O indivíduo empreendedor que se esforça por "qualidade de vida?
Outros...
•Que códigos de saber sustentam esses ideais, e a que valorização
ética estão eles ligados?
É importante enfatizar as formas como essas personas ou modelos de
pessoalidades são desenvolvidos nas diferentes práticas, e como se
articulam em relação a problemas e soluções específicos no que se
refere à conduta humana.
Estratégia
•As relações estabelecidas entre modalidades para o governo da
conduta às quais se concede o status de políticas,
•e aquelas instituídas por meio de formas de autoridades e de aparatos
considerados não-políticos - sejam esses o saber técnico dos
experts, o saber jurídico dos tribunais, o saber organizacional dos
gerentes, ou os saberes "naturais" da família e das mães. (P.40)
•Devem ser conhecidos, compreendidos e abordados:
•a produtividade e as condições de comércio, as atividades das
associações civis, as formas de criação de filhos e de organizar as
relações conjugais e as questões financeiras no interior do lar –
sustentem os objetivos políticos em vez de lhes fazerem oposição.
Todos sustentam os objetivos políticos em vigor.
•Neste caso as características das pessoas, ditos "indivíduos livres"
dos quais o liberalismo depende para sua legitimidade e
funcionalidade política, adquirem uma particular importância.
•Talvez se possa dizer que o campo estratégico geral dos programas de
governo ditos como liberais tem sido pensado de como indivíduos
livres podem ser governados de maneira tal que eles vivam sua
liberdade de forma apropriada.
Tecnologias do Eu
•São mecanismos de auto-orientação, ou as formas pelas quais os
indivíduos vivenciam, compreendem, julgam e conduzem a si
mesmos (Foucault, 1986a, 1986b, 1988).
• As tecnologias do eu tomam a forma da elaboração de certas técnicas
para a conduta da relação da pessoa consigo mesma, conheça a si
mesmo, controle a si mesmo ou de outras formas , cuide de si
mesmo.
•Elas são materializadas em práticas técnicas: confissão, escrever
diários, discussões de grupo, são sempre praticadas sob a
autoridade real ou imaginada de algum sistema de verdade e de
algum indivíduo considerado autorizado, seja esse teológico e
clerical, psicológico e terapêutico, ou disciplinar e tutelar.
Encontro 11
Psicologia Social e vida em sociedade – socialização primária e
secundária
Quando inicia nosso ser social?
Mesmo em sua formação biológica (no útero materno), o sujeito já
está inserido em um meio social.
Um ambiente construído pelo homem
Homem e ambiente produzem-se em forma continua.
Socialização primária
A socialização primaria em nossa sociedade ocorre no âmbito familiar. E
os aspectos internalizados serão decorrentes da inserção da família
numa classe social. E a partir da percepção que seus pais fazem
do mundo e do próprio caráter institucional da família.
Os papéis ditos primários, de pai e de mãe se caracterizam por normas
que dizem como um homem e uma mulher se relacionam e como
ambos se relacionam com os filhos e este no desempenho de seu
papel, se relaciona com os pais.
Aprendemos os padrões que são esperados de nós, e que
internalizamos ao longo de nossa história.
A família é a primeira instituição que rege a forma como vamos atuar e
nos conduzir na vida.
Entendemos que estamos em liberdade, porém dentro de padrões
autorizados.
Grupo sociais
A atividade comunitária, por si só, não supera a contradição
fundamental do capitalismo, pois esta decorre das relações de
produção, que definem as classes sociais;
Porém é através da participação comunitária que os indivíduos
desenvolvem consciência de classe social e do seu papel de
produtores de riquezas, que não usufruem,
Em consequência, exercitam a organização em grupos maiores e mais
estruturados visando uma ação transformadora da história de sua
sociedade.
Aula 12
O indivíduo e o contexto social- A Criança e o adolescente
O poder disciplinar
A biopolítica da população
•Poder que não opera mais sobre o corpo individual e sim sobre o
corpo-espécie.
•Passa a regulamentar as ações sobre as populações, tais como: o
controle de natalidade, mortalidade, saúde, condições sanitárias,
controle das doenças, das contaminações etc.
•Esse poder foi nomeado como biopoder- poder sobre a vida.
O surgimento da infância
•A modernidade inventou o que Ariès (1981) denominou o “sentimento
de infância”
•Na idade média a criança era vista como um mini-adulto, exposta ao
mundo adulto.
•
O poder disciplinar, de vigilância e a biopolítica.se estabelece sobre o
corpo infantil.
A escola torna-se um espaço estratégico em práticas de biopolítica.
As práticas de avaliações
A adolescência
•O termo adolescência vem do verbo latino “adolescere” (ad = para e
olescere = crescer), estando implícito o processo de crescimento,
com o início da puberdade e o termino ao assumir responsabilidades
adultas.
Para alguns filósofos a adolescência “começa na biologia e termina na
cultura”
Marcadores identitários
É sobretudo no corpo que se tornam manifestas as marcas que nos
posicionam:
Marcadores:
•Raciais/ étnicas: percepção de sua raça, origem, idioma,
ancestralidade etc.; Povo negro – branco – amarelo, indígenas,
outros.
•Gênero: binário (feminino/masculino) e não binário, trans, outros.
•orientação sexual: estabelecer padrões e classificar pessoas, práticas e
afetos por conta de sua sexualidade;
•Classe Social: Ricos, pobres/ Patronato e trabalhadores. Donos do
meio de produção- burguesia e proletariado.
•Religião: atribuir valoração a uma ou outra religião.
•Linguística: nacional, estrangeira
•Geracional: discriminação por faixa etária.
•Deficiências: Rotular as pessoas com situações de difici~encias.
• Essas marcas, se instituem como normais, e para tal, movimenta-se
diversas estratégias de poder-saber.
Raciais / étnicas
•No Brasil, a herança do colonialismo tem raízes profundas,
naturalizando a distinção e as práticas de desumanização correntes
na população brasileira, em relação aos povos originários e aos
povos deslocados de suas terras originárias pela escravidão, o povo
negro. Essas práticas se tornam invisíveis e servem para a negação
de discriminação e preconceito racial que permanece permeando a
sociedade brasileira, ainda que esta declare a existência de uma
democracia racial.
•Os efeitos desta “democracia racial”, é o não enfrentamento da
desigualdade social a que estas populações estão expostas,
acumulando-se ao empobrecimento, às vulnerabilidades múltiplas,
como a violência policial de estado, entre outras.
•Políticas de branqueamento - incentivo a imigração.
•Em relação aos povos originários _ indígenas – políticas de dizimação,
retirada do direito a terra, à preservação de sua cultura, entre outras
violências e invisibilização.
Gênero
•O gênero não está somente relacionado a anatomia. E sim a como a
pessoa se sente e se vê.
•A constituição da auto imagem se define conforme a sua percepção de
si mesma.
•A percepção de si, gera um modo próprio de expressão, como as
roupas e a aparência.
•Assim, o comportamento, seu modo de pensar, de se expressar, sua
linguagem corporal, relacionam-se à identidade com a qual se
encontra identificado.
•Cisgênero: é a pessoa que se identifica com o sexo biológico
designado no momento de seu nascimento.
•Transgênero: é quem se identifica com um gênero diferente daquele
atribuído no nascimento.
•Não-binário: é alguém que não se identifica completamente com o
gênero de nascimento e nem com outro gênero. Não se vê em
nenhum dos papéis comuns associados aos homens e as mulheres
ou pode vivenciar uma mistura de ambos.
•Identidade de gênero e orientação sexual: não existe uma relação
entre esses dois conceitos.
Os marcadores de diferença social
Os marcadores indicam modos pelos quais a sociedade maneja a
existência dos grupos sub representados, e o quanto a algumas
diferenças são mais diferentes que outras, negando diretos, espaços de
vida plena a um conjunto de cidadãos..
Historico
as políticas sociais surgem pela primeira vez no Brasil, entre as déc. de
30 e 40 no governo Vargas, com o objetivo de proporcionar harmonia
entre as classes sociais no desenvolvimento capitalista no país.
•Não tinha uma caráter de política pública e sim de uma prática
temporária e sem consequencias transformadoras para a sociedade.
•O campo de intervenção política nas situações de vulnerabilidade da
população era pouco claro e indefinido, não havia compromisso do
estado em relação a estas questões.
• A partir da redemocratização do país, iniciam-se as discussões no país
em relação aos direitos sociais, entre outros a seguridade social, a
saúde e educação.
A constituição cidadã- 1988
•A aprovação da constituição nomeada “cidadã”, propõe um conjunto de
ideias, concepções e direitos, mudando o status legal e politico
destas iniciativas de construção de Políticas pública de seguridade,
saúde e educação.
O SUAS e o SUS
•O SUAS é uma política de seguridade social, que ainda se encontra em
processo contínuo de construção.
•Ele se operacionaliza através da LOAS (Lei orgânica de Assistência
Social nº 8742, 1993)
Propõe um conjunto de ações “o conjunto de ações coletivas voltadas
para a garantia dos direitos sociais, configurando um compromisso
público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas
áreas”
Clínica Ampliada