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CÉREBRO
1. Compreendo que o cérebro funciona segundo dois princípios: especialização e integração, em auto-organização permanente. [pág. 50-51]
O cérebro funciona segundo dois princípios, a especialização onde o cérebro tem áreas especializadas em determinadas funções (hemisférios
cerebrais , lobos… ) e a integração que apesar de ter um grande poder de especialização o cérebro funciona de forma integrada, isto é , todos
os seus componentes e áreas trabalham de forma articulada e como um todo para assegurar as nossas capacidades e comportamentos.
O funcionamento e as capacidades do nosso cérebro não estão totalmente determinadas pela genética, sendo verdade que a genética regula o
desenvolvimento do cérebro e que existem padrões de comportamento comuns a todos nós, também é verdade que cada cérebro é único logo
não há dois cérebros iguais.
CULTURA
6. Reconheço que o ser humano constrói uma história pessoal que marca a identidade de cada um. [pág. 74-75]
Desde o nascimento, integrada numa comunidade, cada pessoa acumula um conjunto de experiências vividas com os outros países, irmãos,
familiares, amigos… Essas experiências , a que se atribui cada vez mais importância, marcam cada um de nós, tornando-nos únicos e distintos
de todos os outros.
Cada um tem uma história pessoal, uma história de vida singular que nos individualiza. Reconhecemo-nos como humanos (identidade
específica), fazemos parte de uma cultura, de uma sociedade (identidade cultural) e temos uma história de vida que marca a nossa identidade
pessoal. Personalidade, individualidade, eu e identidade são os termos mais usados para designar o que há de próprio em cada um de nós.
Todos nós temos uma história pessoal, constituída por acontecimentos localizados no tempo e no espaço: as brincadeiras de que mais
gostamos no jardim de infância, o primeiro amigo, as festas de anos, a entrada na escola... A nossa história, embora semelhante à dos nossos
colegas, não repete nenhuma outra. Porquê? Porque a nossa história pessoal se faz à medida que a construímos, vivemos e experienciamos.
O mundo em que cada um se insere não é apenas seu: os seres humanos tornam-se humanos, no seio das relações sociais.
7. Explico a importância dos significados atribuídos à experiência na construção da história pessoal [pág. 75 e parte da 76]
As experiências vividas- experiência do mundo, experiência dos outros, e de nós mesmos constituem um elemento fundamental da nossa vida
psíquica. As ocorrências como encontros amorosos, a ausência de familiares ou amigos, a mudança de terra, doenças... marcam a história de
cada um de forma única. Por outro lado, uma mesma situação, uma realidade semelhante, é encarada de forma diferente por diferentes
sujeitos. Em cada momento, em todas as situações, estamos face a um mundo no qual participamos e em que encontramos formas de nos
conhecermos e de conhecermos os outros. A ligação que cada um estabelece com estas experiências faz-se dos significados que cada um lhes
atribui. E no significado que se realiza a síntese entre a singularidade de cada pessoa e a sua situação ou contexto, quer biológico, quer
sociocultural.
Experimentamos o mundo enquanto seres biológicos e sociais. Enquanto seres ativos encontramos significados para as nossas ações e
pensamentos. Ao construir os significados para as suas experiências, cada ser humano integra a sua forma pessoal de ver, sentir e agir sobre o
mundo - daí o caráter subjetivo da forma como as situações e acontecimentos são vividos e encarados.
Há, em todos estes processos, um movimento do sujeito para o exterior - o sujeito atribui significados pessoais às experiências em que vive - e
um movimento em sentido oposto, dado que as experiências vividas são interiorizadas e integradas na individualidade de cada um.
A história pessoal desenrola-se, portanto, na relação entre fatores externos e fatores internos, entre o que é objetivamente percebido e o que
é subjetivamente construído. A história pessoal escreve-se num diálogo, único para cada um, entre o que se é, o que acontece e o que se
experiencia. É neste diálogo que a experiência adquire significados pessoais.
8. Reconheço que a dimensão social e cultural é decisiva no processo de tornar-se humano [pág. 65 e 67 (crianças selvagens)]
É fundamental ter em conta as dimensões sociais e culturais para que possamos compreender os seres humanos e a forma como se
comportam uma vez que tornamo-nos humanos através da aprendizagem de formas partilhadas e reconhecíveis de ser e de nos comportar.
A capacidade humana de, continuamente, transformar o meio em que vivemos, adaptando-nos a ele, aprendendo formas de lidar com o
ambiente e inventando novas maneiras de o fazer, aumentou, ao longo do tempo, e as hipóteses de sobrevivência dos seres humanos
também. A prática destas capacidades criou necessidades de coordenação e de cooperação entre seres humanos, bem como o
desenvolvimento de novas capacidades para o fazer. Disto são exemplo as capacidades de comunicar utilizando linguagens complexas, a
escrita, a pintura, a ornamentação do corpo, etc. 0 exercício dessas capacidades conduziu ainda à criação de modos particulares de ser e de
viver em conjunto.
O termo "crianças selvagens" é utilizado para referir as crianças que cresceram privadas de todo o contacto humano, ou cujo contacto com
outros seres humanos foi mínimo. Abandonadas, perdidas ou vítimas de situações de abuso, estas crianças sobreviveram em isolamento ou na
companhia de animais até serem encontradas e recolhidas por outros seres humanos.
Em termos das suas características mais gerais, as crianças selvagens, no momento em que são encontradas, possuem uma linguagem
sobretudo mímica, em alguns casos imitativa dos sons e gestos dos animais com que conviveram. A sua linguagem verbal é quase sempre nula
ou muito reduzida e varia de caso para caso, conforme o tipo de isolamento e a idade a partir da qual este aconteceu. O seu comportamento
social não é, em geral, orientado para outros seres humanos, nem segue os mesmos padrões, podendo aproximar-se, em alguns casos, do dos
animais com que interagiam. As crianças selvagens não choram nem riem, manifestam dificuldades no controlo emocional e têm de aprender a
exprimir as suas emoções e a reconhecer emoções no rosto das pessoas com quem interagem.
Nem sempre é fácil reconhecer a humanidade destas crianças. Os modos como se relacionam com os outros e com o mundo provocam em nós
uma estranheza fundamental. Elas são humanas, mas é-nos difícil, a muitos níveis, relacionar a nossa experiência com a delas, compreender a
forma como sentem, pensam e agem. Não nos reconhecemos nelas, elas não se reconhecem em nós. As suas capacidades, as características
dos seus corpos, as suas frequentes cicatrizes e marcas, quer físicas, quer mentais, mostram-nos como dependemos de outros, do contacto
físico e sociocultural com eles, para nos tornarmos os seres humanos que somos.