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Já a inculturação, por sua vez, pode ser considerada um fator positivo ou negativo, pois alude a
incorporação de elementos de uma na outra. Falo negativo e positivo, porque o processo pode
dar-se de modo imposto ou partilhado.
Contudo, as gestões públicas não se preocupam muito com os movimentos que mantém a
chama acessa da identidade do povo… Talvez por achar desnecessário manter viva essa
identidade, cujo nascimento vem das classes mais desfavorecidas.
Diante dessa premissa, é certo valorizar a cultura popular, haja vista que ela e tão importante
quanto à literatura, a arte plástica, a arquitetônica etc. Foi através da cultura popular que
pesquisas antropológicas e sociológicas chegaram a diversas características de nossos
antepassados.
Uma das estratégias do capitalismo é apresentar lixos culturais através dos meios de
comunicação de massa e outros meios. Chega até nós através da música, das propagandas
comerciam auditivas e visuais, através da internet, principalmente através da TV, responsável
por criar modismos incoerentes à vida de sofrimento do povo; criar deuses falsos a fim de
ludibriar através da estética. Também, difundindo o estrangeirismo da língua e outros
costumes.
A cultura de massa não pergunta se o povo quer, ela impõe. Por isso, não poderia de
parabenizar o Iphan pelo registro do Bumba-meu-boi como Patrimônio Cultural do Brasil.
Também a governadora Roseana Sarney, que sempre manteve viva a cultura popular
maranhense, valorizando os grupos folclóricos.
https://caiohostilio.com/2011/08/31/a-verdadeira-identidade-de-um-povo-esta-na-sua-
cultura/
A identidade cultural ainda é bastante discutida dentro dos círculos
teóricos das Ciências Sociais em face de sua complexidade. Entre as
possíveis formas de entendimento da ideia de identidade cultural,
exitem duas concepções distintas que devemos destacar dentro dos
estudos sociológicos mais recentes. Essas concepções de identidade
são brevemente explicadas por Anthony Giddens, sociólogo
britânico, e nos ajudarão a entender melhor esse conceito.
Conceito de cultura
Antes de falarmos sobre os diferentes conceitos de identidade cultural,
devemos esclarecer primeiro a ideia geral de cultura e de identidade.
Anoção de cultura faz alusão às características socialmente herdadas
e aprendidas que os indivíduos adquirem a partir de seu convívio
social. Entre essas características, estão a língua, a culinária, o jeito de
se vestir, as crenças religiosas, normas e valores. Esses traços culturais
possuem influência direta sobre a construção de nossas identidades,
uma vez que elas constituem grande parte do conjunto de atributos
que formam o contexto comum entre os indivíduos de uma mesma
sociedade e são parte fundamental da comunicação e da cooperação
entre os sujeitos.
Conceito de identidade
O conceito de identidade refere-se a uma parte mais individual do
sujeito social, mas que ainda assim é totalmente dependente do âmbito
comum e da convivência social. De forma geral, entende-se por
identidade aquilo que se relaciona com o conjunto de entendimentos
que uma pessoa possui sobre si mesma e sobre tudo aquilo que lhe é
significativo. Esse entendimento é construído a partir de determinadas
fontes de significado que são construídas socialmente, como o gênero,
nacionalidade ou classe social, e que passam a ser usadas pelos
indivíduos como plataforma de construção de sua identidade.
Dentro desse conceito de identidade, há duas distinções importantes
que devemos entender antes de prosseguirmos. A teoria sociológica
distingue duas apreensões: a identidade social e a autoidentidade.
A identidade social refere-se às características atribuídas a um
indivíduo pelos outros, o que serve como uma espécie de
categorização realizada pelos demais indivíduos para identificar o que
uma pessoa em particular é. Portanto, o título profissional de médico,
por exemplo, quando atribuído a um sujeito, possui uma série de
qualidades predefinidas no contexto social que são atribuídas aos
indivíduos que exercem essa profissão. A partir disso, o sujeito
posiciona-se e é posicionado em seu âmbito social em relação a outros
indivíduos que partilham dos mesmos atributos.
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O conceito de autoidentidade (ou a identidade pessoal) refere-se à
formulação de um sentido único que atribuímos a nós mesmos e à
nossa relação individual que desenvolvemos com o restante do
mundo. A escola teórica do “interacionismo simbólico” é o principal
ponto de apoio para essa ideia, já que parte da noção de que é diante
da interação entre o indivíduo e o mundo exterior que surge a
formação de um sentido de “si mesmo”. Esse diálogo entre mundo
interior do indivíduo e mundo exterior da sociedade molda a
identidade do sujeito que se forma a partir de suas escolhas no
decorrer de sua vida.
Identidade cultural
Por fim, podemos estabelecer, diante do que já foi esclarecido, que o
conceito de identidade cultural faz alusão à construção identitária de
cada indivíduo em seu contexto cultural. Em outras palavras, a
identidade cultural está relacionada com a forma como vemos o
mundo exterior e como nos posicionamos em relação a ele. Esse
processo é continuo e perpétuo, o que significa que a identidade de um
sujeito está sempre sujeita a mudanças. Nesse sentido, a identidade
cultural preenche os espaços de mediação entre o mundo “interior” e o
mundo “exterior”, entre o mundo pessoal e o mundo público. Nesse
processo, ao mesmo tempo que projetamos nossas particularidades
sobre o mundo exterior (ações individuais de vontade ou desejo
particular), também internalizamos o mundo exterior (normas, valores,
língua...). É nessa relação que construímos nossas identidades.
http://brasilesco.
http://brasilesco.
O que é etnia?
Tudo isso está relacionado com a noção de etnia, que, resumidamente,
pode ser conceituada como o sentimento de pertencer a determinado
grupo com o qual o indivíduo partilha a mesma língua, tradições e
território. Trata-se de características tão marcantes que, de inúmeras
maneiras, acabam tornando-se pontos basilares da construção
identitária do indivíduo, definindo certos aspectos da convivência
social da população que constitui o grupo étnico.
O conceito estende-se às relações de alteridade entre grupos étnicos
diferentes. Esses grupos veem-se de forma diferente dos demais e, ao
mesmo tempo, também são entendidos como grupo distinto por outros
grupos. É nesse ponto que a relação de alteridade insere-se. O
convívio com a diferença torna-se “espelho” que reflete a autoimagem
do grupo ao tornar claro o que lhe é estranho. Nessa perspectiva, a
população de um grupo reconhece-se por meio da constatação de uma
familiaridade linguística, religiosa, de tradições etc. Por esse motivo, a
etnicidade fornece ao sujeito uma ligação direta com o passado por
meio da ideia de continuidade, que é mantida na perpetuação das
tradições e dos sentidos que elas carregam.
SOCIOLOGIACultura
SOCIOLOGIASegregação Racial
SOCIOLOGIAConceito de alteridade
SOCIOLOGIAIdentidade cultural
PLANEJAMENTO
A Massa
Raimundo Sodré
(só percussão)
Lelé, meu amor lelé, no cabo da minha enxada, não conheço "coroné"!
A Mão da Limpeza
Gilberto Gil
Raça Humana
Imagina só
Imagina só
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Negra é a mão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a mão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Imagina só
Imagina só
Ilê Aiyê
ALIENAÇÃO
(refrão)
negona
(refrão)
O sistema tenta desconstruir
pressão.
(Refrão)
Ilê de Luz
Ilê Aiyê
Refrão
E se eu tiver barreiras?
Ilê de luz
A Bola da Vez
Ilê Aiyê
Ilê Aiyê
Êa Ilê
Êa Êa Ilê
Êa Êa Ilê
Ilê Aiyê
Zumbi...
Resistência Viva
Ilê Aiyê
Racismo, indiferença
Racismo, indiferença
Racismo, indiferença
Lembra da criança
Fecho o vidro
Vou embora
Avisem a polícia
E os milhões e milhões
Oooh!
Racismo, indiferença
Não pode reclamar da violência
Racismo, indiferença
Impunidade, indiferença
Racismo É Burrice
Gabriel O Pensador
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Racismo é burrice
Racismo é burrice
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma
delegacia
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
A lavagem cerebral
Racismo é burrice
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Não participe
Racismo é burrice
É você
Eu Só Peço a Deus
Inquérito
Ontem mesmo eu perguntei: "Por que que eu nunca parei? Hein? "
Quem não sabe usar um lápis, não vai saber usar um fuzil
Eu só peço a Deus!
Questão De Identidade
Wilson Moreira
▼ Links do Artista
Cor
Douglas Camppos
A cor da minha pele
Não te diz quem sou
O meu cabelo crespo
Não te diz quem sou
O que eu visto no corpo
Não te diz quem sou
Quanto eu levo no bolso
Não te diz quem sou
Quem sou
Eu sou
O choro
Que chora a cor
Linda cor eu sou
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Basta exclusão, discriminação
Racismo é um império sem chão
Basta a anarquia e a hipocrisia
Que a cor homogênea é padrão
Tire a mão branca, gelada da frente
Que eu quero passar com minha cor
Tire o discurso pesado da boca
Deus não te fez superior
Tire as mazelas que trazes na alma
Sua casca dissemina a dor
Tire a ilusão da escravização
O negro é o seu próprio senhor
Eu sou Mandela, sou Luther King
Sou Bob Marley, Zumbi
Sou Rosa Parks, Elza Soares
Eu luto pra não sucumbir
Mentes fechadas, atrofiadas
Buscando um antídoto a si
Presas no escuro
Em cima do muro
Ferem alguém sem sentir
Fora nazismo, racismo, fascismo
O "ismo" é um grito no abismo
Fora machismo, um podre modismo
Eu quero cantar
A história está aí
Não adianta
Querer mudar
Você nasceu
Neste lugar
Que culpa eu tenho
E agora nega
A sua nacionalidade
Inquieto sonha
Sonhos profundos
Vê se enxerga a realidade
Índio e branco
Sua mistura
Pois eu assumo
A pele escura
Origem África
Soube da história
Sofreram tanto
Quanto os seus
por Flávia Dourado - publicado 23/05/2013 11:45 - última modificação 12/02/2016 10:49
Aleida Assmann e Jan Assmann
À primeira vista, a memória parece uma coisa inerte, presa ao passado — a lembrança de algo
que aconteceu e ficou parado no tempo. Mas um olhar mais cuidadoso revela que a memória
é dinâmica e conecta as três dimensões temporais: ao ser evocada no presente, remete ao
passado, mas sempre tendo em vista o futuro.
Após passar pelo IEA, Jan e Aleida fizeram conferências na Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), Campinas, no dia 16; na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioste),
Cascavel, no dia 17; na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, e na Universidade
Estadual de Londrina (UEL), ambas no dia 20; e na Fundação Biblioteca Nacional, Rio de
Janeiro, no dia 21.
Memória Cultural
Jan fez uma distinção entre dois tipos de memória: a comunicativa, relacionada à transmissão
difusa de lembranças no cotidiano, através da oralidade; e a memória cultural — na qual
concentrou sua fala —, referente a lembranças objetivadas e institucionalizadas, que podem
ser armazenadas, repassadas e reincorporadas ao longo das gerações.
A memória cultural é constituída, assim, por heranças simbólicas materializadas em textos,
ritos, monumentos, celebrações, objetos, escrituras sagradas e outros suportes mnemônicos
que funcionam como gatilhos para acionar significados associados ao que passou. Além disso,
remonta ao tempo mítico das origens, cristaliza experiências coletivas do passado e pode
perdurar por milênios. Por isso, pressupõe um conhecimento restrito aos iniciados.
A memória comunicativa, por outro lado, restringe-se ao passado recente, evoca lembranças
pessoais e autobiográficas e é marcada pela durabilidade de curto prazo, de 80 a 110 anos, de
três a quatro gerações. E, por seu caráter informal, não requer especialização por parte de
quem a transmite.
Identidade
Jan destacou as conexões entre memória cultural e identidade. De acordo com ele, a memória
cultural é a "a faculdade que nos permite construir uma imagem narrativa do passado e,
através desse processo, desenvolver uma imagem e uma identidade de nós mesmos".
Ele ressaltou que, por funcionar como uma força coletiva unificadora, a memória cultural é
considerada um perigo pelos regimes totalitários. Como exemplo, mencionou o caso da Guerra
da Bósnia, quando a artilharia sérvia destruiu a Biblioteca de Saravejo na tentativa de minar a
memória dos bósnios e de minorias da região.
O objetivo, afirmou, era fazer da cultura uma tábua rasa para que fosse possível começar do
zero uma nova identidade sérvia: "Essa foi a estratégia do regime totalitário para destruir o
passado, porque se a gente controla o presente, a gente controla o passado, e se a gente
controla o passado, a gente controla o futuro".
O passado em foco
Aleida abriu sua conferência chamando atenção para um fenômeno característico das últimas
décadas: a descrença na ideia de futuro e a emergência do passado como preocupação
fundamental. Segundo a pesquisadora, a partir dos anos 1980, a confiança no futuro como
promessa de dias melhores perdeu força e deu lugar à inquietação diante do passado: "A ideia
de progresso está cada vez mais obsoleta e o passado tem invadido a nossa consciência".
A memória surge, assim, como um artifício para proteger o passado contra a ação corrosiva do
tempo e para dar subsídios para que os indivíduos entendam o mundo e saibam o que esperar,
"para que não tenham que inventar a roda e começar do zero a cada geração", como explicou
a pesquisadora.
Memória nacional
Tomando por base o conceito de les lieux de mémoire (lugares da memória), elaborado pelo
historiador francês Pierre Nora, Aleida falou sobre as transformações que se operaram na
construção da memória nacional no período pós-Segunda Guerra e pós-Muro de Berlim.
Pensando a partir do caso da França — país que se definiria pelo caráter triunfal de seu povo
—, o conceito de lugares da memória refere-se a objetos simbólicos concretos, como
monumentos, museus e arquivos, ligados a uma autoimagem de heroísmo e de orgulho por
parte das nações.
Mas, para a pesquisadora, esse conceito não se aplica aos novos estados-nação surgidos a
partir de 1945 (pós-colonial) e de 1989 (pós-União Soviética). Diferentemente da França, esses
países não se constituem em torno do triunfo, mas do trauma gerado por eventos passados.
Assim, no momento em que ex-colônias são elevadas à condição de nações livres e definem
uma identidade própria, começa a vigorar uma memória marcada pelo histórico de violência,
escravidão e genocídios.
"Essa memória traumática não foi elaborada imediatamente, mas após um grande período de
latência por uma razão política: havia um novo país a ser construído e um status de
independência a ser conquistado", disse, destacando que a preocupação, naquele momento,
era compor uma memória heroica, e não dar espaço à memória das vítimas.
Jan completou afirmando que o objetivo do estado de Israel imediatamente após sua criação
era o de nunca mais ser vítima, enquanto o da Alemanha era o de nunca mais repetir os crimes
que cometeu na Segunda Guerra. "O reconhecimento das vítimas veio mais tarde. A primeira
ideia era a do 'nunca mais'", frisou.
Riscos e benefícios
Aleida levantou algumas questões sobre os riscos e benefícios da memória cultural derivada de
eventos traumáticos: Essa memória traz à tona um potencial agressivo ou resulta num maior
respeito e diálogo entre vizinhos? Torna uma sociedade mais vingativa ou mais consciente de
seu passado? Faz dos indivíduos cidadãos mais sensíveis ou insensíveis à violação dos direitos
humanos ou à condição das minorias?
A pesquisadora concluiu que a memória cultural não deve ser entendida como uma fixação
patológica com o passado, mas como um back-up, uma espécie de bagagem necessária para
que a sociedade construa seu futuro. Mas, de acordo com ela, essa memória deve ser
inspecionada criticamente, como acontece com qualquer bagagem.
Por isso, afirmou, é preciso tomar cuidado para que o passado negativo, uma vez
transformado em memória, não desperte o revanchismo: "A memória pode ser perigosa e
destrutiva se desenterrar raiva e a vontade de revisar a história".
Conferencistas
Aleida AssmannAleida Assmann é professora de língua inglesa e literatura comparada na
Universidade de Konstanz. É doutora em literatura inglesa pela Universidade de Heidelberg e
em egiptologia pela Universidade de Tübingen. Publicou trabalhos na área de egiptologia,
literatura inglesa e história da comunicação literária, mas desde a década de 60 vem se
dedicando à teoria da memória. Seus estudos concentram-se na memória cultural, com
interesse particular pelas tensões entre as experiências individuais e as lembranças oficiais da
história da Alemanha no período pós-Segunda Guerra.
Problema Social
Seu Jorge
Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal