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Estudos Culturais

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9a2a-4626cc07b3ad%2F)

O QUE SÃO OS EC
O que se procura compreender é como se gera significado dentro de uma determinada
cultura e como é que este é divulgado e produzido a partir das esferas social, politica e
económica. Os investigadores centram-se no modo como um meio ou uma mensagem se
relaciona com a ideologia, a classe social, a nacionalidade, a etnia, a sexualidade ou o
género dos indivíduos.

É um campo interdisciplinar onde perspectivas de diferentes disciplinas podem ser chamadas


a explicar as relações de poder.

Características principais:

A sua finalidade é examinar as práticas culturais e a sua relação com o poder, por
exemplo, uma subcultura como a comunidade LGBTI, movimento PUNK, etc...

O seu objetivo é compreender a cultura em todas as suas formas complexas e analisar o


contexto social e politico em que essa cultura se manifesta.

Praticas Significantes

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Conceito de Representação - “Uma imagem pode ter vários significados diferentes. Não há
nenhuma garantia de que a imagem vai funcionar da forma que nós a pensamos quando a
criamos. Representação é a forma como um significado é atribuído a uma imagem” -
Stuart Hall

Representação na perspectiva comum significa apresentar, re(a)presentar, retratar, re-


apresentar um significado ja contido. Para S.Hall significa “estar em vez de”, é a forma
pela qual um significado é de algum modo dado à “coisa” representada.

Não existe um significado verdadeiro e fixo. O significado de um evento não existe fora
da representação ou antes desta. As mensagens funcionam de maneira complexa, estão
sempre dependentes do modo como as relações de poder se estabelecem numa
sociedade.

Conceito de Poder - Por causa da centralidade e instrumentalidade do poder para alcançar


objetivos culturalmente nutridos, as culturas promovem padrões normativos para o uso
legítimo do poder. As relações de poder estão presentes em todas as formas de interação
social. O poder deve ser compreendido a partir dos processos que geram e propiciam
formas de ordem, relação e ação de natureza social. Os EC encaram o conceito de poder
como uma questão discursiva e de linguagem, especialmente em grupos subordinados
(como classe, raça, gênero, etc)

Os EC consideram praticas culturais fundamentais na construção da realidade que


habitamos, uma realidade é construída e transformada através das formas
discursivas e não discursivas que regulam o que pode ser dito, e por quem, sob
certos contextos socioculturais, traduzindo-se em questões de poder.

Ideologia / Hegemonia - As ideias da classe dominante são em todas as épocas as ideias


dominantes; isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade, é ao mesmo
tempo sua força intelectual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios de
produção material, tem ao mesmo tempo o controle dos meios de produção mental, de modo
que, assim, em geral, as ideias daqueles que carecem dos meios de produção mental estão
sujeitas a ela.

Uma ideologia é composta por mapas de significado que, assumindo-se como “verdades
universais”, são na realidade entendimentos específicos falíveis de um tempo
histórico e mantêm o poder de um certo grupo. Representações de género ou etnia, a
ideia de nação, entre outros, resultam de processos que constroem, mantêm e

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reproduzem práticas e significados predominantes pelos quais se estabelece
hegemonia.

Por posição hegemônica entende-se uma situação em que um bloco histórico de grupos
como poder exerce autoridade social e liderança sobre grupos subordinados ao deter o
domínio das praticas significantes.

Subjetividade/Identidade - Em contextos específicos:

A identidade pode tornar-se um marcador de permanência das pessoas em uma


comunidade tão singular, onde a comunidade define uma morada marcando os modos de
pertencimento das pessoas nas mobilidades estruturadas da vida contemporânea. Essa
seria uma identidade que vale a pena lutar para criar. Quando se refere identidade
considera-se as semelhanças e as diferenças no domínio pessoal e no social, é
sobre o que temos em comum com algumas pessoas e o que nos diferencia dos
outros.

A subjetividade define a condição de ser uma pessoa e o processo pelo qual nos
tornamos essa pessoa, o modo como nos constituímos como sujeitos culturais e como
vivenciamos a nossa própria existência.

As escolhas pessoais marcam os processos pelos quais nos formamos como pessoas. O
que define uma pessoa, isto é, a sua subjetividade e como descrevemos uns aos outros
através da identidade implica compreender:

Como nos tornamos a pessoa que somos

Como somos percebidos como sujeitos

Como nos identificamos com descrições de nós próprios (como homem/mulher,


branco/negro)

As identidades não são algo existente (pronto a ser encontrado) e não possuem
qualidades essenciais e universais (anti-essencialismo). São, pelo contrário, construções
discursivas, produto de discursos ou formas reguladas de falar sobre o mundo. Por
outras palavras, as identidades são constituídas por representações como a linguagem.

Identidade pessoal - manifesta-se com aquilo que me identifico e me distingue em relação a


outras pessoas. Subjetividade é o que me define como pessoa, em virtude da nossa

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identidade, que são estáveis e dinâmicas, estáveis porque não mudam de formas muito
gritantes, princípios, valores, e dinâmica porque o tempo e contexto obriga essa dinâmica a
que esses valores se mantenham. O nosso discurso, para que os nossos valores se
mantenham imutáveis, tem de mudar em prol das mudanças que nos rodeiam. Elas existem
sempre uma em função da outra, estando a identidade sempre inerente a subjetividade.
Subjetividade estamos sempre a considerar a forma como nos vemos e como os
outros nos veem.

Cultura
Cultura e “cultivo” são palavras semelhantes. Um dos autores mais relevantes dos EC,
Raymond Williams, lembra que, em meados do século XVIII, o termo “cultura” passou a ser
usado como sinônimo de “civilização”. Ser civilizado ou culto significava ser bem
educado, saber apreciar arte, musica e literatura.

No sec. XIX surge uma acepção de cultura de caráter mais antropológico: “um modo de
vida distinto e completo” centrado na ideia de “experiencia vivenciada”. A palavra
cultura é percebida como substantivo independente e indica um modo particular de
vida, seja de um povo, um período, um grupo ou humanidade em geral.

Uma cultura tem dois aspectos: os significados e direções conhecidos, para os quais seus
membros são treinados; as novas observações e significados, que são oferecidos e testados.
Esses são os processos comuns das sociedades humanas e das mentes humanas, e vemos
através deles a natureza da cultura: que é sempre tradicional e criativa; que são tanto os
significados comuns mais comuns quanto os significados individuais mais refinados.

O conceito de "Cultura" integra tanto as artes como os valores, normas e objetos


simbólicos do quotidiano. Do mesmo modo que cultura se relaciona com tradição e
reprodução social, também é feita de criatividade e mudança. A definição antropológica
adoptada por Raymond Williams é partilhada pelos EC e constitui o núcleo deste campo de
estudo.

Usamos a palavra cultura nestes dois sentidos: para significar todo um modo de vida - os
significados comuns; para significar as artes e a aprendizagem - os processos especiais
de descoberta e esforço criativo. Alguns escritores reservam a palavra para um ou outro
desses sentidos; Insisto em ambos e no significado de sua conjunção. As perguntas que

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faço sobre cultura são perguntas sobre nossos propósitos gerais e comuns, mas também
perguntas sobre significados profundos e pessoais.

“Por cultura, queremo-nos referir ao real significado das praticas, representações, linguagens
ou costumes de determinada sociedade. Também nos referimos às formas contraditórias do
senso comum que ajudaram a moldar a vida popular” Stuart Hall

Cultura integra todas as questões relacionadas com os significados socialmente


partilhados, ou seja, as diferentes formas como atribuímos sentido ao mundo que nos
rodeia. Cada significado é gerado através de sinais, frequentemente organizados para
configurar uma linguagem. Os processos de produção de significado configuram praticas
significantes.

Cultura=Significado
Existe cultura quando existe produção de significado, que existe devido aos objetos, práticas,
que são partilhadas e construídas por sociedades. Praticas culturais são sempre
construídas a partir das significantes, a partir de significado.

Abordagem antropológica - O conceito de cultura de RW é de índole antropológica (ciência


que tem como objeto de estudo o homem) por se centrar nos significados do quotidiano:

Valores (ideias abstratas)

Normas (princípios definidos e regras)

Objetos materiais e simbólicos

“Dizer que duas pessoas pertencem à mesma cultura é dizer que elas interpretam o
mundo aproximadamente da mesma maneira e podem expressar a si mesmas, seus
pensamentos e sentimentos sobre o mundo, de maneiras que serão entendidas uma
pela outra. Assim, a cultura depende de seus participantes interpretarem significativamente o
que está acontecendo ao seu redor e “dar sentido ao mundo de maneiras amplamente
semelhantes”. Stuart Hall

Materialismo Cultural - Para Raymond Williams, a cultura como conjunto de significados e


valores do dia-a-dia é parte de um todo expressivo composto pelas relações sociais.

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Qualquer manifestação cultural pode ser entendida a partir das representações e práticas do
quotidiano no contexto das condições materiais da sua produção.

A cultura pode ser explorada em termos de:

instituições de produção artística e cultural (formas artesanais e de mercado);

formações ou escolas, movimentos e facções de produção cultural;

modos de produção, incluindo as relações entre os meios materiais de produção cultural


e as formas culturais que daí emergem;

identificações e formas de cultura, incluindo a especificidade dos produtos culturais, o


seu propósito estético e as formas particulares que geram e expressam significado;

a reprodução, no tempo e no espaço, de uma tradição seletiva de significados e práticas


envolvendo em simultâneo ordem social e mudança social;

a organização da 'tradição seletiva como "sistema percebido de significados;

A música, com as suas imagens e práticas associadas, pode ser analisada a partir da
estratégia proposta por Williams. Por exemplo, o rap pode ser entendido como uma formação
de música popular, produzida por instituições como as editoras discográficas e as agências
de publicidade. O modo de produção inclui os meios técnicos necessários e a lógica
capitalista de mercado. Qualquer música é uma organização específica de sons,
palavras e imagens em que determinados grupos sociais formam identificações, sendo
esta organização resultado de um sistema de significação.

Outro exemplo, um cartaz também representa um sistema de significação. Pode ser


caracterizado como uma formação de design gráfico, produzida por instituições como um
atelier de design ou uma escola. O modo de produção inclui os meios técnicos
necessários para a sua impressão e a lógica capitalista de mercado para ser
transacionado. Um cartaz é uma organização específica de cores, palavras e
imagens em que determinados grupos sociais formam identificações e,
consequentemente, significado.

Cultura como experiência vivenciada


Em síntese, cultura para Raymond Williams tem a seguinte constituição:

os significados gerados por homens e mulheres; . as experiências vividas pelos seus


participantes;

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os textos e as práticas produzidas pelas pessoas enquanto vivem a sua vida.

“Os significados da cultura vivida devem ser explorados no contexto de suas condições de
produção. Nesse sentido, a cultura é entendida como todo um modo de vida.“ - Raymond
Williams

High Culture / Low Culture


As fronteiras do bom e do mau, o alto e o baixo que definem o que é validado ou não em
termos estéticos têm conduzido frequentemente à exclusão da cultura popular. Tal resulta
destes julgamentos de qualidade serem produzidos por uma hierarquia institucionalizada
baseada na ideia de classe que regula o gosto cultural. Com o passar do tempo e o
crescente interesse na cultura popular diferentes pensadores têm argumentado que não
existem linhas de fronteira entre o válido e não válido. Pelo contrário, a responsabilidade
dos críticos é descrever e analisar a produção cultural de significado. A televisão
assume-se como campo de discussão desta nova visão, entre o olhar artístico e a cultura
popular.

A questão de qualidade (superior ou inferior) leva a que formas massificadas de cultura sejam
vistas como "superficiais" quando comparadas com a "complexidade" dos objetos artísticos
tradicionais. Contudo, nenhuma obra de arte tem assegurada uma significação universal e os
conceitos de beleza, harmonia, qualidade são relativos: formas de cultura popular (como
telenovelas) apresentam semelhanças com as artes ditas "maiores" (como o teatro).

A intenção de produzir critérios universais para julgamentos estéticos, seja de alta ou baixa
cultura, resulta no argumento inevitável que critérios alternativos se aplicam em diferentes
tempos e espaços. Esta constatação marca a falência desta abordagem. Em contrapartida,
os EC sugerem argumentos em torno das consequências sociais e políticas de construir e
disseminar representações específicas do mundo.

Como analisar uma forma de cultura?


A visão dos pioneiros dos Estudos Culturais assenta no desenvolvimento de critérios de
avaliação baseados em valores políticos e análise ideológica, ao invés da dimensão estética.

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Defende-se uma posição alternativa que procura compreender o modo como os processos
culturais e simbólicos estão relacionados com o poder social, político e económico.

Exemplo - O que é uma família? Qual o nosso conceito de família? Como se constrói a
ideia de família?

Articulação e o circuito de cultura


A interdependência entre produção e consumo está plasmada na proposta do circuito de
cultura de Stuart Hall, Paul Du Gay (1997) e dos seus colegas.

No seu modelo, em cada nível do circuito dá-se a produção e assimilação de significado


cultural. Cada momento - produção, representação, identidade, consumo e regulação -
envolve e produção de significado que é articulado com o próximo nível.

O significado produzido em cada nível é necessário (mas não suficiente ou capaz de


determinar) o próximo momento do circuito.

Consideremos então cada uma dessas cinco variáveis no diagrama para depois passar a
aplicá-las a uma forma ou exemplo de comunicação na cultura:

1. Representação
Como é que o significado é transmitido ao público, utilizador ou comunicador?
Que sinais, modos e discursos ajudam a transmitir o significado - não apenas o
significado "factual" (ou informativo) mas também o significado social? Por exemplo, o
que a cor-de-rosa representa no seu contexto cultural?

2. Identidade
Refere-se a como o significado é assimilado pelo receptor ou pelo público. A identidade é
moldada pela cultura, que cria uma gama de opções de identidade (viáveis e não viáveis)
que são apresentadas, refinadas e renegociadas através da comunicação e troca de
artefatos culturais. Por exemplo, ao consumir e partilhar certas estratégias de
comunicação, reivindicamos certas posições identitárias e, ao mesmo tempo, rejeitamos
outras.

3. Produção
Refere-se à produção de significado, que pode ser produzido e reproduzido de várias
maneiras. Um acto de produção de significado pode não ser problemático dentro da
cultura dominante e ajudar a manter a hegemonia, pela dominância de um conjunto
particular de valores. Alternativamente, esta produção pode desafiar crenças ou valores

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dominantes. Por exemplo, um indivíduo pode produzir significado sobre si mesmo na
maneira como se veste?

4. Consumo
O outro lado da produção é o consumo. Quando consumimos narrativas (seja sob a
forma de uma roupa, uma conversa ou uma música pop) esta reflete valores e
expectativas culturais.
Se em conformidade com valores e expectativas estabelecidos estamos perante um
consumo não problemático, caso contrário a narrativa é percebida como desafiadora ou
até chocante.

5. Regulação
Refere-se às forças que limitam a produção, distribuição e consumo. Essas forças podem
ser explícitas, como o código de conduta de um meio de comunicação social, ou podem
estar implícitas como, por exemplo, normas específicas não escritas que são
perpetuadas socialmente ou impostas sub-repticiamente.

Teorias da recepção
O que são as teorias de recepção? A abordagem surge muito aliada à escola de
Birmingham e considera uma dupla perspectiva:

1. a análise do papel dos meios de comunicação enquanto lugares de produção da


cultura contemporânea

2. a análise da audiência e dos contextos de recepção.

A televisão assume-se como objeto de discussão no seio destas matérias sendo Stuart
Hall o autor que melhor procura compreender este fenómeno e as suas repercussões. Em
1973, a publicação do artigo "Encoding/decoding“ caracteriza o processo de comunicação
televisiva a partir de quatro momentos: produção, circulação, distribuição/ consumo,
reprodução.

As teorias da recepção entendem a audiência simultaneamente como receptor e


fonte da mensagem, com os esquemas de produção a serem alicerçados nas imagens
que a televisão tem das suas audiências. O que fazemos quando validamos um
programa (share) é que damos continuidade ao mesmo.

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A mensagem que é codificada para ser transmitida e que será descodificada, segundo os
quadros conhecimento, relações de poder e infraestruturas técnicas de ambos os lados.

O formato que as televisões escolheram para transmitir os debates eleitorais, foi visado para
agradar o publico e não para as necessidades politicas que deveria ter, com um carater de
entretenimento em detrimento de um carater informativo.

Tradicionalmente, a pesquisa em comunicação de massa conceituou o processo de


comunicação em termos de um circuito ou loop de circulação. Este modelo tem sido criticado
pela sua linearidade - emissor/mensagem/receptor - pela sua concentração ao nível da troca
de mensagens e pela ausência de uma concepção estruturada dos diferentes momentos
como uma estrutura complexa de relações.

Neste enquadramento, Stuart Hall define três tipos de descodificação

1. dominante (i.e. pontos de vista preponderantes apresentados como naturais e legítimos);


Audiência aceita e concorda com o que está a ser dito, validando o conteudo.

2. oposicional (i.e. interpretação da mensagem a partir de um quadro de referência


diferente); Audiência recusa tudo o que está a ser dito.

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3. negociada (i.e. uma mistura das anteriores, ou seja, baseada em lógicas contraditórias).
Audiência aceita algumas coisas e contesta outras.

(Processo de significados e mensagens serem organizadas através de códigos. Existem dois


momentos determinantes, encoding e decoding. Nestes momentos, o significado que a
mensagem contem está numa forma discursiva, a ser construído através do discurso. Numa
primeira fase, enconding, o codificador é o meio comunicação, o apresentador, o autor, na
segunda fase, decoding, o descodificador é a plateia, o visualizador ou leitor, o consumidor.
Quando uma produtora quer fazer um programa, esta tem de fazer dinheiro, que vem através
de patrocinadores, tendo desta forma de os respeitar (relações de poder), a disponibilidade
ou nao de certo cenário necessário está relacionada às infraestruturas técnicas. O publico no
outro lado tem quadros de conhecimento, ja viu outros programas e tem o poder de comparar
com o programa em si, tem relaçoes de poder, atraves de conversas que possam ter com
amigos sobre o programa ou atraves de rewiews pela internet.)

Cultura de massas
Cultura Massas VS Cultura Popular

Cultura Popular é gerada através de condições e práticas significantes e culturais. Não é


produzida para ser comercializada, é autentica. Cultura de Massas tem meios
associados de comunicação, com meios comerciais associados, é padronizada. Estamos a
falar da mesma coisa, com prespetivas diferentes o que está em causa. Exemplo -
Teatro/RealityShows ,, Rap/Funk

Determinismo tecnológico é a teoria mais popular sobre a relação entre tecnologia e


sociedade e tenta explicar fenómenos sociais e históricos de acordo com um fator principal:
a tecnologia.

A partir da 2ª Guerra Mundial, os cientistas encaram a tecnologia como um dilema moral


com possíveis consequências na humanidade e no planeta.

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“A tecnologia é uma amiga, mas principalmente é um inimigo perigoso que se intromete em
uma cultura que muda tudo, enquanto destrói as fontes vitais de nossa humanidade.” Neil
Postman

Os sociólogos veem o problema através do aumento da complexidade e da velocidade


das mudanças que a tecnologia traz para a sociedade.

As mudanças tecnológicas que têm tido lugar ultrapassam a capacidade de adaptação


das pessoas e das sociedades a elas. Alguns autores entendem que a tecnologia é
uma força dominante na sociedade, colocando obstáculos à liberdade humana.

De acordo com os deterministas tecnológicos (como Marshall McLuhan, Harold Innis, Neil
Postman ou Alvin Toffler), as tecnologias são consideradas como a causa principal das
mudanças na sociedade e são vistas como a condição fundamental de sustentação do
padrão da organização social".

Perspectiva critica tecnologia na sociedade. A partir do momento que temos a roda, há


todo um conjunto de alterações na organização da sociedade que se vai repercutir da
mesma forma, tecnologia dita alterações substanciais! Deterministas vão mais além, são
pensadores que dizem que a tecnologia captura e determina de forma negativa retirando ao
ser humano possibilidade de escolha da forma como organiza o seu quotidiano, a cada
avanço tecnológico, ela tem a capacidade de alterar além das capacidades humanas que
supostamente a controlam. Harold Innis, fala da imprensa (escrita/jornais) e os seus
impactos. O modo como achamos que o parlamento funciona, sempre a insultarem-se.
Porque achamos isso? Porque a imprensa apenas nos transmite certos momentos, não faria
sentido passar as 8h de discussão de vários assuntos, apenas os mais marcantes! Porque é
o que nos prende e capta a atenção, não estamos interessados em saber como o país é
governado. Porque é que faz essa escolha (Stuart Hall)?

Harold Innis, historiador e economista canadiano, foi o pioneiro desta nova corrente no
campo da comunicação ao publicar nos anos de 1940, uma análise da importância da
imprensa para o crescimento económico. O Livro “Viés da Comunicação” é uma obra que se
destaca pelo facto de, a partir de uma perspectiva filosófica da história da tecnologia,
conceber os media como uma força poderosamente constitutiva da cultura e das
civilizações. (Viés = distorção do julgamento do observador)

A afirmação mais curiosa de Harold Innis é que pretende "sublinhar a importância de uma
mudança no conceito da dimensão do tempo" e que o tempo "não pode ser encarado

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como uma linha recta, mas como uma série de curvas dependentes, em parte, dos
avanços tecnológicos".

Innis diz que há sempre um viés na comunicação, quem escolhe falar sobre alguma
coisa, uma perspectiva, fá-lo sempre a partir dos seus quadros de referência
(conhecimento). Esta distorção do julgamento do observador tem a ver como o modo
observamos os meios de comunicação através de uma perspectiva crítica.

Neil Postman vem se centrar na televisão e no que os meios digitais vem trazer a nossa
vida, isto sem saber do atual real impacto. Tecnologia está sempre fora do nosso controlo,
cada vez que desenvolvemos uma tecnologia, esta tende a desenvolver-se além da intenção
dos seus inventores, de se auto organizar. A avaliação de um debate difere em relação a
quem ouve na Rádio e vê na TV, está além do conteúdo, pois é o mesmo, mas a
percepção geral é diferente. Algo que tem impacto nas escolhas políticas das pessoas.
As redes sociais tem papel importante nas escolhas políticas. Um meio de comunicação
pode alterar a forma de organização da sociedade. A forma como as pessoas obtém
notícias, redes sociais, tem esse poder em detrimento dos outros meios, já ultrapassados e
com outro tipo de comunicação. (( Há pessoas que só tem informação que chega no
whattsup/Telegram, nem sequer vê as notícias pelo Instagram, cultiva ainda mais a
desinformação))

TESTE

1- o que sao os EC com alguma frase justifica


2- conceitos praticas significantes, resposta com imagem

3- sobre cultura, citação ou imagem, alta e baixa cultura


4- encoding decoding, o que determina em aplicação na realidade que conhecemos, de que
forma entendemos a comunicação televisiva.
5- determinismo tecnologico, neal postman e harold innis, poder aplica-la em determinado
contexto

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