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O QUE SÃO OS EC
O que se procura compreender é como se gera significado dentro de uma determinada
cultura e como é que este é divulgado e produzido a partir das esferas social, politica e
económica. Os investigadores centram-se no modo como um meio ou uma mensagem se
relaciona com a ideologia, a classe social, a nacionalidade, a etnia, a sexualidade ou o
género dos indivíduos.
Características principais:
A sua finalidade é examinar as práticas culturais e a sua relação com o poder, por
exemplo, uma subcultura como a comunidade LGBTI, movimento PUNK, etc...
Praticas Significantes
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Conceito de Representação - “Uma imagem pode ter vários significados diferentes. Não há
nenhuma garantia de que a imagem vai funcionar da forma que nós a pensamos quando a
criamos. Representação é a forma como um significado é atribuído a uma imagem” -
Stuart Hall
Não existe um significado verdadeiro e fixo. O significado de um evento não existe fora
da representação ou antes desta. As mensagens funcionam de maneira complexa, estão
sempre dependentes do modo como as relações de poder se estabelecem numa
sociedade.
Uma ideologia é composta por mapas de significado que, assumindo-se como “verdades
universais”, são na realidade entendimentos específicos falíveis de um tempo
histórico e mantêm o poder de um certo grupo. Representações de género ou etnia, a
ideia de nação, entre outros, resultam de processos que constroem, mantêm e
Estudos Culturais 2
reproduzem práticas e significados predominantes pelos quais se estabelece
hegemonia.
Por posição hegemônica entende-se uma situação em que um bloco histórico de grupos
como poder exerce autoridade social e liderança sobre grupos subordinados ao deter o
domínio das praticas significantes.
A subjetividade define a condição de ser uma pessoa e o processo pelo qual nos
tornamos essa pessoa, o modo como nos constituímos como sujeitos culturais e como
vivenciamos a nossa própria existência.
As escolhas pessoais marcam os processos pelos quais nos formamos como pessoas. O
que define uma pessoa, isto é, a sua subjetividade e como descrevemos uns aos outros
através da identidade implica compreender:
As identidades não são algo existente (pronto a ser encontrado) e não possuem
qualidades essenciais e universais (anti-essencialismo). São, pelo contrário, construções
discursivas, produto de discursos ou formas reguladas de falar sobre o mundo. Por
outras palavras, as identidades são constituídas por representações como a linguagem.
Estudos Culturais 3
identidade, que são estáveis e dinâmicas, estáveis porque não mudam de formas muito
gritantes, princípios, valores, e dinâmica porque o tempo e contexto obriga essa dinâmica a
que esses valores se mantenham. O nosso discurso, para que os nossos valores se
mantenham imutáveis, tem de mudar em prol das mudanças que nos rodeiam. Elas existem
sempre uma em função da outra, estando a identidade sempre inerente a subjetividade.
Subjetividade estamos sempre a considerar a forma como nos vemos e como os
outros nos veem.
Cultura
Cultura e “cultivo” são palavras semelhantes. Um dos autores mais relevantes dos EC,
Raymond Williams, lembra que, em meados do século XVIII, o termo “cultura” passou a ser
usado como sinônimo de “civilização”. Ser civilizado ou culto significava ser bem
educado, saber apreciar arte, musica e literatura.
No sec. XIX surge uma acepção de cultura de caráter mais antropológico: “um modo de
vida distinto e completo” centrado na ideia de “experiencia vivenciada”. A palavra
cultura é percebida como substantivo independente e indica um modo particular de
vida, seja de um povo, um período, um grupo ou humanidade em geral.
Uma cultura tem dois aspectos: os significados e direções conhecidos, para os quais seus
membros são treinados; as novas observações e significados, que são oferecidos e testados.
Esses são os processos comuns das sociedades humanas e das mentes humanas, e vemos
através deles a natureza da cultura: que é sempre tradicional e criativa; que são tanto os
significados comuns mais comuns quanto os significados individuais mais refinados.
Usamos a palavra cultura nestes dois sentidos: para significar todo um modo de vida - os
significados comuns; para significar as artes e a aprendizagem - os processos especiais
de descoberta e esforço criativo. Alguns escritores reservam a palavra para um ou outro
desses sentidos; Insisto em ambos e no significado de sua conjunção. As perguntas que
Estudos Culturais 4
faço sobre cultura são perguntas sobre nossos propósitos gerais e comuns, mas também
perguntas sobre significados profundos e pessoais.
“Por cultura, queremo-nos referir ao real significado das praticas, representações, linguagens
ou costumes de determinada sociedade. Também nos referimos às formas contraditórias do
senso comum que ajudaram a moldar a vida popular” Stuart Hall
Cultura=Significado
Existe cultura quando existe produção de significado, que existe devido aos objetos, práticas,
que são partilhadas e construídas por sociedades. Praticas culturais são sempre
construídas a partir das significantes, a partir de significado.
“Dizer que duas pessoas pertencem à mesma cultura é dizer que elas interpretam o
mundo aproximadamente da mesma maneira e podem expressar a si mesmas, seus
pensamentos e sentimentos sobre o mundo, de maneiras que serão entendidas uma
pela outra. Assim, a cultura depende de seus participantes interpretarem significativamente o
que está acontecendo ao seu redor e “dar sentido ao mundo de maneiras amplamente
semelhantes”. Stuart Hall
Estudos Culturais 5
Qualquer manifestação cultural pode ser entendida a partir das representações e práticas do
quotidiano no contexto das condições materiais da sua produção.
A música, com as suas imagens e práticas associadas, pode ser analisada a partir da
estratégia proposta por Williams. Por exemplo, o rap pode ser entendido como uma formação
de música popular, produzida por instituições como as editoras discográficas e as agências
de publicidade. O modo de produção inclui os meios técnicos necessários e a lógica
capitalista de mercado. Qualquer música é uma organização específica de sons,
palavras e imagens em que determinados grupos sociais formam identificações, sendo
esta organização resultado de um sistema de significação.
Estudos Culturais 6
os textos e as práticas produzidas pelas pessoas enquanto vivem a sua vida.
“Os significados da cultura vivida devem ser explorados no contexto de suas condições de
produção. Nesse sentido, a cultura é entendida como todo um modo de vida.“ - Raymond
Williams
A questão de qualidade (superior ou inferior) leva a que formas massificadas de cultura sejam
vistas como "superficiais" quando comparadas com a "complexidade" dos objetos artísticos
tradicionais. Contudo, nenhuma obra de arte tem assegurada uma significação universal e os
conceitos de beleza, harmonia, qualidade são relativos: formas de cultura popular (como
telenovelas) apresentam semelhanças com as artes ditas "maiores" (como o teatro).
A intenção de produzir critérios universais para julgamentos estéticos, seja de alta ou baixa
cultura, resulta no argumento inevitável que critérios alternativos se aplicam em diferentes
tempos e espaços. Esta constatação marca a falência desta abordagem. Em contrapartida,
os EC sugerem argumentos em torno das consequências sociais e políticas de construir e
disseminar representações específicas do mundo.
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Defende-se uma posição alternativa que procura compreender o modo como os processos
culturais e simbólicos estão relacionados com o poder social, político e económico.
Exemplo - O que é uma família? Qual o nosso conceito de família? Como se constrói a
ideia de família?
Consideremos então cada uma dessas cinco variáveis no diagrama para depois passar a
aplicá-las a uma forma ou exemplo de comunicação na cultura:
1. Representação
Como é que o significado é transmitido ao público, utilizador ou comunicador?
Que sinais, modos e discursos ajudam a transmitir o significado - não apenas o
significado "factual" (ou informativo) mas também o significado social? Por exemplo, o
que a cor-de-rosa representa no seu contexto cultural?
2. Identidade
Refere-se a como o significado é assimilado pelo receptor ou pelo público. A identidade é
moldada pela cultura, que cria uma gama de opções de identidade (viáveis e não viáveis)
que são apresentadas, refinadas e renegociadas através da comunicação e troca de
artefatos culturais. Por exemplo, ao consumir e partilhar certas estratégias de
comunicação, reivindicamos certas posições identitárias e, ao mesmo tempo, rejeitamos
outras.
3. Produção
Refere-se à produção de significado, que pode ser produzido e reproduzido de várias
maneiras. Um acto de produção de significado pode não ser problemático dentro da
cultura dominante e ajudar a manter a hegemonia, pela dominância de um conjunto
particular de valores. Alternativamente, esta produção pode desafiar crenças ou valores
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dominantes. Por exemplo, um indivíduo pode produzir significado sobre si mesmo na
maneira como se veste?
4. Consumo
O outro lado da produção é o consumo. Quando consumimos narrativas (seja sob a
forma de uma roupa, uma conversa ou uma música pop) esta reflete valores e
expectativas culturais.
Se em conformidade com valores e expectativas estabelecidos estamos perante um
consumo não problemático, caso contrário a narrativa é percebida como desafiadora ou
até chocante.
5. Regulação
Refere-se às forças que limitam a produção, distribuição e consumo. Essas forças podem
ser explícitas, como o código de conduta de um meio de comunicação social, ou podem
estar implícitas como, por exemplo, normas específicas não escritas que são
perpetuadas socialmente ou impostas sub-repticiamente.
Teorias da recepção
O que são as teorias de recepção? A abordagem surge muito aliada à escola de
Birmingham e considera uma dupla perspectiva:
A televisão assume-se como objeto de discussão no seio destas matérias sendo Stuart
Hall o autor que melhor procura compreender este fenómeno e as suas repercussões. Em
1973, a publicação do artigo "Encoding/decoding“ caracteriza o processo de comunicação
televisiva a partir de quatro momentos: produção, circulação, distribuição/ consumo,
reprodução.
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A mensagem que é codificada para ser transmitida e que será descodificada, segundo os
quadros conhecimento, relações de poder e infraestruturas técnicas de ambos os lados.
O formato que as televisões escolheram para transmitir os debates eleitorais, foi visado para
agradar o publico e não para as necessidades politicas que deveria ter, com um carater de
entretenimento em detrimento de um carater informativo.
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3. negociada (i.e. uma mistura das anteriores, ou seja, baseada em lógicas contraditórias).
Audiência aceita algumas coisas e contesta outras.
Cultura de massas
Cultura Massas VS Cultura Popular
Estudos Culturais 11
“A tecnologia é uma amiga, mas principalmente é um inimigo perigoso que se intromete em
uma cultura que muda tudo, enquanto destrói as fontes vitais de nossa humanidade.” Neil
Postman
De acordo com os deterministas tecnológicos (como Marshall McLuhan, Harold Innis, Neil
Postman ou Alvin Toffler), as tecnologias são consideradas como a causa principal das
mudanças na sociedade e são vistas como a condição fundamental de sustentação do
padrão da organização social".
Harold Innis, historiador e economista canadiano, foi o pioneiro desta nova corrente no
campo da comunicação ao publicar nos anos de 1940, uma análise da importância da
imprensa para o crescimento económico. O Livro “Viés da Comunicação” é uma obra que se
destaca pelo facto de, a partir de uma perspectiva filosófica da história da tecnologia,
conceber os media como uma força poderosamente constitutiva da cultura e das
civilizações. (Viés = distorção do julgamento do observador)
A afirmação mais curiosa de Harold Innis é que pretende "sublinhar a importância de uma
mudança no conceito da dimensão do tempo" e que o tempo "não pode ser encarado
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como uma linha recta, mas como uma série de curvas dependentes, em parte, dos
avanços tecnológicos".
Innis diz que há sempre um viés na comunicação, quem escolhe falar sobre alguma
coisa, uma perspectiva, fá-lo sempre a partir dos seus quadros de referência
(conhecimento). Esta distorção do julgamento do observador tem a ver como o modo
observamos os meios de comunicação através de uma perspectiva crítica.
Neil Postman vem se centrar na televisão e no que os meios digitais vem trazer a nossa
vida, isto sem saber do atual real impacto. Tecnologia está sempre fora do nosso controlo,
cada vez que desenvolvemos uma tecnologia, esta tende a desenvolver-se além da intenção
dos seus inventores, de se auto organizar. A avaliação de um debate difere em relação a
quem ouve na Rádio e vê na TV, está além do conteúdo, pois é o mesmo, mas a
percepção geral é diferente. Algo que tem impacto nas escolhas políticas das pessoas.
As redes sociais tem papel importante nas escolhas políticas. Um meio de comunicação
pode alterar a forma de organização da sociedade. A forma como as pessoas obtém
notícias, redes sociais, tem esse poder em detrimento dos outros meios, já ultrapassados e
com outro tipo de comunicação. (( Há pessoas que só tem informação que chega no
whattsup/Telegram, nem sequer vê as notícias pelo Instagram, cultiva ainda mais a
desinformação))
TESTE
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