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INSTITUTO DE CIÊNCIAS RELIGIOSAS DE ANGOLA

CURSO DE E.M.C

TRABALHO INDIVIDUAL
DE ANTROPOLOGIA CULTURAL

TEMA: A CULTURA COMO FACTOR LIBERTADOR E RESTRINGIDOR

NOME: TERESA CHILEPA CHINDONGO

Nº40
TURMA: B
CURSO: EMC
SALA: 2
CLASSE: 11ª

MOÇÂMEDES, 2023
Índice

Introdução..........................................................................................................................3

Cultura...............................................................................................................................4

Cultura em mudança..........................................................................................................5

Cultura e diferença............................................................................................................6

Influência da Cultura na Liberdade...................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................9

Referencias Bibliográficas...............................................................................................10
Introdução
A palavra cultura derivada do latim, “colere”, significa literalmente “cultivar,
plantar”. Partindo desse princípio, percebemos que se trata de uma herança que o povo
vai acumulando ao longo dos anos, e porém deve ser preservada.

Abrunhosa (1993) definiu a cultura como sendo o processo de transformação


operado pela sociedade na conduta individual do homem, em ordem a datá-lo de
maiores possibilidades no respeitante à consecução de um nível maior de adaptação e
aproveitamento do meio. A Cultura neste caso será, portanto, o que o homem adquire ao
longo do tempo, em contacto com o meio social, e que transmite às gerações vindouras.
Cultura
A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e nossa
comunicação em sociedade.

A Cultura está sempre na consciência do indivíduo, mas externa a ela. Por isso,
nenhum cidadão existe por si mesmo, porque o cidadão isolado não produz cultura. A
cultura é produto social. A cultura abrange a representação colectiva. Estas
representações colectivas são hoje objecto de estudo em ciências humanas e sociais
(SANTOS, 2011).

Cada pessoa pertencente a uma determinada nação agrega valores culturais, os


quais a levarão a fazer ou expressar-se de forma específica. Esse mecanismo de
adaptação é um dos principais elementos da cultura. As modificações que se
desenvolveram e que foram trazidas por uma geração passam para a geração seguinte, e
se implementam ao melhorar aspectos para futuras gerações.

Dinamismo da cultura: O aspecto dinâmico é uma das características da


cultura. A melhor forma de pensar na cultura é olhar para o seu dinamismo e não olhar
para a cultura como algo estagnado no tempo e no espaço. Uma cultura não é estática,
ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus
integrantes. Valores que possuíam força no passado se enfraquecem no novo contexto
vivido pelas novas gerações, a depender das novas necessidades que surgem, já que o
mundo social também não é estático.

Porém, mesmo quando se fala de sociedades tradicionais, não quer dizer que elas
não se modifiquem, o contacto com culturas diferentes também modifica alguns
aspectos de nossa cultura. O processo de aculturação, onde uma cultura absorve ou
adopta certos aspectos de outra a partir do seu convívio, é comum em nossa realidade
globalizada, onde temos contacto quase perpétuo com culturas de todas as formas e
lugares possíveis.

Todo aspecto de determinada cultura tem a sua própria dinâmica, pois não existe
nenhuma sociedade humana que esteja isenta de transformações com o tempo e em
contacto com outras culturas. As gerações velhas têm a responsabilidade de passar a
cultura às novas gerações, através da educação, manifestações artísticas e outras formas
de transmissão de conhecimento. Neste caso, a consciência do indivíduo estará
preparada para receber estes aprendizados culturais.

Cultura em mudança
Endoculturação é o processo através do qual o comportamento humano é
modelado culturalmente e organizado socialmente. Os antropólogos estudam todo tipo
de socialização que tenha como resultado a aquisição de cultura e, portanto, de
personalidade. Na verdade, o indivíduo é moldado por factores sociais e culturais, mas
conserva sua capacidade de pensar, sentir e agir com independência, resguardando sua
individualidade. Não é possível encontrar duas pessoas exactamente iguais, apesar da
influência decisiva da sociedade e da cultura, ou seja, assim como é impossível isolar o
ser individual da sociedade, esta não pode direccionar completamente as acções dos
sujeitos, eliminando suas particularidades.

Não se pode admitir, dada a diferença de temperamento das pessoas, uma


aceitação compulsória do comportamento ditado pela sociedade, a maioria dos seus
membros são moldados pela própria cultura, adoptando espontaneamente o
comportamento configurado pelo contexto em que vive. As diferenças individuais têm
as variações na constituição genética, somadas à vivência pessoal e ao facto de que os
indivíduos ajustam-se à cultura por diferentes e variados motivos, de acordo com seus
próprios interesses.
Ao tratar do conceito de cultura, a sociologia se ocupa em entender os aspectos
aprendidos que o ser humano, em contacto social, adquire ao longo de sua
convivência. Esses aspectos, compartilhados entre os indivíduos que fazem parte deste
grupo de convívio específico, reflectem especificamente a realidade social desses
sujeitos. Características como a linguagem, modo de se vestir em ocasiões específicas
são algumas características que podem ser determinadas por uma cultura que acaba por
ter como função possibilitar a cooperação e a comunicação entre aqueles que dela fazem
parte.

A cultura possui tanto aspectos tangíveis - objectos ou símbolos que fazem parte
do seu contexto - quanto intangíveis - ideias, normas que regulam o comportamento,
formas de religiosidade. Esses aspectos constroem a realidade social dividida por
aqueles que a integram, dando forma a relações e estabelecendo valores e normas.

Esses valores são características que são consideradas desejáveis ou indesejáveis


no comportamento dos indivíduos que fazem parte de uma cultura, como por exemplo o
princípio da honestidade que é visto como característica extremamente desejável em
nossa sociedade.

As normas são um conjunto de regras formadas a partir dos valores de uma


cultura, que servem para regular o comportamento daqueles que dela fazem parte. O
valor do princípio da honestidade faz com que a desonestidade seja condenada dentro
dos limites convencionados pelos integrantes dessa cultura, compelindo os demais
integrantes a agir dentro do que é estipulado como “honesto”.

Cultura e diferença
As normas e os valores possuem grandes variações nas diferentes culturas que
observamos. Em algumas culturas, como no Japão, o valor da educação é tão forte que
falhar em exames escolares é visto como uma vergonha tremenda para a família do
estudante. Existe, então, a norma de que estudar e ter bom desempenho académico é
uma das mais importantes tarefas de um jovem japonês e a pressão social que esse
valor exerce sobre ele é tão forte que há um grande número de suicídios relacionados a
falhas escolares. Para nós, no entanto, a ideia do suicídio motivado por uma falha
escolar parece ser loucura.
Mesmo dentro de uma mesma sociedade podem existir divergências culturais.
Alguns grupos, ou pessoas, podem ter fortes valores baseados em crenças religiosas,
enquanto outras prefiram a lógica do progresso científico para compreender o mundo. A
diversidade cultural é um fato em nossa realidade globalizada, onde o contacto entre o
que consideramos familiar e o que consideramos estranho é comum. Ideias diferentes,
comportamento, contacto com línguas estrangeiras ou com a culinária de outras culturas
tornou-se tão corriqueiro em nosso dia a dia que mal paramos para pensar no impacto
que sofremos diariamente, seja na adopção de expressões de línguas estrangeiras ou na
incorporação de alimentos exóticos em nossa rotina alimentar.

Influência da Cultura na Liberdade


Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e os adultos de uma
compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos
humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e
coletiva, da violência que tem sido parte integrante de qualquer sociedade, em seus mais
variados contextos. A cultura da paz pode ser uma resposta a diversos tratados, mas tem
de procurar soluções que advenham de dentro da (s) sociedade (s) e não impostas do
exterior.

Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado em seu sentido negativo,
quando se traduz em um estado de não-guerra, em ausência de conflito, em passividade
e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, condenada a um vazio, a uma
não existência palpável, difícil de se concretizar e precisar. Em sua concepção positiva,
a paz não é o contrário da guerra, mas a prática da não-violência para resolver conflitos,
a prática do diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática frente à vida, que
pressupõe a dinâmica da cooperação planejada e o movimento constante da instalação
de justiça.

Uma cultura de paz implica no esforço para modificar o pensamento e a ação das
pessoas no sentido de promover a paz. Falar de violência e de como ela nos assola,
deixa de ser a temática principal. Não que ela vá ser esquecida ou abafada; ela pertence
ao nosso dia-a-dia e temos consciência disto. Porém, o sentido do discurso, a ideologia
que o alimenta, precisa impregná-lo de palavras e conceitos que anunciem os valores
humanos que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A violência já está
bastante denunciada, e quanto mais falamos dela, mais lembramos sua existência em
nosso meio social e ambiental. É hora de começarmos a convocar a presença da paz em
nós, entre nós, entre nações, entre povos.

Um dos primeiros passos neste sentido, refere-se à gestão de conflitos. Ou seja,


prevenir os conflitos potencialmente violentos e reconstruir a paz e a confiança entre
pessoas emergentes de situação de guerra, é um dos exemplos mais comuns a serem
considerados. Tal missão estende-se às escolas, instituições e outros locais de trabalho
por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros de comunicação, a lares e
associações.

O conflito é um processo natural e necessário em toda sociedade humana, é uma


das forças motivadoras da mudança social e um elemento criativo essencial nas relações
humanas

Um outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades, lutando


para atingir um desenvolvimento sustentado e o respeito pelos direitos humanos,
reforçando as instituições democráticas, promovendo a liberdade de expressão,
preservando a diversidade cultural e o ambiente.

A cultura da paz está pautada em valores humanos que precisam ser colocados
em prática, a fim de passarem do estado de intenção para o exercício da ação,
transformando-se, concretamente, em atos. Tais valores, que se traduzem em éticos,
morais e estéticos, nos encaminham para o despertar de expressões de amor e
manifestações de respeito, que têm estado adormecidas, nos últimos tempos.

Os homens, ao definirem sua posição em relação ao amor, tradicionalmente têm


definido também sua posição diante da vida, daí a importância do mesmo, já que esta
necessidade claramente humana não se expressa exclusivamente no amor conjugal ...
mas inclui, além disso, o amor aos filhos, aos pais, aos amigos, à pátria e outras formas
de manifestação desse afeto que se encontra na base do comportamento humano
Conclusão
Para um cidadão moderno e educado, a liberdade juntaram dois mundos muito
diferentes. Por um lado, existe a influência forte de uma cultura rural tradicional na qual
somos de origem, cuja existe há séculos. Por outro, as crenças, práticas, valores e visão
do mundo moderno, científico e a educação centrado as novas tecnologias de
informação que desempenham uma grande influência na vida do cidadão moderno.
Estes dois mundos exercem grande influência tanto no pensamento do cidadão como
nas tomadas de decisões.
Referencias Bibliográficas
AMORIM, José Amorim (1952), Cultura·Liberdade 1952 Revista da Faculdade de
Direito do Ceará
Jares, X.R. (1999). Educación para la paz: su teoría e práctica. 2.ed.Madrid: Editorial
Popula

SANTOS, Felipe Monteiro dos. O Direito Fundamental à Cultura: mecanismos e


políticas públicas para sua efetivação, tutela e democratização. 2011. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação). Pontifícia Universidade Católica do Rio De Janeiro,
Rio de Janeiro, 2011.

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