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Aula 1
Objetivo:
Análise Comparativa de Dez Definições de Psicologia
Social
1. “Com raras exceções, os psicólogos sociais olham para a sua
disciplina como uma tentativa para compreender e explicar o
modo como o pensamento, o sentimento e o comportamento
dos indivíduos são influenciados pela presença real,
imaginada ou implícita dos outros. O termo “presença implícita”
refere-se às muitas atividades que o individuo desempenha em
virtude da sua posição (papel) numa estrutura social complexa
e em virtude da sua presença a um grupo cultural.” [Allport,
1968/1985, p.2]
Recursos internet
Classics in the History of Psychology (ver de modo especial a
Secção de Psicologia Social).
A Timeline of Psychological Ideas
Da psicologia social à psicologia societal – W. Doise [ver,
principalmente, parágrafos sobre os níveis de explicação em
psicologia social]
Social Psychology Network
Sociological Social Psychology
Resources for the Teaching of Social Psychology
(Ver PowerPoint 1ºaula)
Aula 2
Self
O SELF QUE CONHECEMOS
Enquadramento Teórico
Self
William James (1892)
- Processador da - Pensamentos e
informação crenças que temos sobre
nós mesmos
- O que é consciente
num dado momento. - “O Pensador”
George Mead - A única forma dos indivíduos adquirirem uma
(1934) identidade é através da interação com os outros.
- O self deriva dessa interação e vai estruturar
as ações futuras dos indivíduos tendo em mente
as respostas esperadas pelos outros
Interacionismo Simbólico
Definição e Emergência
Self real
Autoestima
Self ideal
Identidades
Sociais
Slide 3
George Mead, em 1934, escreveu o livro Mind Self and Society e
considerava-se um behaviorista social, dizendo que se não existisse
uma interação com os outros era impossível conhecer-se a si
próprio. Esta interação com os outros vai determinar a visão que o
individuo tem de si mesmo (identidade). [Self é sempre produto da
interação]
Esta interação do individuo deste que nasce com o meio vai ser um
elemento estruturador de todos os comportamentos, pensamentos e
emoções futuros. Através desta interação o individuo vai comportar-
se em sociedade tendo em conta aquilo que espera ser as
respostas da sociedade em relação a ele.
Nós interagimos com os outros tendo em mente a reação que os
outros vão ter de nós próprios, agora essa ideia que temos dos
outros em relação a nós pode ser uma ideia mais aproximada
daquilo que será efetivamente a relação dos outros indivíduos ou
mais afastada.
Esta corrente ficou conhecida como Interacionismo Simbólico, ou
seja, o self não é algo que está iminentemente connosco, é algo
que se vai desenvolvendo e moldando gradualmente ao longo das
trocas sociais, tendo sempre em atenção os resultados desse
relacionamento. O self é unicamente o produto das interações
sociais. Mas onde está a criatividade? A nossa vontade de fazer
diferente? Mead chama à atenção que cada individuo não deixa de
ser criativo, não deixa de ter a sua individualidade (capacidade de
agir e pensar diferente dos restantes indivíduos com os quais nos
relacionamos).
Slide 4
Como é que o self emerge? Quando uma criança nasce quando é
que ela tem noção de que é um ser diferente/individualizado em
relação aos outros? Por volta dos 2 anos, a criança começa a ter a
noção de que é um ser individualizado em relação à sua família,
etc. A partir daí começa a possessividade e as birras, reflexo dessa
individualidade.
Vai ter determinadas experiências que vão formar a base do Self.
Podendo dividi-las em 3 tipos de experiências:
- Consciência reflexiva, reflexiva porque os comportamentos dos
outros iram refletir-se em mim e os meus nos outros. Isto vai dar
origem ao autoconceito e à autoconsciência (ambos moldáveis).
- Ser interpessoal, o individuo apresenta-se com diversas imagens,
de afirmação, de poder, etc.
- Função executiva, a criança percebe que a sua ação tem uma
determinada característica.
Slide 5
Autoconceito
Conceito sobre nós próprios. São descrições sobre nós, puras
porque respeitam a cada individuo relativamente às crenças que
temos sobre as nossas características/atributos.
Ir ver o PowerPoint.
Agregado difuso – muitas vezes temos uma ideia mais nítida ou
menos nítida daquilo que somos.
Auto-esquemas – ideias que formamos sobre a nossa pessoa.
Markus diz-nos que o autoconceito no fundo são
conclusões/generalizações cognitivas sobre aquilo que penso,
formadas com base no desenvolvimento do individuo e experiências
passadas, e são estas que vão constituir como elementos
organizativos, da maneira como organizo a informação, a apreendo
e daí nortear o meu comportamento.
Slide 6
O autoconceito é composto por 4 autoperceções interrelacionadas:
1º - a ideia que eu tenho sobre aquilo que eu sou [Self real];
2º - aquilo que eu idealizo ser [Self ideal];
3º - Mediante a diferença entre o self real e o self ideal vai emergir a
minha autoestima (se existir uma grande divergência entre o self
real e o self ideal, a autoestima será menor e vice-versa);
4º - Identidades Sociais: deriva da pertença a determinado
grupo/sociedade, … [Até que ponto a pertença integra a nossa
identidade]
APONTAMENTOS
AULA III
Será que partilhamos todos da mesma clareza quanto ao
autoconceito? Não!
Como é que eu sei se o meu conhecimento é mais ou menos
nítido? Existem medidas… [Ir ver tabela ao PP]
Porque é que Campbell, escolheu estes pares de adjetivos
bipolares para avaliar a nitidez do autoconceito? Porque Eu Não
posso dizer que é sempre melhor ser calmo do que agitado uma
vez que há certas alturas que é melhor ser calmo e outras que é
melhor ser agitado, etc.
A autora escolheu propositadamente pares de adjetivos bipolares
em que não seja consensual a escolha dos indivíduos. Pediu aos
sujeitos para saber avaliarem numa escala de 7 pontos de modo ver
como se auto percecionavam como está na tabela que podemos ver
no PowerPoint da professora. Numa segunda fase eu iria avaliar
numa escala de 1 a 5 em que um ponto significado que eu não
estava nada confiante por exemplo e 5 pontos já significaria que eu
estaria muito confiante nesta avaliação que fiz de mim próprio, em
termos de previsibilidade. Ficaremos então a saber seu indivíduo
teria uma percepção clara do seu autoconceito.
A autora desta escala diz o seguinte quanto mais as pessoas
colocam o seu x numa posição intermédia da tabela, numa primeira
fase, menos claro é o seu autoconceito uma vez trata de pessoas
que sabes que são mais adaptáveis socialmente adaptando-se a
determinadas condições que apresenta uma tal situação, por
consequência não conseguem tão claramente auto definir-se, ou
seja, ter uma crença clara quanto àquilo que são.
A segunda fase vai servir como um contraponto e um acrescento a
informação que nós obtemos na primeira fase acerca da nitidez do
autoconceito. [estamos aqui a avaliar aquela dimensão intra
individual e intrapessoal do self].
Autoconsciência
Cada pessoa se vai focar numa determinada característica de si
própria e vai comparar essa própria característica com o ideal ao
então com um objetivo que nós temos e o que é que acontece?
Quando nós fazemos isso temos tendência a averiguar que o nosso
Self não atingiu o seu ideal, falta-lhe qualquer coisa e isso vai criar
no indivíduo auto-discrepâncias (diferenças entre aquilo que o
indivíduo acha que é [autoperceção/autoconceito] e o seu ideal do
Self). E claro que isto vai ter consequências a vários níveis a nível
cognitivo, emocional e motivacional.
Quando falamos nestes aspetos sei que tenho sempre uma razão
de comparação. Isto remete-nos para uma autoconsciência,
podendo ser pública ou então privada.
A autoconsciência pública é aquela que tenho de mim própria nas
situações públicas, ou seja, nas interações sociais quando estou a
comunicar. A autoconsciência privada tem a ver com a consciência
que nós temos de mim próprio enquanto ser individualizado.
Esta questão da nitidez do autoconceito voltando um pouco atrás
também não é igual para a dimensão pública do self e na dimensão
privada do self, há indivíduos, segundo Campbell, que tenham uma
noção muito clara daquilo que são a nível do self público, mas a
nível privado não têm e vice-versa (automonitorização – regular ou
não o meu comportamento de acordo com as exigências da
situação em que me encontro).
Falando agora da teoria da autoconsciência, à medida que nós
viramos a nossa atenção para o autoconceito, ou seja, queremos
definir-nos a nós próprios, vamos tender a comparar e a avaliar
como nós estamos atualmente e com valores e padrões que nós
internalizamos - quando fazemos isto dizemos ficámos
autoconscientes [ser um avaliador/observador de nós próprios].
Desenho no PowerPoint
Exemplo de um rapaz que se olha ao espelho, o facto de o
fazermos tem ou não influencia no meu estado de autoconsciência?
A resposta é um gigantesco SIM! [nomeadamente a privada]
1. Entra-se num estado de autoconsciência por estar à frente de
um espelho.
2. Prestamos mais atenção a nós próprios do que aos outros. O
que vai acontecer quase automaticamente?
3. Vamos comparar os nossos comportamentos/pensamentos
atuais com os padrões que internalizamos, ou as expetativas
que temos em relação a nós mesmos naquela situação.
4. Será que estes meus pensamentos atuais, o meu estado de
autoconsciência é ativado por me encontrar perante um
espelho? Vão de acordo com as expetativas que eu mesma
criei? Se SIM está tudo bem!
5. Se NÃO vamos acabar por nos sentir mal, e aqui existem
duas possibilidades: ADAPTATIVA, ou seja, vou mudar o meu
comportamento para que ele esteja de acordo com a
expectativa que pretendia; EVITAMENTO COGNITIVO, criar
uma “armadura”, uma espécie de proteção/fuga para evitar
ficar autoconsciente.
Automonitorização
Snyder, um autor clássico, estudou a capacidade de nos
adaptarmos às situações, ou seja, até que ponto o individuo
consegue ou não regular o seu comportamento para responder às
exigências de uma situação ou às expetativas de outras pessoas. E
ele verificou que há indivíduos que são quase como camaleões
sociais enquanto existem outros sujeitos que são completamente
rígidos/previsíveis/uniformes.
Snyder, também disse que os indivíduos divergiam muito na sua
capacidade de automonitorização, ou seja, de regularem o seu
próprio comportamento para conseguirem integrar-se numa
situação ou até corresponderem às expectativas de outras pessoas.
Ele chamou os indivíduos mais constantes automonitorizadores
internos constantes porque eles fazem sempre aquela autoanálise
se de facto aquela situação ou aquele comportamento tenho ou não
a ver com os seus valores com a atitude correta e então como são
sempre fiéis a si próprios logo quando vemos de fora vemos uma
invariância nas suas atitudes. Por outro lado, ele disse que havia o
oposto denominados automonitorizadores externos, ou seja,
aqueles que se monitorizado em função de causas externas.
Escala de automonitorização
Este instrumento é constituído por 25 afirmações em que o
indivíduo só tem que responder com verdadeiro ou falso a cada
uma delas.
Teoria da Autodiscrepância
Em função de nós termos diferenças entre aquilo que nós achamos
que somos e aquilo que idealizamos ser, surgem discrepâncias
(diferenças – chamadas de autodiscrepâncias). Então vocês acham
que as discrepâncias do self real para o self ideal são as mesmas
que as do self real para o self normativo?
Não são! Há pessoas que têm mais autodiscrepâncias entre aquilo
que acham que são e aquilo que idealizam ser. As pessoas que têm
mais auto discrepâncias entre o self real e o self ideal tendem a ter
mais problemas emocionais relacionados com depressão (disforia,
respostas fisiológicas e comportamentais diminuídas). Pelo
contrário as pessoas que têm mais autos discrepâncias entre o self
real e o self normativo têm mais problemas emocionais e
motivacionais relacionados com ansiedade (agitadas, respostas
fisiológicas e comportamentais aumentadas).
Escala de Autodiscrepâncias (Higgins)
Como é que vamos medir isto nas pessoas através da escala de
auto discrepâncias de Higgins.
É uma tabela constituída por 3 colunas em que a primeira coluna é
“Como eu sou”; a segunda é “Como eu idealizo ser”; e a terceira é
“Como eu devo/tenho de ser”, cada uma tem 10 atributos e tenho
que avaliar esse tal atributo (ao meu ver) de 1 a 4 pontos.
Depois de preencher esta tabela, vamos calcular as
autodiscrepâncias, ou seja, vamos calcular os valores do self real
comparativamente ao self ideal e ao self normativo.
E aplicando a fórmula que vai estar descrita em baixo vamos
calcular o nível da auto discrepâncias.
Ir ver o resto no PowerPoint.
APONTAMENTOS
AULA IIII
Dimensão interpessoal do Self
AUTO-APRESENTAÇÃO / GESTÃO DE IMPRESSÕES
[Self presentation / Self management strategies]
Citação do filosofo Santayana – PowerPoint
Os seres vivos, sejam eles pessoas, animais ou plantas, em
contacto com algo que consideramos exterior a nós adquirem
necessariamente uma cutícula (pele, superfície, cabelos, etc.).
Reportando isto para o ser humano, Santayana diz que não
podemos apontar as cutículas, ou seja, as capas/aparências pelo
facto de não serem corações (Será que na interação com outras
pessoas, deliberadamente usamos determinadas “capas” /
“máscaras”? Sim! Vamos moldar não só a nossa aparência física,
mas também aquilo que nos aparentamos ser, em virtude das
exigências da situação.
Porém será que o fazemos inconscientemente? Sem
deliberadamente utilizar uma estratégia de autoapresentação? Ou
faz parte de cada um de nós utilizar um conjunto de estratégias, que
divergem de individuo para individuo, em determinadas
circunstâncias sem que nós tenhamos consciência disso?
Sim! Então se fazemos isso somos considerados falsos? A própria
sociedade nos induz a utilizar determinadas “facetas” de nós
próprios. Há pessoas que são de uma maneira com uns e de uma
maneira completamente diferente com outros, fazendo-o
deliberadamente – continuo nitidamente autoapresentacional.
Por outro lado, temos o Me, Myself & I, que é o nosso self. Muitas
vezes nós permitimos ao outro aceder a determinadas
partes/dimensões do nosso self. E essa gestão é realizada por cada
um de nós individualmente.
Muitas vezes a imagens que os indivíduos ficam de nós têm a ver
com o que dizemos, com as nossas atitudes. Servem como uma
espécie de “escudo” para proteger o Self.
Estratégias de Autoapresentação
Podem ser classificadas em dois tipos: [1º taxionomia]
- Diretas: foram inicialmente propostas por Jones e Pittman. Aqui o
individuo transmite explicitamente uma determinada impressão
sobre si próprio aos outros.
- Indiretas: estratégias de autoapresentação em que o individuo
não apresenta aos outros informação diretamente sobre si mas sim
sobre algo a que o individuo se encontra ligado, mesmo que essa
ligação seja ténue.
[2º taxionomia]
- Defensivas: utilizam-se na proteção ou numa identidade
previamente arruinada (imagem social abalada).
- Assertivas: constituem meios de desenvolvimento ou formação
de identidades. Utilizadas para afirmar / desenvolver uma
identidade perante os outros.
Emoções
Também constituem as estratégias de autoapresentação.
Indivíduos são apresentados mais positivamente quando não
apresentam manifestações de raiva ou tristeza.
Emparelhamento Comportamental
O individuo para transmitir uma impressão positiva ao outro, dizem
os estudos, deve utilizar esta estratégia. Deve autoapresentar-se de
forma tão favorável quanto os outros se apresentam no decurso das
interações (se um individuo se apresenta de forma modesta eu
também me devo apresentar dessa mesma forma).
Comportamento de Risco
Muitos destes comportamentos são realizados por motivos de
autoapresentação.
Estratégias de Sedução