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 CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIA

POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAL



 1º ANO/2017
 Tutor: Msc. JULIASSE, Gomes


 SOCIOLOGIA GERAL

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Teorias Sociológicas
Contemporâneas
 falar das teorias sociológicas contemporâneas
implica contextualizar as linhas ou tendência de
debate que marcam esta na actualidade. São
abordagens actuais que nos ajudam a ler os
factos sociais das sociedades contemporâneas a
luz de novos fenómenos que vão ocorrendo
nestas e que as anteriores teorias teriam de certo
modo dificuldades em explicar, pelo que estas se
mostram como uma alternativa ao fenómeno.

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A Teoria Funcionalista
 O funcionalismo é uma teoria sociológica que
procura explicar fenômenos sociais
realizando o papel das instituições na
sociedade. Se uma determinada mudança
social promove equilíbrio harmonioso é
considerado funcional.
 No entanto, se este elemento promove o
oposto a essa harmonia e continuação do
sistema da sociedade, então é disfuncional e
não tem nenhum efeito.
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 É um ramo da antropologia e das ciências
sociais que procura explicar aspectos da
sociedade por instituições e duas conseqüências
para a sociedade como um todo. É uma corrente
sociológica associada à obra de Émile Durkhein.
 Ainda há quem diga que a sociedade é um
organismo vivo, onde casa parte tem uma
função. A Teoria está ligada a pensadores como:
Robert Merton, Talcot Parsons, Charles Darwin
(Criador da teoria da evolução), Francis Galton
(que incentivava homens e mulheres com testes
de inteligência alto, a casar-se para assim gerar
filhos brilhantes, e assim criar uma raça humana
talentosa). 4
Teoria Voluntarista da Acção
 Esta teoria foi exposta por Talcott Parsons em
forma de comentários as obras de pensadores
economistas e sociólogos tais como: Marshall,
 Durkheim, Pareto e Weber. Parsons, analisou
criticamente os pensamentos destes autores e a
partir daqui formulou a sua teoria voluntarista da
acção, considerando que toda acção humana não
se resume a uma resposta a um determinado
estímulo (tal como defendiam os behavioristas) mais
pelo contrário como uma acção dotada de sentido
 para o próprio indivíduo, e que este sentido pode ser
diferente daquele atribuído por quem observa. 5
 A sociedade era para este autor um sistema
que se estrutura a partir da diferenciação e
interdependência simultaneamente. Como
sistema, a sociedade teria uma estrutura que
seria a parte estável, que permanece além das
mudanças; e a função seria o aspecto
integrador e dinâmico do próprio sistema.

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 Teorias Sociológicas da Interacção Social

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 A interação social é o resultado de
constante relacionamento entre indivíduos
através de contato e comunicação.

 Interação Social é a ação social


mutuamente orientada, de dois ou mais
indivíduos em contato. Distingue-se da mera
interestimulação em virtude de envolver
significados e expectativas em relação às
ações de outras pessoas. Podemos dizer que
a interação social é a relação de ações
sociais

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TEORIA INTERACIONISMO
SIMBÓLICO DE GEORGE
MEAD
 Este pensador tem a particularidade de começar
a sua teoria se opondo ao behaviorismo e para
tal faz uma clara distinção entre formas de
comportamento dos infra-humanos (que se refere
aos animais irracionais e crianças) e formas de
comportamento humanos

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 O elemento fundamental e determinante para
esta distinção está na linguagem, que é vista
como expressão da capacidade reflexiva dos
indivíduos. Segundo Mead “a pessoa tem um
carácter distinto do organismo fisiológico
propriamente dito.
 A pessoa é algo que possui desenvolvimento:
não está inicialmente presente no nascimento,
mas surge nos processos da experiência e das
actividades sociais, quer dizer, desenvolve-se na
sequência das suas relações.

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Mead opera a partir de três conceitos fundamentais:
Mind,
Self e
Society.

Self seria o próprio indivíduo, enquanto que mind a


consciência reflexiva e society seria o contexto em
que acção se desenvolve, ou seja, society era a
actividade social. Sua questão fundamental era a de
perceber como é que se forma e se desenvolve o
self, pelo qual os indivíduos adquirem a consciência
reflexiva e de que modo é que actividade social é
determinante nesta construção 11
 A resposta a esta questão seria segundo Mead
estaria na singularidade da actividade social, que
radica na existência de símbolos, ou seja, é partir
dos símbolos e com os símbolos que os
indivíduos interagem e atribuem sentido a sua
própria experiência com os demais.

 Mais a aquisição de símbolos não seria uma coisa


 natural como parece, mais pelo contrário
resultaria do processo de socialização em que
pela linguagem as pessoas adquirem as normas,
crenças, valores, etc; o que lhes permite por
conseguinte viver na sociedade.
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Socialização
 O que é Socialização
 Em Sociologia, socialização é o processo pelo
qual o indivíduo, no sentido biológico, é integrado
numa sociedade.

 Através da socialização o indivíduo desenvolve o


sentimento coletivo da solidariedade social e do
espírito de cooperação., adquirindo os hábitos
que o capacitam para viver numa sociedade.

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 Socialização significa aprendizagem ou
educação, no sentido mais amplo da palavra,
aprendizagem essa que começa na primeira
infância e só termina com a morte doa pessoa.

 A socialização implica na adaptação a certos


padrões culturais existentes na sociedade, ou
seja, é a tendência para viver em sociedade, é a
civilidade (conjunto de formalidades, observadas
entre si pelos cidadãos, quando bem educados)

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 Na perspectiva de Mead a Socialização dava –se
em três fases distintas sendo a primeira fase a
mais primitiva da construção do self e
caracteriza pela imitação de papéis sociais, em
que a criança busca imitar as pessoas que lhes
são próxima e normalmente são o pais.

 Segunda fase é a chamada fase de jogo, em que


a criança adquire a capacidade interpretativa, em
que a partir da aprendizagem das diferentes
expressões da linguagem ele é capaz de
diferenciar os objectos a sua volta rotulando-os, e
ao fazer partilha com os demais o significado e
sentido destes objectos. 15
 A última fase é a da representação em que se
caracteriza pela necessidade de organizar e
assumir dentro da experiência individual a
perspectiva dos outros.

 Quer isto dizer que o indivíduo deve saber qual é


o seu papel social e que este deve ser
reconhecido em si pelos demais membros da
sociedade

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Teoria Dramatúrgica do
Quotidiano de Erving Goffman
Este pensador apresenta uma perspectiva
relativamente diferente de Mead, pois que ele busca
ver como é que se organiza a experiência do
quotidiano, ou seja, o modo como um actor social
pode colocar na sua mente em termos de experiência
e não da organização da sociedade.
Isto não implica dizer de modo algum que Goffman
ignore as dimensões macroestruturas da sociedade,
mais pelo contrário, que seu objectivo era pura e
simplesmente analisar a estrutura de relação entre
dois ou mais indivíduos num situação de co-presença
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física.
 Assim, ele diz que existem níveis do palco onde
decorre a fachada/encenação, nomeadamente o
front que é conjunto de elementos que permite a
quem assiste a peça/cena identificar concretamente
a acção, que dependem dos adereços pessoais para
identificação da personagem, a aparência que tem a
ver com postura, tipo de roupa, etc. que indica
claramente o estatuto social da personagem e os
modos que mostram o tipo de papel que actor irá
desempenhar

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 Em segundo lugar encontramos settings que
são as características físicas do cenário que
serve para sustentar a credibilidade dos
adereços pessoais.
 Quer dizer, se o cenário de encenação sugere
uma igreja, é suposto que pelo modo de estarem
vestidos e agir, se possa reconhecer nos actores
um padre, acólito, e crentes.

 E por último o backstage que é o local em que


o público não tem acesso e personagem pode
agir a seu belo prazer, pois já não tem que usar
máscara por se encontrar longe do olhar do
público 19
 Neste sentido, para Goffman, a interacção social
para além de ser essencialmente um processo de
acção comunicativa, depende do modo como o
indivíduo interpreta o universo simbólico por forma
 a preservar a sua própria identidade. Pode-se
então resumir a perspectiva deste autor mostrando
que:
 a) A sociedade organiza-se segundo o princípio
de que todo indivíduo que possui certas
categorias sociais, tem o direito moral de
esperar que os outros o valorizem e o tratem de
 modo adequado.

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 b) O indivíduo que implícita ou explicitamente
pretende ter certas categorias sociais deverá
comportar-se na realidade de acordo com aquilo
que diz ser.
 c) O indivíduo tem sempre um conhecimento
tácito das normas e das regras que regem uma
determinada situação social.

 d) O indivíduo interage consigo e com os outros


através de um processo comunicativo
mediatizado pela sua capacidade interpretativa
do seu universo simbólico em que se
insere.”(Ferreira et al., idem; 305).
21
 Assim, para Goffman a cada situação de co-
presença física poderíamos encontrar diferentes
tipos de interacção social que podem ser ocasião
social que é um acontecimento que se percebe
 como uma unidade que se dá no momento e lugar
específico, tal como num espectáculo. Situação
social que é o controlo recíproco que surge no
momento em que dois ou mais indivíduos se
 encontram em co-presença física tal como durante
uma reunião de trabalho ou aula.

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 E por último o encontro social que resulta de uma
situação em que sem que os indivíduos a tenham
previsto se reparam mutuamente, tal como
acontece num autocarro.

 O que faz a interacção social para este autor vai


ser portanto a necessidade de interagir com os
demais em sociedade por um lado e por outro a de
se distinguir e singularizar dos demais, ou seja, é
um processo de gestão da própria identidade
social, através da adequação da imagem
virtual/ideal á imagem real/efectiva (que é aquilo
que o indivíduo acredita ter de diferente em relação
e que o diferencia dos outros). 23
 Daqui resulta um aspecto importante também
abordado por Goffman e também pela Sociologia
em grande medida que é o estigma, que
corresponde a um atributo que para além de
pessoal é igualmente uma forma de designação
social, na medida em que corresponde a uma
relação entre um atributo e um estereótipo social
que permite estabelecer diferenças entre
indivíduos

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 É a partir do estigma que algumas pessoas são
ou não consideradas normais ou patológicas,
quer seja pelo tipo de comportamentos (ser
homossexual, alcoólatra, drogado, maluco
etc.), traços físicos (ser cego, anão, deficiente
físico, etc.) e aspectos sociais como a religião
nacionalidade, etc; que servem de condição
para que as pessoas sejam ou não aceites em
determinados meios sociais. Isto acontece não
porque o estigma (o traço em si) seja ou tenha
algo de errado, mais sim pelo facto de que a
socialmente ele é assim visto em cada
sociedade.
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 Porem, um estigma pode servir para juntar os
indivíduos portadores deste traço por se
considerarem excluídos em relação a uma outra
maioria numa certa sociedade.

É assim que o estigma pode então ser


manipulado pelo próprio indivíduo em função do
contexto em que se encontra a interagir, pois que
ele pode ou não fazer corresponder a imagem
real e a ideal

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Desigualdades Sociais

 O que é Desigualdade social

 Desigualdade social é um conceito que afeta


principalmente os país não desenvolvidos e
subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio
no padrão de vida dos seus habitantes, seja
no âmbitoeconômico, escolar, profissional, de
gênero, entre outros.
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 O fenômeno da desigualdade social é marcado
principalmente pela desigualdade econômica, ou
seja, quando a renda é distribuída heterogeneamente
na sociedade; sendo uns detentores de muitos bens,
enquanto outros vivem na extrema miséria.
 Entre os fatores que proporcionam a desigualdade
social está a má distribuição de renda e a falta de
investimentos em políticas sociais.
 A desigualdade social se configura pela falta de
educação básica de qualidade;poucas
oportunidades de emprego; ausência de estímulos
para o consumo de bens culturais, como ir ao
cinema, teatro e museus; entre outras características.
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 Alguns estudiosos dizem que o crescimento da
desigualdade social começou com o surgimento
do capitalismo, com a acumulação de
capital (dinheiro) e de propriedades privadas.
O poder econômico ficou concentrado nas mãos
dos mais ricos, enquanto que as famílias mais
pobres ficaram "à margem" ("marginalizadas") na
sociedade.
 A desigualdade social é uma porta para outros
tipos de desigualdades, como adesigualdade de
gênero, desigualdade racial, desigualdade
regional, entre outras.
29
 Tipos de Desigualdades Sociais
 Socioeconómicas
 Socioprofissionais
 Género

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Teoria de Classes Sociais e
Estratificação Social
 Teorias sobre as classes sociais e
estratificação,sendo que estas vem desde já
há bastante tempo, tendo como traço comum
o facto de inspiram-se em Marx, que como
sabemos é uma das referências
incontornáveis na Sociologia, que na sua
 abordagem a volta da sociedade defendia
que esta se encontrava dividida em classes
sociais.

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A Teoria Marxista

 As classes sociais como tendo uma realidade


na sociedade que resulta naturalmente do
processo produtivo, em que os indivíduos
estabelecem entre si relações sociais de
produção, que se encontram enraizadas na
infra-estrutura económica

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 Estas classes apesar de se relacionar entre si,
possuíam uma relação eminentemente
conflituosa
 Nesta processo de produção em que estas
classes se relacionavam havia uma que
 explorava e domina a outra, e que esta
domínio resultava da posse dos meios de
produção. A burguesia era a classe que
possuía meios de produção e por conseguinte
explorava o proletariado que apenas detinha a
mão-de-obra. Assim, a burguesia era a classe
dominante e o proletariado a dominada.

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Teoria Neomarxista
 Esta teoria tem seu fundamento em Marx, com a
particularidade de possuir dois grandes
objectivos nomeadamente resolver algumas
das lacunas contidas na abordagem de Marx
que tem a ver como dificuldades resultantes dos
critérios objectivos de identificação de
classes sociais por um lado, e por outro trazer
e situar teoricamente alguns dos aspectos
novos trazidos pelo século XX para
identificação de classes nas sociedades
contemporâneas 34
 Esta teoria diz que para o autor não era
apenas a posse dos meios de produção
que permitiam a identificação de classes,
mais também aspectos tais como a
ideologia e política ajudam a identificar as
classes sociais. Apesar de existirem outros
aspectos que interferem na determinação
de classes sociais, era efectivamente a
economia o factor determinante

35
 Neomarxista consideram que nas
sociedades contemporâneas a
determinação de classes sociais tem a ver
com factores mistos tais como a
economia (processo de produção), os
aspectos políticos e ideológicos que
perfazem a chamada super estrutura.
Portanto, segundo estes autores por
vezes o aspecto político e ideológico
isoladamente permitiam por si só
determinar a existência de classes
sociais.
36
Teoria Funcionalista da
Estratificação
 Esta teoria tem como seu
pressuposto básico que a
desigualdade social é algo que se
encontra enraizado na sociedade,
de tal modo que não existe uma
sociedade que possa sobreviver
em perfeitas condições de
igualdade entre os seus membros
37
 As desigualdades sociais seriam
úteis e necessárias uma vez que
permitiam uma interdependência
entre os indivíduos e por
 conseguinte esta garantiria o
dinamismo e integração dos
indivíduos. Portanto, ao invés de ser
um mal a desigualdade social era útil
e necessária
38
 A sociedade comporta profissões com uma
importância funcional diferente, sendo que
existem profissões mais e menos importantes,
 para além de que só determinadas pessoas
possuíam aptidões para desempenhar certas
actividades
 Assim, é no seu funcionamento normal que a
sociedade vai se estratificando ou criando
 desigualdades sociais, uma vez que ela confere
importância diferencial aos indivíduos que
ocupam determinados cargos e assim
 criam-se desigualdades
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 Estes autores definem então a
estratificação social como sendo um
“conjunto de recompensas
diferenciais. São os diferentes
recursos, materiais ou simbólicos que
as sociedades atribuem aos indivíduos
em função da posição que ocupam ,
que os vai situar na escala de
estratificação e configurar o
mecanismo de desigualdades.”(Ferreira,
ibidem; 354).
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Processo de Mobilidade
Social
 Por tudo quanto foi aqui dito a volta da
mobilidade entanto que processo social,
convém então definir este, podendo ser
visto como a passagem de um indivíduo
ou grupo de uma posição social para
outra, dentro de uma constelação de
grupos e estratos sociais, e que tanto
pode ser ascendente ou descendente
na sociedade.
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