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Fichamento

Texto: Aprendendo a pensar com a sociologia


Autor: Zygmunt Bauman e Tim May
Fichado por: Karolyne Lins

11 A sociologia engloba um conjunto disciplinado de práticas, mas também


representa considerável corpo de conhecimento acumulado ao longo da
história.

14,15 [...] o que conhecemos não seria o mundo em si, mas o que nele estamos
fazendo em termos de como nossas práticas são conformadas por uma
imagem daquele mundo. Trata-se de um modelo construído com os blocos
derivados das relações entre linguagem e experiência.

17 Os sociólogos perguntam que consequências isso tem para os atores


humanos, as relações nas quais ingressamos e as sociedades das quais
somos parte. [...] figurações, redes de dependência mútua,
condicionamentos recíprocos da ação e expansão ou confinamento da
liberdade dos atores estão entre as mais preeminentes preocupações da
sociologia.

17 [...] poderíamos dizer que a questão central da sociologia é: como os tipos


de relações sociais e de sociedades em que vivemos têm a ver com as
imagens que formamos uns dos outros, de nós mesmos e de nosso
conhecimento, nossas ações e suas consequências?

18,19 [...] não podemos separar tão facilmente o sentido da pesquisa científica
dos fins a que ela pode ser aplicada, nem separar a razão prática da
própria ciência. [...] a maneira como a pesquisa é financiada, e por quem,
pode, em algumas instâncias, ser determinante para seus resultados.

19 Vivemos em companhia de outras pessoas e interagimos uns com os


outros. [...] demonstramos extraordinária quantidade de conhecimento
tácito [...] . Cada um de nós é um ator habilidoso, mas o que conseguimos
e o que somos depende do que fazem as outras pessoas.

19 [...] o assunto da sociologia já está embutido em nosso cotidiano, sem o


que, aliás, seríamos incapazes de conduzir nossa vida na companhia dos
outros.

21 [...] a sociologia, à diferença do senso comum, empenha-se em se


subordinar às regras rigorosas do discurso responsável. Trata-se de
atributo da ciência para se distinguir de outras formas de conhecimento,
sabidamente mais flexíveis e menos vigilantes em termos de autocontrole.

24 Pensar sociologicamente é dar sentido à condição humana por meio de


uma análise das numerosas teias de interdependência humana [...]

26 A arte de pensar sociologicamente consiste em ampliar o alcance e a


efetividade prática da liberdade. Quanto mais disso aprender, mais o
indivíduo será flexível diante da opressão e do controle, e portanto menos
sujeito a manipulação.

26 Pensar sociologicamente, então, tem um potencial para promover a


solidariedade entre nós, uma solidariedade fundada em compreensão e
respeito mútuos, em resistência conjunta ao sofrimento e em partilhada
condenação das crueldades que o causam.

27 Dar-se conta da conexão entre as liberdades individual e coletiva tem um


efeito desestabilizador sobre as relações de poder existentes ou sobre o
que muitas vezes chamamos de “ordens sociais”.

28 O poder da compreensão não é páreo para as pressões da coerção,


aliadas ao senso comum resignado e submisso sob condições econômicas
e políticas dominantes.

264, O papel da sociologia como modo disciplinado de pensar é dar forma a


265 esse processo. Nessa medida, ela oferece algo fundamental à vida social
em geral: uma interpretação das experiências por meio dos processos de
entendimento e de explicação.

268 Exige-se o conhecimento de como transformar as pessoas em questão, de


sujeitos de suas próprias ações em objetos de intervenção ou
manipulação.

271 Nosso pensador principal aqui é alguém cujo legado intelectual ainda está
sendo avaliado, dadas a amplitude e a profundidade de seus interesses,
mas também a relação entre seus escritos e o contexto social em que se
encontrava.

271 Émile Durkheim [...] perseguiu um modelo de ciência caracterizado


sobretudo por sua capacidade de tratar o objeto de estudo como algo
estritamente destacado do sujeito que estuda. O sujeito, dessa maneira,
focaliza um objeto “lá fora”, que pode ser observado e descrito em
linguagem neutra e distinta.

272 É possível portanto afirmar que os fenômenos sociais, embora obviamente


inexistentes sem os seres humanos, não residem nos seres humanos
como indivíduos, mas fora deles. Com a natureza e suas leis invioláveis,
eles constituem parte vital do ambiente objetivo de cada ser humano.

274 O fato de as ações humanas serem dotadas de sentido é a pedra


fundamental da hermenêutica. [...] O círculo hermenêutico [...] não
depende de método uniforme que qualquer um possa aplicar com igual
sucesso, mas dos talentos de um intérprete único.

277 A sociologia, em seu levantamento das questões sociais por meio da


pesquisa sistemática, pode ver-se usada como alvo conveniente para
deslocar a necessidade de debate sério e de ação.

278 Uma vez aplicada ao ambiente da ação individual – à organização da


sociedade em geral –, a análise racional pode servir para limitar as
escolhas ou diminuir a gama de meios de que os indivíduos podem se
servir a fim de perseguir seus objetivos; logo, pode confinar a liberdade
individual. A sociologia também reflete essa tensão ao fornecer os meios
para compreender melhor seus efeitos e para atacar de modo mais eficaz
as questões e os problemas candentes da sociedade moderna.

284 A busca de um monopólio do poder expressa-se escolhendo os


proponentes das alternativas para o papel de dissidentes e é
acompanhada por uma intolerância que pode ser corporificada em
perseguição. Desse ponto de vista, toda disciplina que procura algo além
da produção de conhecimento com a finalidade de controle se tornará alvo
do ataque daqueles que investiram na ordem estabelecida.

285 A sociologia é um comentário permanente das experiências surgidas em


relações sociais e uma interpretação dessas experiências com referência
aos outros e às circunstâncias sociais em que as pessoas se encontram.

286 O grande serviço que a sociologia está preparada para oferecer à vida
humana e à coabitação dos homens é a promoção do entendimento mútuo
e da tolerância como condição suprema da liberdade compartilhada.

Fonte: BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar a sociologia. 1. ed.


Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

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