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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO


COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 04/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
BIMESTRE: 4º TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 1

EIXO TEMÁTICO:
Ser humano.

TEMA/TÓPICO(S):
Corpo e Psiquismo.

HABILIDADE(S):
Compreender a questão da consciência como um aspecto fundamental do ser humano.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Consciência; Consciência e identidade.

TEMA: A Consciência
Olá, estudante!
A consciência é um tema presente ao longo de toda a história da Filosofia. Mas o que é a
consciência? Como ela funciona? Ela é inata ou adquirida? Nesta aula iremos compreender a
consciência como as- pecto fundamental do ser humano. Através da escrita didática e clara de
Gilberto Cotrim e de Mirna Fernandes acessaremos os principais conceitos que envolvem este
tema.

O QUE É A CONSCIÊNCIA
Esses múltiplos aspectos já mostram um pouco da complexidade desse tema. Não é simples conhe-
cer nem explicar o que é a consciência, pois dependemos justamente dela para fazer isso. Existe
uma recursividade em saber que se sabe, em sentir que se sente – enfim, em ser consciente de
que se é consciente. É o que torna esse tema fascinante, como destaca o médico e cientista
português António Damásio (1944-):
O que pode ser mais difícil do que saber como sabemos? O que pode ser mais grandioso
que o fato de entender que ter consciência torna possível, e mesmo inevitável, nossa
interroga- ção sobre a consciência? (Sentir o que sucede, p. 20.)

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A consciência costuma ser entendida, portanto, como um fenômeno ligado à mente, esfera em que
ocorrem diversos processos psíquicos (pensamento, imaginação, emoção, memória, entre outros),
es- pecialmente o conhecimento. Para vários estudiosos, nada caracteriza mais o ser humano do
que a consciência, pois é ela que nos permite estar no mundo com algum saber, “com-ciência”.
Como assinala o paleontólogo e filósofo francês Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955):
O animal sabe. Mas, certamente, ele não sabe que sabe: de outro modo, teria há muito
multi- plicado invenções e desenvolvido um sistema de construções internas.
Consequentemente, permanece fechado para ele todo um domínio do Real, no qual nos
movemos. Em relação a ele, por sermos reflexivos, não somos apenas diferentes, mas
outros. Não só simples mu- dança de grau, mas mudança de natureza, que resulta de uma
mudança de estado. (O fenô- meno humano, p. 187.)

UMA EXPERIÊNCIA
Façamos, então, uma experiência. Por alguns minutos, vamos tentar ser mais introspectivos,
procuran- do observar a consciência de uma maneira mais vivencial e direta, um pouco à maneira
de Descartes nas Meditações ou dos sábios do Oriente.
Primeiro busquemos o estado oposto ou a negação da consciência: quando é que não estamos
cons- cientes e o que acontece então conosco? Em condições normais, entramos nesse estado
todos os dias ao dormir, o que corresponde a cerca de um terço de nossas vidas. Enquanto
dormimos, nossos sen- tidos estão desconectados de tudo o que ocorre à nossa volta, ou dentro
de nós mesmos e de nossos corpos. Durante o sono, se não sonhamos, supõe-se que não temos
nenhuma sensação, nenhum pen- samento ou sentimento, nenhuma lembrança, imaginação ou
fantasia. Não percebemos nada.
Algo semelhante parece ocorrer quando perdemos os sentidos em um desmaio. Somos então
como um quarto vazio, escuro e silencioso. Parece que nada acontece. Quando despertamos, esse
“quarto” começa de novo a encher-se de “luz” e de “objetos”.
Voltamos a sentir nossos corpos e diversas impressões e pensamentos passam a preencher nossas
mentes. Também podemos usar a imagem da escuridão para entender essa frase tão comum: “Eu
não sabia, eu não tinha consciência”. Nesse caso, não estávamos desacordados, no sentido literal
da pa- lavra, mas sim no sentido metafórico. Havia um objeto, um sentimento, um conhecimento
que estava em um canto escuro de nosso “quarto” e que, por isso, não podíamos vê-lo. De repente, foi
“iluminado”, passando a integrar a totalidade consciente de nosso ser.
Sempre me intrigou o momento específico em que, enquanto esperamos sentados na
pla- teia, percebemos um movimento e um intérprete entra em cena, ou, para adotar
outra pers- pectiva, o instante em que um intérprete, esperando na penumbra, vê abrir-
se as cortinas, que revelam as luzes, o palco, o público. Sem importar o ponto de vista
que se adote, há alguns anos entendi que a comovedora intensidade desse instante
provém de que encarna uma instância de nascimento, de passagem pelo limiar de um
mundo restrito e protegido para a possibilidade e risco de um mundo mais amplo e
exterior. [...] sinto que entrar em cena também é uma vigorosa metáfora da
consciência, do desabrochar de uma mente que sabe, da simples e significativa chegada
da sensação de self [si mesmo] ao mundo mental. [...]. Escrevo sobre a sensação de
self e sobre a passagem da inocência e ignorância à sa- piência e à individualidade.
(Sentir lo que sucede, p. 19.)
Desse modo, segundo Damásio, estar consciente envolve não apenas um ato de conhecer o que
acon- tece, como geralmente se entende: implica, basicamente e como primeiro estágio, um
sentir. Vejamos o que isso significa. Enquanto você lê este texto e capta o significado dele, ocorre
um processo em seu cérebro que lhe indica que é você e não outra pessoa que está envolvido
nesse ato de ler e entender o texto. Esse processo, diz o neurocientista, configura uma “presença”
– a “presença” do observador que é você. Ela corresponde, em seu organismo, a uma sensação ou
sentimento. trata-se do:

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[...] sentir o que acontece quando o ato de apreender algo modifica seu ser [os
processos físico-químicos que ocorrem dentro de seu cérebro]. A presença jamais
descansa, desde o despertar até o dormir. A presença deve estar aí, senão você não
está. (Sentir lo que sucede,
p. 26. Tradução nossa.)
Em algumas patologias mentais, por exemplo, acredita-se que a pessoa perde contato com essa
“pre- sença”. Dizemos que ela se “ausenta”, embora esteja acordada e reaja aos estímulos externos até
certo ponto de maneira normal, mas automaticamente. Essa pessoa estaria tendo, portanto, um
distúrbio da consciência. Assim, no processo de conhecer, a consciência seria o “padrão mental”
unificado que se forma quando se conjugam o sentimento de si (self) e o objeto que se percebe e
se torna conhecido. Sem sensação ou sentimento de si não há consciência.

A CONSCIÊNCIA E A IDENTIDADE
Essa sensação de self, ou sentimento de si, relaciona-se basicamente com o aqui e agora, com o
pre- sente. Não há um antes ou um depois. É, por exemplo, a experiência de ver neste instante
estas letras impressas enquanto você lê este livro, combinada com a sensação de que é você que
vê, e não outro ser. Consegue perceber isso? Menino e cão acompanham atentamente algum
acontecimento. Em que se di- ferenciam então suas consciências? Pois, então, esse é o primeiro
passo do processo de estar conscien- te. Corresponde ao nível mais básico do processo de
conhecer. Como afirma Damásio, trata-se de um fenômeno biológico simples, vinculado ao sistema
nervoso, que não seria exclusivo dos seres humanos.
No entanto, essa consciência nuclear, básica, quando se insere em determinado ponto da história
de um ser que é capaz de estabelecer relações entre seu passado e seu futuro – como nós, os
humanos – em um fluxo contínuo, torna-se uma sensação de si mais elaborada. É assim que surge
– em mim, em você, em qualquer um – a consciência do eu, da própria identidade: em outras
palavras, a percepção de um conjunto de caracteres próprios que se mantêm no tempo e no
espaço do corpo físico, constituindo o si mesmo, por oposição ao outro. Trata-se de um fenômeno
biológico complexo vinculado, além das emoções, também à memória, à linguagem, à razão e que
apresenta o potencial de evoluir durante a vida inteira de um indivíduo.
Por meio desse fenômeno biológico complexo – a consciência ampliada – o ser humano também
adqui- re conhecimento de suas transformações durante sua existência, bem como do mundo que
o rodeia. Esse fenômeno teria possibilitado não apenas as inúmeras criações humanas, mas
também a proble- matização da própria existência individual – “quem sou eu?”, “para que estou aqui?”,
“o que devo fazer?”
– e outras questões ligadas à angústia existencial e à filosofia.

EXPERIÊNCIA PRIVADA
Observe também que, tanto do ponto de vista biológico como psicológico, a consciência é uma
expe- riência marcadamente privada, que se vive apenas na primeira pessoa. Isso quer dizer que
ela perten- ce apenas ao organismo ou indivíduo que a tem e não pode ser compartilhada
diretamente com mais ninguém. No entanto, à consciência estão muito vinculadas às condutas – e
estas sim podem ser ob- servadas por terceiros. Em outras palavras, as condutas são experiências
públicas, isto é, podem ser percebidas por mais de um indivíduo ou organismo e potencialmente
por todos. É, portanto, pelo que dizem e fazem as outras pessoas que normalmente inferimos que
elas, como nós, têm ideias, pensa- mentos, sensações e sentimentos – tudo o que se relaciona
com a consciência –, embora não possamos conhecer diretamente o que pensam e sentem.

REFERÊNCIAS:
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Sarai-
va, 2016.

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PARA SABER MAIS:
RODRIGO PETRÔNIO EXPLICA O QUE É A CONSCIÊNCIA. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=B-fVNIiXh-0>. Acesso em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADES
1 - O item conexões do livro Fundamentos de filosofia de Cotrim e Fernandes (p. 70), propõe uma
experiência meditativa muito interessante. Experimente e relate suas sensações.
Faça a seguinte meditação para observar sua consciência:
a) Sente-se ou deite-se em um lugar cômodo e respire profundamente várias vezes,
procurando relaxar todo o corpo e a mente.
b) Observe atentamente o ar entrando e saindo pelas narinas (a inspiração e a expiração) e
pro- cure não pensar em nada.
c) Por último, ponha sua atenção sobre esse “eu” que observa o inspirar e o expirar a cada
ins- tante, repetidamente, sem cessar; fique assim durante meia hora.
d) No espaço abaixo elabore um relato sobre essa experiência de observar sua consciência,
suas dificuldades e descobertas.

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SEMANA 2

EIXO TEMÁTICO:
Ser humano.

TEMA/TÓPICO:
Corpo e Psiquismo.

HABILIDADE(S):
Discutir a relação entre mente e cérebro.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Corpo e Mente; Mecanicismo e Determinismo; Separação Mente-corpo.

TEMA: Corpo e
mente Olá Estudante!
Você já parou para pensar sobre a natureza da sua mente? A mente e o corpo formam uma
unidade orgânica ou possuem composição diferente? E como o corpo e a mente se relacionam?
Somos seres que possuem um corpo comandado pela mente, pela consciência? Ou é impossível
dissociar corpo e mente? A Filosofia de Descartes e Thomas Hobbes oferecerão luzes para
compreender estas questões. Te guiarão neste percurso os excelentes historiadores da filosofia
Gilberto Cotrim e Mirna Fernandes no texto que segue.

Dualismo de René Descartes


Descartes separa radicalmente matéria e espírito, ou corpo e mente, esta concepção ficou
conhecida como dualismo cartesiano. O filósofo francês estava decidido a romper com a herança
cultural do pas- sado (aristotélico-tomista) e a começar tudo novamente desde os fundamentos,
com o propósito de es- tabelecer “algo de firme e de constante nas ciências. Para alcançar esse
objetivo, empregou o método da dúvida e chegou a questionar até mesmo o que parecia mais
indubitável: a existência do mundo e de si mesmo. Desse modo, ele buscava chegar a uma
primeira certeza, que atuaria como um novo centro ou ponto fixo a partir do qual construiria toda
a sua filosofia.
A primeira certeza que Descartes alcançou em sua dúvida metódica foi o cogito, isto é, o “Penso,
logo existo”. Portanto, ele sabia que existia como “coisa pensante”. A partir daí, tratou de alcançar
outras certezas. Primeiro, precisou provar a existência de Deus, para depois demonstrar como se
podia co- nhecer o mundo exterior. Nessa tarefa, foi construindo sua teoria da realidade, que ficou
estruturada em três classes de substâncias ou coisas (que em latim se diz res):
1. substância infinita (res infinita) – cuja propriedade essencial é a infinitude; trata-se de Deus,
ser que criou todas as coisas;
2. substância pensante (res cogitans) – ativa, cuja propriedade essencial é o entendimento;
corres- ponde à esfera do eu (ou consciência), entendido como sujeito de toda a atividade
do intelecto;
3. substância extensa (res extensa) – passiva, cuja propriedade essencial é a extensão no
espaço (comprimento, largura e profundidade), com formas e movimento; trata-se do
mundo corpó- reo, material.

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No entanto, concordando com a doutrina católica, Descartes concebia que Deus é um ser
transcenden- te, isto é, encontra-se fora, separado de sua criação. Desse modo, no mundo em que
vivemos existiriam apenas as duas substâncias finitas (res cogitans e res extensa), que seriam
essencialmente distintas e separadas. Daí o conhecido dualismo da metafísica cartesiana.

MECANICISMO E DETERMINISMO
A res cogitans, ou substância pensante, seria exclusivamente humana. Portanto, todo o mundo
exterior ao pensamento – ou seja, os objetos corpóreos, a natureza – seria constituído apenas de
substância extensa, que é incapaz da ação. Assim, os corpos só se movem quando são acionados
por outro agente (ou causa eficiente) de forma mecânica. Isso quer dizer que, para Descartes, o
mundo material é como uma grande máquina, que recebeu seu primeiro impulso de Deus. E essa
quantidade de movimento, imprimida pela substância infinita, permaneceria indefinidamente
constante. Para o filósofo, mesmo os animais são comparáveis a máquinas. Em seu entendimento,
o fato de que com frequência alguns deles sejam capazes de ações muito especiais só prova que
esses animais têm uma natureza “muito bem-disposta”, como ocorre com um relógio.

SEPARAÇÃO MENTE-CORPO
O ser humano, por sua vez, seria composto de corpo e alma, res extensa e res cogitans. Nosso
corpo, como todos os corpos, estaria submetido às leis mecânicas naturais, de causa e efeito,
predetermina- das. Já nossa alma teria as faculdades do entendimento e da vontade, conferindo-
nos a capacidade de iniciativa própria e de liberdade, além de sermos capazes de interagir com o
corpo e comandá-lo. Mas como se dá essa interação entre alma e corpo? De que maneira a alma
pode fazer o corpo realizar aquilo que ela quer? Esse foi um dos principais problemas da doutrina
dualista concebida por Descartes, já que, segundo ela, essas duas substâncias seriam radicalmente
distintas e separadas, como acabamos de ver.
Assim surgiu a seguinte questão: como se relacionaria a mente com o corpo, se a alma não é um
corpo (uma substância extensa), tendo em vista que, de acordo com a teoria cartesiana, um corpo
só poderia ser movido por outro corpo contíguo no espaço? Descartes lançou a hipótese de que a
alma está sedia- da em uma pequena glândula localizada no meio do cérebro e que, por meio dela,
se comunicaria com o corpo. Mas como se relacionaria a alma com essa glândula, se continuamos
tendo res cogitans de um lado e res extensa do outro?

THOMAS HOBBES E O MATERIALISMO MECANICISTA


Entre os que criticaram o dualismo cartesiano, encontra-se o inglês Thomas Hobbes (1588-1679). Con-
temporâneo de Descartes e leitor de suas obras, Hobbes discordava da ideia de que a realidade
pudes- se estar constituída de duas substâncias, bem como de que o pensamento fosse uma delas.
Para ele, nada era imaterial, de tal forma que desenvolveu uma concepção metafísica totalmente
materialista.

TUDO É CORPO
Analisando as Meditações metafísicas de Descartes, Hobbes aceitou que da proposição “penso” se
de- via deduzir “existo”, mas discordava da concepção de que o pensar fosse evidência de uma
realidade separada e distinta do corpo, da existência de uma substância espiritual. É o que
expressa a Descartes em uma de suas objeções:
[…] não podemos conceber qualquer ato sem um sujeito, assim também não podemos
con- ceber o pensamento sem uma coisa que pense, a ciência sem uma coisa que saiba,
e o pas- seio sem uma coisa que passeie. [De onde se segue] que uma coisa que pensa
é alguma coisa de corporal. (Citado em Monteiro, Vida e obra, em Hobbes, Leviatã, p. XI.)

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Em outras palavras, Hobbes concordava que pensar era uma evidência de que algo existia. Mas
existia como corpo, pois para ele o que se chama “espírito” não seria outra coisa senão o resultado
do movi- mento em certos órgãos corporais. Como explica em sua obra Sobre o corpo, quando os
corpos exte- riores afetam o corpo humano e agitam os sentidos, estes transmitem ao cérebro
esse movimento ou agitação, que é então enviado ao coração. A partir do coração começaria um
movimento inverso, em direção ao exterior, que produziria as sensações propriamente ditas e,
delas, as ideias que constituem o conhecimento. Note que, para Hobbes, é pela sensação que se
inicia todo o processo de conheci- mento (concepção que se denomina empirista) As ideias seriam
imagens das coisas impressas na “fantasia corporal”.

REFERÊNCIAS
PARA SABER
COTRIM, MAIS: FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
Gilberto;
2016. mente corpo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WhnimPYyxdA>. Acesso
Equilíbrio
em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADES
1- De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do
funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo
diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma
longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito
defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus
movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à
morte do corpo.
(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”.
http://www.archivespsy.com, 2015.)

A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que


a) a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico.
b) a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre
pen- samento e extensão.
c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do
mate- rialismo.
d) os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de
na- tureza espiritualista.
e) o progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate
original- mente filosófico.

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2 - De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do
funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo
diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma
longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito
defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus
movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à
morte do corpo.
(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”.
www.archivespsy.com, 2015.)

A partir do trecho acima e das informações constantes nesta semana do seu PET, disserte sobre a
se- guinte questão. A mente é uma extensão do cérebro ou a mente é independente do cérebro?
Justifique sua resposta.

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SEMANA 3

EIXO TEMÁTICO:
Ser Humano.

TEMA/TÓPICO(S):
Corpo e psiquismo.

HABILIDADE(S):
Analisar diferentes concepções filosóficas sobre a constituição do ser humano.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Baruch de Espinosa; O Paralelismo; Ética da Felicidade.

TEMA: Baruch de Espinosa


Olá, Estudante!
Você já percebeu que às vezes ficamos alegres ou tristes pelo simples fato de nos encontrarmos
com determinadas pessoas? Alguns encontros nos afetam de tal modo a produzir ou aumentar em
nós a alegria e outros encontros nos afetam de modo a produzir o oposto, a tristeza. Espinosa
produz uma filosofia que pretende superar o dualismo corpo-mente e ao mesmo tempo abre
horizontes teóricos para uma ética dos afetos. As duas historiadoras consagradas da Filosofia,
Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Martins, te conduzirão nas próximas linhas para compreender o
pensamento deste filósofo.

BARUCH DE ESPINOSA
No século XVII, Espinosa constitui uma exceção na tentativa de superar a dicotomia corpo-
consciência para restabelecer a unidade humana. Como para ele o desejo é a própria essência
humana, interessa-se por tudo o que nos dá alegria e, por consequência, aumenta nossa
capacidade de pensar e de agir. Dis- tinguindo o que nos leva à tristeza, à passividade e que
atrofia nossa potência de existir.

O PARALELISMO
Ao analisar as possibilidades de expressão da liberdade, Espinosa desafia a tradição vinda dos
gregos. A novidade é a teoria do paralelismo, segundo a qual não há relação de causalidade ou de
hierarquia entre corpo e espírito: nem o espírito é superior ao corpo, como afirmam os idealistas,
nem o corpo de- termina a consciência, como dizem os materialistas. A relação entre um e outro
não é de causalidade, mas de expressão e simples correspondência, pois o que se passa em um
deles exprime-se no outro: a alma e o corpo expressam a mesma coisa, cada um a seu modo
próprio.
Não convém, portanto, dizer que o corpo é passivo enquanto a alma é ativa, ou vice-versa. Quando
pas- sivos, o somos de corpo e alma; quando ativos, o somos de corpo e alma também. Somos
ativos quando autônomos, senhores de nossa ação, e passivos quando o que ocorre em nosso
corpo ou alma tem uma causa externa mais poderosa que nossa força interna. Daí decorre a
heteronomia. Vejamos como Espi- nosa concebe as paixões da alegria e da tristeza.
Qual a diferença entre elas?
1. A alegria é a passagem do ser humano de uma perfeição menor para uma maior.
2. A tristeza é a passagem do ser humano de uma perfeição maior para uma menor.

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A paixão alegre, ao aumentar o nosso ser e a nossa potência de agir, aproxima-nos do ponto em
que nos tornaremos senhores dela e, portanto, dignos de ação. Assim, o amor é a alegria do
amante, forti- ficada pela presença do amado ou da coisa amada. Outras expressões da alegria são
o contentamento, a admiração, a estima, a misericórdia. A paixão triste afasta-nos cada vez mais
da nossa potência de agir, por ser geradora de ódio, versão, temor, desespero, indignação, inveja,
crueldade, ressentimen- to, melancolia, remorso, vingança etc. E quanto à alma: qual é sua força e
sua fraqueza? A virtude da alma, no sentido primitivo de força, de poder, consiste na atividade de
pensar, conhecer. Portanto, sua fraqueza é a ignorância. Quando a alma se reconhece capaz de
produzir ideias, passa a uma perfeição maior e é afetada pela alegria. Mas, se em alguma situação
a alma não consegue entender, a descober- ta de sua impotência provoca o sentimento de
diminuição do ser e, portanto, a tristeza. Nesse caso, a alma está passiva.

ÉTICA DA FELICIDADE
O que fazer para evitar a paixão triste e propiciar a paixão alegre? Pela teoria do paralelismo, a
alma não determina o movimento ou o repouso do corpo, nem o corpo leva a alma a pensar, por
isso não cabe ao espírito combater as paixões tristes. O que as destruirá só pode ser uma paixão
alegre, nas situações em que, de joguetes dos nossos afetos, podemos passar a ser senhores
deles. Portanto, um afeto ja- mais é vencido por uma ideia, mas um afeto forte é capaz de destruir
um afeto fraco. Diferentemente de outros filósofos que estabelecem hierarquias e subjugam as
paixões à razão, para Espinosa a felicidade
- e portanto a liberdade -não está em nos livrarmos das paixões. Assim ele diz:
A felicidade não é o prêmio da virtude, mas a própria virtude; e não gozamos dela por refrearmos
as paixões, mas, ao contrário, gozamos dela por podermos refrear as paixões.
As boas paixões permitem o desenvolvimento humano, facilitam o encontro das pessoas e
proporcio- nam a alegria. As más impedem o crescimento, corrompem as relações e as orientam
para as formas de exploração e destruição.

REFERÊNCIAS
PARA SABER
ARANHA, M. MAIS:
L. A.; MARTINS, M. H. P.. Filosofando – Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna.1993.
CONFERÊNCIA DO PROFESSOR OSWALDO GIACOIA JR SOBRE O PODER DOS AFETOS EM ESPINOSA.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uzewsSYJiVc . Acesso em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADES
1 - Espinosa parte de um conceito muito preciso, o de substância, isto é, de um ser que
existe em si e por si mesmo, que pode ser concebido em si e por si mesmo e sem o qual nada
existe nem pode ser concebido. “Toda substância é substância por ser causa de si mesma (causa
de sua essência, de sua existência e da inteligibilidade de ambas) e, ao causar-se a si mesma,
causa a existência e a essência de todos os seres do universo.” Baruch Espinosa.

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Por fazerem parte da mesma corrente de pensamento, o racionalismo, Descartes e Espinosa
tinham ideias semelhantes quanto à importância da razão. No entanto, quanto às substâncias eles
diver- giam porque
a) Espinosa defendia a existência de 3 substâncias e Descartes apenas de uma.
b) Descartes defendia a existência de 3 substâncias e Espinosa de apenas uma.
c) Descartes afirmava que a substância extensa seria a única existente.
d) Espinosa afirmava que a substância pensante seria dependente da extensa.
e) Descartes afirmava que a substância divina dependia da substância pensante.

2- Desde Platão há um dualismo entre material e imaterial, sensível e inteligível, mente e corpo.
Descreva as ideias de Espinosa que apresentam uma alternativa a este dualismo.

3- O que representam a felicidade e a tristeza na ética de Espinosa?

4 - Analise o trecho da canção do músico Emicida que fala sobre a amizade.


Quem tem um amigo tem tudo
Se o poço devorar, ele busca no
fundo É tão dez que junto todo stress
é miúdo
É um ponto pra escorar quando foi
absurdo
Disponível em: https://www.letras.mus.br/emicida/quem-tem-um-amigo-tem-tudo-part-zeca-pagodinho-e-tokyo-ska-paradise-
orchestra/. Acesso em: 08 ago. 2021.

Relacione o trecho desta música com a causa de alegria para Espinosa e responda: Por que as
relações de amizade são bem-vindas na ética de Espinosa?

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SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO:
Ser humano.

TEMA/TÓPICO(S):
Corpo e Psiquismo.

HABILIDADE(S):
Discutir a relação entre mente e cérebro.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Psicanálise.

TEMA: Freud e a Psicanálise


Olá, estudante!
Você tem costume de lembrar dos sonhos que tem quando está dormindo? Às vezes eles não têm
muito sentido, não é mesmo? Mas será que eles têm significado? Freud, inventor da psicanálise,
reconhece que a razão não é tão senhora na casa que habita, em nossa mente. A teoria Freudiana
revela que há uma dimensão não consciente em nós que determina a maior parte de nossos
desejos e escolhas. Esta dimensão, conhecida como Id ou inconsciente, coloca o projeto de
emancipação do homem pelo co- nhecimento racional (empreitada iluminista) em xeque.
Reconhecer os limites da consciência e com- preender as camadas não conscientes que compõem
nossa configuração psíquica se apresenta como caminho necessário para compreendermos quem
somos nós. Você contará com a boa explanação de Gilberto Cotrim e de Mirna Fernandes para
alcançar este objetivo.

INTRODUÇÃO
Para compreender a consciência, seus vínculos com a totalidade de nossas vivências e suas
possibi- lidades de expansão, é igualmente importante entender outros fenômenos que, embora
ocorram no interior de cada um de nós, escapam à nossa consciência. Esses fenômenos podem, no
entanto, influir na maneira como percebemos as coisas e em nossas condutas. Você nunca sentiu
que, às vezes, sua mente parece esconder uma parte de seu ser da outra parte de seu ser? É o
que ocorre, por exemplo, quando de repente você se recorda de algo que lhe aconteceu na
infância e havia ficado esquecido du- rante todo esse tempo. Ou quando você chora sem saber por
que, diz alguma coisa sem querer ou faz algo que não sabe justificar. Pois bem, foi a partir da
observação dessas e de outras condutas “estra- nhas” que se formularam algumas concepções
importantes para a compreensão da mente e do ser hu- mano e que marcaram profundamente a
cultura ocidental contemporânea. Referimo-nos aos trabalhos de dois pilares na área dos estudos
da mente e da alma humana: Freud e Jung.
A PSICANÁLISE
A psicanálise é uma disciplina que consiste, basicamente, de uma teoria da mente e da conduta
humana vinculada a uma técnica terapêutica para ajudar as pessoas que apresentam problemas
psicológicos ou psiquiátricos. Caracteriza-se pela interpretação, por um terapeuta (psicanalista),
dos conteúdos in- conscientes encontrados em palavras, sonhos e fantasias do paciente. Para
tanto, utiliza-se do método de associação livre, em que o paciente expressa o que lhe vier à
mente, falando e associando as pala- vras e ideias livremente, sem crítica ou preocupação de ser
coerente.

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INCONSCIENTE E SEXUALIDADE
Para começar, Freud rejeitava a identificação entre consciência e psiquismo (isto é, o conjunto dos
processos psicológicos), algo bastante comum. A maioria das pessoas tende a pensar que não
existe nada mais em suas mentes além daquilo que sabe, seus pensamentos, imagens e
recordações. Ou seja, tendemos a acreditar, no fundo, que consciência e mente são a mesma
coisa e que a mente pode co- nhecer tudo se empreender o trabalho devido para tal.
Freud afirmou, no entanto, que a maior parte de nossas vidas psíquicas é dominada pelo que
chamou de inconsciente. A outra parte, o consciente, seria bastante reduzida e, em grande
medida, determinada pela primeira. Assim, o inconsciente não seria a simples negação abstrata da
consciência, uma espécie de “nada” (como na metáfora do “quarto vazio”, que usamos antes), e sim
uma parte integrante de nossa personalidade, bastante ativa e determinante, na qual “coisas”
existem e acontecem sem que as perce- bamos. As novidades lançadas por Freud não pararam por aí.
Para ele, a sexualidade (a chamada libido) constituiria o elemento fundamental do inconsciente, bem
como de toda a dinâmica da vida psíquica. Essa teoria escandalizou a sociedade de seu tempo,
principalmente por enfatizar a existência de ativi- dade sexual nas crianças, bem como a
importância que vivências e traumas sexuais infantis teriam na determinação do comportamento
das pessoas durante toda a vida adulta. Para Freud, esses traumas estariam vinculados a uma
etapa do desenvolvimento infantil em que as crianças se sentiriam atraídas pelo progenitor de sexo
oposto – conceito que ficou conhecido como complexo de Édipo.

O APARELHO PSÍQUICO
De acordo com a teoria freudiana, o aparelho psíquico humano estaria estruturado em três
instâncias ou esferas: id, superego e ego. O id é a instância mais antiga do inconsciente e da
psique de um indi- víduo. Está presente desde seu nascimento. Nele dominam as pulsões, isto é,
os impulsos corporais e os desejos inconscientes mais primitivos e instintivos, basicamente
relacionados com a libido. Regido pelo princípio do prazer, o id empurra o indivíduo a buscar aquilo
que lhe traz satisfação e a negar o que lhe traz insatisfação, desconhecendo as demandas da
realidade e das normas sociais. Atua de maneira ilógica e contraditória e tem nos sonhos seu
principal meio de expressão. Apesar disso, o id seria o mo- tor oculto do pensamento e da conduta
humana.
O superego é outra instância do inconsciente, mas ele se forma no processo de socialização da
crian- ça, principalmente a partir da interação com os pais e dos “nãos” que ela recebe, explícita
ou implici- tamente, durante toda a sua infância: “isso não pode”, “isso é feio”, e assim por diante.
Esse conjunto de regras de conduta que a criança absorve de seu meio social vai constituindo um
núcleo de forças inconscientes (o superego), que reprime os impulsos inaceitáveis do id. Portanto,
o superego tem o “pa- pel” de censurar e controlar nossos impulsos instintivos. Ele se expressa em
nossa consciência moral e relaciona- -se com nosso eu ideal (ou ego ideal).
O ego, por sua vez, é a instância consciente e pré-consciente (potencialmente consciente) do
aparelho psíquico. Ele interage com o mundo externo, ao mesmo tempo em que recebe as
pressões das duas esferas inconscientes (o id e o superego). É regido pelo princípio da realidade,
ligado às condições e exigências do mundo concreto. Assim, o ego precisa lidar não apenas com as
dificuldades da vida cotidiana, mas também resolver de maneira realista os conflitos entre seus
desejos internos (as ne- cessidades de prazer imediato do id) e seu senso moral (o superego).
Freud também observou que, quando não consegue enfrentar diretamente essas demandas
conflitantes, o ego costuma empregar diversos mecanismos de defesa, pelos quais os conteúdos
censurados pelo superego são reprimidos (recalcados), mas acabam expressando-se de forma
indireta na vida da pessoa (como em atos falhos, sonhos e projeções).
De acordo com a teoria freudiana, trazer à consciência esses conteúdos reprimidos e entendê-los
aju- daria o indivíduo a lidar com seus medos e inibições e a se adaptar da melhor maneira
possível à sua realidade concreta no presente.

13
REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

PARA SABER MAIS:


SOBRE A EXPERIÊNCIA DE SONHAR: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kcql8S-
MYF4w>. Acesso em: 08 ago. 2021.

ATIVIDADES
1 - Você já experimentou uma paixão arrebatadora? Já sentiu uma profunda antipatia por
alguém que acabou de conhecer? Ou teve um sonho estranho, assustador e, aparentemente, sem
pé nem cabeça? Pois a noção teórica do inconsciente nasceu justamente da percepção de que, em
alguns casos, nossas ações e sentimentos não são guiados apenas pela razão, ou pelo consciente.
OLIVEIRA, Marina; TREVISAN, Rita. O inconsciente retém memórias que afetam nossas
atitudes. Disponível em: <https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2013/07/29/o-inconsciente-retem-memorias-que-
afetam-nossas-
atitudes-saiba-como.htm>. Acesso em: 12 dez. 2018.

O conceito de inconsciente, dentro do pensamento de Freud, pode ser entendido como


a) uma descoberta que procurou compreender a complexidade humana para além da razão.
b) um aspecto humano que deve ser rejeitado na busca pelo conhecimento.
c) o lado mais sombrio de nossa humanidade, que pode nos conduzir a erros e preconceitos.
d) a parte responsável por nossa memória, nosso acúmulo de experiências.
e) um guia alternativo para nossas ações, que deixa transparecer toda e qualquer atitude.

2 - Leia o trecho a seguir:


“[Há] três fontes de que o nosso sofrimento provém: o poder superior da natureza, a fragilidade
de nossos próprios corpos e a inadequação das regras que procuram ajustar relacionamentos
mútuos dos seres humanos na família, no Estado e na sociedade. Quanto às duas primeiras fontes,
nosso julgamen- to não pode hesitar muito. Ele nos força a reconhecer essas fontes de sofrimento
e a nos submeter ao inevitável [...] Esse reconhecimento não possui um efeito paralisador. Pelo
contrário, aponta a direção para a nossa atividade. Se não podemos afastar todo o sofrimento,
podemos afastar um pouco dele e mitigar outro tanto [...] Quanto à terceira fonte, a fonte social
de sofrimento, nossa atitude é diferente. Não a admitimos de modo algum; não podemos perceber
por que os regulamentos estabelecidos por nós mesmos não representam, ao contrário, proteção e
benefício para cada um de nós.”
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização e outros trabalhos. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud. v. XXI. Tradução de José Octávio de Aguiar Abreu. Rio de Janeiro:
Imago, 1974. p.105.

14
A partir do trecho citado e do conteúdo desta semana redija um texto, justificando a ideia,
defendida por Freud, de que a cultura não torna os seres humanos felizes.

15
SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO:
Ser humano.

TEMA/TÓPICO(S):
Corpo e psiquismo.

HABILIDADE(S):
Analisar diferentes concepções filosóficas sobre a constituição do ser humano.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Nietzsche.

TEMA: Friedrich Nietzsche


Os valores, especialmente os valores morais, funcionam para o ser humano como uma bússola de
orien- tação da vida. Geralmente as pessoas buscam fazer o certo, valorizam o que é verdadeiro e
bom e se afastam da mentira, do errado e do ruim. Nietzsche, entre outras empreitadas, busca
compreender a gênese, a origem dos valores. Para Nietzsche os valores não são naturais. A
Filosofia de Nietzsche ofe- rece elementos para pensar ser humano numa perspectiva filosófica em
que a racionalidade, a busca pela verdade, os valores tradicionais são questionados enquanto
paradigmas absolutos. Gilberto Cotrim e de Mirna Fernandes te conduzirão na compreensão deste
importante filósofo da contemporaneidade.
APOLÍNEO E DIONISÍACO
Nietzsche criticou a tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, a quem acusa de ter negado
a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática. Nessa análise, o filósofo alemão estabelece a
dis- tinção entre dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco, a partir dos deuses gregos Apolo (deus
da razão, da clareza, da ordem) e Dionísio (deus da aventura, da música, da fantasia, da desordem),
respectiva- mente. Para Nietzsche, esses dois princípios ou dimensões complementares da
realidade – o apolíneo e o dionisíaco – foram separados na Grécia socrática, que, optando pelo
culto à razão, secou a seiva criadora da filosofia, contida na dimensão dionisíaca. Para o filósofo, o
mundo seria o reino das mistu- ras, das turbulências, das complexidades, razão pela qual se opôs
às cisões separadoras entre alto e baixo, superior e inferior, ideal e real, sensível e inteligível,
como ocorreu a partir do período clássico do pensamento grego antigo.

GENEALOGIA DA MORAL
Posteriormente, Nietzsche desenvolveu uma crítica intensa dos valores morais, propondo uma nova
abordagem: a genealogia da moral, isto é, o estudo da formação histórica dos valores morais. Sua
con- clusão foi de que o bem e o mal não constituem noções absolutas, no entendimento de que
as con- cepções morais são elaboradas pelos seres humanos a partir dos interesses humanos. Ou
seja, são produtos histórico-culturais. Apesar de sua origem humana, essas concepções são
impostas pelas reli- giões – o judaísmo e o cristianismo – como se fossem produtos da “vontade de
deus” e, portanto, valores absolutos. E esses valores carregaram as pessoas com as noções e os
sentimentos de dever, culpa, dí- vida e pecado. O resultado foi a configuração de indivíduos
medíocres, tímidos, insossos, não criativos, depauperados e submissos. por isso, nietzsche
denunciou a existência de uma “moral de rebanho” na civilização cristã e burguesa, pois essa
moral estaria baseada na submissão irrefletida e acomodada de grande parte das pessoas aos
valores dominantes.

16
O que é tacitamente aceito por nós; o que recebemos e praticamos sem atritos internos
e externos, sem ter sido por nós conquistado, mas recebido de fora para dentro, é como
algo que nos foi dado; são dados que incorporamos à rotina, reverenciamos
passivamente e se tornam peias [amarras que prendem os pés] ao desenvolvimento
pessoal e coletivo. Ora, para que certos princípios, como a justiça e a bondade, possam
atuar e enriquecer, é preciso que surjam como algo que obtivemos ativamente a partir
da superação dos dados. [...] Para essa conquista das mais lídimas [autênticas]
virtualidades do ser é que Nietzsche ensina a combater a complacência, a mornidão das
posições adquiridas, que o comodismo intitula moral, ou outra coisa bem soante.
(Candido, O portador, posfácio a Nietzsche, Obras incom- pletas, p. 411.)
Portanto, para o filósofo, se cada pessoa compreender que os valores presentes em sua vida são
cons- truções humanas, estará no dever de refletir sobre suas concepções morais e questionar o
valor de seus valores, enfrentando o desafio de viver por sua própria conta e risco.

NIILISMO
Segundo a análise de Nietzsche, no momento em que o cristianismo deixou de ser a “única
verdade” para se tornar uma das interpretações possíveis do mundo (o que se deu a partir da
Idade Moderna), toda a civilização ocidental e seus valores absolutos também foram postos em
xeque. Nesse contexto, ocorreu uma escalada do niilismo, que “deve ser entendido como um
sentimento opressivo e difuso, próprio às fases agudas de ocaso de uma cultura. O niilismo seria a
expressão afetiva e intelectual da decadência” (GiaCoia Jr., Nietzsche, p. 64-65). De acordo com
Nietzsche, o niilismo moderno assenta-
-se, em grande parte, na ideia da morte de Deus. Em sua obra A Gaia ciência, o filósofo decreta:
“deus está morto”. Mas esclarece que quem o matou fomos nós mesmos, ou seja, trata-se de um
aconte- cimento histórico-cultural, no qual destruímos os fundamentos transcendentais
(assentados na ideia de deus) dos valores mais caros de nossas vidas. [...] Por essa ótica, niilismo
seria o sentimento co- letivo de que nossos sistemas tradicionais de valoração, tanto no plano do
conhecimento quanto no ético-religioso, ou sociopolítico, ficaram sem consistência e já não podem
mais atuar como instâncias doadoras de sentido e fundamento para o conhecimento e a ação.
(GiaCoia Jr., Nietzsche, p. 65.) Para combater o niilismo, Nietzsche defendeu valores afirmativos da
vida, capazes de expandir as energias latentes em nós. “Ouse conquistar a si mesmo” talvez seja a
grande indicação nietzschiana àqueles que buscam viver de forma afirmativa, sem conformismo,
resignação ou submissão.

REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
2016.

PARA SABER MAIS:


VIVIANE MOSÉ SOBRE NIETZSCHE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mxoa4HMT-
3SY>. Acesso em: 08 ago. 2021.

17
ATIVIDADES

1- - Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas


obras. Proclamou- se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo
passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos
os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas
voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-
se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!
NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro.1977.

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que
a) reforça a liberdade do cidadão.
b) desvela os valores do cotidiano.
c) exorta as relações de produção.
d) destaca a decadência da cultura.
e) demonstra a alegria de existir.

2- (Unesp-SP) “Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-
número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o
conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também
foi somente um minuto. passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais
inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria
ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e
gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava;
quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e
somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo
girassem nele. mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também
ela boia no ar [...] e sente em si o centro voante deste mundo.” (Nietzsche, O livro das citações,
2008.)
Sobre o texto, é correto afirmar que:
a) seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico.
b) o autor revela uma visão de mundo cristã.
c) o autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo.
d) ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, nietzsche corrobora os
fundamentos de diversas teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão.
e) para o filósofo, a vida humana é eterna.

18
3 - Para Nietzsche a tradição filosófica, a partir de Sócrates, privilegiou a razão em detrimento das
dimensões vitais-instintivas do ser humano. Qual deve ser a relação ideal entre o apolíneo e o
dionisíaco no ser humano, para Nietzsche?

19
SEMANA 6

EIXO TEMÁTICO:
Ser humano.

TEMA/TÓPICO(S):
Corpo e psiquismo.

HABILIDADE(S):
Analisar diferentes concepções filosóficas sobre a constituição do ser humano.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
Karl Marx.

TEMA: Karl
Marx Olá,
estudante!
Você já parou para pensar sobre as desigualdades diversas que existem entre os seres humanos?
Você acredita que é possível mudar as estruturas que promovem a desigualdade entre os homens?
Nesta aula o Filósofo Karl Marx vai oferecer perspectivas teóricas sobre como as condições de
produção da vida material são determinantes na construção da consciência do indivíduo. Este
filósofo apresentará também possibilidades de superação das condições de desigualdade que
estruturam a sociedade mo- derna. Mais uma vez contaremos com a excelente explicação de
Gilberto Cotrim e de Mirna Fernandes para alcançar uma boa compreensão sobre o pensamento de
Karl Marx.

A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA DOS INDIVÍDUOS


Marx procurou, portanto, compreender a história real dos seres humanos em sociedade a partir
das condições materiais nas quais eles vivem. Essa visão da história foi chamada posteriormente
por En- gels de materialismo histórico.
De acordo com Marx, os seres humanos não podem ser pensados de forma abstrata, como na
filosofia de Hegel. Para Marx, não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. Ele enfatiza
esse ponto ao afirmar: “A essência humana [...] é o conjunto das relações sociais”. Isso significa
que a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam vincula-se à forma como
se dão as relações so- ciais. Essas relações, por seu lado, são determinadas pela forma de
produção da vida material, ou seja, pela maneira como os seres humanos trabalham e produzem
os meios necessários para a sustentação material das sociedades. Em A Ideologia Alemã, escrita
em conjunto com Engels, Marx desenvolve essa reflexão dizendo:
A forma como os homens produzem esses meios depende em primeiro lugar da
natureza, isto é, dos meios de existência já elaborados e que lhes é necessário
reproduzir; mas não deveremos considerar esse modo de produção deste único ponto
de vista, isto é, enquanto mera reprodução da existência física dos indivíduos. Pelo
contrário, já constitui um modo determinado de atividade de tais indivíduos, uma forma
determinada de manifestar a sua vida, um modo de vida determinado. A forma como os
indivíduos manifestam a sua vida reflete muito exatamente aquilo que são. O que são
coincide, portanto, com a sua produ- ção, isto é, tanto com aquilo que produzem como
com a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende, portanto, das
condições materiais da sua produção. (Ideologia Alemã, p. 4.)

20
Esse é um ponto fundamental da filosofia de Marx. Ao falar da produção material da vida, ele não
se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessárias à manutenção física dos indivíduos.
Consi- dera também o fato de que, ao produzir todas essas coisas, os seres humanos constroem a
si mesmos como indivíduos. Isso ocorre porque, segundo o filósofo, “o modo de produção da vida
material condi- ciona o processo geral de vida social, política e espiritual”.

A RELAÇÃO ENTRE O CAPITAL E TRABALHO


Compreende-se aí a importância que Marx deu à análise do trabalho. Ele reconhece o trabalho
como atividade fundamental do ser humano e analisa os fatores que, no capitalismo, o tornaram
uma ativi- dade massacrante e alienada. Essa demonstração desenvolve-se em vários textos, mas
de forma mais rigorosa em O capital. Nesse livro, o filósofo expõe a lógica do modo de produção
capitalista, em que a força de trabalho é transformada em uma mercadoria com dupla face: de um
lado, é uma mercadoria como outra qualquer, paga pelo salário; de outro, é a única mercadoria que
produz valor, ou seja, que reproduz o capital.

Dialética marxista
Marx também entende o desenvolvimento histórico-social como decorrente das transformações
ocor- ridas no modo de produção (ver explicação detalhada do conceito adiante). Nessa análise,
ele se vale dos princípios da dialética, mas, como afirma no posfácio da segunda edição de O
capital, “meu método dialético não só difere do hegeliano, mas é também a sua antítese direta”.
Marx reconhece o mérito de Hegel por ter sido o primeiro a expor as formas gerais da dialética,
mas ale- ga que é preciso desmistificá-la, evidenciando seu núcleo racional. Na concepção
hegeliana, conforme vimos, a dialética torna-se instrumento de legitimação da realidade existente.
No pensamento de Marx, a dialética leva ao entendimento da possibilidade de negação dessa
realidade “porque apreende cada forma existente no fluxo do movimento, portanto também com
seu lado transitório”. Ou seja, a dialética em Marx permite compreender a história em seu
movimento, em que cada etapa é vista não como algo estático e definitivo, mas como algo
transitório, que pode ser transformado pela ação humana. De acor- do com Marx, as grandes
transformações históricas deram-se primeiramente no campo da economia, causadas por
contradições geradas no interior do próprio modo de produção. Diferentemente de Hegel, no
entanto, Marx não concebe uma história que anda sozinha, guiada por uma razão ou um espírito, mas
sim uma história feita pelos seres humanos, que interferem no processo histórico e podem, dessa
for- ma, transformar a realidade social, sobretudo se alterarem seu modo de produção.

MODO DE PRODUÇÃO
Modo de produção é a maneira como se organiza a produção material em determinado estágio de
de- senvolvimento social. Essa maneira depende do desenvolvimento das forças produtivas (a
força de tra- balho humano e os meios de produção, tais como máquinas, ferramentas etc.) e da
forma das relações de produção. Embora a definição dos modos de produção seja um aspecto
complexo na obra de Marx e entre os seus comentadores, lemos em A ideologia alemã a exposição
dos seguintes modos de produ- ção dominantes em cada época: o comunismo primitivo, o
escravismo na Antiguidade, o feudalismo na Idade Média e o capitalismo na Idade Moderna. A
passagem de um modo de produção a outro, segundo o filósofo, acontece no momento em que o
nível de desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as relações sociais de
produção. Quando isso ocorre, há um sufocamento da produção em virtude da inadequação das
relações nas quais ela se dá. Nesse momento, surgem as possibilidades objetivas de transformação
desse modo de produção.

21
LUTA DE CLASSES
Luta de classes de acordo com Marx, cabe à classe social que possui, nesse momento, um caráter
re- volucionário intervir por meio de ações concretas, práticas, para que essas transformações
ocorram. Foi o que aconteceu, por exemplo, na passagem do feudalismo ao capitalismo, com as
revoluções bur- guesas. O filósofo sintetiza essa análise na afirmação de que a luta de classes é o
motor da história, isto é, a luta de classes faz a história se mover. Por isso, no Manifesto comunista
(1848), escrito em parceria com Engels, Marx afirma:
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das
lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de
corporação e aprendiz; numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição,
têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que
terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou
pela destruição das duas classes em luta (p. 8).
De acordo com Marx, o capitalismo também criou uma classe revolucionária, a qual, em virtude de
suas condições de existência, deve se organizar para, no momento oportuno, fazer a revolução
social rumo ao socialismo. Essa classe revolucionária seria o proletariado – que, pela definição do
filósofo, é a clas- se de trabalhadores assalariados modernos que, destituídos dos meios de
produção, se veem obriga- dos a vender sua força de trabalho para poder existir. O pensamento de
Marx teria um grande impacto no mundo contemporâneo, em termos teóricos e práticos,
inspirando correntes filosóficas, movimen- tos operários e revoluções. E suas ideias, por suas
implicações políticas, ainda são objeto de muitos estudos e acaloradas discussões.

REFERÊNCIAS
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. 4ª edição. São Paulo: Saraiva,
2016.

ATIVIDADES
1 - Leia os textos a seguir.
TEXTO 1

Disponível em: <http://www.filosofia.com.br/figuras/charge/190.JPG> Acesso em: 15 ago. 2021.

22
TEXTO 2 - Não é a consciência dos homens que determina a vida; é a vida que determina a
consciência. Karl Marx define que o desenvolvimento dessas contradições expressa-se nos
processos sociais, cultu- rais e econômicos, nas crises, nas lutas, nas mudanças do sistema para se
manter e reproduzir.
BERMUDO, José Manuel. Marx Da ágora ao mercado. São Paulo: Salvat, 2015, p. 63-64. Adaptado.

O filósofo Karl Marx, na sua abordagem sobre o materialismo histórico-dialético, aponta a


dimensão significativa da consciência crítica, devendo o ser humano se ater a seu horizonte político
e social. So- bre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Para Marx, a ordem lógica da história social não requer que se parta da produção.
b) O filósofo Karl Marx sinaliza que, no lugar das ideias, estão os fatos materiais marcantes.
c) Na análise crítica de Karl Marx, pode-se explicar a história pela crença da intervenção divina.
d) No lugar da luta de classes, deve prevalecer o valor dos heróis como primazia na
consciência dos homens.
e) A estrutura material da sociedade é de pouca importância para a compreensão do
horizonte político e do social.

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