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Setembro de 22
Indice
Contexto .................................................................................................................................................. 3
Resumindo..................................................................................................................................... 10
Conclusão .......................................................................................................................................... 20
Este trabalho pretende realçar a importância da consciência que temos sobre os nossos níveis de
consciência, de forma que possamos “interagir” com as situações, experiências, sentimentos, emoções
que guiam muitas vezes e subliminarmente a nossa vida nos seus diversos planos.
Para que possamos processar e ressignificar as vivências que de alguma forma nos são traumáticas ou
limitantes, é necessário que tomemos consciência das mesmas, que sejamos capazes de nos observar
de um lugar que ao mesmo tempo é sujeito e é observador. Este é um processo de aprendizagem que
“luta” contra anos de aprendizagem e prática que nos faz viver de forma condicionada por esses
sentimentos, emoções e crenças limitantes.
Enquadramento teórico
“Quem é capaz de fazer com que a água turva se torne limpa? Deixa-a quieta e
lentamente voltará a ser clara.”
Lao Tzé
Processos consciência.
O processo de consciência é inegavelmente individual, sendo vivenciado e dando origem a vivências
profundamente particulares determinadas pela biografia, contextos socioculturais e biológicos do
indivíduo que a “produz”.
Torna-se difícil falar de uma só consciência embora em termos didáticos, são interessantes algumas
propostas como a realizada por António Damásio1 com a identificação de Consciência Central e
Consciência Amplificada ou da observação de Mário Puig de uma consciência suportada pelo
Hemisfério direito e outra suportada pelo Hemisfério esquerdo, que nos trás consciências diferentes
dependendo do nosso processo mental ser mais racional, descritivo, factível e mensuravel ou mais
intuitivo, sentido e intuído consoante os hemisférios respetivamente.
Para Jung, consciência refere-se à parte da mente que conhecemos e, o facto de termos consciência,
permite-nos aceder e compreender os nossos pensamentos e sentimentos e interagir com o meio onde
nos inserimos.
1
Consciência Central, “fornece ao organismo um sentido do self concernente a um momento — agora — e a um
lugar — aqui. O campo de ação da consciência central é o aqui e agora. a consciência central é um fenômeno
biológico simples; possui apenas um nível de organização, é estável no decorrer da vida do organismo, não é
exclusivamente humana e não depende da memória convencional, da memória operacional, do raciocínio ou da
linguagem.”
“A Consciência Ampliada, a que possui muitos níveis e graus, e fornece ao organismo um complexo sentido do
self — uma identidade e uma pessoa, você ou eu — e situa essa pessoa em um ponto do tempo histórico
individual, ricamente ciente do passado vivido e do futuro antevisto, e profundamente conhecedora do mundo
além desse ponto. (…) Ela depende da memória convencional e da memória operacional. Quando atinge o seu
ápice humano, também é intensificada pela linguagem. In Damásio, António; O mistério da consciência do corpo
e das emoções ao conhecimento de si; Rio de Janeiro; Companhia das Letras; ISBN 85-359-0032-2; 2000
vivencia interna e externa, apenas observáveis por nós mesmos tornando a consciência numa entidade
profundamente individual e individualizada.
Segundo António Damásio, a Consciência Central delimita o nosso Self Central como uma entidade
transitória incessantemente recriada para cada objeto2 com o qual o cérebro interage. O lugar da
consciência central é o aqui e o agora, para esta consciência não há passado nem futuro.
Já a Consciência Ampliada mostra-nos o Self Autobiográfico definida pelo autor como “depende de
lembranças sistematizadas de situações em que a consciência central participou do processo de
conhecer as características mais invariáveis da vida de um organismo: quem o gerou, onde, quando,
seus gostos e aversões, o modo como habitualmente se reage a um problema ou conflito, seu nome
etc”.
A Consciência Ampliada possui muitos níveis e graus, fornece ao organismo um complexo sentido do
self — uma identidade e uma pessoa, você ou eu — e situa o individuo em um ponto do tempo histórico
individual, ricamente ciente do passado vivido e do futuro antevisto, e profundamente conhecedora
do mundo além desse ponto.
Por outro lado, segundo Mário Puig, considerando a estrutura típica da nossa mente podemos
encontrar duas consciências, onde o hemisfério esquerdo (HE) se dedica essencialmente aos processos
racionais, focado na medição, no factível, na maior parte de nós com acesso direto aos centros de
linguagem, sendo o que procura nas catalogações das experiencias anteriormente vivenciadas ou
contadas para poder encontrar a resposta racional e operativa relativamente ao acontecimento que
se está a vivenciar.
2
“Objeto designa aqui entidades tão diversas quanto uma pessoa, um lugar, uma melodia, uma dor de dente,
um estado de êxtase; imagem designa um padrão mental em qualquer modalidade sensorial” in Damásio,
António; O mistério da consciência Do corpo e das emoções ao conhecimento de si; Rio de Janeiro; Companhia
das Letras; ISBN 85-359-0032-2; 2000
A sua forma de processamento é sequencial, ficando altamente limitado ao volume capaz de
processar. O HE procura na segmentação da realidade, já de si percecionada parcialmente, razões
entendíveis e racionais que se encaixem no seu conhecido. Quando essa quadratura não acontece,
confronta-se com o grande desafio de partir para o desconhecido onde vive em relação estreita com
o (HD) e este , processando em paralelo é capaz de operar muitíssima mais informação pela mesma
unidade de tempo, o que lhe permite ser mais focado no todo, no relacionamento entre as várias
perceções parciais e numa intuição nem sempre reconhecida que apenas é. Numa visão mais holística,
tantas vezes não tão verbalizável ou factível. O HD é o grande especialista em espacialidade e berço
da imaginação e criatividade. Este hemisfério por possuir maior número de conexões neuronais com o
sistema límbico / emocional acede com maior facilidade às áreas emocionais e a áreas mais primitivas
do nosso cérebro.
Com duas facetas tão dispares, não nos será estranho sentirmos com relativa frequência a existência
de duas consciências cuja coexistência tantas vezes é pouco pacifica.
“As emoções são parte dos mecanismos bio reguladores com os quais nascemos
equipados, visando à sobrevivência.
(…)A função biológica das emoções é dupla. A primeira é a produção de uma reação
específica à situação indutora.
(…) A segunda função biológica da emoção é a regulação do estado interno do
organismo de modo que ele possa estar preparado para a reação especifica.
(…) Esse componente situa-se entre o kit de sobrevivência básico (por exemplo,
regulação do metabolismo, reflexos simples, motivações, biologia da dor e do
prazer) e os mecanismos do raciocínio superior, ainda fazendo parte, contudo, da
hierarquia dos mecanismos de regulação da vida.”
António Damásio
As emoções podem apresentar-se em duas propostas diferentes. Por um lado, quando os mecanismos
sensoriais comunicam determinada informação (ex.: visualização de uma animal feroz, ou de um
familiar querido), por outro através da evocação de objetos e imagens armazenados na memória do
individuo (Ex.: recordar a imagem de um familiar querido falecido recentemente, ou nascimento de
um filho).
Um aspeto importante a realçar no concernente às emoções é o facto de que, seja qual for o processo
de criação da emoção, verifica-se que uma emoção particular pode criar acesso rápido as outras
emoções armazenadas na memoria biográfica do individuo, bem como o recorrer a determinadas
memórias biográficas pode criar um determinado estado emocional.
Sendo o corpo uma tela da expressão das emoções, toda essa energia incapaz de ser processada na
psique, vai ser redirecionada com violência para o corpo - por meios bioquímicos e/ou bioelétricos -
como uma saída de emergência onde a consciência não intervém, apenas sendo possível esse recurso
extremo do corpo.
Consciência da emoção
A tomada de consciência da emoção só acontece, segundo António Damasio, quando decorridas duas
etapas. A primeira das quais, quando a emoção se converte em sentimento, trazendo para a tela o
conjunto de imagens que a define. A segunda etapa, quando entra em ação a consciência Central que
reúne as várias informações a fim de as processar de forma elementar e integrar no reportório
biográfico da consciência ampliada.
Quando manifestações das emoções não são vistas, vão-se acumulando e perpetuando, levando a
estados de perturbação tais, que o nosso organismo não aguenta mais essa tensão, seja fisiológica,
neurobiológica ou neuro químicas e desenvolve alterações fisiológicas que se podem converter em
estados de doença mais ou menos graves.
O estado de vigília está intimamente ligado com a consciência, no entanto não é o mesmo que
consciência. No estado de vigília o cérebro e a mente estão ligados, criando-se imagens internas do
próprio organismo, bem como imagens do meio onde o individuo se encontra, mas num estado de
vigília não estamos necessariamente conscientes. Possui algumas variantes próximas, mas não
equivalentes, como é o caso do estado de alerta definido aqui como estado de vigília situado entre o
desperto e o atento e o estado ativado aqui definido como um estado que se denotam sinais
desencadeados pelo Sistema nervoso autónomo (SNA) como rubor, palidez, alteração do diâmetro das
pupilas. Neste estado a pessoa pode estar desperta, consciente sem estar ativada.
Podemos ainda verificar que ausência de atenção não implica linearmente a ausência de consciência.
É frequente estarmos de tal forma ausentes de atenção para o exterior, que não nos apercebemos do
que está a acontecer e, no entanto, encontramo-nos num estado de consciência interior profundo e
qualificante para o individuo.
Como referido, para Jung a consciência é uma unidade única que nos permite conhecer a parte “visível”
da nossa psique, sendo o que nos permite ter contacto com os nossos pensamentos e sentimentos e
ainda interagir com o meio onde nos inserimos. A consciência necessita de alguns outros conceitos
para ser melhor compreendida.
O SELF
O Self é a entidade que tudo é em nós, abarcando desde os nossos processos mentais conscientes aos
inconscientes, apresentando a pessoa como um todo. Quanto maior for o encontro entre o
inconsciente e o consciente maior será o senso de self sendo geralmente sentido como um senso de
totalidade e realização.
O EGO
É o comandante e organizador da nossa consciência. O Ego determina o que fica consciente e o que
vai para o inconsciente, possibilitando identidade e continuidade à nossa personalidade, apesar de
todas as constantes alterações no nosso meio ambiente ao longo do tempo.
É o ego que nos possibilita vivenciar todos os eventos mundanos de forma consistente e estruturada.
Sendo o ego o centro de operacional da expressão do individuo no mundo, a consciência do eu, dá-
nos a possibilidade de ponderar entre o que potencialmente somos de facto (self) e o como nos
projetamos para o exterior (Persona).
O Ego será então o sujeito de todos os atos conscientes .A capacidade do Ego de gerir o que deve ficar
consciente ou de reprimir vivencias que são excessivamente enérgicas para que possa lidar com elas
nesse momento encaminhando-as ao inconsciente mais ou menos profundo, limitando o acesso
dessas vivencias à consciência de forma a ser capaz de manter alguma, pelo menos aparente,
homeostasia psíquica e somática.
O Ego é inato, nasce com o nosso nascimento e desenvolve-se através, do que Jung designa por
colisões que não são mais do que desafios internos e externos que obrigam o Ego a restruturar-se, a
repensar-se tanto quanto é capaz com a história que acumula. As estruturas egóicas (cognição,
Identidade, autoconhecimento) e respetivas características evoluem ao longo do tempo, verificando-
se alguma consistência nuclear que permite identificar um modus operandis de um Ego de uma fase
da sua vivencia com outra mais tardia.
O processo de formação e desenvolvimento do Ego, acontece através do que Jung designa por colisões
que não são mais do que conflito, desafios, sofrimento numa medida equilibrada e não traumática. É
através destes processos de adaptação ao meio, que o Ego se capacita e mobiliza as estruturas
psicofísicas para uma determinada direção com vontade e intenção.
Quando as vivencias psicofísicas são excessivamente fortes ultrapassando o que ele (Ego) é capaz de
processar com a informação/experiência que detém no momento da vivencias, podem verificar-se
processos de involução ou enfraquecimento do Ego.
O ego torna-se, como refere Stein, no centro energético responsável pela dinamização, organização e
priorização dos conteúdos da consciência onde se tomam as decisões e se forma o livre-arbítrio.
Um ego bem estruturado, sabe o que faz parte do individuo e o que não faz parte, capacitando o
individuo a mobilizar psicofisicamente, de forma deliberada, intencional através da vontade, grandes
volumes de conteúdo consciente.
Para que qualquer conteúdo seja tornado consciente terá de se relacionar de alguma forma com o Ego
para desta forma passar a fazer parte do reportório do vivenciado, mesmo que o Ego determine o seu
encaminhamento para o inconsciente. O Ego ilustra-se como uma espécie de espelho que permite à
psique ver-se e tornar-se consciente do que é e de quem é no contexto que habita.
PERSONA
Representa a simulação do que pretendemos passar para o meio social onde nos movemos. Pode ser
visto como um compromisso entre o individuo e a sociedade, tão próximo quanto possível do que um
individuo deve ser aos olhos da sociedade à qual se pretende referenciar. Essencialmente não é nada
real, mas apenas uma manifestação cognitiva do que o individuo considera ser mais aceitável à
sociedade, sendo então uma imagem secundária, parcial e apenas uma pequena parte do seu ser
psicológico, atuando como uma barreira entre o Ego, a consciência e o mundo exterior.
As consciências que temos em nós
Todas estas vivencias internas e externas, progressivamente também mais sociais, vão construindo e
desenvolvendo camadas na consciência e no Ego, que são estruturantes e protetoras.
Quase todo o campo da psique, que compreende o inconsciente e o consciente, está disponível para
o campo potencial do Ego. O desenvolvimento do Ego passa intimamente pela intenção de inclusão no
seu repertório da quase totalidade do manancial da psique seja consciente ou inconsciente
convertendo-se numa tarefa para uma vida. Embora como referido anteriormente, o Ego seja o centro
vital da consciência, possui as suas raízes no inconsciente de onde, por ação do Self, acede a objetos
do inconsciente ou pré-consciente que se tornam acessíveis durante alguns processos e colisões
proporcionados tanto por vivencias “naturais” como estimuladas e que de alguma forma espoletam o
acesso a esses objetos/imagens ainda não alcançados levando a enormes processos de crescimento
da consciência de si mesmo (Self).
A consciência pode, usando certas estratégias, dissociar-se dos processos do Ego de uma forma
saudável e voluntaria.
Este trabalho de dissociação intencional e saudável permite com mais ou menos espaço de tempo
aceder a áreas cada vez mais profundas do inconsciente.
“O ego, para Jung, assenta em duas bases: uma somática (corpórea) e uma
psíquica. Cada uma dessas bases é constituída de múltiplas camadas e existe
parcialmente na consciência, mas sobretudo no inconsciente. Dizer que o ego
assenta em ambas é dizer que as raízes do ego mergulham no inconsciente. Em sua
estrutura superior, o ego é racional, cognitivo e orientado para a realidade, mas em
suas camadas mais profundas e escondidas está sujeito ao fluxo da emoção,
fantasia e conflito, e às intrusões dos níveis físico e psíquico do inconsciente. O ego
pode, portanto, ser facilmente perturbado por problemas somáticos e por conflitos
psíquicos. Entidade puramente psíquica, centro vital da consciência, sede da
identidade e da volição, o ego, em suas camadas mais profundas, é vulnerável a
perturbações oriundas de muitas fontes”
Jung,C.
Há evidencias de que diversos praticantes espirituais conseguem controlar diversas funções corporais,
teoricamente inacessíveis e consideradas fora da psique, como reduzir significativamente a
temperatura corporal, alterar frequências dos seus cérebros, reduzir frequências cardíaca e
respiratória a níveis impensáveis… até o serem. O que nos leva a pensar que a uma verdade pode não
ser mais do que uma consciência que ainda não foi devidamente abordada.
“Por um lado, o ego apoia-se no campo total da consciência e, por outro, na soma
total de conteúdos inconscientes. Estes enquadram-se em três grupos: primeiro, os
conteúdos temporariamente subliminares que podem ser reproduzidos
voluntariamente (memória) ...segundo, os conteúdos inconscientes que não podem
ser reproduzidos voluntariamente ...terceiro, os conteúdos que são totalmente
incapazes de tornar-se conscientes.”
Jung,C
Abordagem Transpessoal
“A primeira pessoa do singular – esse diabinho EU – não é a primeira pessoa, nem
pessoa, nem singular”
James Hilliman
A expressão atribuída a Albert Einstein “nenhum problema pode ser resolvido desde o nível de
pensamento que o gerou” transporta-nos para a necessidade de termos consciência da consciência
que temos quando estamos a vivenciar qualquer momento da nossa vida.
Sermos capazes de estar presentes nesse exato momento sem ficar apegado ao passado nem ao futuro
é uma aprendizagem essencial para vivermos mais felizes, ou pelo menos não infelizes. Quantas vezes
nos inquietamos, focando-nos no que ainda não aconteceu - nem dispomos de evidencias claras de
que possa acontecer - e gastamos a nossa energia em cenários rocambolescos para vir a descobrir que
afinal nada ou a maior parte do expectado veio a acontecer de facto.
Quando nos vemos chegar a esse momento presente, sentimos uma liberdade que frequentemente
se expressa por frases “..que peso que me saiu de cima..” ou “.., Ainda bem que isto passou… estou
exausto…”. Verificamos durante ou após os momentos que tanto criámos expectativas que nada do
expectado sucedeu e apesar de ter sido um momento fluido e tranquilo, nos sentimos cansados e
drenados da energia exigida para gerir tantos cenários negativos imaginários.
Como será, se face a qualquer evento previsivelmente verificável, apenas ocuparmos a nossa mente
com essa marcação na agenda, sem qualquer criação de projeções ou expectativas.
E se, apenas nos prepararmos para o acontecimento, vestirmos uma roupa ajustada ao contexto, que
nos seja confortável, ou revermos alguns pontos objetivos que possam ser necessários no contexto do
evento.
E se, deixarmos fora da nossa mente o que pode acontecer no futuro, seja bom ou menos bom,
deixarmos a nossa mente apenas focada no aqui e agora de cada momento da nossa experiência
vivencial. Quanta energia e atenção poderemos disponibilizar para o que fazemos em cada momento.
Há duas citações que me despertaram para a necessidade de olhar mais para a consciência que tenho
da minha consciência, e que desejo estarem sempre presentes, em mim, em cada aqui e agora.
“O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. É por isso
que se chama presente.”
Tiro destas frases o seguinte pensamento, criar expectativas é à partida renunciar a viver, porque
deixamos de viver o presente para viver um potencial futuro ou deixamos de viver o presente real,
ocupando a nossa mente, com a comparação com um futuro passado imaginado.
Tendo em consideração o exposto na leve abordagem teórica, podemos facilmente inferir que a nossa
consciência apresenta-se-nos como um filme multimédia que realça o que o nosso Ego foca a sua
atenção. E se a sua atenção é colocada em objetos criadores de ansiedade ou de depressão (entre
muitos outras patologias), então a nossa consciência por mais rica que seja, vai proporcionar-nos esses
mesmos cenários, mesmo que muitos outros contraditórios estejam presentes.
Esta capacidade de o Ego determinar a nossa direção e também onde colocamos a nossa energia
cocriadora, possibilita-nos uma maravilhosa oportunidade de crescimento. Sendo o Ego é uma
entidade altamente influenciável podemos usá-lo com muito benefício para nos recolocarmos num
caminho mais ajustado ao nosso ser, mas já vamos lá chegar.
Como já vimos anteriormente, o Ego é o centro vital da consciência, organizando e priorizando os seus
conteúdos, os que ficam conscientes e os que são colocados no inconsciente sem processamento e
com as energias dos momentos vivenciados.
Por outro lado, embora o Ego possua o seu centro energético e geográfico no consciente racional,
possui as suas raízes no inconsciente. Este cenário possibilita que o Self lhe dê subtilmente
oportunidade de aceder a esses conteúdos desconhecidos face a determinados estímulos. Isto
acontece porque, o Self quer ser visto, expressar-se com a sua unicidade no individuo para o mundo.É
a sua natureza.
O Ego com as suas raízes no inconsciente, alimenta-se também com conteúdos inconscientes que não
tendo sido processados de forma adequada, são trazidos de forma crua e desajustada,
frequentemente incógnitos - porque vem debaixo da terra, tendo sido lá colocados embrulhados em
emoções e sentimentos vivenciados à luz da sua natureza num momento lá atrás.
Esses conteúdos vivenciados originalmente com medos ou pânicos, dor ou sofrimento, etc., apoderam-
se facilmente da nossa vivencia atual, transportando a forma como foram vivenciados no momento
original para as vivencias atuais. Assim, um pequeno desafio que já somos muito capazes de processar,
torna-se um desafio gigante quando o vemos à luz da pequenez do momento em que esse inconsciente
foi criado. A nossa vivencia atual fica contaminada por uma vivencia com variáveis totalmente
descontextualizadas.
Este inconsciente foi alimentado durante toda a nossa vivencia pelo nosso ego que determinou em
cada caso o que seria suportável ficar consciente e o que não conseguia vivenciar com as ferramentas
que dispunha no momento da vivencia, enviando-as para a sombra do inconsciente.
Estas experiências vivenciais, sobre tudo as da primeira infância, mas não só – quando as ferramentas
de que dispomos para interpretar o meio que nos rodeia são insuficientes ou incapazes para a
intensidade vivenciada – vão dar origem a objetos inconscientes, sombras que muitas vezes se tornam
crenças inconscientes que se vivem no nosso dia-a-dia como convicções inabaláveis e regentes mais
ou menos limitantes das nossas ações. O perigo e dano deste cenário é o facto de tudo isto acontecer
fora da consciência e por isso ser tão difícil de observar.
Passamos meia vida a esconder no inconsciente tudo o que por alguma razão não podemos processar,
não nos conseguimos conformar com o que nos é passado socioculturalmente e até mesmo devido
aos modus operandi que adotamos de forma inata e que de alguma forma colidem com outros
construtos internos ou externos e depois, com alguma sorte, passamos o restante parte da da vida a
tentar aceder a esses inconscientes para que possamos realmente ser quem somos em aceitação.
Todas estas construções inconscientes que muitas vezes se mostram em comportamentos sombrios e
menos aceites social e culturalmente, levam-nos ao afastamento do nosso Self, da nossa verdade,
criando personas, atores ajustados ao que o individuo pensa ser ajustado para navegar por entre as
pingas socioculturais de forma a criar um sentimento de aceitação. Somos inegavelmente seres sociais
e tribais, sendo a aceitação um componente essencial para essa vivencia.
Afinal o Ego aprende e fortalece-se com desafios processados e integrados no consciente de forma
que passam a fazer parte do reportório consciente, pesquisável e consultável para outros eventos.
Olhar para dentro, para as nossas ações, vivencias, sentimentos e emoções torna-se um elemento-
chave para chegar à harmonia interior. Sermos capazes de observar as ações passadas e presentes do
nosso ego de uma forma desapegada e não julgadora como se fosse um espectador de um filme
multimédia, poderá com o treino e prática possibilitar o controlo desse Ego que tudo opera, evitando
ações inconscientes e desconectadas com a sua verdade essencial (Self).
É neste contexto que a Consciência da consciência de ser, se torna o elemento focal deste trabalho.
Tomar consciência da consciência da forma como operamos, será o primeiro e mais essencial passo
para a nossa harmonização, para a nossa realização de ser.
A importância da auto-observação
“Seja dono da sua atenção, O preço da liberdade é a vigilância permanente.
Lembre-se de que para onde vai a sua atenção irão as suas emoções e a sua energia.
Onde puser a sua atenção será sempre mais real para si”
Mário Puig
Sendo o Ego um centro vital, diretor da nossa atenção e profunda e potencialmente influenciável pelo
meio ambiente interno e externo, torna-se essencial desenvolver a capacidade de o observar e de o
colocar ao serviço do que é o nosso interesse primordial, a expressão absoluta e consciente do nosso
Self.
A consciência disponibiliza-nos o que sabemos que sabemos e o que sabemos que não sabemos.
Embora contenha já enormes quantidades informação, é muitas vezes insuficiente para resolver
problemas complexos, desafios para os quais não temos experiência anterior.
Só quando começamos aceder ao nosso espaço inconsciente, berço de muitos dos nossos conflitos
que se convertem em transtornos emocionais, ou melhor dizendo, quando começamos a trazer para
o consciente ou para a pré-consciência, passamos a ter capacidade de compreender a origem de alguns
dos nossos comportamentos automáticos sustentados por crenças tão enraizadas que se converteram
em convicções inabaláveis que continuarão a resultar em reações que não estão alinhadas com a vida
que realmente desejamos viver.
Olhar para esse espaço escuro do inconsciente permite-nos perceber como determinados modelos
mentais foram sendo construídos. A nossa personalidade necessita de ser construída, estabilizada e
alterável para se adaptar a novas realidades. Para tal é necessário um conjunto de forças direcionadas
e constantes que nos permita olhar para essa personalidade de uma forma não julgadora, mas também
não apegada nem identificada, porque somos sempre muito mais do que temos consciência, porque
o inconsciente terá sempre mais um pouco do nosso todo, para nos mostrar. A ideia será criar meios
para que o campo da psique tenha cada vez mais consciência.
Para desenvolver mais consciência de nós, é necessário desenvolver a nossa capacidade de atenção. A
consciência está para o olhar como atenção está para a luz que ilumina o que se pretende ver.
“A atenção é a moeda mais valiosa que tenho para pagar a liberdade emocional”
Gurdieef
Essa capacidade de observação de nós mesmos é algo que pode ser treinado e praticado em contexto
informal ou formal.
Algumas técnicas especificas de meditação procuram um estar de dissociação, saudável, do nosso Ego
(personalidade) de forma a ganhar a capacidade de observação exterior de si mesmo, e não se deixar
enredar em montanhas-russas emocionais e sentimentais que retiram a capacidade de objetividade e
de relativização do que possa ser a realidade percecionada pelo individuo em determinado momento
de consciência. São exemplos a Mindfullness ou atenção plena, Meditação Zen e a Meditação Integral
(ken Wilber), entre outros
A particularidade destas meditações é o facto de nos retirarem da mente para nos colocarem como
observadores interiores e exteriores deixando o julgamento e critica fora da atividade.
Nota: A forma e técnica de meditação não faz parte deste trabalho, apenas realçar a existência de
ferramentas que podem ser usadas para trabalhar a consciência. Deixo, no entanto alguma indicações
generalistas para transmitir a ideia do potencial impacto que estas práticas/ técnicas podem
proporcionar para um trabalho de ganho de consciência.
Já a pratica num contexto formal é realizada com o que se designa geralmente por meditação,
consistindo num conjunto de procedimentos mais ou menos básicos que se destinam a criar condições
para que o individuo, possa dedicar-se total e exclusivamente à observação de si e do ambiente em
que se encontra, de uma forma não julgadora e compassiva consigo mesmo.
O outro vetor seria o “Wakening Up”, ligado aos estágios de consciência e orientado para uma
perceção mais holística do ser e estar no mundo. São igualmente de difícil acesso, porque os meios de
lhes aceder não são comuns nem habituais, obrigam o individuo a um compromisso elevado e
intencional, geralmente prolongado no tempo, e quando se atinge daca um dos estágios, sabemo-lo
intuitivamente, não por comparação com um grupo de características de conjunto de conhecimentos.
3
Uma vez mais a meditação adota aqui um papel preponderante ao criar as condições para que o
individuo atinja níveis de contacto consigo mesmo, que o “elevam” a estados alterados de consciência
progressivamente.
A prática de meditação ou de atenção plena, ou mindfulness, como queiramos designar, embora não
sendo exatamente a mesma coisa, proporcionam indubitavelmente caminhos para desenvolver a
consciência da consciência que vigora em nós, e a cada reconhecimento proporciona um passo além
do que existia anteriormente.
Naturalmente, para maior parte das pessoas será um desafio considerável que poderá demorar de
algumas semanas a alguns meses a atingir. Cada ser é único e cada consciência é vivida de forma única
pelo seu individuo.
Conclusão
“O treino que verdadeiramente resulta não é o que nos ajuda a melhorar a nossa
falsa identidade para que sejamos como nós ou os outros pensam que deveríamos
ser, mas aquele que nos ajuda a transcender essa mesma identidade para nos
reencontrarmos com quem somos na realidade.”
Mário Puig
Uma das formas de desenvolver a consciência da consciência que somos, é olhar para nós mesmos
praticando atenção plena, durante os processos vivenciais sempre que possível. Idealmente seria
termos a capacidade de nos desidentificarmos da nossa personalidade e olharmos para a sua operação
como um espectador de um filme. Não sei se será possível permanecer nesse registo a todo o tempo,
mas sei que é possível melhorá-lo significativamente, criando um ciclo de enriquecimento da
personalidade e da consciência em que se potenciam sequencialmente, levando a que um nível de
consciência acima leve a uma personalidade acima que por sua vez possibilita a visão e almejar de uma
nova consciência. Assim, a personalidade torna-se o objeto de estudo da consciência que por sua vez,
ao aumentar o seu espaço, permite à personalidade novos patamares de visão.
Vivência pessoal (capítulo biográfico)
A aventura de tomada de consciência da minha consciência chegou tranquilamente, sem me aperceber
do que estava a acontecer e fui dando por ela. Começou em mim, em várias frentes quase
simultaneamente e com muita relutância nestes últimos anos.
Sempre fui treinado e orientado para fazer, realizar e operacionalizar, no entanto sempre me
acompanhou um desejo interior, que só muito mais tarde soube expressar e que se tornou a minha
missão em qualquer trabalho que realizasse:
“Ajudar as pessoas a fazer mais, melhor e com mais felicidade, o que quer que tenham de fazer”.
A consciência que tive para chegar a esta expressão de vida foi ela própria, mas sem consciência da
consciência que tinha, e assim foi até muito recentemente.
Durante todos esses anos, a consciência que tinha da minha consciência e de mim era geralmente
negativa e pouco compaixonada, carregando em mim a necessidade de ser boa pessoa, de necessitar
de ser mais e melhor, mais competente, mais trabalhador, mais esforçado… enfim mais tudo.
Relacionamentos, trabalhos foram discorrendo na minha vida para chegar a um vazio onde comecei a
sentir que por mais que eu fizesse, nunca seria suficiente para ninguém, porque não o era para mim
mesmo.
Esta consciência levou-me a procurar mais dentro, com muito medo do que pudesse encontrar ou de
descobrir o que poderia passar a ser quando já não fosse o que achava ser. Este foi um momento
assustador e cujo início coincidiu com o fim de uma relação onde finalmente me sentia amado e
amador, simultaneamente, e na qual não fui capaz de me manter devido a diversas situações que não
interessam analisar neste contexto.
O estado confusional em que fiquei por sentir, que não poderia continuar uma relação na qual me
sentia amado e amador, não era suficiente para suportar esse relacionamento. Foi este o impulso para
olhar mais para dentro.
O tempo que se seguiu foi dos períodos de vida mais compensadores em termos de desenvolvimento
pessoal condensado que tive. O que escolhi de forma inconsciente foi ser cada vez mais, o que gostava
de ser sem me preocupar se era correto, se tinha de ser mais… Olhando para trás, encontro aí o brotar
das raízes da minha consciência da consciência de ser.
Foram tempos de descoberta de mim mesmo, de consciencialização de mim, do que me fazia feliz e
do que não. Descobri algumas das minhas qualidades e outras nem tanto, ainda que com pequenos
graus de aceitação, mas pelo menos aceitando vê-las e expô-las.
Aos poucos fui caminhando para a Biodanza que me trouxe ainda mais contacto comigo,
proporcionando-me consciências de mim, confrontando-me com dores, angustias e sofrimentos que
nem sabia explicar. Este aceder às emoções e sentimentos a partir do corpo foi mais um passo
marcante no meu percurso de tomada de consciência de mim mesmo. Permitia-me aceder a lugares
do meu inconsciente, agarrar em algo que não sabia muito bem o que era - pois lá é escuro e não se
vê onde propriamente estamos a mexer – e trazia para a consciência algo com que me confrontava
nem sempre de forma tranquila, nem sempre de forma agradável para mim.
Segue-se uma relação na qual escolhi claramente entrar consciente da consciência de que seria uma
relação feliz e com muitas colisões com muitos fatores de crescimento, e assim cocriei e assim se
concretizou.
Neste contexto entro em contacto com a terapia transpessoal com uma terapeuta (na minha opinião)
maravilhosa representando tudo o que de bom tem esta abordagem. A TM tornou-se mentora do que
foi o meu maior desafio e momento de tomada de consciência da minha consciência (sem ter
consciência do que estava a acontecer). Confrontar-me com os meus medos, com as minhas
inseguranças, clarificando os desafios que tinha vivido e continuava a viver relacionalmente.
Foram momentos onde comecei a descobrir esse espaço de consciência da consciência de ser, onde
me observava, onde falava comigo mesmo, como se fosse um observador. Foi um caminho de enorme
resistência, que sendo acompanhado com pratica de Tantra e da Biodanza me fez entrar em
montanhas-russas emocionais sequenciais onde lidava comigo, com as minhas vivencias e procurava
acompanhar na medida do possível as da minha companheira.
A minha dificuldade durante este processo era de facto acalmar a mente, e conseguir abstrair-me dos
pensamentos obsessivos constantes sobre o que me andava a arreliar. Tantas foram as conversas a
dois cá dentro, onde ambos queríamos ter razão, julgando e criticando ora a mim mesmo ora ao
exterior.
A meditação já existia na minha vida á algum tempo, mas nunca lhe tinha dado real oportunidade de
mostrar o seu valor.
Quando cheguei a um determinado ponto, percebi, que não podia avançar mais com tanta conversa
interna, que me bloqueava por completo todas as áreas da minha vida. Esta perceção colocou-me
numa situação limite, em que só me fazia sentido desaparecer de toda a realidade que vivia e afastar-
me de todas as pessoas.
Reforcei a minha atenção na meditação e na atenção plena que já praticava, mas com muito pouca
regularidade. A minha primeira reação foi de alguma desilusão e ainda assim, fui praticando optando
a maior parte das vezes por meditação em posturas de ioga, mas cada vez mais na postura de lótus.
O que senti, foi calmaria mental que me proporcionava um estado de tranquilidade interna, que cada
vez mais era difícil de abandonar. Foi também o momento da realização da Quarentena das emoções
que me trouxe a capacidade de olhar para mim, de me observar refletindo sobre os temas e olhando
bem dentro, tanto quanto sabia/conseguia em cada momento, e juntando a capacidade possibilitada
pela meditação de focar a atenção no que pretendia e não me deixar raptar por emoções, sentimentos
e pensamentos oriundos de guerras internas e com o exterior.
Esta foi para mim uma grande vitória, que todos os dias procuro celebrar e ganhar uma moeda de
sobriedade, nem sempre atribuída, mas pelo menos com a consciência e aceitação de que é possível
não me deixar sequestrar pelo meu inconsciente, nem vivenciar os momentos de forma apegada à
minha personalidade.
O caminho sinto-o ainda longo pela minha frente, porque ainda são muitos os momentos em me
debato para sair de determinados remoinhos de não merecimento, de incapacidade de colocar na
minha voz, o que sou com receio de deixar de ser merecedor de amor, de amizade, de atenção, de
reconhecimento. Mas faço-o cada vez mais consciente da consciência que me habita e cada vez que
tomo essa consciência vejo em breve o impacto na minha personalidade, na minha forma de viver mais
enriquecida das consciências que obtive alguns momentos antes e que só com essa consciência me
posso olhar, identificar e desidentificar-me das crenças, convicções e ideias que tenho de mim.
Uma ânsia em mim me impele para me predispor a viver os meus limites e tenho a tendência para o
fazer antes mesmo de estar “pronto” ou com os aspetos anteriores totalmente integrados. É esse
desafio que me impele a viver a ter a noção de uma forma mais ou menos intuitiva que não quero
chegar à minha alma de mãos vazias ou muito pouco cheias. Como disse Nelson Rodrigues, procuro
“viver o máximo de mim mesmo”.
A prática regular de atenção plena informal, das meditações de Tantra, das práticas vivenciais de
Biodanza, do conhecimento do ser humano, suas fases desenvolvimento e desafios nos contextos
relacionais estão a ser o combustível da minha consciência da consciência que tenho de mim. Olhar
para esse momento em que “vejo” e sinto que já não estou com o mesmo comportamento de à uns
tempos atrás e que agora consigo destacar-me desse sentir e do impacto emocional, é muito
entusiasmante.
Noto em mim, ainda, falta de alguma direção, disciplina e de vontade, mas já o identifico e procuro
agora estratégias para integrar essas características no meu dia-a-dia.
Se não tivesse a consciência do que ainda faz falta na minha consciência como poderia caminhar para
algum destino?
Conseguir em cada situação parar, observar-me no que estou a vivenciar, no que estou a sentir
somática e emocionalmente, em que estado anímico me encontro nesse momento, está a
proporcionar-me uma gestão da energia que me permite dizer não quero.
Quando o meu Ego dirige a sua atenção para algo que não seja coerente com a minha orientação de
vida maior, consigo já ter essa consciência e devido a essa, posso realizar ações corretivas.
O processo de desidentificação saudável está a ser o grande desafio do momento, uma vez que me
assusta, não saber quem poderei ser quando não for o que julgava ser e qual o impacto nos meus
relacionamentos em geral.
Bibliografia utilizada
Damásio, António; 2000; O mistério da consciência do corpo e das emoções ao conhecimento de si; Rio Janeiro;
Companhia das Letras; ISBN 85-359-0032-2
Puig, Mário; março 2011; Reinventar-se - A segunda Oportunidade; Lisboa; Esfera dos livros; ISBN: 078-989-626-
303-4
Stein, Murray; São Paulo,,2006; Jung: o mapa da alma: uma introdução; Cultrix; ISBN 978-85-316-0646-5
Wilber, Ken; 2016; Integral Meditation - Mindfulness as a Way to Grow Up, Wake Up, and Show Up in Your Life;
Shambhala + Boulder; eISBN 978-0-8348-0286-5
Henriques, Mendo; Barros Nazaré; fevereiro, 2013; Olá Consciência; Carnaxide; Editora Objectiva; ISBN: 978-989-
672-160-2