Você está na página 1de 2

"A Grande Força sabe que você é parte e é Todo, e está junto. Tire esse invólucro. Abra-se. Ajude.

Junte-se."

Dr. Celso Charuri

Como vai a sua Mente


Texto do mês - Março/2019

 29 de novembro de 1980

Eu creio que todos vocês já entenderam que todas as percepções estão ligadas diretamente ao Sentir e que o
Sentir é um estado de consciência. A compreensão do Todo é um estado de consciência, por isso varia de pessoa
para pessoa - de pessoa para pessoa que pretende, que já chegou a um ponto de querer conhecer o Todo,
conscientemente.

Claro, num nível anterior, as pessoas caminham apenas com o desejo inconsciente - o medo inconsciente, que é
um desejo inconsciente - do conhecimento do Todo.

Quem Sou? Onde Estou? De Onde Venho? Para Onde Vou? Tudo se amplia e o Quem Sou adquire grandes
proporções. O De Onde Venho e o Onde Estoutambém deixam de pretender informação segundo o espaço.

Mas, no início, é ainda bem limitada a tempo e espaço a resposta a essas perguntas. E as pessoas têm essas
perguntas no nível inconsciente. Tendo as perguntas no nível inconsciente, não conseguindo resposta, elas se
tornam um ponto escuro, um ponto sem luz, um ponto sem conhecimento, e isso gera medo.

A análise, o estudo, a mente caminhando, tentando aprofundar, por intermédio de todas as experiências
recolhidas, a mente consegue, então, adquirir conhecimento, e o conhecimento vai se manifestando pela
ampliação da consciência; portanto, sentindo, tendo uma outra percepção do Todo, de quem nós somos.

Eu acredito que todos podem chegar a sentir o Todo tal como ele é. Sentir é o que realmente vai gerar a Paz.

E aí entra em você a responsabilidade de sua função frente a todo um mundo, ao Todo, que está sempre presente
dentro de você. De repente, você descobre por que e para que você serve, já que tem esse conhecimento.

Os mais altos objetivos, então, entram em você, e você passa a seguir esse instante de vida, que é a vida terrena,
só para fazer cumprir, ajudar a cumprir, ver cumprir os Princípios máximos do Absoluto.

Transforma-se você, então, em alguém não mais levado por fatores do inconsciente, não mais levado por
complexos de inferioridade ou superioridade, não mais levado pela curiosidade, só para ver como é ou em que
resulta. Não, nada disso! Você caminha com a sensação de ser aquele objetivo o único ponto útil, o único ponto
onde você atinge a finalidade de existência, o único ponto em que você é necessário, sem obrigação, sem forçar,
dentro do natural que foi estabelecido pelo Sentir.
Se você toma um som. Um som.

Como o uivo dos lobos; o ulular das hienas; o farfalhar das folhas das árvores ao vento sob o luar. Como o crepitar do
fogo e o estalo mais forte que cala os grilos da noite. Pode ser. Pode ser que durante o tagarelar da vida que segue,
no combinar da caça do dia seguinte, no negociar incessante dos relacionamentos, na risada, no causo, no
murmúrio, ou talvez simplesmente ao falar uma coisa qualquer à toa, assim sem querer, nossa voz tenha soado
junto por um instante, sustentando uma única nota um pouco mais demorada, em uníssono, que ressoou nas
paredes de alguma caverna perdida nas brumas do tempo.

Espanto e silêncio.

Naquela noite uma porta se abriu. Uma porta para um sentimento de outra natureza. Para muito além do que estava
sendo falado. Algo de diferente aconteceu naquele instante. O misterioso momento em que termina o mero som e
começa o canto, a música.

Por que o que mudou foi o ouvinte, certamente.

E, quando o som vira música, abrem-se as comportas do Ser.

Porque uma combinação de uns poucos sons de diferentes duração e timbre, pausa, seguidos de outros, e depois de
outros ainda, permutando no

tempo, pausa, haveria de provocar esse número infinito de variações de estados de ser, pausa, tantos diferentes
sentimentos, pausa, com tantas nuances, pausa, tantas sensações sem nome?

Pausa longa.

Silêncio.

Muitas dessas emoções têm, é claro, nome: alegre, triste, melancólico, agressivo, marcial. Mas isso não é suficiente
para descrever o que jorra através da música. Porque com ela se produzem principalmente esses sentimentos que
não cabem em palavra alguma. Aqueles para as quais uma palavra é continente por demais acanhado.

Seria como se simplesmente chamar isso que você vê diante de si de “uma flor” fosse o suficiente para dar conta do
pequeno milagre que se tem diante dos olhos. Ou se uma flor fosse apenas uma flor, uma flor, outra flor; como se
fosse possível enfiar a infinita variedade da criação numa pequena lata.

Como falar desses sentimentos, se não pela música?

Porque, como dizia Victor Hugo, “A música expressa aquilo que não pode ser dito e sobre o qual não se pode calar.”.

DR. CELSO CHARURI


Idealizador e Fundador da PRÓ-VIDA

Texto de propriedade da PRÓ-VIDA. Pode ser copiado e reproduzido, mas não pode ser alterado. O nome do autor deve
sempre constar da seguinte maneira: Dr. Celso Charuri - Idealizador e Fundador da PRÓ-VIDA.

Você também pode gostar