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Guia de estudo psicologia social NP1

A Psicologia Social, durante as décadas de 1950 e 1960, passou por uma significativa evolução,
marcada por mudanças de abordagem, desafios enfrentados e uma eventual crise de eficácia. No
contexto histórico das décadas mencionadas, a disciplina experimentou uma fase de euforia
inicial, especialmente na década de 1950, caracterizada por intervenções bem-sucedidas para
harmonizar relações grupais. Nesse período, a Psicologia Social adotou uma abordagem
pragmática, especialmente nos Estados Unidos, visando alterar atitudes e interferir nas relações
grupais para garantir a produtividade do grupo.
Entretanto, na década de 1960, a disciplina começou a enfrentar desafios significativos. A
complexidade das variáveis envolvidas nos comportamentos sociais desafiou os pesquisadores,
especialmente aqueles que adotavam uma abordagem mais totalizante, como proposto por Kurt
Lewin e sua teoria de Campo. A falta de formulação de leis e a explicação insuficiente dos
comportamentos sociais também contribuíram para uma crise de eficácia na Psicologia Social
durante esse período.
Portanto, é a mais adequada para descrever a evolução da Psicologia Social nas décadas de 1950
e 1960, destacando a fase de euforia inicial seguida por uma crise de eficácia devido à
complexidade dos fenômenos sociais e à falta de formulação teórica adequada para explicá-los.

A influência da ideologia nas ciências humanas desempenha um papel significativo na abordagem


do homem como sujeito da história e da sociedade. Nesse sentido, a reflete essa abordagem ao
destacar que as ciências humanas buscam entender o homem como produto e produtor de sua
história pessoal e social.
Essa perspectiva reconhece a importância das relações sociais, das condições históricas e sociais
na formação do sujeito, diferentemente das abordagens positivistas, biologicistas ou
individualistas, que tendem a negligenciar ou subestimar esses aspectos.
Portanto, reconhecemos a importância das ciências humanas em promover uma compreensão
mais ampla e contextualizada do homem como agente histórico e social, contribuindo para uma
análise crítica das condições ideológicas e para a possibilidade de transformação social.

A abordagem do materialismo histórico na psicologia social desempenha um papel fundamental


na compreensão do ser humano como um ser concreto e histórico. Essa perspectiva ao destacar
que o materialismo histórico proporciona os pressupostos epistemológicos necessários para uma
reconstrução do conhecimento que atenda à realidade social e ao cotidiano do indivíduo,
possibilitando intervenções efetivas na rede de relações sociais.
Essa abordagem reconhece a importância das condições históricas, sociais e materiais na
constituição do ser humano e de suas práticas sociais. Ela busca integrar teoria e prática,
promovendo uma análise concreta e contextualizada das relações sociais e das contradições
presentes na sociedade.
reconhecemos que o materialismo histórico na psicologia social oferece uma base sólida para
compreendermos o ser humano como um ser inserido em uma totalidade histórico-social,
contribuindo para uma abordagem mais crítica e transformadora das questões sociais.
A linguagem e processo de formação da identidade humana, de acordo com as reflexões
apresentadas no texto de Silvia Tatiana Maurer Lane (1988)
Na perspectiva apresentada no texto, a linguagem não é apenas uma habilidade individual inata,
mas sim um fenômeno social e cultural que surgiu na espécie humana como resultado da
necessidade de cooperação entre os seres humanos para garantir a sobrevivência do grupo social.
A linguagem ampliou as dimensões de espaço e tempo, permitindo a comunicação, a transmissão
de conhecimentos e a construção de significados compartilhados entre os membros de uma
comunidade.
Reconhecemos que a linguagem desempenha um papel fundamental na formação da identidade
humana, uma vez que está intrinsecamente ligada à cultura, à história e à vida social dos
indivíduos.

A importância da linguagem na formação da consciência humana e no desenvolvimento do


indivíduo, de acordo com as perspectivas de diversos autores como Skinner, Piaget, Vygotski e
Leontiev.
Os autores mencionados concordam que a linguagem desempenha um papel central na formação
da consciência humana, permitindo ao indivíduo representar o mundo ao seu redor e influenciar
seu pensamento e comportamento. Além disso, a linguagem contribui para o desenvolvimento
das representações sociais, influenciando as interações sociais e a construção de significados
compartilhados entre os membros de uma comunidade.
Portanto reconhecemos que a linguagem é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social
do ser humano, influenciando suas representações do mundo e suas interações com os outros,
sendo vista como um meio de comunicação e intercâmbio social.

A distinção fundamental entre o ser humano e outros primatas não humanos está na capacidade
de desenvolver sistemas de comunicação complexos e simbólicos, sendo que a criança inicia seu
processo cultural ao adquirir a habilidade de expressar-se verbalmente e interpretar símbolos
culturais.
Destaca a capacidade única do ser humano de desenvolver sistemas de comunicação complexos
e simbólicos, como a linguagem articulada, que permite a transmissão de informações abstratas e
complexas. Ao adquirir a habilidade de expressar-se verbalmente e interpretar símbolos culturais,
a criança inicia seu processo cultural, o que a distingue dos primatas não humanos, que se
comunicam principalmente por meio de gestos e vocalizações simples.

Podemos afirmar que o desenvolvimento humano não é determinado unicamente por fatores
biológicos, mas sim influenciado pelas interações sociais e pelas normas culturais que permeiam
a sociedade em que o indivíduo está inserido.
A sociedade é compreendida como uma construção coletiva, formada por uma rede complexa de
relações sociais entre os indivíduos que a compõem. Essas interações sociais desempenham um
papel fundamental na formação dos papéis sociais e das instituições, os quais surgem a partir dos
hábitos adquiridos e das interações cotidianas entre os membros da sociedade.
Por outro lado, a vida social não é apenas caracterizada pela competição e tensão grupal, mas
também pela cooperação e pela busca pela harmonia entre as inclinações pessoais e as demandas
sociais. Nesse sentido, os indivíduos são influenciados e moldados pelas normas, valores e
expectativas culturais compartilhadas dentro de uma determinada sociedade.
Portanto, a relação entre o indivíduo e a sociedade é dinâmica e recíproca, com o desenvolvimento
humano sendo moldado tanto por fatores biológicos quanto por influências culturais e sociais,
refletindo a interdependência entre o ser humano e o ambiente social em que está inserido.

A importância da relação prática do homem com a natureza, mediada pelo trabalho produtivo,
para sua constituição e compreensão do mundo.
O trabalho produtivo, ao envolver a transformação da natureza por meio da atividade humana,
desempenha um papel fundamental na formação da consciência e na compreensão da realidade
pelos indivíduos. Através dessa interação direta com o ambiente natural, o ser humano desenvolve
habilidades cognitivas, sensoriais e práticas que moldam sua percepção do mundo e sua
compreensão das relações sociais.
Essa relação prática com a natureza não apenas influencia a forma como os indivíduos se
percebem no mundo, mas também determina sua compreensão das relações sociais e econômicas.
O trabalho produtivo não só fornece os meios de subsistência, mas também molda as estruturas
sociais e as dinâmicas de poder dentro de uma sociedade.
Portanto, é correto afirmar que a relação prática do homem com a natureza, mediada pelo trabalho
produtivo, é fundamental para sua constituição e compreensão do mundo, uma vez que essa
interação direta influencia não apenas suas percepções individuais, mas também as estruturas
sociais e culturais em que está inserido.

O tempo da ciência pertence exclusivamente à história e às suas contingências, não podendo ser
referido à ordem do eterno, do estável e do imutável. Esta afirmativa destaca a natureza
contingente e histórica da ciência, ressaltando que seus avanços e descobertas estão
intrinsecamente ligados ao contexto temporal e às condições históricas em que ocorrem. A ciência
não busca verdades eternas e imutáveis, mas sim compreender e explicar os fenômenos de acordo
com as circunstâncias e o conhecimento disponível em determinado momento.

A ciência mantém-se no suposto e pretendido lugar de intocável reitora e juíza do conhecimento,


revelando-se como conjunto de verdades objetivas. Esta afirmativa aponta para a ideia de que a
ciência muitas vezes é percebida como uma autoridade inquestionável na busca pelo
conhecimento. No entanto, a ciência não é imune a críticas e revisões, e suas "verdades" objetivas
estão sujeitas a mudanças e revisões conforme novas evidências e paradigmas emergem.

Falar de ciência implica também em discutir suas conquistas, exclusões, crises do conhecimento
e formas de conhecer. Esta afirmativa destaca a importância de uma visão crítica da ciência, que
não apenas reconhece suas conquistas e avanços, mas também questiona suas exclusões,
limitações e crises. Compreender as diferentes formas de conhecer e as controvérsias no campo
científico é essencial para uma abordagem mais completa e reflexiva da ciência.

O texto sugere que a identidade é formada principalmente por ações e práticas. Esta afirmativa é
verdadeira. O texto sugere que a identidade é dinâmica e fluida, sendo moldada pelas ações e
práticas cotidianas de um indivíduo. Através das interações sociais e das experiências
vivenciadas, a identidade se desenvolve e se transforma ao longo do tempo.
O texto destaca a importância das interações sociais na formação da identidade. Através das
relações com os outros e da participação em grupos e comunidades, os indivíduos constroem e
negociam sua identidade, influenciados pelas normas, valores e expectativas do meio social.
A identidade é um dado pré-existente que não é influenciado pela prática ou pela ação. A
identidade não é algo fixo ou pré-determinado, mas sim uma construção contínua que é
influenciada pelas experiências e pelas escolhas individuais. A identidade é moldada e
transformada ao longo da vida, refletindo as mudanças e os desenvolvimentos pessoais.

Os novos paradigmas na psicologia social contemporânea, que enfatizam a construção social da


realidade, representam uma mudança significativa nas concepções tradicionais sobre a relação
entre conhecimento e realidade psicológica. Essas perspectivas desafiam a visão anterior, que
muitas vezes considerava a realidade psicológica como algo objetivo e universal, e propõem uma
compreensão mais dinâmica e contextualizada dos fenômenos psicológicos.
Em vez de conceber a realidade psicológica como algo dado e estável, os novos paradigmas
reconhecem que ela é construída socialmente através das interações entre os indivíduos e o
ambiente social. Isso significa que as percepções, crenças e experiências de uma pessoa são
moldadas pelas influências culturais, sociais e históricas que a cercam. Nesse sentido, a realidade
psicológica é vista como algo fluido e mutável, variando de acordo com o contexto e as relações
sociais.
Essas perspectivas impactam profundamente a compreensão dos fenômenos psicológicos, pois
implicam uma mudança na maneira como os psicólogos entendem e estudam o comportamento
humano. Em vez de focar apenas nos processos individuais, os psicólogos sociais contemporâneos
estão cada vez mais interessados nas influências sociais e culturais que moldam o pensamento e
o comportamento das pessoas. Isso significa considerar questões como identidade social,
construção de significado, poder e desigualdade, entre outros temas relevantes para a
compreensão da psicologia social.
Além disso, essas perspectivas também impactam as práticas dos psicólogos, orientando
intervenções e abordagens mais sensíveis às questões sociais e culturais. Por exemplo, os
psicólogos podem adotar uma abordagem mais contextualizada ao lidar com problemas de saúde
mental, reconhecendo a importância do contexto social na experiência individual de sofrimento
psicológico. Eles também podem estar mais atentos às questões de diversidade, inclusão e justiça
social em seu trabalho, buscando promover a equidade e o empoderamento das comunidades
marginalizadas.
Em suma, os novos paradigmas na psicologia social contemporânea desafiam as concepções
tradicionais sobre conhecimento e realidade psicológica, enfatizando a construção social da
realidade e suas implicações para a compreensão dos fenômenos psicológicos e as práticas dos
psicólogos. Essas perspectivas promovem uma visão mais ampla e integrada da psicologia, que
reconhece a complexidade e a interconexão entre os aspectos individuais e sociais da experiência
humana.

Os dois "paradigmas" principais que fundamentam as exigências éticas são o da "lei natural" e o
da "lei positiva". Cada um desses paradigmas apresenta características distintas e influencia as
convicções éticas das pessoas de maneiras diferentes.
Lei Natural:
Características: O paradigma da lei natural baseia-se na ideia de que existem princípios éticos
universais e imutáveis que são intrínsecos à natureza humana. Esses princípios são considerados
como derivados da razão ou da natureza humana, e não são dependentes de leis ou convenções
sociais.
Influência Ética: Para aqueles que adotam esse paradigma, as exigências éticas são percebidas
como derivadas de uma ordem moral objetiva e transcendente. As ações são consideradas boas
ou más com base na conformidade com esses princípios universais, independentemente das
circunstâncias ou das leis humanas.
Aplicação na Tomada de Decisões: Na prática, isso pode levar as pessoas a seguir um conjunto
de regras morais absolutas, mesmo quando confrontadas com dilemas éticos complexos. Elas
podem argumentar que certas ações são intrinsecamente erradas, independentemente das
consequências ou do contexto.

Lei Positiva:
Características: O paradigma da lei positiva enfatiza que as exigências éticas são determinadas
pelas leis e normas estabelecidas pela sociedade. Essas leis podem variar de acordo com o tempo,
o lugar e as circunstâncias específicas, e são baseadas em convenções sociais e acordos mútuos.
Influência Ética: Para aqueles que seguem esse paradigma, as exigências éticas são percebidas
como relativas e contingentes. O que é considerado certo ou errado pode variar de acordo com a
cultura, as tradições e as leis vigentes em determinado contexto social.
Aplicação na Tomada de Decisões: Na prática, isso pode levar as pessoas a considerar o contexto
e as leis estabelecidas ao tomar decisões éticas. Elas podem argumentar que uma ação é ética se
estiver em conformidade com as normas sociais e legais prevalecentes em sua comunidade ou
sociedade.
Refletir sobre esses pressupostos filosóficos é crucial para uma análise crítica das bases da ética
pessoal e social. Compreender as diferenças entre esses paradigmas permite às pessoas questionar
suas próprias convicções éticas e avaliar criticamente as normas sociais e culturais que moldam
seus valores morais. Além disso, essa compreensão ajuda a reconhecer a complexidade da ética e
a apreciar a diversidade de perspectivas éticas que existem em diferentes sociedades e culturas.
Isso pode promover um diálogo mais rico e inclusivo sobre questões éticas e contribuir para o
desenvolvimento de uma consciência ética mais informada e reflexiva.

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