Psicologia Social – Aula 27/02
. Contexto: crítica dos paradigmas que
influenciavam a psicologia – burguesia,
controle de corpos;
. Conceitos:
- Psicologia e Psicologia Social;
- Crítica/transformação da realidade;
- Superação do capitalismo;
- Compromisso social com os indivíduos mais
vulneráveis;
- Embasamento em Marx e Vygotsky;
. Brasil, anos 70: críticas aos paradigmas da
sociedade começaram a ganhar força –
justamente na época de regime militar, onde
corriam soltos a censura, falta de liberdade
política etc.;
. Na PUC, Silvia T. Lane começa a criticar a
nossa sociedade, se apoiando em alguns
conceitos de Marx e Vygotsky – ela foi muito
importante no sentido de traduzir as obras
desses autores, não no sentido literal, mas no
sentido de tornar as obras e as ideias
acessíveis a um público maior e mais
diversificado;
. Essa “tradução” ajudou a entender o quão
elitizada a psicologia da época era; a
psicologia trabalhava com o controle do
comportamento social e fazia isso pelas falas
– e como o psicólogo era visto como um
profissional confiável, tudo que ele dizia era
seguido (nesse caso, todos os estereótipos e
conceitos errados que estavam sendo
perpetuados na época);
. Ou seja, ao invés da psicologia libertar o
sujeito, ela estava ajudando a disseminar mais
segregação e mais estereótipos pela
sociedade; na própria PUC demorou um certo
tempo até que ela recebesse o apoio dos
profissionais em suas críticas;
. Silvia se aprofunda no conceito da psicologia
como crítica, como modificadora do meio
social; entende-se que, se todos os indivíduos
tiverem consciência de si, a sociedade se
torna melhor;
. Muitos conceitos estão tão profundamente
enraizados na sociedade, que não é possível
para o sujeito perceber que aquilo é apenas
uma alienação, algo imposto a ele pelo sistema;
. São justamente esses conceitos, esses
estereótipos e papéis sociais, que devem ser
expostos e desconstruídos no meio social;
- Esse é o movimento de ganhar consciência
de si, e é o compromisso que a psicologia tem
com o meio social – principalmente quando se
trata dos sujeitos mais vulneráveis, que são,
consequentemente, os mais alienados;
. Como nos tornamos sociais?
. Identidade social;
. Consciência de si;
. Como aprendemos sobre o mundo que nos
cerca?
. O que é o social? É o comum a todos; ser
social é conviver com outras pessoas;
. Convivemos em sociedade por meio dos
grupos que fazemos parte – família, escola,
trabalho, clube etc.;
. Um mesmo indivíduo faz parte de diversos
grupos, mas cada grupo tem as suas próprias
particularidades – suas regras, normas
sociais;
. Somos formados pela convivência com o
outro e a essência dessa formação vêm por
dois caminhos principais: família e escola;
. A família ensina conceitos não científicos –
andar, comer, usar o banheiro e se comportar;
pela observação e imitação, a criança aprende
o funcionamento da dinâmica familiar e
entende o seu papel social dentro da família –
colocando os pais como seu ponto de
referência;
. Tudo que é repassado a criança e tudo que
acontece dentro do ambiente familiar é
internalizado pela criança e vai servir para
construir sua identidade social no mundo;
. A escola é a responsável por ensinar os
conteúdos científicos, que aumentam em
complexidade ao longo do tempo;
. Na escola, também, existe um alto nível de
socialização, que é importante em todas as
fases do desenvolvimento da criança e, como
a família, vai fazer parte da sua identidade;
. A identidade é construída socialmente, com
base em tudo que nós vivemos e que repassam
para nós; muitas vezes, essa identidade acaba
contaminada pela alienação presente na
sociedade;
. Essa identidade pode ser tão afetada pela
alienação que nunca vai entender a real
gravidade do problema – como uma mulher
presa em um relacionamento tóxico, porquê
foi esse o único tipo de relacionamento que ela
teve contato na vida e, portanto, no mundo
dela aquilo é o certo;
. Ter a catarse (conceito de Marx), é
justamente “abrir o olho” para essa alienação,
conseguir enxergar os conceitos que foram
socialmente impostos e que estão errados, e
então desconstruí-los; isso é tomar
consciência de si;
. Silvia aplica esse conceito ao mundo do
trabalho, onde os trabalhadores se encontram
presos a um sistema de exploração constante
que nunca os favorece, mas nunca conseguem
lutar contra isso;
. Entra como dever da psicologia, e da
sociedade como um todo, modificar esses
papéis sociais, criar na população uma
consciência de si que livre todos da alienação;
. Voltando à criança, o meio principal que a
permite fazer parte da sociedade é a
linguagem – ela é a maior apropriação que a
criança adquire da família; a linguagem
influência na subjetividade;