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Processo de Socialização

Juliana Bezerra
Professora de História

Na sociologia, o processo de socialização é fundamental para a construção das


sociedades em diversos espaços sociais.
É através dele que os indivíduos interagem e se integram por meio da comunicação, ao
mesmo tempo que constroem a sociedade.

Para o sociólogo brasileiro Gilberto Freire, a socialização pode ser definida da seguinte
maneira:

“É a condição do indivíduo (biológico) desenvolvido, dentro da organização social e da cultura,


em pessoa ou homem social, pela aquisição de status ou situação, desenvolvidos como membro
de um grupo ou de vários grupos.”

A socialização (efeito de ser tornar social) está relacionada com a assimilação de


hábitos culturais, bem como ao aprendizado social dos sujeitos. Isso porque é por meio
dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada
sociedade.

Quanto a isso, vale lembrar as palavras do sociólogo francês Durkheim, quando afirma
que:

“A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta”.

De tal modo, o processo de socialização é desencadeado por meio da complexa rede


de relações sociais estabelecidas entre os indivíduos durante a vida.

Assim, desde criança os seres humanos vão se socializando mediante as normas,


valores e hábitos dos grupos sociais que o envolvem. Observe que nesse processo,
todos os sujeitos sociais sofrem influência comportamentais.

Importante notar que existem diferentes processos de socialização de acordo com a


sociedade em que estamos inseridos.

Qualquer que seja a classe social e a realidade, os processos de socialização são


muito diversos. Tanto podem ocorrer entre pessoas que vivem numa favela como entre
os burgueses que habitam a zona sul de São Paulo.

Seja qual for a cor, a etnia, a classe social, todos os seres humanos desde cedo estão
em constante processo de socialização, seja na escola, na igreja, na faculdade ou no
trabalho. Alguns fatores podem afetar esse processo, tal como um local marcado por
guerras.

As consequências dos processos de socialização geralmente são positivas e resultam


na evolução da sociedade e dos indivíduos. Por outro lado, as pessoas que não se
socializam podem apresentar muitos problemas psicológicos, determinados, por
exemplo, pelo isolamento social.
O processo de socialização vem se alterando ao longo do tempo, através das
mudanças da sociedade. Note que os processos de socialização da antiguidade e da
atualidade são bem distintos, o que decorre da evolução dos meios de comunicação e
do avanço tecnológico.

Veja também: Papel Social


Classificação
Os processos de socialização estão classificados em dois tipos:

 Socialização Primária: como o próprio nome já indica, esse tipo de socialização


ocorre na infância e se desenvolve no meio familiar. Aqui, a criança tem contato com a
linguagem e vai compreendendo as relações sociais primárias e os seres sociais que a
compõem. Além disso, é nesse estágio em que são interiorizados normas e valores.
A família torna-se a instituição social mais fundamental desse momento.
 Socialização Secundária: nesse caso, o indivíduo já socializado primariamente vai
interagindo e adquirindo papéis sociais determinados pelas relações sociais
desenvolvidas, bem como a sociedade que está inserido. Se por acaso o sujeito social
teve uma socialização primária afetada, isso poderá gerar diversos problemas na sua
vida social, uma vez que o primeiro momento de socialização é essencial na
construção do caráter do indivíduo.
V

Socialização é o ato ou efeito de socializar, ou seja,


de tornar social, de reunir em sociedade. É a
extensão de vantagens particulares, por meio de leis e
decretos, à sociedade inteira. É o processo de integração
dos indivíduos em um grupo.
Em Sociologia, socialização é o processo pelo qual o
indivíduo, no sentido biológico, é integrado numa
sociedade. Através da socialização o indivíduo desenvolve
o sentimento coletivo da solidariedade social e do espírito
de cooperação., adquirindo os hábitos que o capacitam
para viver numa sociedade .Socialização significa
aprendizagem ou educação, no sentido mais amplo da
palavra, aprendizagem essa que começa na primeira
infância e só termina com a morte doa pessoa. A
socialização implica na adaptação a certos padrões
culturais existentes na sociedade, ou seja, é a tendência
para viver em sociedade, é a civilidade (conjunto de
formalidades, observadas entre si pelos cidadãos, quando
bem educados).

·       Indivíduo e  sociedade.
A visão dicotômica entre indivíduo e sociedade é
fundamental nas Ciências Sociais, e faz parte dos
primórdios do desenvolvimento da Sociologia, que surgiu
em meio a um crescente processo de industrialização
iniciado ainda no século XVIII e que levou ao surgimento
de inúmeros problemas sociais no inicio do século
seguinte, quando surgiu a disciplina. Podemos dizer que as
transformações ocorreram pela transição de uma realidade
rural para um ambiente urbano e industrial. O advento de
estruturas sociais mais complexas fez com que os homens
se vissem na necessidade de compreendê-las. Brota uma
nova ciência que, partindo do instrumental das ciências
naturais e exatas, tenta explicar a realidade, estudando
sistematicamente o comportamento social dos grupos e as
interações humanas. 
Basicamente buscou-se compreender que todas as relações
sociais estão conectadas, formando um todo social, que
chamamos de sociedade. A passagem de uma sociedade
rural para uma sociedade urbana, com a formação de
grandes cidades, abriu novos espaços de sociabilidade, em
que conviveram pessoas diferentes e estranhas umas às
outras, com objetivos e motivações distintas. Esses novos
espaços substituíram os espaços tradicionais de relações.
Essa transição é essencial para compreender a sociologia.
O rápido processo de urbanização provocou a degradação
do espaço urbano anterior, do meio ambiente, e a
destruição dos valores tradicionais. As indústrias atraíram
as populações rurais para as cidades.
       Consciência coletiva.
A consciência coletiva, segundo Émile Durkheim 
(sociólogo francês, 1858-1917), é a força coletiva exercida
sobre um indivíduo, que faz com que este aja e viva de
acordo com as normas da sociedade  na qual está inserido.
Assim como na vida mental, a consciência coletiva é feita
de representações que transcendem a esfera individual,
por sua superioridade e atua com força sobre as
consciências individuais. A consciência coletiva é  fruto de
pequenas contribuições individuais, que juntas, formam o
todo, não sendo fruto de teorias metafísicas, mas de fatos
sociais reais.
Segundo Durkheim, existem duas consciências distintas
em cada indivíduo: uma é aquela que se confunde com o
todo da sociedade e ajuda a formá-la, a outra é a que cada
pessoa tem de particular e que a faz um indivíduo
diferente dos demais, apesar de fazer  parte do todo. Nessa
concepção, fica claro que em uma sociedade o todo
não é apenas o resultado da soma de cada uma de suas
partes, mas algo distinto delas. Para Durkheim, a
consciência coletiva é o conjunto de crenças e de
sentimentos comuns à média da população  de uma
determinada sociedade, formando um sistema com vida
própria, que exerce uma força coercitiva sobre seus
membros, como o devoto que, ao nascer, já encontra as
crenças e práticas religiosas estruturadas e em plena
atividade. Se estas práticas já existem, é porque estão fora
dele, mas mesmo assim, exercem influência sobre seu
comportamento e crenças. É um sistema que existe fora do
indivíduo, mas que o controla pela pressão moral e
psicológica, ditando as maneiras como a sociedade espera
que se comporte.
A própria educação dada às crianças consiste, ainda
segundo Durkheim, em um sistema  de consciência
coletiva, uma vez que as forçamos a comer, beber, vestir-se
e falar de acordo com as normas e padrões vigentes na
sociedade em que estamos inseridos. Qualquer desvio dos
padrões dessa sociedade, pode provocar o isolamento do
indivíduo, comparável a uma pena imposta por lei. Essa
pressão sofrida pela criança, é a pressão da sociedade
tentando moldá-la à sua imagem e semelhança.
O indivíduo se submete à sociedade e é nessa submissão
que ele encontra abrigo. A sociedade que o força a seguir
determinados padrões, é a mesma que o protege e o faz
sentir-se como parte de um todo estruturado e coeso. Essa
dependência da sociedade traz consigo o conforto de
pertencer a um grupo, um povo, um país. Nesse sentido,
não há contradição alguma na relação submissão-
libertação.
 

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