VOL.

01 JANEIRO
2017

TDAH

O Transtorno de
Déficit de
Atenção na
Escola
Propostas de trabalho em
sala de aula
PÁGINA 12
 A SABIAMENTE NASCEU DE UM PROJETO QUE FOI
DESENVOLVIDO NA PRÁTICA POR 20 ANOS. ESTA RICA
EXPERIÊNCIA NOS LEVOU A ANALISAR COMO OBTER
MELHORES RESULTADOS NOS ATENDIMENTOS COM BEBÊS,
CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS.

DIFERENCIAL: ACREDITAMOS QUE, NAS TERAPIAS COM

CRIANÇAS, PARA QUE O RESULTADO ACONTEÇA MAIS RÁPIDO,
É NECESSÁRIO ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NO
PROCESSO. NÓS FAZEMOS ESTA PONTE.

MISSÃO E VALORES: PRESTAR UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA,

COM PROFISSIONAIS QUE, ALÉM DE MUITO BEM PREPARADOS
ACADEMICAMENTE, ACIMA DE TUDO AMAM O QUE FAZEM.
PRATICANDO O JURAMENTO DE NOSSAS PROFISSÕES:

O SER HUMANO SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR.

Alessandra Bizeli

Pedagoga - Unopar
Psicopedagoga - Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia (Abpp
13466)
Mestre em saúde da criança e do adolescente - UNICAMP
Especialista em Reabilitação Neuropsicológica - IPAF
Mediadora de Pei (Programa de Enriquecimento Instrumental) pelo
International Institute for the Enhancement of Learning Potential de
Feuerstein (Israel)
Capacitação na Escala Bayley de Desenvolvimento Infantil - Universidade
Metodista
Extensão em Psicanálise UNIFEV e Intituto Sedes Sapientae
Livro: Bebês prematuros: atenção e cuidados, lançado em outubro de 2016
Coordenadora da clínica SabiaMente
Currículo Lattes (CNPq): 5026093807792165

endereço redes sociais

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(esquina R. Itapeti) facebook/clinicasabiamente
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02 Quem somos

04 TDAH na escola

06 Plasticidade cerebral

08 Comportamento e aprendizagem

12 Proposta de trabalho em sala de aula

14 7 dicas de sucesso para sala de aula

15 Trabalhando com alunos desatentos

17 Sugestões de intervenções para alunos

hiperativos

18 A difícil tarefa de ensinar alunos

impulsivos

19 Referências bibliográficas
JANEIRO 2017 TDAH NA ESCOLA

TRANSTORNO DE DÉFICIT Em sala de aula,

DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE
Reportagem Alessandra Bizeli
Foto Google
O Brasil, assim como o mundo, enfrenta um
grande desafio no segmento educacional,
que é lidar com os distúrbios de
aprendizagem. Um dos mais comuns é o
Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade, o TDAH, um transtorno
neurobiológico, com sintomas de
desatenção, hiperatividade – impulsividade,
ou mistos.
 Cerca de 5 % das crianças e adolescentes
em idade escolar sofrem com o TDAH,
comprometendo a aprendizagem e
consequentemente os resultados
acadêmicos. Em sala de aula, os  valores, juntando com alguns alunos com
ensinar alunos
desatentos,
impulsivos e
inquietos não é uma
tarefa fácil
 professores precisam de intervenções
educativas apropriadas para estes alunos, a
fim de promover e otimizar o processo de
aprendizagem. “Não aguento
Não é nada fácil para eles, que tem que
mais levar
ensinar muitas crianças ao mesmo tempo,
cada uma com sua especificidade e
bronca em casa
singularidade, se deparando com porque perco
dificuldades comportamentais, familiares e
sociais. Muitas vezes se deparam com meu material”
resistências dos alunos a aprender.
Felipe, 13 anos. Diagnosticado com
TDAH combinado
E imagine este cenário complexo de ideais e
 
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 TDAH NA ESCOLA CLÍNICA SABIAMENTE JANEIRO 2017

necessidades educacionais específicas!
 Sabemos que a inclusão precisa ser feita.
Rosana Santos, coordenadora de um colégio
em Santo André, na grande São Paulo,
afirma:  “nem sempre os professores estão
preparados para a inclusão, pois o
conhecimento necessário vai muito além do
que aprendemos nos cursos de graduação.
Necessitamos de formação específica para
lidarmos com os diversos tipos de
transtornos de aprendizagem”.
o TDAH. Segundo dados epidemiológicos,
uma a cada 30 crianças pode apresentar o
transtorno.
 
Muitas crianças e adolescentes são
hiperativos ou parecem não conseguir
prestar atenção na aula, mas não tem
diagnóstico. Nestes casos professores ficam
sem saber se é devido ao transtorno de
aprendizagem, ou a outras questões
de ordem comportamental.
enfrentarmos estes problemas juntos aos
profissionais especialistas como
psicopedagogo, neuropediatra,
fonoaudiólogo, neuropsicólogo, psicanalistas,
entre outros.
Há situações que o professor, por melhor que
seja não conseguirá mudar comportamentos,
pois eles têm raízes neurobiológicas
profundas e precisa de intervenções
específicas em determinadas áreas cerebrais.

TRANSTORNO MAIS COMUM EM
SALA DE AULA
Dentre os transtornos de aprendizagem, um
dos que mais encontramos em sala de aula é
Independentemente do diagnóstico, é fato de Há também os alunos que têm o diagnóstico,
que uma criança hiperativa ou desatenta mas não fazem acompanhamento, a família
dentro da sala de aula deixa a tarefa do não se envolve com a aprendizagem da
professor mais difícil. Mas diante disso o que criança. Famílias que não fazem parceria com
 fazer? A solução é buscar capacitação para  a escola na difícil arte de educar.

“Nem sempre os
professores
estão
preparados
para a inclusão,
pois o
conhecimento
necessário vai
muito além do
que aprendemos
nos cursos de
graduação”

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Plasticidade
cerebral
Neurociência

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 CLÍNICA SABIAMENTE
NEURO
DESENVOL
VIMENTO
Estudos relatam que pessoas com TDAH
apresentam disfunção do Lobo Pré-
Frontal, o que pode explicar muitos dos
comportamentos manifestos. As
disfunções nas áreas do Lobo Pré-Frontal
podem afetar o sistema motor, provocar
déficits nas funções cognitivas, afetivas,
comportamentais e sociais, decréscimo na
inibição do impulso e controle, dificuldade
em focar e sustentar a atenção, aumento
da atividade motora e impulsividade,
prejuízo das funções executivas e
incapacidade de planejar, especialmente
se o objetivo exigir pensamento abstrato.
As regiões cerebrais não são estanques e
independentes umas das outras, pelo
contrário, estão o tempo todo interagindo
entre si, para desempenhar as diversas
funções do nosso cérebro.
O lobo frontal é o principal responsável
pela ativação da memória, atenção,  necessita prestar atenção na aula.
inibição de comportamentos,
planejamento e resolução de problemas.
Lopes e colaboradores mostram em
estudos com técnicas de neuro-imagem
que pessoas com TDAH apresentam
disfunção da função executiva do lobo
frontal, que é responsável por iniciar,
manter, inibir e desviar a atenção.
Uma das maiores descobertas da ciência
sobre nosso cérebro foi a
neuroplasticidade, que é a capacidade do
sistema nervoso de se modificar, moldar e
adaptar sua estrutura ao longo de seu
desenvolvimento e quando vivencia novas
experiências.
Em alunos com o TDAH esta região está
mais imatura. Funções que para muitos é
realizada automaticamente, estes alunos
têm muita dificuldade, pois é como se
faltasse um djuntor para desligar ou ligar a
chavinha. É o caso da atenção seletiva, que
o cérebro normal automaticamente retira
seu foco atencional de barulhos não
importantes para o momento e seleciona
apenas o que necessita para realizar
determinada tarefa. O cérebro de uma
pessoa com TDAH tem dificuldade em
eleger quais estímulos são importantes e
fazer a seletividade, ou seja, é como se o
som da rua, das conversas dos colegas e da
voz do professor tivesse a mesma
importância no momento em que
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 CLÍNICA SABIAMENTE

Comportamento
&
Aprendizagem
POR ALESSANDRA BIZELI

Pedagoga, Psicopedagoga, Psicanalista, Mediadora de PEI

Mestre em saúde da criança e do adolescente pela UNICAMP

É importante que os professores discurso alheio e em atividades dificuldade de organização em

conheçam como os
comportamentos em alunos
com TDAH interferem em sua
rotina em sala de aula e no meio
familiar, para que assim possa
intervir. Para isto, vamos
primeiramente entender a
função de atenção e quando há
disfunção, a hiperatividade ou
aumento da atividade motora e
a impulsividade.
O Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos
mentais (DSM – V), descreve
quais são os comportamentos
manifestos em pessoas com o
TDAH.
Desatenção: manifesta-se por
mudanças frequentes de   controlar o impulso de agir,
lúdicas, distração durante
conversas e tarefas tanto
escolares como profissionais,
descumprimento de regras em
atividades lúdicas, alternância
constante de tarefas, com
relutância em atividades que
exijam muito esforço mental e
organização.
Hiperatividade: agitação e
movimentação excessiva tanto
diurna quanto noturna,
dificuldades em ficar sentado e
brincar de maneira silenciosa,
falando em demasia.
Impulsividade: mudança e troca
de atividades, dificuldade em
trabalhos escolares e de
aguardar sua vez em situações
lúdicas ou em grupo,
interrompendo ou
intrometendo-se nos assuntos e
brincadeiras alheias e
necessidade de supervisão.
Olhando para a esfera do TDAH
encontramos dois problemas,
um primário, que  é a
incapacidade de sustentar a
atenção juntamente com a
 dificuldade em conter,
controlar ou inibir os impulsos,
tendo como decorrência disso e
secundariamente, a dificuldade
para seguir regras e instruções,
ainda mais quando tem que
lidar com variabilidade de
respostas.

"O desenvolvimento cognitivo, comportamento e rítmo de aprendizagem

são diferentes nas crianças com o TDAH", afirma a pesquisadora Josiane
Tonelotto, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

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 CLÍNICA SABIAMENTE
Atenção
Para entender o que é desatenção, iremos definir
primeiramente o que é atenção:
"é o ato de focalizar a
consciência, concentrando
os processos mentais em
uma única tarefa,
deixando de lado
estímulos alheios"
O mecanismo de atenção representa uma das
principais funções mentais, sendo atividade
imprescindível ao ser humano e condição prévia
para a aprendizagem, presente mesmo em
tarefas muito simples do dia-a-dia, como por
exemplo, dirigir um automóvel, assistir um filme,
etc., ou seja, a função atencional relaciona tanto
a entrada da informação quanto a execução de
tarefas complexas.
A todo momento, temos que selecionar dentre os
estímulos, aquele que mais nos convir. Um bom
exemplo de como selecionamos os estímulos, é
conseguir ler um livro em meio a um parque
cheio de crianças brincando. Neste caso,
selecionamos e direcionamos a nossa atenção
para o livro e deixamos de prestar atenção nas
brincadeiras das crianças, ou seja, focalizamos
nossa consciência por meio dos processos
mentais em uma única tarefa deixando as demais
em segundo plano. Isto não quer dizer que
demais estímulos não existam, mas que elegemos
um estímulo e desprezamos os outros.
Pessoas com déficit atencional têm mais
dificuldade em selecionar um estímulo em
detrimento de outro. Agem como se todos fossem
importantes e são incapazes de inibir ou
selecionar estímulos que não correspondem ao
interesse e as tarefas imediatas. Por isso que o
aluno TDAH distrai-se com barulhos alheios às
tarefas como, por exemplo, um passarinho
cantando no jardim. Para esses alunos todos os
estímulos estão em ação na maior parte do
tempo e é por isso que apresentam tanta
dificuldade de atenção e concentração.
Desenvolvimento
da Atenção
A função da atenção vai se constituindo ao
longo da vida, tornando-se cada vez mais
complexa. De origem biológica e presente
desde os primeiros anos de vida, a atenção
involuntaria, é atraída fortemente pelos
estímulos externos, com o desenvolvimento
maturacional e social, é desenvolvida a atenção
voluntária, e relacionada à capacidade de
responder às instruções orais, mesmo diante de
estímulos distrativos.
Do nascimento aos dois anos de idade, não há
controle voluntário da atenção, sendo dirigida e
controlada pelos estímulos. O controle
voluntário inicia-se dos 2 aos 5 anos de idade,
quando a criança, em alguns aspectos da
estimulação, consegue concentrar-se de forma
seletiva, porém ainda, sua atenção é dominada
pelas características mais ressaltantes do
estímulo e com atenção dirigida para o exterior.
Somente após os 6 anos, a criança passa a
controlar a atenção internamente, sendo capaz
de selecionar os estímulos que considera
relevantes.
O processo de atenção tem relação com a
memória, com a história prévia do sujeito em
questão, com o significado emocional e pessoal
de cada estímulo, bem como com as
expectativas geradas em cada estímulo, de
eventos que ocorrem futuramente e das ações
atuais.
Tipos de atenção
Sustentada:
A atenção sustentada ocorre quando o
indivíduo se mantém num estado de prontidão
por longo período de tempo, para detectar e
responder a alterações específicas nos
estímulos.
Dividida
A atenção dividida trata-se da capacidade
do indivíduo para desempenhar mais de uma
tarefa simultaneamente.
Seletiva
A atenção seletiva é a capacidade de se
direcionar a atenção para uma determinada
parte do ambiente, enquanto os demais
estímulos à sua volta são ignorados.
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 CLÍNICA SABIAMENTE
Hiperatividade
A hiperatividade caracteriza-se por atividade
excessiva ou patológica. Pode manifestar-se logo
na primeira infância. Alguns pais observam em
seu bebê, quando começa a engatinhar, excesso
da atividade motora, mas é com a entrada na
escola, que os sintomas são mais perceptíveis,
inclusive com maior relevância devido a
comprometimentos funcionais.
Outra questão que pode ser observada é no
período de alfabetização, em que estas crianças
apresentam atrasos no desenvolvimento da
linguagem oral e trocas de letras.
As manifestações comportamentais das crianças
e/ou adolescentes com sintomas de
hiperatividade são: inquietações com pés e mãos
e agitações constantes. Na escola apresentam
dificuldade em manter-se quieto no seu lugar em
sala de aula, em concentrar-se e realizar as
tarefas de maneira silenciosa, dificuldade em
aguardar a vez, responder perguntas antes que
tenham sido terminadas interrompendo a
professora, atividades e diálogos.
Crianças ou adolescentes hiperativos modificam
também o meio familiar, deixando pais quase
loucos no momento de realizar os deveres de
casa e refeições. A mãe de um menino de 13 anos
me relata que ele interfere nas conversas onde
não é oportuno, tem dificuldade em aguardar a
vez, que sua fala é acelerada.
É comum estes alunos apresentarem tarefas
escolares inacabadas e desorganizadas, com
trocas e omissões de fonemas.
 
"Eu tento ficar quieto,
mas tem uma coisa dentro
de mim que não me deixa.
Queria muito ser como os
outros meninos"
Pedro H. 13 anos.
Aluno do Ensino Fundamental
Impulsividade
É definida como um comportamento em que o
indivíduo toma decisões sem considerar as
consequências, não controlando pensamentos e
comportamentos.
"Impulsividade é a
incapacidade de inibir os
impulsos"
Para o psicólogo behaviorista norte-americano,
Skinner, o autocontrole são ações tomadas pelo
indivíduo com objetivo de controlar seu próprio
comportamento, sendo que, a resposta
controladora altera a possibilidade de ocorrência
de uma segunda resposta, denominada resposta
controlada. Em seu livro Ciência
e Comportamento Humano, ele afirma: “com
frequência, o indivíduo passa a controlar parte de
seu próprio comportamento quando uma
resposta tem consequências que provocam
conflitos – quando leva tanto a reforçamento
positivo quanto a negativo”.
De modo geral, todas as crianças desde os
primeiros anos de vida, recebem informações e
orientações do pais ou responsáveis relacionadas
ao que devem e podem ou não fazer. São os pais
ou responsáveis que com isso, controlam o
comportamento da criança inserindo as regras e
as normas sociais, controlando assim o desejo da
criança. Só mais tarde, com o desenvolvimento,
as normas externas são internalizadas dando
lugar ao autocontrole e autonomia.
Segundo o grande epistemólogo Jean Piaget,
para atingir a autonomia, a criança passa por
etapas, iniciando com o realismo moral, em que
há coação do adulto, ou seja, uma fase
heteronômica, passando pela fase de
interiorização e generalização das regras e
ordens, até chegar na autonomia propriamente
dita, que caracteriza-se pela independência e
cooperação.
As crianças hiperativas têm mais dificuldade com
o autocontrole, observando tendências à
imediata satisfação dos desejos juntamente com
a intolerância à frustração. O comportamento
impulsivo tem algumas manifestações como
dificuldade frequente para aguardar sua vez, com
frequentes interrupções e intromissões em
assuntos e brincadeiras alheias.
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 CLÍNICA SABIAMENTE

Em sala de aula, os impulsivos podem dar respostas

precipitadas, até mesmo antes que as perguntas • Se mexe e se contorce na cadeira;
tenham sido formuladas, ocasionando erros.
• Age sem pensar (é impulsivo);
O professor deve estar atento, verificando que estes
erros cometidos são devido à falta de • Parece estar sempre “a todo
aprendizagem do conteúdo ensinado ou devido ao
comportamento impulsivo para responder. vapor” ou “ligado nos 220 volts”;
As crianças e adolescentes impulsivos também • Mexe mãos e pés constantemente
podem apresentar dificuldades de relacionamentos
com seus pares, muitas vezes não respeitando o (é inquieto);
direito dos colegas, não esperando sua vez.
• Levanta-se frequentemente da
Muitas vezes acabam entrando em mais situações
de conflito com colegas, em discussões e brigas na carteira;
escola, devido justamente à dificuldade que têm
para controlar ou inibir o impulso. • Atrapalha o professor com
Outra questão importante é que a impulsividade barulhos diferentes;
pode estar significativamente associada ao abuso
de drogas licitas, ilícitas e comportamentos de • Age imprudentemente;
risco.
• Tem sempre muita pressa;
A hiperatividade e a impulsividade têm alguns
comportamentos em comum, como: • Muda muito de lugar e de
postura.
CAPA

PROPOSTA :
TRABALHO EM
SALA DE AULA
DESTINADO À TODAS AS IDADES

SANDRA RIEF,  PEDAGOGA COM ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO

ESPECIAL E RECURSOS DE APRENDIZAGEM, PROPÕE UM PROGRAMA
QUE DENOMINOU COMO INOVADOR, PARA SER USADO EM SALA DE
AULA, O QUAL MODIFICA VÁRIOS ASPECTOS NO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM DE  ALUNO COM TDAH.

PROPOSTA INOVADORA
 CLÍNICA SABIAMENTE

O grande desafio atual é como trabalhar em sala de aula com alunos que apresentam
o TDAH. É importante que professores estabeleçam objetivos realistas a serem
alcançados, mantendo as expectativas dentro das possibilidades desses alunos.

Sandra Rief afirma que para que o programa funcione, deve conter algumas
adaptações curriculares. Ele contém objetivos claros, conteúdos, metodologias,
recursos humanos, e processos de avaliação. Segue abaixo o programa

Objetivos: considerar a Metodologia: é importante que o

necessidade de cada aluno, sempre
fazendo com que ao mesmo tempo
haja integração com os outros
alunos, ou seja, individualização e
integração.
Conteúdos: além dos conteúdos
acadêmicos é necessário abordar
os de ordem moral, visando o
desenvolvimento do aluno
globalmente, abrangendo todas as
áreas do desenvolvimento
humano: cognitiva, afetiva,
motora e social. Eles devem ser
contextualizados fazendo com que
o aluno veja sentido em aprender.
aluno participe do processo de
aprendizagem, como autor deste.
As instruções devem mediar o
aluno a fim de que ele estabeleça
estratégias para a realização das
tarefas que devem ser estruturadas
de maneria simples, sem muitas
complicações e excesso de
explicações. Deve-se utilizar o
maior número de materiais
didáticos para incentivar a
aprendizagem e melhorar a
comunicação professor-aluno.
Confluir diversas atividades ao
mesmo tempo, o que permitirá que
cada aluno a realize em seu ritmo.

Avaliação: dar ênfase ao processo de aprendizagem, comparando cada

aluno com ele mesmo, com provas somativas. Não centrar-se apenas em
trabalhos escritos, mas também nas formas orais.

"É importante que o aluno participe do processo de aprendizagem"

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 CLÍNICA SABIAMENTE

7 DICAS DE
SUCESSO PARA
SALA DE AULA
Com nossa experiência de mais de 10 anos fazendo
intervenções em alunos com Déficit de Atenção e
Hiperatividade, elaboramos estas 7 dicas para ajudar  o
professor na sala de aula

Por Alessandra Bizeli - Psicopedagoga

PARA MANTER A ATENÇÃO

1

Use a criatividade, contextualizando o

assunto para que o aluno consiga identificar
a sua importância, abuse dos gráficos, sinais
auditivos, técnicas de questionamentos
orais, canetas e marca textos coloridos.

ORGANIZAÇÃO SALA DE AULA

2 COMUNICAÇÃO
5

Mantenha o aluno sentado nas primeiras
carteiras, deixando em cima da carteira
apenas o material necessário para realizar
as atividades, evite que ele sente próximo à
janelas e portas.
Use comandos e instruções claras e breves.
Em atividades de avaliação evite enunciados
complexos e longos. Use melodias e ritmos,
sinais, elogios e reforço para períodos de
transição.   

TAREFAS DE CASA
3 USE ESTÍMULOS SENSORIAIS 6

Para garantir que o aluno faça a tarefa

Abuse de atividades e aulas com estímulos
visuais, auditivos e cinestésicos, pois
auxiliam na manutenção da atenção. Use
recursos tecnológicos (tablets e
computadores, entre outros).
completa, divida-a em blocos, deixando por
último a de sua preferência. Oriente que as
tarefas sejam realizadas em local
apropriado (nunca deitado na cama).

7
INCENTIVE O ESPORTE
4
APRENDIZADO PARTICIPATIVO Atividades físicas são excelentes para
ensinar o aluno a controlar sua
Implante sistema de monitoria, em que o impulsividade. Muitos alunos encontram
aluno com TDAH possa ensinar outros nestas atividades uma oportunidade para
alunos. Faça equipe de estudos. Estimule a se destacar, levantando a autoestima
pesquisa prévia sobre o assunto a ser abalada por notas baixas e rendimento
abordado em sala de aula. inferior em sala de aula.

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Trabalhando com alunos
desatentos
POR ALESSANDRA SARTORI
Os alunos que apresentam
dificuldade da função
atencional, geralmente não
prestam muita atenção aos
detalhes, o que pode causar
erros não pela incapacidade de
resolver um exercício, mas por
falta de atenção, um  exemplo
disso é ele não se atentar ao
sinal da operação, resolvendo
uma operação de adição no
lugar de subtração.
Também pode apresentar um
trabalho escolar confuso,
desordenado, causando ao
professor a sensação de que o
CLÍNICA SABIAMENTE
aluno não teve preocupação e
cuidado para realizá-lo. Outra
atitude é que, seus materiais
escolares, tão importantes para
a realização dos trabalhos,
ficam espalhados, são
manuseados com descuido e
danificados com frequência,
causando  a impressão de
bagunça e desleixo.
Atividades que exigem esforço
mental durante um longo tempo
são evitadas ou deixadas de lado
sem que sejam acabadas, pois
exigem concentração e tempo
para pensar, coisas que os   dificultando a comunicação.
alunos com TDAH evitam. Além
do que, parecem estar sempre
no “mundo da lua”, esquecendo-
se de tudo: casacos, tarefas e
trabalhos de casa, materiais
escolares, etc.
Socialmente, não prestam
atenção às regras de jogos ou
atividades, dando a impressão
de opositores. São distraídos em
relação ao que os outros dizem,
parecem nunca estar prestando
atenção ao outro, também
 mudam constantemente o
assunto em uma conversar,
 CLÍNICA SABIAMENTE

Alunos desatentos
A atenção é uma das funções mais importantes que influenciam diretamente a
aprendizagem, estando presente desde as tarefas diárias e simples às mais complexas.
Destacamos algumas intervenções para manter a atenção em atividades diárias:

Algumas dessas
intervenções são
- Dividir as tarefas em partes pequenas, assim ela bastante fáceis e
poderá ser realizada em intervalos de tempos diferentes, podem adequar-se
sem que pule pedaços por ser muito extensa; tanto em casa quanto
- Alterar tarefas de pouco e muito interesse; em sala de aula.
Inovar com novidades, principalmente nas tarefas que
Devido à constante
exigem maior esforço mental;
necessidade de
- Diminuir a quantidade de tarefas, e explicações sobre envolver-se em
elas; tarefas simultâneas,
- Dar instruções de forma verbal, concisa e global; associada à
- Priorizar tarefas dirigidas; desatenção, muitas
- Tornar as tarefas mais interessantes, podendo ser crianças e
executadas em pequenos grupos; adolescentes preferem
fazer suas “lições de
- Fazer jogos sempre que possível para incentivar a
casa” com a televisão
aprendizagem. ligada ou ouvindo
música.

Ao contrário do que muitos professores e pais pensam, a televisão ou a música ajudam

este aluno a aumentar o tempo da atenção em uma mesma tarefa, pois aumentam o
tempo de concentração. Isto acontece devido ao fato de que o cérebro desses alunos tem
maior facilidade para alternar os estímulos, já que para este cérebro, todos os estímulos
são importantes.

Salientamos que, principalmente na infância, os pais atuem com mais intensidade

lembrando os filhos de compromissos escolares como tarefas diárias, organização dos
materiais e planejamento.

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 CLÍNICA SABIAMENTE

Sugestões de intervenções para sala

de aula com alunos hiperativos
Algumas atitudes em sala de aula podem auxiliar na contenção da atividade motora intensa nestes
alunos. O quadro abaixo sugere algumas intervenções que podem auxiliar os professores  nos
casos em que a hiperatividade causa prejuízos disfuncionais:

- Quando há grande - Em sala de aula, permitir que o

quantidade de tarefa a ser
feita, mediar o aluno para que
ele consiga concluir
com êxito controlando
seus impulsos;
- Incentivar movimentos
dirigidos ao detrimento dos
comportamentos diruptivo;
aluno levante-se da carteira
quando termina a tarefa ou se
estiver muito agitado interromper
a atividade por alguns segundos,
como por exemplo, pedir ao
aluno para que lhe faça algum
favor;

- Priorizar atividades que

possam usar o corpo de forma
ativa, falar, auxiliar o professor,
- Trabalhar em grupo, fazendo
entre outros.
com que o aluno hiperativo
necessite explicar alguns
pontos da matéria aos seus
- Incentivar atividades de
colegas de sala;
linguagem escrita, redações e
- Usar atividades como
pintura.
recompensa;

"Hiperatividade manifesta-se com atividade

corporal excessiva e desorganizada"
WWW.SABIAM.COM.BR |  17
A difícil tarefa de ensinar
alunos impulsivos
Quem é impulsivo já sabe como acontece. Primeiro
responde, depois pensa e muitas vezes se arrependem,
o que pode causar prejuízos para ele e outras pessoas.
A impulsividade pode ser um dos sintomas que fazem
parte do quadro de quem tem TDAH, que tem um
cérebro com dificuldade para inibir os impulsos. Por isso
estes alunos têm dificuldade para adiar as
recompensas, deixando ainda mais difícil sua vida
acadêmica e de seu professor.
Estudos apontam que os alunos com TDAH
apresentam notas abaixo do que sua capacidade
cognitiva, pois sua inteligência é na média ou
acima, têm mais chances de necessitar de
intervenções psicopedagógicas, apoio escolar,
aulas particulares, reforço escolar, entre outros.
Abaixo destacamos algumas instruções que
podem ser usadas em sala de aula com estes
alunos.

- Antes que o aluno inicie as atividades, orientá-lo para que ele

realce as palavras chaves com lápis ou canetas coloridas,
destacando as informações relevantes;
- Mostre e encoraje-o sobre a importância de tomar nota das
palavras-chaves, o que ajudará no momento de recordar o
conteúdo, facilitando inclusive as lições de casa;
- Realize atividades usando argila e/ou massa de modelar;
- Estimule atividades de organização;
- Ensine crianças que interrompem sobre a importância de
esperar, a reconhecer pausas nas conversações e como colocar
suas ideias;
- Incentive rotinas sociais.
- Mantenha atividades extras para serem solicitadas enquanto o
aluno espera os outros terminarem suas lições. Isto o
mantém ocupado ao invés de atrapalhar outro aluno.

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 Referências Bibliográficas
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais. 5 ed. Texto revisado
DSM-IV-TR-TR. Porto Alegre: Artmed., 2014
AUGUST, G. J.; OSTRANDER, R.; BLOOMQUIST, M. J.
Attention deficit hyperactivity disorder: an epidemiological
screening methods. American Journal of Orthopsychiatry,
Minneapolis, v. 62, n. 3, p. 387-396, jul, 1992.
BARKLEY, R. A. Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade (TDAH): guia completo para pais,
professores e profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed,
2002. 328 p.
BARKLEY, R. A. (Org). Transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade- manual para diagnóstico e
tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. 784 p.
BENCZIK, E. B. P; BROMBERG, M. C. Intervenções na
escola. In: ROHDE, L. A.; MATTOS, P. Princípios e práticas
em transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, Porto
Alegre: Artmed, 2003, p. 199-218.
BENCZIK, E. B. P. Manual da escala de transtorno de déficit
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