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INTRODUÇÃO

A vivência diária, o apoio emocional dos fa- piritualidade, ter direito à aprendizagem
miliares e, principalmente, as habilidades bíblica e experimentar diferentes vivên-
cognitivas do indivíduo, transformam cada cias que o programa da Escola Sabatina
um de nós em um ser único com relação à pode proporcionar.
aprendizagem.
Por mais eficaz que seja a matriz de refe-
Além da capacidade cognitiva e das rência aplicada na programação da escola
oportunidades de aprendizagem (método sabatina, é de fundamental importância
de ensino, aprendizagem pela observa- destacar o papel da família e sua interação
ção e exemplo das pessoas com quem o nas atividades da escola sabatina.
sujeito convive), a motivação individual
tem alto potencial para influenciar o jeito A primeira escola da criança, é a família,
de cada um aprender. Deus confiou aos pais a tarefas ensinar
as primeiras lições de amor e segurança.
Um transtorno da aprendizagem pode ser Também é no lar que a criança desenvolve
específico, fazendo com que um indivíduo o conceito do amor de Deus, reverência e
tenha dificuldades em alguns aspectos obediência.
particulares do seu funcionamento. Assim,
o reconhecimento de pequenos avanços e O ministério da criança precisa atuar em
a recompensa por eles é fundamental para parceira com os pais, porque eles possuem
que o indivíduo continue se esforçando. um conjunto de informações sobre a crian-
ça. O diálogo e interação com os pais pode
Desse modo, fornecer a cada criança ou facilitar a adaptação da criança na unidade
adolescente uma estratégia individual da escola sabatina.
mais adequada para o seu modo particular
de aprender pode demandar mais esforço, São os pais que conhecem o que a
mas vale a pena para todos. Neste docu- criança gosta. Eles podem pontuar o que a
mento vamos abordar as características irrita ou o que a faz entrar em crise. Con-
específicas do Transtorno do Espectro siderar essas informações prévias, ajudará
Autista (TEA) e relacionar questões os professores a delinear alguns dos refor-
práticas que podem auxiliar o professor, çadores descritos nesse guia.
os líderes do Ministério da Criança e do
Adolescente e as famílias. A interação dos professores da escola sa-
batina com a família favorece o desenvolvi-
Como educadores cristãos torna-se ne- mento de aprendizagem da criança. É im-
cessário acompanhar os estudos sobre portante construir um diálogo colaborativo
esta temática para que, na Escola Sabatina e vínculos afetivos, porque é por meio dos
e nos cultos regulares da igreja, crianças e pais e dos professores da escola sabatina
adolescentes com Transtorno do Espectro que a criança entenderá o amor de Deus.
Autista (TEA) possam desenvolver sua es-
Autismo e TID (Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento) são rótulos usados para
indivíduos que exibem certos tipos de dé-
tornar obcecadas por um determinado
ficits e excessos comportamentais e de
brinquedo ou objeto (repetir a mesma
desenvolvimento. Na verdade, “autismo” é
coisa sem parar).
um diagnóstico observacional dado a um
conjunto de comportamentos. Mais recen-
temente tem sido usado o termo “Transtor-
PROCESSAMENTO VISUAL E
no do Espectro Autista”. AUDITIVO:
Esses sentidos podem ser pouco reativos,
Para ajudar crianças e adolescentes a com resposta nula ou pequena a pistas vi-
aprender e progredir, nós precisamos nos suais ou auditivas, ou podem ser hipersen-
dedicar a alguns dos desafios específicos síveis a uma série de sons e estímulos vi-
que esses sujeitos apresentam (Natio- suais, que podem ser muito perturbadores
nal Institute of Mental Health, 2006), tais para elas. Assim, podem precisar de uma
como: adaptação muito gradual aos ambientes
comuns de ensino, na medida em que sua
tolerância aumentar. Às vezes torna-se
COMUNICAÇÃO: Podem apresentar
necessário, inicialmente, trabalhar em um
pequena ou nenhuma linguagem expres-
ambiente muito controlado, com um míni-
siva (fala) ou receptiva (compreensão), po-
mo de estímulos visuais e auditivos.
dem ser ecolálicas (repetindo palavras ou
frases) ou mesmo ter um modo peculiar
de falar (podem estar fixados em um as- AUTOESTIMULAÇÃO:
sunto ou apresentar tom ou volume de voz Podem se engajar em comportamentos de
estranhos). autoestimulação, que podem ser reconfor-
tantes e previsíveis para elas. O compor-
tamento pode envolver o corpo todo (ba-
HABILIDADES SOCIAIS:
lançar o corpo, abanar as mãos, girar em
Podem evitar totalmente o contato social
círculos etc.), usar brinquedos de forma
ou serem desajeitadas ou inseguras na in-
incomum ou inadequada, ter obsessões
teração social.
– como precisar que pessoas e objetos fi-
quem sempre no mesmo lugar ou que os
HABILIDADES PARA BRINCAR:
acontecimentos sigam um padrão previ-
Deixadas por sua conta, podem não ex-
sível.
plorar ou brincar com os brinquedos da
mesma maneira que faria uma criança com
um desenvolvimento típico ou podem se
REFORÇADORES INCOMUNS:
Reforçadores eficazes para crianças com
desenvolvimento típico, tais como elogios
e aprovação, podem não ser eficazes para
crianças com autismo. Elas podem neces-
sitar de reforçadores muito pessoais, com
os quais o educador precisará trabalhar
para motivar a criança ou o adolescente a
aprender.

Por se tratar de um amplo espectro, nem todas as características são


observáveis em todos os sujeitos, os professores e líderes precisam
entender que tais características podem apresentar-se de forma variável
e em intensidade distintas. Evidencia-se a importância de evitar os rótulos
e opiniões do senso comum sobre pessoas com TEA, como sendo sujeitos
que “não interagem com ninguém” ou “que vivem no seu próprio mundo”, pois
tais rótulos podem afastá-los das possibilidades de aprendizagem ativa que
o Currículo Elo da Graça oferece.

DIFICULDADE EM APRENDER PELA OBSERVAÇÃO DO OUTRO

As crianças e adolescentes com autismo de ou comportamento deverá ser espe-


podem não aprender pela observação dos cificamente trabalhada(o) e sistematica-
colegas, pais, irmãos e professores da ma- mente ensinada(o).
neira com que as crianças típicas apren-
dem. Crianças e adolescentes dentro do DESSE MODO:
espectro do autismo normalmente têm di- Conheça mais a fundo as crianças e
ficuldades com as aprendizagens produ- adolescentes que estão sob sua responsa-
zidas durante as atividades e situações do bilidade e leia periódicos sobre educação
cotidiano. Isso significa que cada habilida- para se manter atualizado em relação às
informações mais recentes sobre esses fornecem informações imprecisas sobre
sujeitos. esses indivíduos. Alerte os pais sobre isso,
e diga a eles que são sempre bem- vindos
Lembre-se de que crianças e adolescentes para discutir com você ou outro profissio-
com transtornos se beneficiam mais com nal da comunidade sobre qualquer coisa
estratégias específicas do que aquelas que tenham lido ou ouvido com relação ao
sem transtornos. Isso inclui ser atencio- transtorno do(a) seu/sua filho(a).
so, acolhedor e paciente; ter expectativas
positivas para a aprendizagem; ajudar as
crianças e adolescentes com suas habi- Levando em conta todas ou algumas das
lidades sociais e de comunicação, assim dificuldades acima, dá para entender
como com suas habilidades acadêmicas, e como pode ser difícil para uma criança/
estimular esses indivíduos a alcançarem adolescente autista prestar atenção e
todo o seu potencial. aprender da mesma maneira que uma
criança com desenvolvimento típico faz.
Ajude as crianças e adolescentes sem
transtornos e dificuldades a entenderem De modo geral, crianças/adolescen-
e a aceitarem os indivíduos com algum tes com autismo se beneficiam com um
transtorno. Forneça para as crianças e ambiente bem estruturado, instruções
adolescentes sem dificuldades/transtor- individualizadas e em pequenos grupos
nos informações sobre as crianças e ado- (PUESCHEL; OUTROS, 1995).
lescentes com dificuldades/transtornos e
crie oportunidades para que interajam de
maneiras positivas.
COISAS QUE VOCÊ DEVE
Fale com os pais, não para eles. Enca- SE LEMBRAR AO AJUDAR
re cada encontro com os pais como uma ALGUÉM COM TEA:
oportunidade de aprender mais sobre as
crianças e adolescentes autistas. Conside-
re os pais como parceiros do mesmo nível
seu e de outros profissionais. Estimule os • Aprenda tudo o que puder sobre TEA.
pais a fazerem perguntas e a expressarem
emoções. Se você não souber a resposta • Seja claro e consistente.
para uma pergunta, diga a eles que irá pro-
curar se informar sobre. • Dicas visuais, vídeos e “treinos sistemáti-
cos” podem ajudar.
Aproxime-se dos pais para manter uma
comunicação eficaz com eles. Diga-lhes • Mantenha as instruções curtas.
como são importantes por ajudarem você
e outros educadores a entender o filho de-
les.

Converse com os pais sobre como a mídia


pode retratar erroneamente indivíduos
com transtornos. Revistas populares, jor-
nais, filmes, televisão e a Internet às vezes
A ROTINA
DETALHADA E
ESTRUTURADA

SOBRE O CONTATO Use figuras para mostrar a estrutura do dia


VISUAL ou período de atividades: certifique-se de
ter uma figura para cada atividade (mesmo
as mais simples, como lavar as mãos;
Não é necessário nem aconselhável iniciar pegar um livro etc.); assim a criança/ado-
atividades com o comando “OLHE PARA lescente vai conseguir entender o que
MIM” ou mesmo ficar chamando o nome da está acontecendo durante aquele período
criança antes de apresentar as instruções. de atividades.
Existem alguns trabalhos muito interes-
santes sobre Habilidades de Relaciona- Rotina: algumas crianças/adolescentes
mento para crianças com autismo. Esses com TEA gostam de uma rotina bem es-
estudos mostraram que solicitar que uma truturada, por isso, quando ocorre alguma
criança estabeleça contato visual ou olhe mudança, eles/elas podem ficar frustra-
no seu rosto pode fazer você sentir-se dos/as e irritados/as. Sendo assim, tente
melhor, já que ela estaria se comportan- manter uma rotina no ambiente; no en-
do como uma criança típica, mas isso não tanto, caso se saiba que alguma mudança
ajuda a criança com TEA. De acordo com ocorrerá, prepare a criança/adolescente
os estudos, fazer uma criança com autis- antes (avise-a com bastante antecedência
mo olhar para você é como ter uma criança para que consiga se habituar à nova ideia).
com dislexia segurando um livro e fingindo
que lê – pode ser a maneira “certa” de se Estímulos visuais: a maioria das crianças/
comportar, mas ela não está obtendo ne- adolescentes com TEA aprende melhor
nhuma informação a respeito. por meio de estímulos visuais, portanto, é
importante usá-los. Por exemplo, figuras
De modo geral, você pode solicitar o conta- em quadros no ambiente podem ajudar a
to visual, de forma suave. Ensine, não force criança/adolescente a deixar a mochila no
e faça de forma sutil, sem pressão; ele/ela lugar certo, fotos de crianças sentadas em
poderá começar por imitação e depois irá círculo perto do professor ajudam a crian-
aprender a importância deste comporta- ça/adolescente a entender o que deve
mento social. fazer.

Faça um quadro com figuras que represen-


tem as regras do ambiente, o que vai ajudar
o sujeito a segui-las. As dicas visuais são
ferramentas muito importantes para o am-
biente.
1- Boas-Vind a
Simplifique: ao dar instruções, assegu- s!
2- Ativid ad es
re-se de ser muito simples, use lingua- Prepa ratória
(Ate nd e m aos s
gem concreta e reporte-se às figuras para a pre ndizes
IMAGINAT IVO
mostrar um modelo concreto do que está S)
falando. 3- O ração e Lo
uvor
4- Lição Bíb li
ca: Vive ncia nd
Não dê muitas instruções de uma vez: a História e E o
stud o d a Bíb li
Para instruções mais complexas, divida-as (Ate nd e m aos a
em partes, oferecendo ao sujeito um passo a pre ndizes
ANALÍ T ICOS)
a passo bem estruturado do que ele deve
fazer. 5- Ap licação
d a Lição
(Ate nd e m aos
a pre ndizes
Evite distrações: sempre que possível, PRAGMÁT ICO
S)
evite ao máximo as distrações. Se o am- 6- Pa rtilha nd
o a Lição
biente estiver muito barulhento, muito (Ate nd e m aos
a pre ndizes
quente ou frio, ou com uma luz muito forte, DINÂM ICOS)
pode ficar ainda mais difícil para o sujeito
7- E nce rra me
se concentrar e sentir-se confortável. nto

Treinamento/Auxílio técnico: durante as


brincadeiras, tente ensinar como ela/ele
deve convidar outra criança/adolescente
para brincar, a maneira de compartilhar e
pegar emprestado as coisas, e como ser
mais flexível sobre onde brincar e sobre
quando é a vez de cada um.
TORNE O AMBIENTE
DE APRENDIZAGEM
COLOCANDO NA PRÁTICA REFORÇADOR

Rotina Elo da Graça: Aproveite as obser-


vações citadas anteriormente e insira na
Antes de tentar ensinar qualquer coisa
rotina já estabelecida no Currículo do Elo
para a criança/adolescente; gaste um bom
da Graça. Por exemplo: marcadores visu-
tempo apenas ficando com ela e pareando-
ais (figuras) ou musicais (músicas breves
-se com reforçadores. Parear, nada mais é
para cada momento) que auxiliem na tran-
do que juntar em par; emparelhar; combi-
sição e compreensão da rotina. O currícu-
nar; comparar-se a; unir-se. Objetiva-se
lo foi planejado para atender diferentes
com pareamento associar e reproduzir um
estilos de aprendizagem Considerando as
padrão, por exemplo: a criança/ adoles-
diferenças individuais e as características
cente visualiza um modelo e com figuras e
próprias dos aprendizes, pode-se sugerir
objetos, iguais ou não, o reproduz. Assim,
os seguintes momentos a cada Escola Sa-
se ela adora assistir vídeos, seja a pessoa
batina:
que faz os vídeos acontecerem; se ela ama
brincadeiras movimentadas, seja a pes- ambiente de aprendizagem lúdico e signi-
soa que fará a brincadeira acontecer. O ficativo; além disso, as propostas apresen-
pareamento funcionará como uma agente tadas têm como meta envolver ativamente
de apoio à inclusão de crianças e/ou ado- as crianças na experiência de aprendiza-
lescentes com TEA nos ambientes, tendo gem, levando em consideração as diversas
como meta reconhecer seus interesses e maneiras pelas quais elas aprendem.
criar vínculos.
Comece com um número menor de ten-
Estabeleça um “atrativo” para a criança/ tativas para cada atividade e aumente
adolescente, de maneira que, quando ela gradativamente. No começo, você prova-
entra no ambiente, haja alguma coisa di- velmente não conseguirá terminar todas
vertida que a atraia para a situação. De- as atividades; mas comece com as mais
pendendo do seu interesse, pode ser um curtas e aumente a duração em função
quebra-cabeça, um livro de colorir, um da capacidade da criança/adolescente. In-
livro de figurinhas adesivas, massinha de tercale tarefas fáceis e difíceis (se todas as
modelar, um jogo etc. Gaste algum tempo tarefas e demandas feitas forem difíceis, o
divertindo-se com a criança/adolescen- valor de fuga vai aumentar, o que significa
te nessa atividade inicial. Lembre-se que que a criança/adolescente vai estar mais
você quer se parear com uma situação re- interessada em sair do que ficar; intercale
forçadora! tarefas difíceis entre outras mais fáceis).

COLOCANDO NA PRÁTICA Como as atividades estruturadas, em cada


encontro da Escola Sabatina, são na forma
Lembre-se, também, que as atividades de histórias e algumas histórias são ensi-
preparatórias inseridas no Currículo do nadas somente quando o conteúdo é con-
Elo da Graça dão ao aluno um motivo para siderado adequado à faixa etária, é pos-
aprender a lição. Como essa seção do cur- sível adaptar as lições com as propostas
rículo busca instigar a imaginação: “Por apresentadas nesse documento e atingir
que devo aprender isto?” busque no Currí- a criança ou o adolescente com TEA de
culo atividades extras para lhe apoiar nes- acordo com a forma pela qual ele/ela tenha
se pareamento inicial. maior facilidade de aprender.

Torne o ambiente de aprendizagem diver-


tido. Não consulte seu relógio e anuncie
que o tempo de brincar acabou e que agora
é hora de trabalhar (fazer alguma atividade
específica). Não tenha medo de parecer ri-
dículo, fazer barulho, cantar, dançar, sujar-
-se e rolar pelo chão. A criança/adolescen-
te terá menos vontade de escapar daquela
situação se ela for divertida e reforçadora.

Lembre-se que um dos principais objeti-


vos do Currículo do Elo da Graça é oferecer
uma aprendizagem ativa, favorecendo um
ESCOLHENDO À medida que você conhece a
REFORÇADORES criança/ adolescente aprenderá
QUE FUNCIONEM quais os seus interesses
COM O SUJEITO particulares – brinquedos, carros,
quebra-cabeças, vídeos etc.
Mas lembre-se: suas preferências
Antes de realmente começar a apresentar vão mudar, e sua tarefa é ajudá-lo a
atividades, é muito útil verificar que tipos desenvolver novos e variados
de coisas são reforçadores. Faça uma lista interesses.
e, antes de tudo, separe estes itens. Você
pode querer separar certos brinquedos e
jogos especialmente para o horário da Es-
cola Sabatina ou do culto, para que sejam
especiais. Como descobrir quais devem
USANDO
ser estes reforçadores?
REFORÇAMENTO
POSITIVO PARA
Pergunte: Pergunte ao sujeito, mãe, pai,
ENSINAR DIFERENTES
irmãos, professores etc.
CONTEÚDOS
Observe: Olhe o que a criança/adolescen-
Quando você for ensinar qualquer conteú-
te escolhe para brincar por si só. Lembre-
do pela primeira vez, a recompensa deve
-se, poderão ser coisas pouco usuais que
ser dada depois de cada tentativa bem-su-
interessam a ele/ela – uma caixa de vídeo,
cedida. Isto é chamado de esquema de re-
um papel brilhante, um barbante, um es-
forçamento contínuo.
pelho... Não se preocupe, por ora, se estas
opções são pouco usuais.
À medida que o sujeito domina cada ativi-
dade, gradualmente reduzimos nosso re-
Teste: Deixe a criança/adolescente esco-
forçamento, passando de contínuo (toda
lher dentre diferentes itens de uma caixa.
vez que ele faz alguma coisa), para intermi-
Pode ser interessante ter uma caixa com
tente (de vez em quando).
várias coisas legais, assim você poderá
dar-lhe três ou quatro coisas diferentes
Por que diminuir o reforçamento? Por que
de cada vez. Tais escolhas podem estar
NÃO reforçar comportamentos deseja-
relacionadas a história do dia, reforçando
dos o tempo todo, todo o tempo? Porque
a lição bíblica e o desejo da criança/ado-
não queremos que a criança fique depen-
lescente de participar das atividades pro-
dente de nosso reforçamento para fazer
postas.
algo. Queremos que ela o queira fazer por
si mesma.
Force uma escolha: Dê ao sujeito a esco-
lha entre dois – “Você quer figurinhas ou
Reforçamento contínuo não é um
um brinquedo?”
esquema natural e, consequentemente,
precisamos copiar o ambiente natural.
Tente coisas diferentes: Dê um reforça-
dor diferente a cada vez e observe qual é o
mais eficaz e convidativo.
MONITORANDO
OS REFORÇADORES

Monitore a eficácia dos reforçadores e va-


rie-os. Uma vez que a criança/adolescente
COMO USAR atingiu o limite para uma coisa que antes
REFORÇADORES lhe era prazerosa, esta vai perder sua efi-
cácia como reforçador. Isto é chamado
“saciedade”. Frequentemente, os edu-
Dê a recompensa imediatamente! Mesmo
cadores reservam coisas de interesse e
um pequeno atraso pode permitir que ou-
brinquedos especiais para a aula e, assim,
tro comportamento aconteça. Por exem-
o interesse neles e a motivação será alta.
plo, você pede à criança para tocar sua
Reforçadores funcionam melhor quando o
cabeça e ela toca. Então, enquanto você
sujeito não os tem à disposição o tempo
olha de lado para dar seu reforçador, ele
todo.
toca seus joelhos. Quando você der o prê-
mio, o que estará reforçando? Você, sem Esteja preparado para mudar de
dúvida, não quer reforçar comportamen- reforçador imediatamente se ele não
tos inadequados. for mais eficaz.

Atenção: Fazer algo certo ao primeiro pe-


dido requer um grande reforçador – faça
uma festa: “UAU! VOCÊ É O MAIOR! MUITO
BEM! GUARDOU SEUS BRINQUEDOS! É AS-
SIM QUE SE FAZ!”.
ENSINANDO QUE UM
Varie sua voz, tom e frases usadas: COMPORTAMENTO
Tenha em mente que a variedade é impor- NÃO É ADEQUADO
tante quando você está usando elogios
verbais. Você não ficaria cansado em ou- Diga que um comportamento é inadequa-
vir “Bom trabalho” ou “Uau!” duzentas vezes do sempre que ele ocorrer.
por dia?
Explique especificamente por que ele é
Seja específico sobre o que você está inadequado, por exemplo: “Você pegou o
reforçando: Sempre deixe claro o que brinquedo da mão da sua colega sem antes
você está reforçando. Isso não apenas perguntar se ela queria emprestá-lo”.
permitirá à criança saber por que você a
acha “Genial”, mas vai ajudá-la a aprender Explique qual foi a consequência do com-
o nome de itens ou ações. “Muito bem!” - portamento, ou a possível consequência,
“Você é grande, encontrou os círculos!” é e como ele fez a outra pessoa se sentir,
melhor que “Você é grande!”. “Eu gosto de por exemplo: “Isso fez sua colega se sentir
ver você trabalhando assim, quietinho!” é com raiva e ela chorou porque não estava
melhor que “Eu gosto de ver você traba- preparada para dividir o brinquedo naquele
lhando!”. momento”.
Explique como ela poderia ter lidado me-
lhor com a situação, por exemplo: “Você
deveria ter pedido o brinquedo antes de
tomá-lo de sua colega e esperado por sua
resposta...”

As sugestões apresentadas nesse guia que participem e finalizem as atividades


para professores da escola sabatina, são propostas. Considerando que os proces-
orientações que podem promover senti- sos de aprendizagem são multifatoriais e
mento de maior acolhimento, nos alunos envolvem aspectos cognitivos, ambientais
e ao mesmo tempo potencializar o desen- e psicológicos, ressaltamos que o papel
volvimento cognitivo. do professor da escola sabatina, essencial
no desenvolvimento espiritual da criança.
Dessa forma, propôs-se que os professo- Um professor consagrado que busca sabe-
res apropriem de uma comunicação obje- doria em Deus, terá sua mente expandida
tiva. Utilizar cartazes ou desenhos são re- e capacidade para ensinar princípios bíbli-
cursos que ilustram o objetivo pretendido e cos. Na comunhão com Deus, encontrará
facilitam a compreensão. Além de adaptar êxito para vivenciar e aplicar conceitos e
a linguagem, as atividades da lição devem valores à vida das crianças.
ser curtas e com pouco barulho. Proponha
dinâmicas e brincadeiras para aumentar o
engajamento e envolvimento das crianças
nas atividades de aprendizagem.

O professor terá maior êxito para ganhar


o interesse e atenção dos alunos propon-
do atividades baseadas no interesse das
crianças. Selecione atividades para exem-
plificar os conceitos de forma prática e
concreta. Evite atividades muito extensas
e cansativas.

Explore o cotidiano e proponha pequenas


tarefas, mas sempre com prazos curtos
para execução.

A expectativa positiva do professor auxilia


a modelar o comportamento de aprendiza-
gem das crianças, acredite no potencial
delas, incentive sempre as crianças para
1. Tenha uma comunicação objetiva, dê preferência ilustre o objetivo
pretendido utilizando cartazes ou desenhos.
2. Evite atividades muito longas.
3. Adapte a linguagem da lição a atividades curtas e com pouco barulho.
4. Proponha atividades baseadas no interesse dos alunos.
5. Explore momentos ou situações em que as crianças possam fazer
atividades práticas e concretas.
6. Explore o cotidiano.
7. Proponha pequenas tarefas diversificadas (atividades), mas sempre
com prazos curtos para execução.
8. Utilize abordagens sensoriais.
9. Trabalhe com reforço positivo, incentive sempre as crianças para
que participem e finalizem as atividades propostas.
10. Proponha jogos e brincadeiras para aumentar o engajamento e
envolvimento das crianças nas atividades de aprendizagem.
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