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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................ 3
Ferramentas clínicas................................................................................ 5
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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Ao utilizar o referencial do pensamento sistêmico, passamos a não fazer
uso do verbo ser e utilizamos o verbo estar. Com isto, nossos pensamentos se
centralizam nos contextos, relações e significados que são válidos localmente.
Dizer que João é violento com sua mulher é diferente de dizer que João está
violento com a mulher. Estamos falando muito mais sobre uma pessoa que se
comporta de um modo que alguém chamou de violento. O que estamos
querendo destacar é que deixamos de definir uma característica da pessoa e
mudamos para uma descrição de um comportamento, inter-relacional, dentro de
um contexto cultural que chama tal comportamento de violento.
O trabalho sistêmico pode ser indicado para todas as faixas etárias, e visa
escutar e acolher o sofrimento psíquico do sujeito ou alguma forma de dificuldade
emocional nesses contextos sistêmicos. Nesse sentido, o procedimento
terapêutico pode ser realizado de modo individual, com casais, ou familiar.
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cônjuge. As técnicas utilizadas na abordagem sistêmicas são pautadas no aqui
e agora, ou seja, no intuito de estabelecer uma aliança em terapeuta, e contribuir
para a melhoria da comunicação nos relacionamentos interpessoais sistêmicos.
Ferramentas clínicas
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A composição familiar inclui diferentes gerações e esses grupos possuem
suas histórias, regras, valores e legados que são passados para as próximas
gerações de várias maneiras. Alguns deles não necessariamente serão
entendidos e praticados como em tempos anteriores, ou seja, devem ser
adaptados às mudanças de contextos. É essencial que se construam novas
narrativas, como forma das novas gerações repassarem os legados familiares.
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O Genograma contribui para o entendimento das “normas” familiares,
colabora na compreensão dos conflitos e/ou problemas, mostrando sua evolução
ao longo do tempo e auxilia no levantamento de hipóteses, assim como explicita
o modo de operar da família.
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É necessário discriminar e visualizar os tipos de relação entre os
familiares, a presença de hierarquia, proximidade/distância afetiva, conflitos,
dependências afetivas e/ou materiais. Traços de ligação entre os membros,
finos, grossos, interrompidos, curvos. O uso de canetas de cores diferentes
ajudam a identificar as tensões relacionais. Normalmente começamos pelo
informante perguntando qual dos lados da família é mais numeroso, o que ajuda
a centralizar o desenho. Não é incomum os membros da família não terem ideia
do tamanho do seu Genograma.
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É possível visualizar a repetição de situações, como doenças, mortes,
mudanças, separações, relações conflituosas entre pais e filhos, entre casais,
como um padrão que se repete. Mesmo que não seja uma novidade para a
família, tais fatos, ao ficarem visíveis no desenho, a distância e a visão
panorâmica da família como um todo traz novos sentidos. É possível buscar as
exceções, a minoria, os membros marginalizados, periféricos, que contam outras
versões e histórias sobre os eventos familiares.
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Nos atendimentos as famílias trazem suas histórias oficiais e as
informações periféricas e são desconsideradas. O trabalho consiste em
compreender o sistema familiar como uma organização que está com
dificuldades de realizar as mudanças necessárias. São as histórias periféricas
que permitirão mobilizar os mecanismos de permeabilidade em busca do novo.
Essa possibilidade pode gerar um novo significado, favorecendo uma outra
maneira de organizar o sistema familiar. Nessa lógica, buscamos informações
que até então não eram consideradas por todos, não existia um consenso.
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A utilização de perguntas abertas, reflexivas e participativas ajuda os
diversos membros da família a aceitar o convite de participar da terapia, de
descobrir que possuem conhecimentos importantes para o outro, em um diálogo
que proporcione uma condição de horizontalidade e igualdade de poder nas
relações. O terapeuta participa a partir de uma escuta privilegiada, aprofundando
temas relevantes e apontado possíveis contradições (CESAR, 2016).
Afinal, o que faz com que uma pergunta seja terapêutica? Mais do que o
tipo de pergunta em si, o que pode permitir que uma pergunta se transforme em
terapêutica é a postura a partir da qual ela é feita, a forma pela qual o terapeuta
convida o cliente a refletir sobre suas expectativas e problemas. Quando nossas
perguntas utilizam afirmações, temas pré-determinados, posições e visões de
mundo que pressupõem um conhecimento prévio, um saber a priori, uma
objetividade, um universo, corremos o risco de não sermos bem-sucedidos.
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Para finalizar, segue algumas considerações para pensarmos: como as
perguntas provocam mudanças?
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reflexão é o que se passa quando algo ouvido é internalizado e pensado, antes
de uma resposta ser dada.
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supervisor externo para seu trabalho, existe a possibilidade de usarem os
princípios das conversações reflexivas para realizarem um trabalho
horizontalizado de reflexão sobre sua prática.
Compreendendo a família
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O conceito de sistema veio das ciências da computação e, segundo
Vasconcellos (2002, p. 200), “é um todo integrado cujas propriedades não podem
ser reduzidas às partes e as propriedades sistêmicas são destruídas quando o
sistema é dissecado”.
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Podemos dizer que o problema cria um protagonismo próprio, além da identidade
familiar. O problema passa a determinar a forma como a família deve se
comportar, agir e falar, altera as relações, os papeis entre os membros e suas
histórias (SEQUEIRA e ALARCAO, 2013).
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Desconstrução do relato na terapia
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interferência nos pensamentos do sujeito, seus efeitos nas histórias do indivíduo,
sobre quem ele é como pessoa e como o problema tem interferido no modo como
ele trata sua própria vida, etc.).
• Os planos que o problema já tem prontos para pôr em ação caso sua
dominação seja ameaçada.
Esses fatos não podem simplesmente serem negados. Por isso, após
uma amostra de bravatas, os problemas acanhadamente começam a confessar
essas falhas. Os profissionais/repórteres investigativos podem e devem ficar
atentos em desenvolver uma linha de exposição das falhas dos problemas. Eles
podem utilizar perguntas ligadas aos territórios da vida sobre os quais o sujeito
ainda tem influência, apesar das tentativas do problema para tomar posse total
dele, assim como aquelas que reconhecem as contra técnicas, contra
estratégias e truques que foram desenvolvidos pelo indivíduo e que às vezes
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foram eficientes em “sabotar” os esforços do problema em obter controle sobre
a vida do sujeito.
Ao final, é necessário que essa pessoa saia do papel. Uma das maneiras
para se libertar da persona do problema é abrir um espaço para que ela conte
como foi a experiência de ter sido entrevistado. Depois, é importante dar voz
para os demais participantes terem a oportunidade de comentar se o retrato do
problema foi fiel, em especial àquele que a princípio seria o dono do problema.
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Padrões transgeracionais como parte do sistema do
problema
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Dentro dessa perspectiva, o modo de visualizar o problema modifica-se.
Inicialmente, os profissionais e mesmo as famílias, tem que se deslocar da ideia
que há um “paciente a ser tratado”, um diagnóstico a ser dado, e pensar em um
sistema a ser cuidado. O desafio está em substituir o olhar do indivíduo para as
relações familiares e a rede social.
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Informações e cuidados na confecção do Genograma do sistema do problema
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REFERÊNCIAS
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SEIDL, M. L. A.; BAPTISTA, G. O. Pipa da vida: práticas narrativas
conectando os jovens para a vida. Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro,
n. 44, p. 61-70, dez. 2012.
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