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Ficha de Leitura
O Paradigma Comunicacional de Adriano Duarte Rodrigues
Docente:
Rúben Caldeira
Discentes:
Grupo 1
Turma PL
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esta modalidade da experiência e verificamos exemplos presentes nos tabus
alimentares, da linguagem, ou através dos comportamentos sexuais.
Após o processo de mitificação estar instalado nas culturas e com o
esquecimento natural das razões que suscitam a sua origem, estas crenças são
sacralizadas e autenticadas através da invocação de um ser superior e magnífico
não pertencente à realidade Humana que reforça comportamentos
estereotipados e ritualistas ou através de explicações redundantes onde os
indivíduos são ensinados de que tal crença existe “porque sim”, sem providenciar
o devido contexto das suas funções originárias ou explicitar o raciocínio anexado.
Não podemos confundir a modalidade tradicional da experiência com a
originária uma vez que a primeira surge através da emancipação de diversos
domínios onde as leis da natureza não se confundem com as normas sociais
nem condicionamentos individuais, opondo-se à modalidade originária
caracterizada pela sua homogeneidade. Na modalidade tradicional também os
princípios ontológicos são autónomos dos juízos éticos e estéticos,
contrariamente ao que se observa na experiência originária.
O autor ressalta uma das características basilares da experiência
tradicional que assenta na relação íntima que estabelece com as interações que
os humanos criam com o mundo.
Através do Ensaio sobre a Dádiva, de Marcel Mauss, o autor indica a
ligação intrínseca entre a experiência tradicional com a lógica da sociabilidade.
Marcel Mauss relata as descobertas que fez de rituais praticados na
Polinésia, o kula, e na Costa Noroeste dos Estados Unidos da América e do
Canadá, o potlatch, e estabelece que, embora pertençam a comunidades com
culturas muitos distintas e extensamente afastadas, ambas estão vinculadas a
uma instituição regida por conceções idênticas que obedecem a uma lógica
paradoxal e paroxística.
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por ser vistos como párias ou desertam, e existem os que não adotam esses
comportamentos por livre e espontânea vontade, mas sim por obrigação.
Estamos a falar de tribos que, por falta de acesso à informação, não têm
consciência que existe mais para além do que é imposto e esse facto tem os
seus aspetos positivos e negativos. É possível criar mais ordem porque existe
menos dúvida mas também limita a evolução porque se cingem sempre aos
mesmos ritos e fazeres.
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oralidade da qual a sabedoria constitui um senso comum indiscutível e partilhado
pelos homens e por todos os que são reconhecidos como parceiros de troca.
Adriano refere ainda que neste sistema o indivíduo não possui uma
identidade autónoma no lugar que ocupa no conjunto do grupo em que nasce ou
a que pertence, mas que este indivíduo assume um lugar preestabelecido no
conjunto das relações criadas pelo sistema de trocas generalizadas, ao qual ele
equipara com a lógica paradoxal. Aborda de forma sucinta que a tradição é o
termo que se dá para as crenças e convicções, e que esses valores, crenças e
comportamentos tradicionais se impõem a todos, indiscutivelmente, e que
mesmo que a sua origem seja perdida por falta de memória, isso não significa
que a tradição não seja passada de geração em geração.
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A modalidade moderna da experiência
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Consistindo a modalidade tradicional na aquisição do saber a partir do
testemunho e da convivência, esta é distinta da modalidade em análise uma vez
que, segundo a mesma, a formulação do saber é feita através da aquisição dos
conhecimentos que são discursivamente formulados ou obtidos através de um
método de pesquisa, procura e investigação dos fenómenos e da aquisição de
uma disciplina.
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o saber e o fazer estão associados à mesma figura, como é o exemplo do
shaman, que tinha aptidões para "dizer e agir" (pag.88).
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A questão comunicacional, consequência da autonomização dos domínios e
dimensões da experiência surge, apresentada pelo autor, como uma dificuldade
de “compatibilizar entre si exigências legítimas diferentes e, por vezes,
contraditórias" (pag.92) dos campos sociais.