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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Factores sócio culturais que influenciam, no comportamento sexual da comunidade onde


resido

Ângelo Miguel : Código:708208286

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: HIV-SIDA
Ano de frequência: 2º ano

Nampula, Setembro de 2023

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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Conceito de Cultura.........................................................................................................................4

Conceito de valor.............................................................................................................................5

Conceito de ritos..............................................................................................................................6

Influencia da cultura e valores sócio culturais no comportamento sexual da comunidade


referenciada......................................................................................................................................7

Conclusão.......................................................................................................................................10

Referências bibliográficas..............................................................................................................11

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Introdução

O comportamento sexual, ou o que pode ser considerado como factores de atracção interpessoal
podem variar de acordo com a cultura como defendem os autores. Alguns exemplos ainda serão
expostos para ilustrar as diferentes formas de percepção do que pode ser sexualmente atractivo ou não
em um grupo social.
A baixa situação económica aumenta a vulnerabilidade e a exposição aos comportamentos sexuais de
risco. Porém não significa que a condição sócio económica, seja motivo para não uso de métodos
anticoncepcionais, a iniciação sexual precoce e a gravidez na adolescência e vice-versa.

Conhecer a idade da iniciação sexual para cada sexo permite organizar acções educativas com foco na
vida sexual e reprodutiva saudável. Os programas de prevenção à gravidez e doenças sexualmente
transmissíveis precisam ser ofertados e acessíveis nesses contextos. Por isso, também cabem à escola
e a família retomar o cuidado e orientar os adolescentes nas estratégias de prevenção para minimizar
os riscos.

Metodologia

Todavia, a metodologia usada durante a elaboração do trabalho foi pesquisa bibliográfica. Conforme
Gil (2006), a pesquisa bibliográfica toma forma a partir da consulta à materiais já elaborados, sendo
esses, principalmente, artigos científicos e livros. Aponta, também, que quase todos os tipos de
estudos possuem essa natureza, contudo, há pesquisas que se voltam exclusivamente ao
desenvolvimento a partir de fontes bibliográficas.

Desta forma, o trabalho segue a seguinte estrutura a saber:

 Introdução
 Fundamentação teórica
 Conclusão
 Referências bibliográficas

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Conceito de Cultura

Segundo Martins & Vieira (2010), Cultura é “um termo com sentido amplo que pode indicar tanto a
produção artística quanto o modo de vida, o conjunto de saberes, a religião e outras expressões de um
povo”.

De acordo Mott (2007), a cultura é “um dos elementos de análise da Antropologia e foi desenvolvida
de diferentes maneiras, de acordo com o seu local e seu povo originário’.

Martins & Vieira (2010), salientam ainda que, cultura é “um termo bastante explorado pela
Antropologia, ciência que surgiu na mesma época em que a Sociologia e visa a analisar as sociedades
humanas a partir de sua produção cultural, indo das mais elementares formas de organização social
até as mais complexas”.

O sentido de cultura é amplo. O que nos interessa aqui é saber que a cultura corresponde a um
conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou um determinado grupo artístico
(literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um
padrão estético semelhante.

Cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de tradições, crenças e costumes de


determinado grupo social. Ela é repassada através da comunicação ou imitação às gerações seguintes.

Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de padrões dos
comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos, experiências, atitudes, valores, crenças,
religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de tempo, conceitos de universo.

A cultura também pode ser definida como o comportamento por meio da aprendizagem social. Essa
dinâmica faz dela uma poderosa ferramenta para a sobrevivência humana e tornou-se o foco central
da antropologia desde os estudos do britânico Edward Tylor (1832-1917).

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Segundo ele, a cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a
moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como
membro da sociedade".

Conceito de valor

O conceito de valor é objecto da ética normativa, mas também é abordado pelas Ciências Sociais.
Valor, no sentido ético, reflecte o grau de importância de alguma coisa ou acção humana, com o
objectivo de determinar quais são as melhores acções a serem tomadas para o bem comum ou qual a
melhor maneira de viver numa comunidade em sociedade, ou para determinar a importância de
diferentes acções. (MARTINS & VIEIRA, 2010)

Valores podem ser definidos como Mott (2007) explica, “como preferências gerais no que se refere a
escolhas e resultados apropriados”. Assim, valores reflectem o sentido que uma pessoa tem para o
certo e o errado, bom ou mau, ou para o que "deve" ser feito.

Segundo Martins & Vieira (2010), valores são “o conjunto de características de uma determinada
pessoa ou organização que determinam a forma como estas se comportam e interagem com outros
indivíduos e com o meio ambiente”.

Existem diversos tipos de valores: estéticos, religiosos, éticos, profissionais, familiares etc. Os
valores humanos são os princípios morais que orientam a conduta das pessoas. Esses valores
constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável dentro de uma
sociedade.

Valores humanos

Em consonancia com Martins & Vieira (2010), os valores chamados de humanos são “princípios
baseados nos conceitos morais e éticos. Eles definem a forma de relacionamento entre as pessoas e,
por consequência, o relacionamento e o funcionamento de uma sociedade”.

Dessa forma, o autor do trabalho depois de fazer tantas leituras conclui que, esses valores podem ser
considerados como a base dos relacionamentos humanos, funcionando como um conjunto de normas
que pautam as interações humanas e a tomada de decisões, seja em âmbito privado ou público.
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Conceito de ritos

Rito é uma palavra com origem no termo latim ritus. Trata-se de um costume ou de uma cerimónia
que se repete de forma invariável de acordo com um conjunto de normas previamente estabelecidas.
Os ritos são simbólicos e tendem a expressar o conteúdo de algum mito.

A celebração dos ritos toma o nome de ritual e pode ser bastante variada. Alguns rituais são festivos,
ao passo que outros têm lugar de forma solene. Os rituais são levados a cabo de acordo com a
tradição e podem ser dirigidos por algum tipo de autoridade (no caso do catolicismo, os rituais são
liderados pelos sacerdotes). (MARTINS & VIEIRA, 2010)

Os ritos variam consoante a sociedade ou a cultura, apesar de se basearem em certas questões comuns
a toda a humanidade. Um exemplo deste são os ritos funerários, que se desenvolvem em jeito de
despedida do falecido e, em certos casos, para o preparar para a próxima vida ou para a reencarnação.

Segundo Martins & Vieira (2010), Rito também é “um termo usado em direito, o qual tem o objectivo
de definir as formas como são praticados os actos processuais”. Ou seja, são um conjunto de normas
legais que regem a execução de uma acção em juízo.

Por fim, o termo “rito” também, é usado no quotidiano para definir algo que um indivíduo faz de
modo costumeiro. Por exemplo: “esses são meus ritos de trabalho”, “hoje estarei apresentando meus
ritos de beleza”.

Existem ritos, por outro lado, dedicados à passagem de uma etapa para outra (da puberdade para a
idade adulta, do estado de solteiro para o casamento). Também há ritos de iniciação, que estão
relacionados com a introdução a certos mistérios ou a práticas ocultas para os não iniciados.

Temos ainda os ritos de passagem que celebram a mudança de status de um indivíduo. Seja essa
mudança de carácter comunitário, social ou religioso. Ajudando a marcar acontecimentos importantes
na vida de uma pessoa. Nesse caso, temos como mais comuns os ritos referentes a nascimento,
casamento, formatura, entre outros. Esse termo (rito de passagem) foi popularizado por Arnold van
Gennep, pelo antropólogo alemão, no início do século XX. (MARTINS & VIEIRA, 2010)

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Influencia da cultura e valores sócio culturais no comportamento sexual da comunidade
referenciada

A compreensão do que é a sexualidade e como se configura o comportamento sexual humano,


consiste em um campo de vasta discussão teórica e aprofundamento académico. A partir das
discussões em sala, nas quais houve destaque para a importância da transculturalidade humana nos
mais variados âmbitos, a escolha do tema “ Sexualidade, Comportamento Sexual e Cultura” deu-se a
partir da reflexão conjunta e do interesse dos autores pelo tema proposto. (FOCAULT, 1984)

“A realidade sexual é variável em diversos sentidos. Muda no interior dos próprios indivíduos, dentro
dos géneros, nas sociedades, do mesmo modo como difere de género para género, de classe para
classe e de sociedade para sociedade. Não existe uma categoria abstracta e universal de erotismo ou
de sexualidade aplicável para todas as sociedades. (FOCAULT, 1984)

O comportamento sexual, ou o que pode ser considerado como factores de atracção interpessoal
podem variar de acordo com a cultura como defende a autora. Alguns exemplos ainda serão expostos
para ilustrar as diferentes formas de percepção do que pode ser sexualmente atractivo ou não em um
grupo social. (CARDOSO, 2009)

Comportamento sexual e cultura

A partir da afirmação de que a sexualidade não é uma verdade universal (Foucault, 1982), considera-
se relevante a realização de uma análise deste comportamento em contextos variados no que diz
respeito a cultura. Nesse sentido, a cultura escolhida pelo grupo para um aprofundamento literário foi
a de Buganda, em Uganda.

Na África, a sexualidade é uma esfera crucial em que a subordinação das mulheres é mantida e
imposta (Mc Fadden, 2003; Perereira, 2003 apud Tamale, 2005), e esse factor leva a uma discussão
com relação a fundamental importância da Ssenga no que diz respeito ao empoderamento feminino e
a sua satisfação sexual. Ao contrario do que muitas culturas ensinam às meninas, em Uganda elas são
ensinadas não só a satisfazer os desejos sexuais do parceiro como também as delas próprias.

A Ssenga é uma tradição de iniciação sexual, cujo papel é ensinar meninas sobre questões sexuais,
“incluindo as práticas antes da primeira menstruação, a preparação prévia para o casamento, o
erotismo e a reprodução” (nome do livro la). As meninas, antes da monarca, são orientadas a iniciar

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uma prática conhecida como “visitar o mato”: elas vão sozinhas a um local isolado (mato) e ficam
puxando os pequenos lábio vaginais com o intuito de deixá-los maiores, com isso eles se tornam mais
atractivos (segundo o padrão vigente em Buganda) e aumentam o potencial erógeno.

A sexualidade constitui o eixo principal dos ensinamentos da Ssengaass quais utilizam-se de técnicas
“do erotismo, da parafernália sexual, assim como afrodisíacos na forma de perfumes de ervas, óleos
eróticos, contas sexuais (obutiti), etc.” (livro lá).

As Ssengas são um óptimo exemplo de comportamento cultural que se adaptou as condições impostas
para se manter vivo. Hoje a figura dessas mulheres atrai até mesmo estrangeiras que buscam aprender
com seus ensinamentos e erotismo a como serem mais realizadas sexualmente. Elas ensinam sem
qualquer tabu as mais variadas técnicas de indução ao prazer, tanto masculino quanto feminino, e
dessa maneira inclusive conseguem empoderar as mulheres locais.

Cultura e Sexualidade

De acordo Cardoso (2009), o comportamento sexual das pessoas é “expresso em parte no contexto
cultural e nos estilos de vida socialmente padronizados”. “A cultura deve ser entendida como um
processo vivo e dinâmico capaz de inferir no mundo novos modelos”.

Cultura é o conjunto de sentidos e significações, de valores e padrões, incorporados e subjacentes aos


fenómenos perceptíveis da vida de um grupo social concreto, conjunto que, consciente ou
inconscientemente, é vivido e assumido pelo grupo como expressão própria de sua realidade humana
e passa de geração em geração, conservado assim como foi recebido ou transformado efectiva ou
pretensa- mente pelo próprio grupo. (MARTINS & VIEIRA, 2010)

Atitudes e comportamentos face à sexualidade e sua importância em saúde sexual no adulto

Em conformidade com Meira & Santana (2014), no adulto, os estudos sobre a influência da variável
etnia nas questões da saúde e da sexualidade são escassos e deparam-se com dificuldades em
estabelecer a causalidade, devido à globalização e miscigenação resultante dos fluxos migratórios.

Segundo Danille Gradin, da United Nations Population Fund (UNFPA), «A migração dos nossos dias
apresenta uma grande complexidade, sendo um desafio não só para quem migra e como migra, mas,
também, no âmbito da Saúde Pública.

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Este aspecto é inerente às próprias movimentações das pessoas e ao contacto de cada sujeito com de-
terminados factores de saúde (individuais e ambientais), que ficam ligados de um país para o outro».
Actualmente, com o aumento do número de mulheres migrantes nas últimas décadas, assistimos a um
fenómeno recente, que é a feminização das migrações internacionais. (JUSTEM, 2013)

Em Portugal, a reunificação familiar foi invocada em 23,9% dos estrangeiros que pediram
autorização de residência entre 1999 e 2001. Para estas mulheres, a migração pode ser um factor
positivo de mudança nas relações de género, com melhoria na igualdade e direitos da mulher que
migra, funda- mentalmente quanto ao acesso aos serviços de saúde, educação e acção social. Os
serviços dos países de acolhimento não se devem esquecer de ter em conta o estatuto ou papel da
mulher nas comunidades de origem.

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Conclusão

Diante do exposto, o comportamento sexual das pessoas é expresso em parte no contexto cultural e
nos estilos de vida socialmente padronizados. A cultura deve ser entendida como um processo vivo e
dinâmico capaz de inferir no mundo novos modelos.

Hoje em dia os jovens tem mais facilidade para buscar informações, devido aos meios de informação,
como internet, livros, revistas. Porém a discussão com pessoas capacitadas continua sendo a forma
mais indispensável para ajudá-los no entendimento sobre sexualidade.

E também é importante que a educação sexual seja abordada em conjunto pela escola, família e a rede
de saúde, com todos tendo a mesma linguagem e preocupação com este tema. E a pretensão é mostrar
caminhos que minimizem suas dúvidas, porém se deve problematizar este assunto para que busquem
alternativas responsáveis diante de seus interesses.

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Referências bibliográficas

CARDOSO, S. H. (2009) Como o cérebro organiza o comportamento sexual. Cérebro & Mente.
Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n03/mente/sexo. htm>. Acesso em: 24 de
Novembro de 2015.

FOCAULT, M. (1984) História da Sexualidade II, O uso dos prazeres. 3ª. ed. Rio de Janeiro, Graal.

JUSTEM, J. (2013) Os tabus da sexualidade. Disponível em:


<http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/os-tabus-da-sexualidade>. Acesso em: 24
nov. 2015.

MARTINS, G. D. F., & VIEIRA, M. L. (2010). Desenvolvimento humano e cultura: integração


entre filogênese e ontogénese e contexto sociocultural. Estudos de Psicologia, 15(1), Janeiro- Abril.
pp. 63-70.

MEIRA, D. R., SANTANA, T. L. (2014) Sexualidade na perspectiva histórico-cultural: Primeiras


aproximações. Trilhas Pedagógicas, v. 4, n. 4, p. 160-181 disponível em;
http://fatece.edu.br/arquivos/arquivos%20revistas/trilhas/volume4/11.pdf acessado em 24 de
Novembro de 2015.

MOTT, L. (2007) Antropologia, teoria da sexualidade e direitos humanos dos homossexuais. Rev
Bago-as. pp. 61-75.

NATIONAL GEOGRAPHIC (2012) NatGeo - Mistérios sobre sexualidade. Washington D. C. Fox


Entertainment Group. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HbHsMQYNkaU acessado
em 24 de Novembro de 2015

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