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Universidade Púnguè
Tete
2023
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Universidade Púnguè
Tete
2023
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Índice................................................................................................................................Pag.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................................... 4
1.1. OBJECTIVOS ................................................................................................................... 5
1.2. Geral ................................................................................................................................ 5
1.2.1. Específicos.................................................................................................................... 5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 6
2.1. Identidade Cultural .......................................................................................................... 6
2.1.2.A Identidade Cultural..................................................................................................... 6
2.2. Diferença cultural x diversidade cultural ......................................................................... 8
2.2.1. A identidade em questão ............................................................................................. 10
2.3. Importância da Identidade Cultural ............................................................................... 11
3. Crise de Identidade ........................................................................................................... 11
3.1. Alguns Exemplos de Identidade Cultural no Mundo ..................................................... 13
3.1.2. Factores de Identidade Cultural .................................................................................. 13
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 14
5. Metodologias ....................................................................................................................... 15
5.1. Classificação da Pesquisa ............................................................................................ 15
5.1.1. Quanto à natureza:................................................................................................ 15
5.1.2. Quanto aos objectivos: .......................................................................................... 15
5.1.3. Quanto à abordagem............................................................................................. 15
5.1.4. Quanto aos procedimentos técnicos: ................................................................... 15
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFIACAS. .......................................................................... 16
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1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Para se falar sobre a existência de uma eventual centralidade da cultura, torna-se necessário deixar para
trás a ideia de verdade absoluta (Hall, 1997). O conceito de cultura tem várias aceções, sendo
problematizado e reformulado constantemente, tornando a palavra complexa e impossível de ser fixada
de modo único.
O mesmo acontece com a identidade, declinando-se, não por acaso, esta, também, no plural. Na atual crise
de paradigmas, o plano identitário integra um processo mais amplo de mudança que abalou os quadros de
referência que antes pareciam dar aos indivíduos uma certa estabilidade. As teorias da identidade foram
estilhaçadas, estando estas em processo de desintegração por via da homogeneização cultural decorrente
do processo de globalização.
É a aceitação do “outro” que, de resto, há de determinar o começo de uma dimensão ética, como
refere Umberto Eco (1997/1998). Trata-se, por conseguinte, de um “outro” que será entendido
como uma realidade sociológica, que integre todos os elementos resultantes da diversidade
cultural, mas também aqueles que estabelecem laços, à escala das sociedades. Considerar a
questão da cultura como constituinte da identidade do sujeito pósmoderno, parece-nos
importante para entendermos os comportamentos adotados por esses sujeitos na atualidade.
1.1. OBJECTIVOS
1.2. Geral
1.2.1. Específicos
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É uma identifição de um grupo, cultura ou indivíduo, que faz com que alguêm mostre a que
grupo pertence de acordo com a sua cultura e comportamento; ou seja é um sentimento de
pertencimento de um indivíduo, grupo ou cultura; De salientar que a identidade é algo único,
distinto e completo; ̏ Cultural ̋ é um adjetivo que se refere a saber, logo a junção dessas duas
palavras produz o sentido de saber se reconhecer.
Já o adjetivo cultural está ligado à ideia de saber, pelo que as duas palavras juntas significam
“saber reconhecer-se”. De facto, muitas das questões do mundo cultural contemporâneo estão
ligadas à identidade, pelo que não será de estranhar que a discussão sobre a identidade cultural
acabe influenciada por problemáticas tidas como adquiridas sobre o lugar, o género, a raça, a
história, a nacionalidade, o idioma, a orientação sexual, a crença religiosa ou a etnia , mas que
se encontram num processo de fragmentação.
Dessa forma, a ideia de que a identidade cultural não pode ser reificada, entendida como um
conjunto de valores fixos e imutáveis que definem o sujeito e os grupos do seu meio social,
passou a ser uma ideia que, embora não seja totalmente pacífica bastando observar as dinâmicas
constante dos média , é hoje aceite na academia, sublinhado que a identidade não pode ser
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reificada. E, tal como a cultura, não é algo que seja imutável, estando em constante evolução e
mutação de acordo com as experiências vividas por um indivíduo em sociedade.
Para a sociologia, a cultura é formada por um conjunto de características que o sujeito aprende
em convívio social. É frequente discutir-se a cultura e a sociedade como se fossem dimensões
desligadas, apesar de Anthony Giddens (2001/2009) defender que estão claramente
interligadas. O conceito de cultura refere-se aos aspetos das sociedades humanas apreendidos e
não herdados, sendo certo que as normas e os valores culturais mudam frequentemente ao longo
do tempo.
O sociólogo salienta mesmo que o que une as sociedades é o facto de os seus membros se
organizarem em relações estruturadas segundo uma cultura única, pelo que “as culturas não
po[ssam] existir sem sociedades” (Giddens, 2001/2009, p. 22). Mas, do mesmo modo, nenhuma
sociedade pode existir sem cultura, sendo certo que as normas e os valores culturais mudam
frequentemente ao longo do tempo.
A cultura de uma sociedade engloba, por conseguinte, tanto os aspetos intangíveis as crenças,
as ideias, os valores que constituem o teor da cultura como os aspetos tangíveis os objetos, os
símbolos, ou a tecnologia que representam esse conteúdo. Podendo os valores, mesmo no seio
de uma sociedade ou comunidade, ser contraditórios e entrarem em conflito.
É por causa da globalização que Anthony Giddens (2001/2009) sustenta que as mudanças por
que o mundo passa estão a tornar as diferentes culturas e sociedades muito mais
interdependentes do que se pensava antigamente: “à medida que o ritmo da mudança acelera, o
que acontece em determinado ponto do mundo pode afectar directamente outras regiões” (p.
45).
Nesse sentido, o sistema global não é apenas um contexto no qual determinadas sociedades
mudam e se desenvolvem, sendo que os laços económicos, sociais e políticos que ligam entre
si os países condicionam decisivamente o destino dos cidadãos de qualquer deles. No passado,
as identidades eram mais conservadas devido à falta de contacto entre culturas diferentes.
Com a globalização, isso mudou, fazendo com que as pessoas interagissem mais entre si e com
o mundo ao seu redor, incrementando uma aparente diversidade, mas que acaba por ter um
recorte monolítico já que é mimetizado em qualquer parte do globo. Stuart Hall (1992) já
sublinhara a ideia de que as identidades nacionais estão em processo de desintegração em
consequência da homogeneização. O que veio consubstanciar a ideia de Berger e Luckmann
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A influência do autor foi crescendo através das lógicas de descentramento que põem em causa
o essencialismo de categorias, nomeadamente, na definição do espaço da cultura como um
“entre-lugar” (in-between). Neusa Bastos et al. (2008) olharam para a diversidade dos países
lusófonos privilegiando o hibridismo desenvolvido por Bhabha, sublinhando-o em relação à
identidade, mas também face à possibilidade de existência de “outros hibridismos, uma vez que
as identidades são construídas através de relações das diferenças, sem uma hierarquia imposta”
(p. 9). As autoras chamam a atenção para o facto de todas as formas de cultura estarem, de
alguma maneira, relacionadas, sendo que todas são articuláveis.
A partir do conceito de hibridismo, Bhabha propõe o local da cultura como o entre lugar
deslizante, marginal e estranho que, por resultar do confronto de dois ou mais sistemas culturais
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Bhabha elabora o conceito de nação partindo de variações que recusam uma narrativa unitária,
fundadora de sentido e organizadora do caótico a partir de um discurso edificante‖. Segundo
esse pensador, o nacionalismo do século XIX revelou sua arbitrariedade ao construir discursos
unissonantes, como se a nação tivesse uma nascente única. Os conflitos são ignorados,
privilegiando uma concepção unidimensional da cultura, percebida como um conjunto de
legados imemoriais. O discurso do nacionalismo articula um tipo de narrativa que privilegia a
coesão social: muitos como um‖ (BHABHA, 1998).
Hall (2006) abre a discussão sobre identidade, dizendo que a mesma vem sendo intensamente
discutida pela teoria social. E que as velhas identidades (a do sujeito do iluminismo e do sujeito
sociológico), que por muito tempo estabilizara o mundo social, estão em declínio, e novas
identidades estão surgindo (o sujeito pós-moderno) fazendo com isto emergir o homem
moderno fragmentado.
Afirma Hall (2006) que a chamada crise de identidade é vista como um processo mais amplo
de mudança. E que este processo faz com que o sujeito, antes tido como unificado, agora se
apresente, em meio às mudanças societárias globais, como um indivíduo deslocado. Segundo
este autor, os teóricos que acreditam que as identidades modernas estão entrando em colapso,
parte do pressuposto que um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as
sociedades modernas no final do século XX.
Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e
nacionalidade, que, no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos
sociais. Estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando a
idéia que temos de nós próprios como sujeitos integrados.
Assim como Hall, Giddens (1991, p. 38) ao tratar da cultura e das tradições diz que nas culturas
tradicionais, o passado é honrado e os símbolos valorizados porque contêm e perpetuam a
experiência de gerações. A tradição é um modo de integrar a monitoração da ação com a
organização tempo-espacial da comunidade. Ele aborda as reinvenções das tradições pelas
novas gerações, como forma de preservação.
Ela é uma maneira de lidar com o tempo e o espaço, que insere qualquer atividade ou
experiência particular dentro da continuidade do passado, presente e futuro, sendo estes por sua
vez estruturados por práticas sociais recorrentes. A tradição não é inteiramente estática, porque
ela tem que ser reinventada a cada nova geração conforme esta assume sua herança cultural dos
precedentes. A tradição não só resiste à mudança como pertence a um contexto no qual há,
separados, pouco marcador temporal e espacial em cujos termos a mudança pode ter alguma
forma significativa (GIDDENS, 1991, p. 38).
Para Hall (2006), A sociedade não é, como os sociólogos pensaram muitas vezes, um todo
unificado e bem delimitado, uma totalidade, produzindo-se através de mudanças evolucionárias
a partir de si mesma, como o desenvolvimento de uma flor a partir de seu bulbo. Ela está
constantemente sendo "descentrada" ou deslocada por forças fora de si mesma.
De lembrar que sem a identidade cultural no mundo, seria difícil distinguir cada indivíduo a sua
nacionalidade e cultura que pertence.
3. Crise de Identidade
Para Woodward (2012) identidade‖ e crise de identidade‖ são palavras e idéias bastante
utilizadas atualmente e parecem ser vistas por sociólogos e teóricos como características das
sociedades contemporâneas ou da modernidade tardia.
A representação inclui as práticas de significação e os sistemas simbólicos por meio dos quais
os significados são produzidos, posicionando-nos como sujeito. É por meio dos significados
produzidos pelas representações que damos sentido à nossa experiência e àquilo que somos
(WOODWARD, 2012, p.17-18).
A autora analisa a globalização e os processos associados com mudanças globais, bem como a
história, mudança social e movimentos políticos. Faz referência a autores que argumentam que
as crises de identidade, se apresentam como características da modernidade tardia e que sua
centralidade atual só faz sentido quando vistas no contexto das transformações globais que têm
sido definidas como características da vida contemporânea‖ (GIDDENS, 1990, apud
WOODWARD, 2012, p. 21).
Diante do exposto, ele descarta a ideia da nação ser uma identidade cultural unificada, pois
estas não subordinam todas as outras formas de diferença e também não estão livres do jogo de
poder, de divisões e contradições interna, de lealdades e de diferenças sobrepostas.
O autor sugere que ao discutir, se as identidades nacionais estão deslocadas, deve-se atentar
para a forma pela qual as culturas nacionais contribuem para costurar‖ as diferenças numa
identidade. Assim como Woodward (2012), também Hall (2006), em relação ao deslocamento
das identidades culturais nacionais, aponta para o fenômeno da globalização, como sendo o
fator desencadeador deste descentramento.
Para elucidar a questão, traremos o conceito de globalização apresentado por Giddens (1991).
Este define a globalização como sendo a intensificação das relações sociais em escala mundial,
que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por
eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa‖ (GIDDENS, 1991, p. 60).
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É dificil delinear exemplos claros de identidade cultural, visto que a cultura é um termo muito
amplo. No entanto, alguns aspectos culturais podem ser separados e sendo colocados como
exemplo de elementos identitários de determinados culturas:
É interessante lembrar que toda a identidade cultural é feita de alguns factores como:
Antes de mais nada, vale lembrar que a identidade cultural é um conceito muito abordado nas
últimas décadas, no entanto, ela sempre existiu. Ou seja, desde os primordios os homens se
organizavam em grupos sóciais, os quais compartilhavam informações e identificações com
seus membros.
A interação sócial entre os seres humanos fez surgir as diversas culturas, ou seja o conjunto de
costumes e tradições de um povo os quais são transmitidas de geração em geração, assim fica
claro que existem várias identidades culturais no mundo.
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De salientar que das abordagens feitas em torno do tema, ainda existe muita informação em
torno da identidade cultural, aquilo que foi aqui mostrado é simplesmente o básico sobre o
assunto em destaque; Portanto isto é o mínimo que esclarece o assunto de identidade cultural.
Apesar do sujeito pós-moderno se caracteriza como não tendo uma identidade fixa, essencial
ou permanente, podemos afirmar que a identidade também se constitui pela cultura, não há
como negar a influência com que a cultura nos marca. Mesmo em tempos de identidade
fragmentada, traços da nossa cultura sempre nos acompanharão, ainda que pouco valorizada.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar do sujeito pós-moderno se caracteriza como não tendo uma identidade fixa, essencial
ou permanente, podemos afirmar que a identidade também se constitui pela cultura. Não há
como negar a influência com que a cultura nos marca. Mesmo em tempos de identidade
fragmentada, traços da nossa cultura sempre nos acompanharão, ainda que pouco valorizada,
como no caso dos afrodescendentes.
5. Metodologias
Pesquisa Aplicada: Objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. (GIL, 2007).
A abordagem qualitativa implica uma revisão da literatura por pesquisa bibliográfica, de modo
a conhecer, compreender e analisar o que os outros investigadores que já estudaram sobre o
tema.
(GIL, 2007).
(GIL, 2007).
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6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFIACAS.
Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida (P. Dentzien, Trad.). Jorge Zahar Editor. (Trabalho
original publicado em 1999)
Kapuscinsky, R. (2009). ‘O outro’ (W. J. Szymaniak & I. P. de Leão, Trad.). Campo das Letras.
(Trabalho original publicado em 2006)
Lyotard, J.-F. (1986). O pós-moderno (R. C. Barbosa, Trad.). José Olympio. (Trabalho original
publicado em 1979)
Malinowski, B. (2009). Uma teoria científica da cultura (J. Auto, Trad.). Edições 70. (Trabalho
original publicado em 1944)
Mbembe, A. (2017). Crítica da razão negra (M. Lança, Trad.). Antígona. (Trabalho original
publicado em 2014)
Nietzsche, F. (1992). O nascimento da tragédia (J. Guinsburg, Trad.). Companhia das Letras.
(Trabalho original publicado em 1872)
RENAN, E. "What is a nation?". In: Bhabha, H. (org.) Narrating the Nation. Londres:
Routledge, 1990.
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RODRIGUES, José Carlos. O tabu do corpo. Rio de Janeiro. Ed. Fiocruz, 2006.
SANSONE, Lívio; SANTOS, Jocélio Teles dos. (Org.). Negritude sem etnicidade: o local e o
global nas relações raciais e na produção cultural negra no Brasil. Tradução Vera Ribeiro.
Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
Schwanitz, D. (2006). Cultura. Tudo o que é preciso saber (L. Nahodil, Trad.). Dom Quixote.
(Trabalho original publicado em 1999)
SILVA, Tomaz Tadeu da.(Org.) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais.
Petrópolis: Vozes, 2012.