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Aula 03

Filosofia p/ ENEM 2016


Professores: Rafael D. Ferreira, Sergio Henrique
Ciências Humanas e
suas tecnologias
Filosofia.
Tema: Renascimento
cultural.
Professor: Sérgio Henrique

SUMÁRIO
00. Bate papo inicial. Pág. 02
1. A filosofia no Renascimento: contexto. Pág. 03
2. O Renascimento cultural e o Humanismo na Pág. 03
Itália.
- 2.1 Características do Renascimento. Pág. 04
3. René Descartes (racionalista). Pág. 09
4. Exercícios Resolvidos. Pág. 11
5. Exercícios Propostos. Pág. 18
6. Considerações finais. Pág. 31

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00. BATE PAPO INICIAL


Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo
novamente para falarmos de filosofia. Estudar as aulas anteriores, é
fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio e assista as
vídeo-aulas. Leia e releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito
importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de
resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O
importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos.
Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos.
Bons estudos.

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1. A FILOSOFIA NO RENASCIMENTO: CONTEXTO.

 Grandes navegações: A circunavegação de Cristóvão Colombo


mostrou que a terra não era plana, quebrando paradigmas do
conhecimento aceitos e pregados pela Igreja por toda a Idade
Média, teoria geocêntrica e da terra plana vinha desde o grego
Ptolomeu.
 Reforma Religiosa: A crença no indivíduo que de acordo com
Lutero, não precisava de intermediários entre ele próprio e Deus.
Cada um pode dialogar com Deus e é claro que existiam várias
interpretações, mas essencialmente o homem responsável pela
própria salvação. Ou pela fé no luteranismo ou pelo trabalho no
calvinismo.
 Renascimento cultural: Vamos contextualizá-lo mais
detalhadamente.

2. O RENASCIMENTO CULTURAL E O HUMANISMO NA ITÁLIA.

A partir do século XIV, com o desenvolvimento comercial pela


qual a Europa passava promoveu um grande florescimento artístico. A
Itália foi a região pioneira no início do renascimento urbano-comercial,
era a sede da Igreja Católica e formavam-se pequenas monarquias
nacionais. Um período de desenvolvimento nas artes plásticas que
passava a representar o Homem sob o olhar de uma nova cultura. O
termo renascimento vem dos homens da Época. Acreditavam ser a

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vanguarda da humanidade que teria chegado ao seu auge, rompendo


com o pensamento e a cultura que predominava durante a Idade
Média, que passou a ser chamada de “Idade das trevas”. Neste
momento os pensadores da época entraram em contato com os
escritos filosóficos dos gregos, donde vem um profundo sentimento de
valorização do homem e natureza. As artes floresceram principalmente
em cidades como Florença, Gênova e Veneza. O alto clero católico e a
rica burguesia comercial que havia se formado contratavam artistas de
renome para pintar seus retratos e decorar seu palácios e templos.
Eram os chamados mecenas, os financiadores de obras de arte. O
Renascimento floresceu na Itália e teve lá seus principais
representantes. A principal razão era prosperidade econômica.

2.1 CARACTERISTICAS DO RENASCIMENTO.

 Antropocentrismo. “O Homem é a medida de todas as coisas”.


Passa a ser visto como o centro do universo e é assim
representado na arte.
 Hedonismo. A valorização de prazeres carnais e mundanos,
contrapondo-se a noção medieval de sofrimento e resignação.
 Uma valorização e um retorno à cultura clássica (Greco-
Romana). Os temas mais frequentes nas obras eram gregos e
romanos, de quem inspiraram-se para ver o mundo de forma
antropocêntrica.

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 Naturalismo. Valorização da Natureza. Os renascentistas


valorizavam a observação da natureza e a experiência.
Entre os principais artistas plásticos do Renascimento podemos
citar:

Michelangelo

Sua obra mais importante a pintura do teto da Capela Sistina, no


Vaticano. Veja o destaque dado ao homem quando pinta a sua criação
e os detalhes realistas de sua escultura representando a figura bíblica
“Davi”.

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Leonardo da Vinci

É considerado o gênio mais


completo e que encarnava os ideais do
Renascimento. Além de artista plástico foi
um grande inventor.

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Rafael

Na obra intitulada “A Escola de Atenas” podemos perceber a forte


influência da cultura clássica (grega e romana).

O renascimento foi a ruptura com o pensamento teocêntrico e


fortalecimento do antropocentrismo. Se expressou nas artes, filosofia
e formas de buscar o conhecimento racional e sobre a natureza.

Grandes obras literárias:

 Dom Quixote de La mancha.


 Os lusíadas.
 O auto da Barca do inferno.

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 A divina comédia.
 O elogio da Loucura.
 Decamerão.
 François Rabelais: Gargantua e Pantagruel. Obra considerada
herética pelo index e proibida na Sourbone pela obscenidade.

Grandes avanços no conhecimento sobre o universo.

Sabiam que a terra não era plana e não eram mais os únicos no
planeta. A descoberta de que existiam vidas diferentes em locais
geograficamente são diferentes da Europa mudou o pensamento
europeu em muita coisa. Primeiro a sensação de maior importância no
universo, e portadores da fé e da palavra de Deus, é o que chamamos
de eurocentrismo. Segundo o contato como o “novo mundo” com
seus habitantes diferentes em tudo, levou a alguns questionar se o
índio ou o africano eram seres humanos. Passam a surgir algumas
visões principais sobre os habitantes do novo mundo:

 Eram seres essencialmente bons e que viviam em estado natural


em harmonia com a natureza.
 Copérnico. (um golpe no heliocentrismo, defendido pela igreja).
 Galileu (luneta, planetas, confirmação das ideias de Galileu)
Terra redonda (circunavegação de colombo).
 Michel de Montaigne (ceticismo, desde os pirrônicos).

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3. RENÉ DESCARTES (RACIONALISTA).

Renato Cartesios, aristocrata, lutou nos exércitos de Maurício de


Nassau, estudou com os jesuítas, estudou direito e foi um grande
matemático. A doença o acompanhou por toda a vida e sua saúde foi
sempre frágil.

Escreve em tom pessoal, mais próximo ao estilo de Santo


Agostinho, e narra sua própria trajetória intelectual apresentando suas
dúvidas. Foi um grande matemático e homem de ciências de sua época
e sua contribuição mais lembrada é no campo da ciência método
científico e o plano matemático cartesiano, de coordenadas e abcissas.
É o pai do método científico e junto de Newton os pais da ciência
moderna.

Era um racionalista. Procurou por toda a vida um conhecimento


que fosse sólido, simples e confiável. Teve grande influência dos céticos
Michel de Montaigne e Pirro de Samos. Apesar do cuidado com o
método e a busca do inquestionável (influência aristotélica), mas
também uma influência platônica, pois busca uma verdade superior.
Procura uma verdade inquestionável.

Em meio a disputas religiosas apaixonadas e violentas, e diante


de choques culturais profundos ele proporá a razão na busca de um
conhecimento confiável. Pregava que era possível chegar a verdade
pela razão, e sua tese mais importante era de que cada um deveria
pensar por si mesmo. Era contemporâneo de Galileu. Queria explicar
a mecânica elementar das partículas através dos princípios da figura,
tamanho e posição. Mensurar, ou seja medir, era fundamental. Todo o
conhecimento humano

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O princípio da dúvida hiperpólica.

Podemos duvidar de tudo, menos da própria dúvida. Leva ao


máximo a ideia da dúvida, mas diferente dos céticos. Eles acreditavam
ser possível duvidar de tudo, mas Descartes quer um conhecimento
que seja absolutamente resistente à dúvida, que para ele, a própria
dúvida. Não aceitar nada como verdadeiro de antemão.

O que conhecemos é proveniente dos sentidos, e os sentidos nos


enganam. Mesmo o que é mítico é proveniente de aspectos concretos
que eu já conheço: uma fada é uma pequena mulher com asas.

O Método cientifico?

Formas de afastar o conhecimento não confiável (ele é


influenciado pelos céticos e é racionalista, mas não é um empirista
(experimentação. Vai se desenvolver no iluminismo, com Newton).

Problema, Análise, síntese, enumeração.

O Argumento do Cógito: O sonho de Descartes.

Como sei que não estou sonhando? Que tenho existência


material? Penso logo existo.

O dualismo cartesiano

A divisão da natureza em dois princípios opostos. Recogitans e


reextensa (materiais em consciência e mecanicamente explicável).

A mente e a matéria são criações de Deus e quando a ciência fala


de forma objetiva e clara, é a forma como Deus fala.

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4. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.

1. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:

Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso,


sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há
dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me
engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada
seja, enquanto eu pensar que sou algo. De sorte que, depois de
ponderar e examinar cuidadosamente todas as coisas é preciso
estabelecer, finalmente, que este enunciado eu, eu sou, eu, eu existo
é necessariamente verdadeiro, todas as vezes que é por mim
proferido ou concebido na mente.

(DESCARTES, R. Meditações sobre Filosofia Primeira. Tradução, nota


prévia e revisão de Fausto Castilho. Campinas: Unicamp, 2008, p.
25.)

Com base na tira e no texto, sobre o cogito cartesiano, é correto


afirmar:
a) A existência decorre do ato de aparecer e se apresenta
independente da essência constitutiva do ser.
b) A existência é manifesta pelo ato de pensar que, ao trazer à mente
a imagem da coisa pensada, assegura a sua realidade.
c) A existência é concebida pelo ato originário e imaginativo do
pensamento, o qual impede que a realidade seja mera ficção.
d) a existência é a plenitude do ato de exteriorização dos objetos,
cuja integridade é dada pela manifestação da sua aparência.

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e) A existência é a evidência revelada ao ser humano pelo ato próprio


de pensar.

[E]

A palavra evidência contida na afirmação E é a primeira


das quatro grandes regras elaboradas por Descartes e significa
que só devemos admitir como verdadeiro um conhecimento
evidente, ou seja, no qual e sobre o qual não caiba qualquer
dúvida. A segunda, a regra da divisão diz que para conhecermos
realidades complexas precisamos dividir as dificuldades e os
problemas em suas parcelas mais simples. A terceira, a regra
da ordem diz que os pensamentos devem ser ordenados em
séries que vão dos mais simples aos mais complexos, dos mais
fáceis aos mais difíceis, pois a ordem consiste em distribuir
conhecimentos de tal maneira que possamos passar do
conhecido ao desconhecido e por fim, a quarta, a regra da
enumeração diz que cada conhecimento novo obtido, deve-se
fazer a revisão dos passos dados, dos resultados parciais e os
encadeamentos que permitiram chegar ao novo conhecimento.
A existência do ser humano é revelada a ele mesmo através do
ato de pensar e este é o princípio fundamental de toda a certeza
racionalista. Para chegar ao 'penso, logo existo', Descartes
utilizou-se da dúvida radical ou hiperbólica. Ele duvidou
inicialmente de suas sensações como forma de conhecer o
mundo, pois as sensações enganam sempre, duvidou
posteriormente da realidade externa e da realidade do seu
corpo como forma de comprovar que o conhecimento certo,
através do argumento do sonho, duvidou da certeza advinda
das entidades matemáticas, através do argumento do gênio
maligno, mas não teve como duvidar que estava duvidando. Eis
aí a primeira certeza: duvido, logo existo, mas duvidar é um
modo de pensar, então: 'Penso, logo existo', que significa:
penso, logo tenho consciência de mim mesmo, ou penso, logo
sei, ou penso, logo tenho consciência, ou penso, logo sei algo
certo.

2. (Ufmg 2008)

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A propósito da prática de canibalismo entre os selvagens do Novo


Mundo, Montaigne escreveu:

“Não me aborrece que salientemos o horror barbaresco que há em tal


ação [o canibalismo], mas sim que, julgando com acerto sobre as
faltas deles, sejamos tão cegos para as nossas. Penso que há mais
barbárie em comer um homem vivo que em comê-lo morto, em
dilacerar por tormentos e por torturas um corpo ainda cheio de
sensibilidade, assá-lo aos poucos, fazê-lo ser mordido e rasgado por
cães e porcos [...] do que assá-lo e comê-lo depois que ele morreu.
(...)
Portanto bem podemos chamá-los de bárbaros com relação às regras
da razão, mas não com relação a nós, que os sobrepujamos em toda
espécie de barbárie.”

MONTAIGNE, M. Dos canibais. Ensaios, Livro I. Tradução de


Rosemary Costhek Abílio.
São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000. p. 313-314.

Com base na leitura desse trecho e considerando outras ideias


contidas nessa obra de Montaigne, identifique e comente o objetivo
do filósofo no capítulo citado de Ensaios.

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Montaigne é constantemente definido como um pensador


cético. No texto do enunciado, esse ceticismo aparece em
relação às regras da razão europeia. Ainda que segundo estas
regras os canibais sejam considerados como bárbaros,
Montaigne relativiza essa visão quando compara a prática do
canibalismo com a tortura praticada pelo europeu. Assim, ele
afirma que os canibais podem ser considerados como bárbaros
somente em relação às regras da razão europeia, mas não em
relação às práticas do povo europeu. Em termos atuais, pode-
se dizer que a crítica de Montaigne é justamente contra o
modelo de racionalidade etnocêntrica.

3. (Unioeste 2012) “Ele [o Universo] está escrito em língua


matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras
figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender
humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de
um obscuro labirinto. […] que nos corpos externos, para excitar em
nós os sabores, os cheiros e os sons, seja necessário mais que as
grandezas, figuras e multiplicidades de movimentos vagarosos ou
rápidos, eu não acredito; acho que, tirando os ouvidos, as línguas e
os narizes, permanecem os números, as figuras e os movimentos,
mas não os cheiros, nem os sabores, nem os sons, que, fora do
animal vivente, acredito que sejam só nomes, como nada mais é que
nome a cócega, tiradas as axilas e a pele ao redor do nariz”.

Galileu

Considerando o texto acima, é INCORRETO afirmar que


a) Galileu distingue dois tipos de qualidades das coisas: as qualidades
que pertencem às próprias coisas e as qualidades que dependem
dos nossos sentidos.
b) os cheiros, os sabores e os sons existem independentemente de
nós, pois são produzidos em nossos sentidos pelas propriedades
matemáticas das coisas.
c) o verdadeiro conhecimento das coisas depende das propriedades
matemáticas e não das qualidades secundárias produzidas por
nossos sentidos.

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d) as qualidades secundárias, tais como determinado cheiro, cor ou


som, não nos dizem a verdadeira natureza das coisas.
e) as propriedades matemáticas (figura, números e movimentos)
devem ser os objetos de um conhecimento verdadeiro.

[B]

“E talvez tenha ocorrido em Siena o efetivo


pronunciamento do famoso Eppur si muove. Vejamos que
história é essa. Segundo dois livros de meados do século XVIII,
logo depois de abjurar, Galileu teria dito “E, no entanto, se
move”, referindo-se ao movimento da Terra que acabara de
renegar. Os estudiosos sempre acharam esse rompante
impossível, ou porque não haveria testemunhas favoráveis para
registrá-lo ou porque Galileu saberia das terríveis
consequências de tal gesto, se fosse percebido por um
inquisidor. Porém, o restauro em 1911 de um quadro espanhol
de 1643, no qual aparece inscrita aquela frase, mostra que a
história quase certamente já era divulgada com Galileu ainda
vivo. E é bastante possível que ele tenha altiva e jocosamente
pronunciado tal afirmação numa das recepções de Picolomini”.

(MARICONDA, P. R.; VASCONCELOS, J. “Galileu – e a nova


Física”. In: Coleção Imortais da ciência. São Paulo: Odysseus
Editora, 2006, p. 184)

Essa anedota relata muito bem como Galileu era não só um


sujeito capaz da mais convincente retórica, como também
capaz da afirmação mais difícil, perante a adversidade religiosa,
de uma ciência nova baseada puramente na matemática,
distante da religião e distante de qualquer autoridade que não
seja a experiência.

4. (Unicamp 2014) A dúvida é uma atitude que contribui para o


surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste
comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória
de todo conhecimento, que passa a ser considerado como mera
opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da
Filosofia.

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(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto


Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)

A partir do texto, é correto afirmar que:


a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são
conceitos equivalentes.
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser
espontânea e dispensar o rigor metodológico.
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando
opiniões e verdades são coincidentes.
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são
fundamentos do pensamento filosófico moderno.

[D]

O período moderno da filosofia se caracterizou por dois


movimentos, a saber, a dúvida e o método. A dúvida colocou em
questão aquilo que se tinha por conhecimento – vale ressaltar
que a filosofia moderna tem seu início geralmente demarcado
no século XVII – e o método buscou reconstruir o conhecimento
de modo que não se pudesse dele duvidar. Porém, esta ausência
de dúvida não significa dogmatismo, mas sim o esforço da
dedicação à filosofia, ao estudo da sabedoria, ao bem aplicar o
espírito.

“Este é o método que segui, e que tu, se te aprouver, poderás


utilizar. Pois não te recomendo o meu, apenas o proponho.
Contudo, qualquer que seja o método que empregares, gostaria
muito de recomendar-te a filosofia, isto é, o estudo da
sabedoria, por falta do qual todos sofremos recentemente
muitos males”. (T. Hobbes. Do Corpo – Cálculo ou Lógica.
Campinas: Editora Unicamp, 2009, 15).

“O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada


qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são
mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não
costumam desejar tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil
que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes
testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro
do falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso

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ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e,


destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do
fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente
de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não
considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o
espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. As maiores almas são
capazes dos maiores vícios, e os que só andam muito
lentamente podem avançar muito mais, se seguirem sempre o
caminho reto, do que aqueles que correm e dele se distanciam”.
(R. Descartes. Discurso do método. In Coleção Os Pensadores.
São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 29).

5. (Uff 2012) Galileu Galilei é considerado um dos grandes nomes da


história da ciência graças às suas revolucionárias observações
astronômicas por meio do telescópio e aos seus estudos sobre
a) a economia política.
b) a composição da luz.
c) a anatomia humana.
d) o movimento dos corpos.
e) a circulação do sangue.

[D]

Galileu Galilei é também famoso pelos seus estudos sobre


o movimento dos corpos. Foram justamente esses estudos que
o fizeram formular a lei das quedas dos corpos e a esboçar o
princípio da inércia, aprofundado posteriormente por Isaac
Newton.

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5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Observe a figura a seguir e responda à(s) questão(ões) seguinte(s).

1. (Uel 2014) Leia o texto a seguir.

Descartes, na segunda parte do Discurso do Método, apresenta uma


crítica às cidades antigas por serem caóticas. Tais cidades, por terem
sido no início pequenos burgos e havendo se transformado, ao longo
do tempo, em grandes centros, são comumente mal calculadas. Suas
ruas curvas e desiguais foram obra do acaso e não uma disposição da
vontade de alguns homens que se utilizaram da razão.

(Adaptado de: DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Nova


Cultural, 1999. p.43-44. (Coleção Os Pensadores.))

Com base no texto, nos conhecimentos sobre o racionalismo


cartesiano e sobre uma possível relação com o tema do planejamento
e da construção das cidades, assinale a alternativa correta.
a) A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas,
em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade
objetiva.

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b) A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis


do conhecimento, permitindo certo ordenamento das construções
nas cidades.
c) A mente é como uma folha em branco, isenta de impressões,
assim, o conhecimento que nos permite edificar as cidades inicia-se
na execução.
d) O conhecimento se constrói num processo que vai do particular
para o universal, o que valoriza o caráter indutivo na construção
das cidades.
e) Os engenheiros e os mestres de obras se utilizam do conhecimento
empírico para a edificação e o planejamento de nossas cidades.

2. (Ufsj 2012) Sobre os ídolos preconizados por Francis Bacon, é


CORRETO afirmar que:
a) “A consequência imediata da ação dos ídolos é a inscrição do
Homem num universo de massacre e sofrimento racional-indutivo,
onde o conhecimento científico se distancia da filosofia, se deteriora
e se amesquinha”.
b) “Toda idolatria é forjada no hábito e na subjetividade humanos”.
c) “Os ídolos invadem a mente humana e para derrogá-los, é
necessário um esforço racional-dedutivo de análise, como bem
advertiu Aristóteles”.
d) “Os ídolos da caverna são os homens enquanto indivíduos, pois
cada um [...] tem uma caverna ou uma cova que intercepta e
corrompe a luz da natureza”.

3. (Unioeste 2013) “... esta palavra, Filosofia, significa o estudo da


sabedoria, e por sabedoria não se deve entender apenas a prudência
nos negócios, mas um conhecimento perfeito de todas as coisas que
o homem pode saber, tanto para a conduta da sua vida como para a
conservação da saúde e invenção de todas as artes. E para que este
conhecimento assim possa ser, é necessário deduzi-lo das primeiras
causas, de tal modo que, para se conseguir obtê-lo – e a isto se
chama filosofar –, há que começar pela investigação dessas primeiras
causas, ou seja, dos princípios. Estes devem obedecer a duas
condições: uma, é que sejam tão claros e evidentes que o espírito
humano não possa duvidar da sua verdade, desde que se aplique a
considerá-los com atenção; a outra, é que o conhecimento das outras
coisas dependa deles, de maneira que possam ser conhecidos sem
elas, mas não o inverso. Depois disto, é indispensável que, a partir

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desses princípios, se possa deduzir o conhecimento das coisas que


dependem deles, de tal modo que, no encadeamento das deduções
realizadas, não haja nada que não seja perfeitamente conhecido.”

Descartes.

“À medida que Descartes vai desenvolvendo sua ideia de um sistema


reconstruído de conhecimento, vemos surgir dois componentes
específicos da visão cartesiana. O primeiro é um individualismo
radical: a ciência tradicional, ‘composta e acumulada a partir das
opiniões de inúmeras e variadas pessoas, jamais logra acercar-se
tanto da verdade quanto os raciocínios simples de um indivíduo de
bom senso’. O segundo componente é uma ênfase na unidade e no
sistema: ‘Todas as coisas que se incluem no alcance do conhecimento
humano são interligadas’”.

Cottingham.

Considerando os textos acima, que tratam da teoria cartesiana do


conhecimento, é INCORRETO afirmar que
a) a teoria cartesiana do conhecimento implica um sistema em que
todos os conteúdos encontram-se intimamente relacionados.
b) a teoria do conhecimento cartesiana pretende, a partir da
elaboração de um método preciso, reconstruir o conhecimento em
bases sólidas.
c) a teoria do conhecimento cartesiana, que tem como objetivo a
elaboração de uma ciência universal, serve-se, em certa medida, do
modelo indutivista para alcançar seu objetivo.
d) o conhecimento que se tem de cada coisa deriva de um processo
no qual cada etapa pode ser conhecida sem o concurso de etapas
posteriores, mas não o inverso.
e) quando determinada noção se apresenta com clareza e com
distinção, o sujeito pensante entende que se encontra frente a um
conhecimento verdadeiro pela própria natureza da concepção
cartesiana do conhecimento.

4. (Uff 2012) O filósofo francês René Descartes escreveu o seguinte


em seu Discurso do Método:

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“Logo que adquiri algumas noções gerais relativas à Física, julguei


que não podia mantê-las ocultas, sem pecar grandemente contra a lei
que nos obriga a procurar o bem geral de todos os homens. Pois elas
me fizeram ver que é possível chegar a conhecimentos que sejam
úteis à vida e assim nos tornar como que senhores e possuidores da
natureza. O que é de desejar, não só para a invenção de uma
infinidade de utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo,
os frutos da terra e de todas as comodidades que nela se acham, mas
principalmente também para a conservação da saúde, que é sem
dúvida o primeiro bem e o fundamento de todos os outros bens desta
vida.”

Assinale a alternativa que resume o pensamento de Descartes.


a) O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar que seja
empregado para dominar a natureza.
b) O conhecimento da natureza satisfaz apenas ao intelecto e não é
capaz de alterar as condições da vida humana.
c) Nosso intelecto é incapaz de conhecer a natureza.
d) Devemos buscar o conhecimento exclusivamente pelo prazer de
conhecer.
e) O conhecimento e o domínio da natureza devem ser empregados
para satisfazer as necessidades humanas e aperfeiçoar nossa
existência.

5. (Unimontes 2012) Como podemos conhecer? Eis uma questão


central da investigação filosófica. Uma das respostas mais radicais foi
formulada pelo filósofo francês René Descartes, que escreveu um
texto que colaborou de maneira significativa para a ciência moderna.
Marque a alternativa que indica a obra de René Descartes.
a) Manifesto do Partido Comunista.
b) Contrato Social.
c) Discurso do Método.
d) Paideia.

6. (Ufsj 2012) Ao analisar o cogito ergo sum – penso, logo existo, de


René Descartes, conclui-se que
a) o pensamento é algo mais certo que a própria matéria corporal.
b) a subjetividade científica só pode ser pensada a partir da aceitação
de uma relação empírica fundada em valores concretos.

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c) o eu cartesiano é uma ideia emblemática e representativa da ética


que insurgia já no século XVI.
d) Descartes consegue infirmar todos os sistemas científicos e
filosóficos ao lançar a dúvida sistemático-indutiva respaldada pelas
ideias iluministas e métodos incipientes da revolução científica.

7. (Uncisal 2012) Um estudante, ao realizar pesquisas no laboratório


da faculdade, segue determinados procedimentos que garantem a
validade do seu trabalho. As regras básicas que orientam a produção
do conhecimento cientifico são objetivas e universais, sendo oriundas
dos esforços de pensadores da Modernidade. Como os modernos
viviam em um ambiente de ruptura e evolução, o estabelecimento de
uma metodologia segura que viabilizasse sua produção científica era
de suma importância. No tocante ao pensamento moderno, assinale a
opção que contradiz seus fundamentos.
a) Humanismo, valorização da livre iniciativa e originalidade do
homem, ruptura com a tradição.
b) Individualismo, ceticismo e oposição entre o antigo e o novo.
c) Ênfase na individualidade, valorização do novo, profunda visão
humanista.
d) Ratificação da autoridade institucional, conservadorismo,
manutenção do modelo geocêntrico de cosmo.
e) Ceticismo, afirmação da linguagem matemática, negação da
ciência contemplativa antiga em prol de uma ciência ativa.

8. (Uema 2012) Das alternativas abaixo, marque aquela que


apresenta o sentido de cultura elaborado pelos humanistas no
Renascimento do século XVI.
a) Cultura é a valorização do trabalho, pois se acredita que pelo
trabalho o homem não só aprimora suas habilidades como também
ganha dignidade.
b) Cultura é o cultivo do espírito no sentido de seguir firmemente os
ordenamentos de Deus aqui na terra como necessário para a
salvação da alma.
c) Cultura é o cultivo do espírito, exprimindo a ação de desenvolver a
capacidade intelectual e de aprimorar as qualidades naturais dos
homens.
d) Cultura seria associada à prática do lazer, do cultivo às artes, à
ciência e às letras.

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e) Cultura seria o fazer humano por meio do qual o homem produz


bens materiais e se autoproduz.

9. (Unicentro 2012) Para o racionalismo, a razão é a verdadeira


fonte do conhecimento. De acordo com essa afirmativa, os filósofos
que podem ser considerados racionalistas são
a) Locke, Plotino e Hume.
b) Kant, Aristóteles e Nietzsche.
c) Platão, Descartes e Karl Marx.
d) Descartes, Malebranche e Hume.
e) Platão, Santo Agostinho e Descartes.

10. (Uff 2012) Leonardo da Vinci (1452-1519), artista, pensador e


inventor, foi um dos responsáveis pelas mudanças profundas da
cultura europeia a partir do Renascimento.
Para ele, os que se limitam a imitar o que outros fizeram, em vez de
aprender diretamente com a natureza, “tornam-se netos e não filhos
da natureza”. Segundo ele, as ciências que “começam e terminam na
mente” não possuem a verdade, porque nos discursos puramente
mentais “não ocorre a experiência, sem a qual nada oferece certeza
de si mesmo.”

Considerando essas citações, marque a alternativa que melhor


apresenta a concepção de Leonardo da Vinci sobre o conhecimento e
a arte.
a) Sábios são aqueles que se submetem aos conhecimentos de seus
antecessores.
b) A observação e a experiência diretas são indispensáveis para o
conhecimento da natureza.
c) A observação da natureza impede o trabalho da mente.
d) A observação e a experiência diretas são necessárias somente nas
ciências aplicadas.
e) É prudente confiar apenas nos sábios que nos antecederam.

11. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono


da ciência aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis
com a lógica dedutiva de Aristóteles – considerando que esta não
permitia explicar o progresso do conhecimento científico – foi Francis

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Bacon. No livro Novum Organum, Bacon formulou o método indutivo


como alternativa ao método lógico-dedutivo aristotélico.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de


Bacon, é correto afirmar que o método indutivo consiste
a) na derivação de consequências lógicas com base no corpo de
conhecimento de um dado período histórico.
b) no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas
formas válidas do silogismo tal como preservado pelos medievais.
c) na postulação de leis universais com base em casos observados na
experiência, os quais apresentam regularidade.
d) na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de
autoridades científicas aceitas universalmente.
e) na observação de casos particulares revelados pela experiência, os
quais impedem a necessidade e a universalidade no
estabelecimento das leis naturais.

12. (Uel 2011) O principal problema de Descartes pode ser


formulado do seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso
conhecimento é absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da
dúvida; mas, ao contrário do cético, não permanece nela. Na
Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...] engane-me quem puder,
ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu
pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha
jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]”

(DESCARTES. René. “Meditações Metafísicas”. Meditação Terceira,


São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.)

Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por


Descartes para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar:
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos
sentidos nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados,
portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se
apresentam certas e indubitáveis.
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como
algo relativo, tanto ao sujeito como às próprias coisas que são
percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os
fenômenos observados.

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c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do


conhecimento, uma vez que somente as coisas percebidas por meio
da experiência sensível possuem existência real.
d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode
observar no debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das
coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode
alcançar.
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro
consiste em submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades
de erro, de modo que ele resista à dúvida mais obstinada.

13. (Unioeste 2011) Considerando-se as primeiras linhas das


Meditações sobre a filosofia primeira de René Descartes:
“Há já algum tempo dei-me conta de que, desde meus primeiros
anos, recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras e de que aquilo
que depois eu fundei sobre princípios tão mal assegurados devia ser
apenas muito duvidoso e incerto; de modo que era preciso tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as
opiniões que recebera até então em minha crença e começar tudo
novamente desde os fundamentos, se eu quisesse estabelecer
alguma coisa de firme e de constante nas ciências. (...) Agora, pois,
que meu espírito está livre de todas as preocupações e que obtive um
repouso seguro numa solidão tranquila, aplicar-me-ei seriamente e
com liberdade a destruir em geral todas as minhas antigas opiniões”

É correto afirmar sobre a teoria do conhecimento cartesiana que


a) Descartes não utiliza um método ou uma estratégia para
estabelecer algo de firme e certo no conhecimento, já que suas
opiniões antigas eram incertas.
b) Descartes considera que não é possível encontrar algo de firme e
certo nas ciências, pois até então esse objetivo não foi atingido.
c) Descartes, ao rejeitar o que a tradição filosófica considerou como
conhecimento, busca fundamentar nos sentidos uma base segura
para as ciências.
d) ao investigar uma base firme e indestrutível para o conhecimento,
Descartes inicia rejeitando suas antigas opiniões e utiliza o método
da dúvida até encontrar algo de firme e certo.
e) Descartes necessitou de solidão para investigar as suas antigas
opiniões e encontrar entre elas aquela que seria o verdadeiro
fundamento do conhecimento.

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14. (Ufsj 2011) Analise a seguinte afirmação:

“Uma prática pela qual conhecendo a força e as ações do fogo, da


água, dos astros, dos céus e de todos os outros corpos que nos
cercam, tão distintamente como conhecemos os diferentes misteres
de nossos artesãos, pudéssemos aplicá-los pela mesma forma a
todos os usos para os quais são próprios, e tornando-nos assim como
senhores e possuidores do Universo”.

Essa afirmação refere-se


a) à alusão de Descartes acerca do conhecimento que se configura
como domínio do Homem sobre a realidade.
b) à manipulação conceitual por meio da qual se originam todas as
operações lógicas com a finalidade de alcançar o conhecimento.
c) à famosa questão dos “universais” que agitou e, dada a posição
central que ocupa, atualizou em boa parte, durante séculos, o
melhor do pensamento filosófico.
d) ao objeto de que se ocupam os pensadores que levam em
consideração o conhecimento, que deriva da metafísica aristotélica.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[A]

O conhecimento em Descartes é primeiramente algo uno e


construído a partir da unidade do intelecto. Isso quer dizer que apesar
da variedade existente no conjunto dos conhecimentos a ciência é na
verdade una. Quer dizer também que as bases fundadoras de todo o
edifício desenvolvem-se de maneira uniforme em uma construção
homogênea. Ou seja, a ciência é una, pois o espírito que o desenvolve
é uno. O método, por conseguinte, se torna algo importantíssimo para
Descartes, pois é ele quem demonstra a unidade do espírito que
procede de maneira uniforme na construção dessa ciência que é total.
A construção de uma ciência total se faz a partir da definição das
condições sobre as quais se constrói o método através do qual se pode
duvidar, sistematicamente, e seguindo a ordem das razões, assegurar
a evidência do conhecimento adquirido. Conhecer para Descartes é
duvidar sistematicamente para de acordo com o método seguir a
ordem das razões na construção de uma ciência com clareza e
distinção. Desse modo, Descartes considera ser capaz de conceber
uma Mathesis Universalis, isto é, uma ciência capaz de explicar tudo
que diga respeito à ordem e à quantidade.

Resposta da questão 2:
[D]

Na sua busca pelo conhecimento verdadeiro, Francis Bacon


desenvolveu a crítica dos ídolos. Esses ídolos correspondem a imagens
que impedem o conhecimento da verdade, podendo ser de quatro
tipos: os ídolos da caverna, ídolos do fórum, ídolos do teatro e ídolos
da tribo. Nessa perspectiva, somente a alternativa [D] está correta,
pois corresponde a uma justa citação da forma como Bacon, em seu
texto Novum Organum, explica o que são os ídolos da caverna.

Resposta da questão 3:
[C]

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O conhecimento em Descartes é primeiramente algo uno e


construído a partir da unidade do intelecto. Isso quer dizer que apesar
da variedade existente no conjunto dos conhecimentos a ciência é na
verdade una. Quer dizer também que as bases fundadoras de todo o
edifício desenvolvem-se de maneira uniforme em uma construção
homogênea. Ou seja, a ciência é una, pois o espírito que o desenvolve
é uno. O método, por conseguinte, se torna algo importantíssimo para
Descartes, pois é ele quem demonstra a unidade do espírito que
procede de maneira uniforme na construção dessa ciência que é total.
A construção de uma ciência total se faz a partir da definição das
condições sobre as quais se constrói o método através do qual se pode
duvidar sistematicamente e seguindo a ordem das razões assegurar a
evidência do conhecimento adquirido. Conhecer para Descartes é
duvidar sistematicamente para de acordo com o método seguir a
ordem das razões na construção de uma ciência com clareza e
distinção. Desse modo, Descartes considera ser capaz de conceber
uma Mathesis Universalis, isto é, uma ciência capaz de explicar tudo
que diga respeito à ordem e à quantidade.

Resposta da questão 4:
[E]

No texto da questão, René Descartes faz um elogio do


conhecimento como dominador da natureza e útil à vida humana. Isso
permitiria ao homem gozar melhor o mundo e conservar sua saúde. A
única alternativa que está de acordo com essa perspectiva sobre a
ciência é a [E], a única correta. Esta visão cientificista do mundo é
própria da modernidade ocidental.

Resposta da questão 5:
[C]

A principal obra de René Descartes é Discurso do Método, onde


ele apresenta a forma como deve ser conduzida a investigação
filosófica e científica para se chegar ao conhecimento das coisas que
existem.

Resposta da questão 6:
[A]

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Uma vez que as sensações são fonte de engano, Descartes deduz


a sua existência, enquanto ser, a partir do ato de pensar, e não da
matéria corporal. Sendo assim, somente a alternativa [A] é correta.

Resposta da questão 7:
[D]

A opção [D] é a que mais se distancia dos fundamentos do


pensamento moderno. A modernidade surge como uma forma de
valorização humanista do homem e de crítica à tradição. Um dos
emblemas da modernidade é a Revolução Copernicana, que colocou
em questão o geocentrismo e desenvolveu a concepção de que o Sol
(e não a Terra) estaria no centro do sistema.

Resposta da questão 8:
[C]

O período renascentista foi caracterizado pela valorização da arte


e da cultura clássica, tendo como referência o humanismo. Assim, o
sentido que a cultura adquire nesse tempo é justamente o culto às
artes e às faculdades humanas que mais podem elevar o espírito.

Resposta da questão 9:
[E]

Para Platão, somente o Mundo das Ideias seria o mundo real.


Santo Agostinho, pensador escolástico, toma esta concepção platônica
e a adapta ao cristianismo. Para ele, as ideias corresponderiam aos
pensamentos de Deus. Descartes, em vez, desenvolve um método de
conhecimento baseado no pressuposto de que somente racionalmente
se poderia chegar à verdade.

Resposta da questão 10:


[B]

Somente a alternativa [B] está correta. No enunciado fica claro


como da Vinci defende a necessidade da experiência para o
conhecimento da natureza, criticando as ciências que “começam e
terminam na mente”.

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Resposta da questão 11:


[C]

Francis Bacon elaborou a teoria “Crítica os Ídolos” que tinham


por objetivo desconstruir as imagens que formam nos seres humanos
opiniões cristalizadas e cheias de preconceito deste modo, será
possível aplicar na razão a experiência, neste caso, o método indutivo
infere de dados universais argumentações a partir de dados singulares
como uma porção de água que ferve a cem graus, e outra, e mais
aquela, logo, a água ferve a cem graus.

Resposta da questão 12:


[E]

Descartes tem como ponto de partida a busca de uma verdade


que não pode ser colocada em dúvida, por isso, começa duvidando de
tudo, começando pelas afirmações do senso comum, passando pelas
autoridades, do testemunho dos sentidos, até do mundo exterior,
inclusive da realidade do seu corpo, no entanto, só interrompe essa
cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser, do seu próprio intelecto
que duvida, pois não pode duvidar de que está duvidando, daí, a
célebre máxima cartesiana: “penso, logo, existo”.

Resposta da questão 13:


[D]

A alternativa [D] é a única correta. Descartes busca um


fundamento sólido para o conhecimento nas ciências. Para tanto,
utiliza-se do método da dúvida para destruir todas as falsas opiniões.

Resposta da questão 14:


[A]

A única alternativa plausível é a [A]. Essa referência feita a


Descartes provém do texto de Caio Prado Júnior, O que é filosofia.
Segundo Caio Prado, essa citação serve para demonstrar como a
filosofia moderna constitui o conhecimento como um problema
filosófico.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Muito bem, querido estudante. Se chegou até aqui é um bom sinal: o


de que tentou praticar todos os exercícios. Não se esqueça da
importância de ler a teoria completa e sempre consultá-la. Não esqueça
dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los.
Você sabe que com uma boa nota no ENEM poderá escolher uma ótima
universidade e também seu curso dos sonhos. Lembre-se sempre de
suas motivações: ter um bom emprego, estudar numa instituição de
prestigio e várias coisas mais, pois elas vão te dar a energia que você
precisa para encarar o desafio de estudar muito e fazer uma excelente
nota no ENEM. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca
mais se contentará em rastejar”. Te encontro na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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