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DESCRITIVO DA EXPERIENCIA DOCENTE


PRÁTICA
Acadêmica: Luciana Basilio Corrêa
Prof. Liane Koffke
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso: Pedagogia (Ped 0705 ) – Estágio 1-Disciplinas Pedagógicas
24/11/14

RESUMO

Este memorial descritivo tem como objetivo analisar as práticas de inclusão da criança autista
na educação infantil, assim como as dificuldades e desafios enfrentados no aprendizado. O
memorial descritivo relata a experiência docente da inclusão da criança autista na educação
infantil, turma do Pré II, CEI Erica Braun no município de Blumenau, situado no bairro Água
Verde. A área de concentração foi escolhida Inclusão, a temática que norteia este estudo é o
Autismo. O trabalho apresenta uma breve reflexão sobre a importância da inserção da criança
com autismo na educação infantil de que forma ela ocorre, dificuldades e desafios, a utilização e
estratégias para interação da criança com o grupo.

Palavras- Chave: Educação Infantil. Inclusão. Autismo.

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho irei relatar a importância da inclusão da criança autista na educação infantil, é um

assunto que vem avançando aos poucos, mas sabemos que ainda é preciso muita dedicação dos

profissionais para inserir a criança em sociedade e vencer as barreiras do preconceito.

Esse tema despertou a minha atenção, para o convívio das crianças com necessidades, especiais
nos faz rever a nossa prática, se a inclusão ocorre de forma correta no contexto da

educação infantil, os educandos e demais profissionais do Centro de Educação Infantil precisam


está preparados para receber essas crianças.

Na prática docente observei o cotidianos de uma criança com autismo, e seu processo de
inclusão, a criança ainda está em processo de desenvolvimento no seu aprendizado com o
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mundo, e se prepara para o próximo ano, quando irá ser inserida no ensino regular, onde lá
viverá outra realidade de ambiente e ensino.

A prática docente trouxe a reflexão da importância de conscientizar , pais, profissionais e


educandos nesse processo de inclusão, os portadores de necessidades especiais ainda sofrem
muito com a falta de estrutura, conhecimento e condições especificas para que na prática os seus
direitos sejam cumpridos.

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO INCLUSÃO / AUTISMO

O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar


recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos
educandos, considerando suas necessidades específicas. A inclusão da criança autista deve ser
iniciada na família, amigos e professores os tratem normalmente, entendê-los em sua forma e
assim tentar ajuda-los, propiciando tratamento em todas as áreas que precisem. O principal
tratamento é feito através da reabilitação: terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, escola,
fisioterapia, musicoterapia, entre outros.

De acordo com a Revista Autismo (2011) os autistas na sua maioria são pensadores visuais, não
pensam através da linguagem.

A criança com necessidades especiais educacionais por apresentar autismo, precisa ser inserida
da mesma forma ao aprendizado como uma criança que não tenha necessidades especiais, por
meio de observação e experiências.

O autismo é um transtorno Global de Desenvolvimento, (também nomeado de Transtorno


Espectro Autista), suas características são por alterações significativas na interação social,
comunicação e no comportamento da criança.

O professor, ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais


especiais associadas ao autismo infantil, pode sentir- se incapaz de interagir com essa criança é
preciso compreensão no processo de aprendizagem e desenvolvimento.

Para Carvalho (2003) não bastam apenas intenções, mas sim uma ressignificação de teorias,
pratica e atitudes que fazem parte do movimento que a proposta de inclusão escolar convida a
realizar.

O desafio do professor na educação inclusiva ainda é a socialização da criança no meio em que


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se encontra fazendo assim que todos os educandos respeitem seus limites.

Isso ocorre porque algumas habilidades necessárias para o aprendizado e presentes mesmo em
crianças com deficiência mental, consideradas pela maioria dos professores comuns a todas as
crianças, não são encontradas nas crianças autistas.

A inserção dessas crianças na creche deve ter uma atenção ampla, e ser cuidadosamente
planejada, porém não é está a realidade.

Para a realização da inclusão é importante que o profissional na busca de um trabalho efetivo


tenha maturidade e capacidade de desenvolver recursos próprios, para que isto aconteça o
professor deve estar disposto a acreditar nele, fazendo que ocorra da melhor maneira possível
tanto para a criança quanto para os demais do grupo e envolvidos nesse processo.

Iniciei as atividades como professoras de educação especial na turma do Pré II em fevereiro de


2014, no CEI Erica Braun. Primeiramente busquei observar o procedimentos de aprendizagem e
o processo de inclusão da criança autista com o grupo.Logo percebi a necessidade de conhecer as
principais características dos autistas, elaborei um planejamento voltado para inserção dessa
criança com o grupo, a criação de uma rotina diária, para isso fiz o uso do método Son Rise.
O programa Son -Rise foi criado e desenvolvido por pais e profissionais para crianças autistas,
no Option Institute e do Autism Treatment Center ofAmerica o programa já existe mais de 100
anos, segundo os professores com resultados confirmados há mais de 25 anos.Son Rise é
projetado e direcionado para ajudar as crianças e suas família e provedores de cuidado de
pessoas com autismo no tratamento e educação dos mesmos.Baseia em alguns princípios entre os
quais:

• Manter uma atitude amorosa, positiva e imparcial


• Enfatizar motivando através dos interesses das crianças no seu aprendizado facilitando
suas aquisições e aptidões.

• Estimular e incentivar nas interações e brincadeiras usa-las para a aprendizagem.

• Criar uma área de trabalho, diversão segura e livre de distrações.

• Reconhecer que os pais ou responsáveis são o recurso mais importante e duradouro da


criança.

• Participar ativamente de comportamentos incomuns ou repetitivos da crianças na


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tentativa de facilitar mais interação social.

• Manter uma atitude otimista, imparcial e amorosa em interações e expectativas.


O método Son- Rise baseia- se em entrar na realidade da criança. Sugere que a aprendizagem são
mais bem facilitadas por meio dos próprios interesses da criança. Às interações sociais ocorrem
sobretudo, aos terapeutas que não dominem, nem controlem as interações e brincadeiras, começa
na sala de jogos, prepara diretrizes específicas e necessariamente tranquila e sem utilizar na sala
cores fortes e execesso de elementos na decoração, os terapeutas nas maioria das vezes são
voluntátios ou pais treinados em cursos especiais para dar suporte.A abordagem reconhece que a
ansiedade na criança autista inibe a interação e a aprendizagem e que ambientes e as atividades
influenciam diretamente nos resultados.

Segundo o Revista Autismo (2011) o programa Son- Rise, os autistas utilizam a linguagem
visual, muitos autistas são pensadores visuais, utilizando a linguagem visual, são pensadores
visuais, não pensam através da linguagem, usando substantivos pois são palavras mais fáceis de
aprender pois em sua mente eles podem relacionar a palavra a uma figura.

Na construção do planejamento para as atividades, é preciso oportunizar atividades em que o


grupo participe com entusiasmo e tenha um aprendizado significativo, enfatizando a importância
da interação da criança autista com os demais do grupo, é preciso ter consciência que é por meio
do aprendizado que a criança pode adquirir conhecimento do mundo, criando assim diversas
estratégias de aprendizado, desenvolvendo o aprendizado para a dimensão lúdica, a exploração
do meio em que vive para compreensão do mundo em sociedade, a construção do conhecimento,
desafio da expressão dos sentimentos, e o uso da linguagem expressiva e representativa entre
outros. Como docente preciso está sempre adquir conhecimento e se atualizar através de
pesquisas sobre o assunto, materiais didáticos, participando de formações, palestras entre
outros.

Considerando o trabalho pedagógico na inclusão de crianças com deficiência, " [...] a


predisposição dos professores frente à diversidade tem um papel decisivo na compreensão das
diferenças individuais, em sua aceitação e respeito, criando, removendo ou intensificando os
obstáculos já existentes." ( CARVALHO, 2003, p. 59).

O principal objetivo de incluir a criança com autismo na educação infantil é a socialização da


criança, preparando assim a criança para inseri-la em sociedade, refletindo a prática de inclusão
e preparando o educando para enfrentar os desafios nos próximos anos, quando der entrada no
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ensino regular, conforme a nova Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, artigos 58,59, 60 propõem
que crianças excepcionais sejam aceitas nas classes comuns das escolas ditas " normais", sejam
elas públicas ou particulares e que as escolas ou instituições especiais sejam coadjuvantes no
processo educacional destas crianças, portanto, incluir é lei, recusar um aluno portador de
necessidades educativas especiais é crime. Todos sabem que a inclusão caminha em passos
lentos, porém temos que acreditar em novos avanços que vem ocorrendo a cada ano.

Segundo Correia (1999) são grandes as responsabilidades cometidas ao professor do ensino


regular espera- se que utilize- se estratégias e desenvolva atividades de ensino individualizando
junto da criança portadora de necessidades educacionais especiais, mantenha um programa eficaz
para o resto do grupo e colabore na integração social da classe.

Como docente tenho a concepção que a inclusão na educação infantil contribui para o
aprendizado de todos que estão inseridos nesse processo, acredito que a diversidade em sala de
aula só vem a contribuir devido as interações que está convivência proporciona.
As minhas perspectivas é que em breve as escolas e centro de educação infantil e seus
profissionais devam estar mais preparados e equipados para receber as crianças com
necessidades especiais, realizando um trabalho na sua totalidade, sendo essa criança
acompanhada e assistidas por outros profissionais como fisioterapeutas, neurologistas,
psicopedagogos, fonoaudióloga entre outros, para que os resultados sejam significativos em seu
aprendizado.

De acordo com Voivodic (2004) não há como se implementar processos de inclusão que visem a
oferecer de fato uma educação de qualidade sem efetivos serviços de apoio ao trabalho docente
efetuado nas escolas regulares.

Os saberes docentes que alicerçaram essa prática foram dos seguintes autores: Rosita Edler
Carvalho, Luís de Miranda Correia e Maria Antonieta Voivodic.
Ao longo desses anos como docente, na educação infantil e educação especial, verifiquei que é
necessário um planejamento flexível, ter conhecimento que a criança necessita de um olhar
cuidadoso, seja ela com necessidade especial ou não. Rever conceitos, compartilhar
conhecimentos, e ter compromisso e responsabilidade no exercer da profissão.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A prática docente contribui a cada dia mais para o meu aprendizado, trouxe como reflexão a
importância da inclusão nos primeiros anos da educação infantil, como inserir de forma
adequada a criança autista.
O que podemos e devemos acrescentar nesse processo para que a criança se sinta realmente
inclusa.
É preciso ter muita consciência e responsabilidade para que a inclusão ocorra.
Os principais objetivos propostos na prática docente foi incialmente conscientizar e informar a
todos envolvidos sobre a importância da inclusão, e sobre o que é autismo,
esse processo contribui para um resultado satisfatório, porém ainda existe uma longa jornada a
percorrer para que realmente a informação e conscientização ocorra na sua totalidade.
O processo de inclusão não pode ser encarado de qualquer forma, banalizado, é preciso enfatizar
a importância e a contribuição para o aprendizado das crianças através da diversidade, no entanto
a inclusão requer um compromisso com todos envolvidos do grupo, é um desafio a ser
enfrentado.
Os CEIS, Centro de Educação Infantil, estão iniciando esse processo, ainda tem uma longa
jornada a ser percorrida para que o sucesso da inclusão ocorra.
Na educação infantil é preciso ocorrer muitas mudanças, comprometimento de todos os
profissionais envolvidos diretos e indiretamente, todos deverão ter consciência da importância
da inclusão e como receber um educando com necessidades especiais, quando isso ocorrer
iremos ter a inclusão em sua totalidade, e todos só tem a ganhar com esse processo

REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da educação. Secretária de Educação Especial. Saberes e práticas da
inclusão.Brásilia, DF, 2003
CARVALHO, R.E. Removendo barreiras para a aprendizagem. Educação Inclusiva. 3 ed.
Porto Alegre: Mediação, 2003
CORREIA, Luís de Miranda. Alunos com necessidade educativas especiais nas classes
regulares. Porto Codex, Portugal: Porto Editora, 1999. (Coleção Educação Especial, 1.)
VOUVODIC, Maria Antonieta. Inclusão Escolar de Crianças com Síndrome de Down.
Petrópolis, RJ Vozes. 2004
AUTISMO, REVISTA. Informação gerando ação. 1 ed. Atibaia, SP. 2011.

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