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TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE A


DIFICULDADE DO PROFESSOR EM SALA DE AULA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL.

VAZ, Gisele Aparecida Pereira.

RU 974515

MEZZADRI, Marcia Fernanda Santiago.

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo conhecer, nos discursos dos


professores, suas principais dificuldades encontradas em sala de aula, diante
de alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA/H).

Sabe-se que este transtorno tem sido uma justificativa corrente para o
fracasso escolar e isto traz um número expressivo de crianças, sendo atribuída
a elas a responsabilidade por não aprender e isentando os professores e as
escolas nas quais estão sendo inseridas.

Assim, essa situação se torna preocupante pois a literatura revela as


grandes dificuldades nos diagnósticos e em sua intervenção, portanto o
objetivo geral deste estudo é buscar compreender qual a maior dificuldade do
professor em sala de aula, o referencial teórico foi construído por autores que
estudam este transtorno, como médicos, educadores e psicopedagogos. Nesse
contexto, destacamos o papel do professor, como fundamental no processo de
identificação e intervenção do transtorno. O impacto do não reconhecimento e
tratamento do TDA/H traz dificuldades que desapontam a família, a escola e as
crianças, afetando sua autoestima e seu convívio social.

Palavras – chave: Dificuldades – Práticas Pedagógicas – Transtorno Déficit de


Atenção e Hiperatividade.

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INTRODUÇÃO

A elaboração deste trabalho visa verificar quais as dificuldades do


professor em sala de aula com aluno com TDA/H, a importância do
conhecimento do professor sobre tal assunto, o interesse em questão foi
intensificado quando observamos na família, um distúrbio que aparentemente
parece inofensivo pode afetar tantos alunos e professores.

Sendo assim fizemos levantamento de dados, pesquisas e leituras


sobre o assunto, e foi o interesse em descobrir o que é o TDA/H , como se
descobre , desenvolve-se há entre a sociedade um entendimento, das
famílias e escolas com alunos com este distúrbio, é comovente os depoimentos
de pessoas que quando crianças tinham apelidos de varias formas: como “esta
criança tem bicho carpinteiro” ou “vive no mundo da lua”, ou ainda
“bagunceiro”, tantos apelidos e dizeres, mas, não havia um diagnóstico
adequado sobre o assunto, por parte de profissionais da área de saúde e pela
parte pedagógica das escolas. Portanto assim não havia um esclarecimento
apropriado para lidar com esses alunos. Assim, estas dificuldades eram
tratadas como indisciplina, de interesse ou até mesmo de educação, hoje sabe-
se que existe o TDA/H, que é definido como um transtorno neurobiológico que
acomete crianças , adolescentes e adultos, independente de origem, nível
social, religião ou raça. Este transtorno neuropsiquiátrico é reconhecido pela
Organização Mundial de Saúde e registrado oficialmente pela Associação
Americana de Psiquiatria no manual chamado de Diagnostic and Statistic
Manual o (DSM) que já está na sua quarta edição.

Assim Barkley (2008) caracteriza o TDA/H como sendo:

“(...) um transtorno mental válido, encontrado universalmente em vários países e


que pode ser diferenciado, em seus principais sintomas, da ausência de deficiência e de
outros transtornos psiquiátricos”. (p.123)

Nossa preocupação, quando começamos a estudar sobre o tema


deteve-se na concepção dos professores , pois o transtorno está mais
divulgado, mas as informações relacionadas à ele são passadas rapidamente e

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com concepções errôneas, o despreparo e a falta de informação por parte dos


profissionais da docência, contribui para que estas características se acentuem
de uma forma excessiva.

Sendo assim notamos que há crianças que não são associadas ao


TDA/H e sim a outros tipos de transtornos que dificultam a aprendizagem,
tornando o tempo acadêmico dela atrasado, e sujeito ao abandono. É comum
os docentes se sentissem despreparados à estimulá-los, diminuindo o impacto
causado por este transtorno e esta relação pode ser constatada nas pesquisas
para o Programa de Pós-Graduação em Educação realizada por Duek e
Noujorks que relata:

Visões diversas sobre o fenômeno da deficiência parecem se sobrepor no


imaginário das professoras participantes do estudo, delineando um quadro de pouca
clareza conceitual por parte delas, traduzido na dificuldade em identificar quem é o aluno
com necessidades educacionais especiais, que necessidades são essas, se elas existem
ou não, e em que casos o atendimento especializado se faz pertinente.

Assim tem como falar de TDA/H e não falar de inclusão, pois estas duas
características estão relacionadas crianças com este tipo de transtorno
precisam ser inseridas ao meio educacional e social, no entanto , percebemos
que muitas delas são excluídas do processo de aprendizagem por que se
acham incapazes de aprender e de seguir o ritmo dos outros alunos ; acabam
sendo chamadas de ‘burras”, “preguiçosas”, “desinteressadas”, mas o pior é
que são excluídas por colegas até nas brincadeiras. Faz necessário saber
quais são estas crianças, saber diferenciá-las, e fazer uma identificação das
características que as tornam especiais.

Sabe-se que por lei as crianças especiais têm direito à inclusão nas
escolas, pode ser confirmado na Politica Nacional de Educação Especial na
perspectiva da educação inclusiva, esta mesma lei , que inclui também exclui
na medida em que não prepara o ambiente escolar e nem os profissionais
envolvidos para o acolhimento destas crianças em rede regular de ensino.

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Assim, Duek e Noujorks¹ afirmam o seguinte:

(...) “a inclusão faz alusão capacidade da escola rever sua estrutura organizacional como
um todo, de modo a atender as necessidades de cada um dos seus alunos, engendrando
estratégias em favor da sua formação integral (...)”.

Assim a educação inclusiva, que antes limitava-se somente à inserção


física de alunos com necessidade educativas especiais muda a partir da
década de 90, onde os sistemas de ensino tendem a promover uma educação
de qualidade para todos e fazer adaptações que possam atender às
necessidades educativas destes alunos, mas as crianças que tem este tipo de
transtorno (TDA/H) não estão fora da escola regular, elas fazem parte de
escolas especializadas, pois apesar de sua especificidade, não são vistas
como crianças especiais na forma da lei de educação inclusiva.

Portanto levanta as questões, será que existe por parte dos profissionais
de educação um interesse em aprender mais sobre este transtorno? Se há
conhecimento por parte deles, qual é a grande dificuldade destes profissionais
em sala de aula?

Isso descobriremos nos próximos capítulos deste trabalho, esclarecendo


e divulgando mais sobre este transtorno aos profissionais de educação para
que assim possam encaminhar estas crianças para um tratamento adequado
com especialistas em saúde e podendo assim ter um desenvolvimento escolar
bem aproveitado.

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Quanto ao Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), a


Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), diz que é um transtorno
que surge a partir de um distúrbio neurológico, observadas por alguns sinais e
sintomas como desatenção, inquietude e impulsividade, que os mesmos
geralmente se acometem na infância e alguns carregam por toda a vida.

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A ABDA, de acordo com suas percepções recebe diversas


denominações, algumas delas muito conhecidas como: síndrome da criança
hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno
hipercinético, a associação americana de pesquisa adotou o termo de
Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade, isto significa que a barra
inclinada na escrita de sua terminologia o TDA/H, pode-se afirmar que o
problema surge com a hiperatividade ou sem hiperatividade, este sintoma, no
entanto é considerado o mais importante e definidor do caso.

Still e Tredgold (apud BARKLEY, 1990) que conceberam as primeiras descrições


modernas do que hoje é conhecido como Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade. Eles realçam características relevantes ao transtorno e formula
uma hipótese de etiologia neurológica, assim como vários outros autores que também
atribuíram o TDA/H às lesões cerebrais e a disfunção cerebral (FARREL, 2008).

O TDA/H no manual de diagnostico e estático de transtornos mentais,


diz que, é compreendido em relação a desatenção, hiperatividade e à
impulsividade, Russell Barkley (2008) também o define como transtorno de
desenvolvimento de autocontrole que consiste em problemas com os períodos
de atenção, controle do impulso e com o nível de atividade, tais sintomas
também aparecem no autismo e na síndrome de asperger e que podem ser
confundidos.

Observa-se em um contexto atual um crescimento em pesquisas em


torno deste assunto sobre tudo na área médica, percebe-se uma escassez em
pedagogia nos estudos para compreender a relação nas práticas pedagógicas
desenvolvidas pelo professor, no desempenho escolar do aluno. Este
transtorno necessita de uma compreensão, identificação precoce e posterior
intervenção na sala de aula é fundamental para uma boa atuação do
pedagogo.

Sabe-se que os déficits de atenção significativos associados com


hiperatividade, comprometem muito o rendimento escolar do aluno, e interfere
muito na concentração e atenção, sua identificação é extremamente
importante, entende-se que há uma grande incidência de alunos acometidos
por tal transtorno, sendo este responsável pelo maior número de repetências
escolares. Assim percebe-se a importância do diagnóstico, para que o aluno
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não seja estigmatizado, não crie barreiras em seu desenvolvimento e sua


autoestima.

Cabral (1994) diz que existem três aspectos a se conhecer do aluno, se realmente
este possui o transtorno, primeiro é observar se existem sinais de desatenção,
impulsividade, hiperatividade se apresentem no aluno; segundo está relacionada à
necessidade de observar se estes sintomas estavam presentes desde a infância,
significa que se, os sintomas só apareceram na adolescência ou na fase adulta, por que
se for à fase adulta, não se trata de TDA/H e sim outro tipo de transtorno, o terceiro
mostra que estes sintomas tenham uma intensidade, e que se mostrem não somente na
escola, e sim em outros ambientes como; casa, trabalho e vida social.

Este transtorno não deve ser diagnosticado pelo professor, este não
pode estipular um diagnóstico de um aluno, mas deve-se ter um conhecimento
sobre o assunto para que ele possa fazer uma correta identificação e assim
tomar as providências necessárias e que lhe são cabíveis,

“(...) os professores devem ter cuidado para não diagnosticar,


mas apenas descrever o comportamento e o rendimento do aluno,
propondo um possível curso de ação.” (p.204).

Uma avaliação adequada para TDA/H supõe entrevista com


profissional capacitado; analise do histórico familiar e do
comportamento da criança no ambiente da família; avaliação
neuropsicológica e avaliação do desenvolvimento emocional e
afetivo “(p205)”.

O diagnóstico é importante para contextualizar os sintomas com a


história de vida dos alunos, tais informações devem ser coletadas com a
participação da família, então é necessária uma aproximação da família do
aluno com TDA/H com a escola, a comunicação entre professor e pais é
relevante para que se promova troca de experiências.

Para o professor é crucial a sua busca por informações, melhorando


assim ,o seu cotidiano escolar e social, o comprometimento com o ensino o
leva à práticas pedagógicas aplicadas à necessidade do aluno , levando em
consideração os aspectos mencionados percebemos que as dificuldades que
dificuldades serão superadas em relação ao que transtorno causa ,

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promovendo assim um bom esclarecimento não somente às famílias e sim a


todos aqueles que convivem com pessoas que possuam o TDA/H.

O papel fundamental do professor no processo de aprendizagem do


aluno com TDA/H, é quando ele percebe alguma alteração fora do
comportamento esperado dos alunos; para o aluno com TDA/H, não existe
coisa pior à uma criança com este transtorno do que a escola, falta de
autocontrole e a desatenção intensificada em grupos dificulta assim a
percepção seletiva de estímulos relevantes.

Através dessas questões verificamos que a execução das tarefas, as


dificuldades da escola diante de ajustamento, ocorrem tanto na de
aprendizagem quanto ao relacionamento social, ela exige que a criança não
fique parada e se concentre em tarefas monótonas, repetitivas e não
motivacionais.

Devido às dificuldades com as regras e o autocontrole, a criança com


transtorno se sobressai entre as outras, seu comportamento é imprevisível e
não reagem às intervenções normais do professor, muitas vezes isso leva a
interpretar um comportamento de criança desobediente. A convivência com
uma criança ou adolescente com TDA/H, nos leva a entender que a agitação, a
desobediência e a impulsividade são características do distúrbio e
transformam o portador num especialista em desobedecer às ordens e regras.

Sendo assim, notamos que os professores encontram dificuldades em


sala de aula e estas não devem ser atribuídas à tradicional “falta de limites”,
pesquisas recentes mostram que as dificuldades mostradas pelas crianças são
consequências das limitações impostas pelo TDA/H e não são lapsos
educacionais de pais ausentes ou de má – criação. Para o sistema de
educação o TDA/H se mostra um grande desafio os professores geralmente
estão sobrecarregados e não conseguem lidar com o assunto, diante de turmas
com números elevados de alunos está difícil para o professor dar atenção
individualizada e conseguir acompanhar de perto as dificuldades de cada
criança, principalmente com a nova política de que o aluno passa de ano
automaticamente, a grande maioria só descobre o transtorno no ensino médio,

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e esse transtorno passará por um processo diagnóstico e sempre envolve à


pesquisa de sintomas na escola.

Então, se procura instrumentalizar o professor para um melhor


reconhecimento do TDA/H, dentro deste contexto, é muito importante obter
uma noção clara de que o TDA/H possui dimensões de sintomas, dimensão de
desatenção, hiperatividade, impulsividade, a desatenção, assim como a altura
e a pressão arterial são distribuídas na população. Sendo algumas crianças
são atentas e outras desatentas, o que as diferenciam daquelas que possui o
distúrbio é que os sintomas são intensos e frequentes, causando prejuízos
significativos

A característica da dimensão da desatenção é a baixa persistência às


prioridades, uma extrema dificuldade em resistir ás distrações e muita
dificuldade com o reengajamento em tarefas após interrupção, as tarefas e
trabalhos escolares começam por um longo processo, que envolve o
esquecimento, desorganização e a simples tarefa de fazer a lição de casa
passam a ser desgastantes. As meninas, a situação mais comum é a imagem
de aluna comportada, quieta, não participa das aulas, mas não incomoda, está
sempre distraída, qualquer coisa é capaz de desviar sua atenção, mexer no
caderno, rabiscar cadeira, carteira, criar jogos com estojo e canetas;
geralmente nunca terminam a lição a tempo, não acompanham a aula, o que
está acontecendo em sala de aula e a desatenção acaba passando
despercebida pelo professor, por ser uma criança educada , tenta ser
cooperativa, faz pouco barulho e não causam problemas, então, a respeito do
TDA/H nas meninas costuma a ser subdiagnosticado por que elas mostram
poucos sintomas de impulsividade e agressividade, já entre os meninos o
diagnóstico é mais avançado , ou seja , é perceptivo a essas questões.

A hiperatividade e impulsividade em sua dimensão ocorrem uma inibição


motora e deficiente, dificuldade em sustentar comportamentos inibióticos,
atividades motoras e verbais, excessivas e relevantes, na pratica a criança não
pára quieta , nem por um instante, o tempo todo se movimenta e não dá à
mínima para o que está sendo ensinado, é impaciente, sua impulsividade se
torna anormal, fala coisas fora de hora, mesmo sabendo que não deveria falar,

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vive em constantes conflitos com seus colegas e professores. Devido à sua


impulsividade o seu descontrole emocional pode ser demonstrado por
mudanças frequentes e inesperadas de humor, limiar baixo de tolerância a
frustação não raramente comportamento opositor e desafiante.

Isoladamente o TDA/H, não cursa as dificuldades de aprendizado, é


apresentado frequentemente erroneamente como um tipo específico de
problema de aprendizagem, ao contrário, é um distúrbio de realização, estas
crianças com este transtorno são capazes de aprender, mas tem uma grande
dificuldade de ir bem à escola, devido ao impacto que os sintomas tem sobre
uma boa atuação. Elas possuem um QI igual ao de seus colegas, porém o seu
desempenho escolar passa a ser inexplicavelmente irregular, mas esta ideia
não leva em conta a dificuldade em ouvir, seguir instruções, prestar a atenção
e persistir até o final das tarefas, então a performance ficará abaixo do
esperado para a idade.

Assim o funcionamento abaixo do potencial pode acarretar ao longo do


tempo uma sequencia de eventos denominado “espiral escolar negativa”, isto
significa que o aluno após varias repetências e dificuldades disciplinares,
geralmente fica em constante vai e vem de escolas, passando por varias
mudanças escolares, o aluno inicia em uma escola particular, passa para uma
escola pública após repetir o ano fica de dependência para o 2º ano, acaba
adquirindo uma aversão ás escolas, não gosta de estudar, assim, no final tem
uma escolaridade mais baixa na sua vida adulta, isto pode ser prevenível, se
for tratado desde o início.

Observa-se com estudos uma significativa proporção de casos em que o


há sobreposição entre o TDA/H e dislexia, de tal maneira, que o diagnóstico de
um deve envolver avaliação do outro, as crianças e adolescentes com TDA/H
em morbidade com o distúrbio de aprendizagem tendem a responder
pobremente ao tratamento medicamentoso, e as crianças com discalculia
respondem pior, a sala de aula é um ambiente repleto de estímulos para estas
crianças com este transtorno, sempre haverá um apagador que cai no chão,
um colega que espirra uma porta que bate, esta criança terá uma atração
irresistível em prestar a atenção em tudo ao mesmo tempo.

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Sendo assim o aluno nas condições mencionadas não consegue filtrar o


estimulo entre os demais, cabe ao professor perguntar: o aluno tem a
capacidade de manter sua atenção ao longo do tempo? Ele conseguira focar
no que é necessário mediante vários estímulos simultâneos?

Acho que com o passar do tempo o aluno sendo diagnosticado e com


ajuda dos professores e familiares consegue sim focar na aula tudo vai
depender de como ele vai lidar com a situação buscando dentro de si um meio
de burlar por assim dizer os estímulos em sala de aula, trazendo para dentro
de si através de seu esforço somente aquilo que é necessário para seu
aprendizado.

A criança com TDA/H na sala de aula apresenta uma grande dificuldade


de manter as informações em mente, tem dificuldade de antecipar
consequência futuras de seus atos, diminui a capacidade de percepção de
tempo e de organização temporal de suas ações, assim, o aluno tem ações
comandadas pelo presente imediato, por aquilo que o meio pode lhe
proporcionar no momento, porque não consegue manter a atenção nas suas
representações internas e guiar suas ações por uma perspectiva futura.

A avaliação médica nestes casos se torna essencial para ter uma boa
investigação destas crianças com este tipo de transtorno, esta avaliação
consiste em confirmar o diagnóstico ou identificar outros distúrbios que o
simulam. Para se obter um bom diagnostico faz-se necessário uma boa
comunicação entre as escolas e os serviços de saúde, este diagnostico é
obtido através de um anamnese, de observação, exame físico, constantes
relatórios e escalas de classificação do comportamento, todos estes dados
obtidos de múltiplos ambientes e fontes.

Até o momento não existe um exame ou combinação que se tenha


mostrado eficaz na identificação da criança com TDA/H, tudo se baseia na
anamnese e observação, nesta abordagem deve-se levar em consideração
quatro áreas distintas a serem investigadas: história familiar e médica,
comportamento, cognição e coordenação, a procura de sinais de
comprometimento em cada área, não se pode levar em conta somente
sintomas é necessário avaliar o impacto e o comprometimento nas atividades

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de vida diária, pesquisas atuais mostram que o TDA/H ao longo do tempo


pode-se alterar-se. O TDA/H tem a tendência em casos de sintomatologia mais
intensa e casos menos intensos, formas mais leves do TDA/H que não
preenchem a rigor os critérios diagnósticos, podem ser manejadas, na maioria
das vezes, sem necessidade de medicamento.

A maioria dos profissionais de educação, muitas vezes precisa lidar


diariamente com alunos com este tipo de transtorno (TDA/H) e não obtém de
informações confiáveis sobre este assunto, crianças com este transtorno
precisam desenvolver um repertório de estratégias para poder atuar em sala de
aula. É extremamente importante que haja um conhecimento por parte de
professores e pedagogos sobre o TDA/H e saibam suas peculiaridades, este
transtorno e bem pesquisado e com validade superior à da maioria dos
transtornos mentais, e superior inclusive à de muitas condições médicas.

Sendo assim a mídia se encaminha de transmitir as mais variadas


informações, há muitas histórias que denunciam o uso excessivo e indevido de
medicamentos perigosos para tratar o transtorno e continuam a aparecer na
internet e na imprensa leiga.

Cabe ao professor a dar um novo formato na sala de aula , tornando as


aulas dinâmicas e objetivas, buscando atividades motivadoras e que as
instruções dadas sejam claras e gradativas, com um bom acompanhamento de
ritmo e interesse dos alunos com este transtorno é imprescindível que o
professor procure estar sempre próximo deste aluno estabelecendo
combinados, trabalhando importância de regras e limites, avaliando
diariamente, promovendo uma autoestima, ajudando a descobrir por si
própria as estratégias mais funcionais.

Segundo Farrell (2008) “Estes auxílios e a verificação da compreensão ajudam o


aluno a compreender e a seguir sequências de atividades [...] e ajuda-o a melhorar a
concentração” (p.79).

Conforme Farrell (2008) Para facilitar a aprendizagem devem-se ter


mudanças não somente na parte didática e sim também no espaço físico da
sala de aula, isto contribui muito, a arrumação das carteiras para possibilitar os
trabalhos em grupos é um artifício muito significativo, durante atividades

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realizadas em grupo a tensão dos alunos pode ser melhorada com um estilo de
aula mais entusiasmado, permitindo a participação ativa do aluno. Para uma
boa construção de conhecimento entre professor e aluno, o professor deve
considerar e propiciar ambientes com práticas que favoreça a aprendizagem de
todos os envolvidos, inclusive daqueles com TDA/H, o professor através do
construtivismo desenvolve habilidades dos alunos, pois de acordo com esta
teoria a aprendizagem é um processo.

A escola tem um papel fundamental e de extrema importância, é


necessário que esta esteja preparada para receber estes alunos, tendo em
vista em que uma luta para inclusão para alunos com necessidades
educacionais especiais, a criança com TDA/H aprenderá na escola como lidar
com as regras e com a estrutura da vida social, o que mais tarde na sua vida
adulta ela terá que enfrentar.

O professor precisa estar preparado para atuar com alunos com este
transtorno, pois ele tem inúmeras barreiras a serem quebradas, tendo inicio na
identificação do problema e na tentativa de inserir estes alunos na escola e no
campo social, ele se veste como se fosse de uma armadura para estudar
estratégias que possam melhorar a qualidade de ensino na sala de aula, sabe
que a sua maior dificuldade está em resgatar a atenção deste aluno. Qualquer
deslize pode interromper a qualidade de ensino junto aquele aluno, então, o
professor busca por estas estratégias que vão desde criar regras em sala de
aula, e até olhar fundo em seus olhos para poder estabelecer um controle em
sala de aula.

METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa, onde


foi feita uma investigação, onde se teve seu objetivo principal, foi à busca de
informações para entender e compreender as principais dificuldades
encontradas em práticas pedagógicas realizadas pelos professores de
educação infantil na intervenção e sala de aula com alunos com TDA/H.

Assim, presente estudo visa compreender o transtorno, TDA/H e sanar


dúvidas, tanto na família quanto, na parte pedagógica, buscou-se o tema em

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questão a fim de obter uma melhor abordagem sobre o TDA/H quando


trabalhamos com crianças especiais.

Afim de concretizar este estudo, faremos a uma busca por bibliográficas , com
base em documentos periódicos, livros, revistas, sites, etc., para que se possa
levantar uma analise teórica de prováveis intervenções pedagógicas. Além da
busca bibliográfica, apresentamos a seguir como foi desenvolvida.

A conclusão e resultado deste estudo serão de grande relevância, o que


se espera com esta pesquisa é analisar se é possível ou não conhecer os
conceitos, sobre TDAH e se ocorrem intervenções com os alunos que
apresentam este transtorno.

Este estudo será organizado por quatro capítulos, tentando compreender


e elucidar os aspectos teóricos – metodológicos, e aprofundará a literatura,
especializando o debate teórico sobre o tema, tentando assim responder os
objetivos iniciais, entrevistas através de relatos de professores as principais
dificuldades em suas praticas pedagógicas e concluindo o estudo com as
considerações finais.

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