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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IBITURUNA

BERGSON MARQUES MOREIRA

CONHECENDO O TDAH E AS ESTRATEGIAS PARA SALA DE AULA

RIO DE JANEIRO-RJ
2019
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IBITURUNA
BERGSON MARQUES MOREIRA

CONHECENDO O TDAH E AS ESTRATEGIAS PARA SALA DE AULA

Artigo Científico Apresentado ao INSTITUTO


SUPERIOR DE EDUCAÇÃO IBITURUNA, como
requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado
em Licenciatura Plena em Pedagogia.

RIO DE JANEIRO-RJ
2019
1

CONHECENDO O TDAH E AS ESTRATEGIAS PARA SALA DE AULA

BERGSON MARQUES MOREIRA11

RESUMO

Este estudo tratasse de uma revisão bibliográfica com intuito de instrumentalizar o professor com
informações técnico cientifica acerca do Transtorno de Déficit de Atenção e suas variações Com e
Sem Hiperatividade. Pretendesse mostrar o histórico deste transtorno durante o tempo, além de suas
características sintomáticas, forma de diagnostico em sala de aula e estratégias para a adequação
pedagógica de ensino e aprendizagem por parte dos alunos com este transtorno, afim de inclui-los
verdadeiramente no ambiente educacional. Para tal, e discutidos autores que contribuíram para o
estudo desta temática como LEGNANI E ALMEIDA (2008), TEIXEIRA (2015), TAYLOR e LARSON
(1998), BARKLEY (2008) entre outros.

Palavras-chave: Aluno. Aprendizagem. Ensino. Professor. TDAH.

Introdução
Atualmente um dos desafios mais recorrentes e discutidos nos cursos de
formação de professores, e como ocorre de fato a inclusão dos alunos com
dificuldade de aprendizagem dentro do processo pedagógico em sala de aula. Em
especial os professores tem se deparado com inúmeros casos de alunos desatentos
e/ ou hiperativos, em sua grande maioria, não diagnosticados, e muitas vezes com
um rotulo dado por ex-professores e pais, de “criança malcriada”, “aluno
indisciplinado”, entre outros estigmas.
Pretendesse trazer em pauta neste artigo, a discursão de o que é
efetivamente o Transtorno de Déficit de Atenção e suas variantes, com e sem
Hiperatividade, e as práticas pedagógicas que podem ser usadas a fim de incluir os
alunos com esse transtorno escolar. Para tal, pretendesse responder as seguintes
questões:
 O que é o TDAH e como identificá-lo em sala de aula?
 Como aplicar abordagens pedagógicas de intervenção eficazes para
alunos com o TDAH no processo de ensino e aprendizagem em anos
iniciais?

1
Graduando em Licenciatura plena em Pedagogia. Graduado em Tecnologia Logística pela
Universidade Paulista com especialização em Engenharia de Suprimentos pela Universidade Candido
Mendes. Rio de Janeiro – RJ. contato@bergsonmarques.com.br
2

A importância do estudo do tema aqui abordado, está em levar para os


educadores, aspectos mais técnico-científicos acerca deste transtorno educacional
que se mostra a cada dia mais que frequente dentro da sala de aula, levando
também soluções pedagógicas para identificação e intervenção.
Apesar do Transtorno de Déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) já esteja
mais que legitimado pela comunidade cientifica e acadêmica internacional, além de
ter sua existência validada a alguns anos pela Organização Mundial da Saúde, pelas
Associações Brasileira e Americana de Psiquiatria, e pelas Associações Brasileiras
de Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia, ainda paira na mente de educadores,
muitas dúvidas, mitos e controvérsias sobre esse transtorno.
Cabe salientar, que o diagnostico do TDAH não é função do docente de sala
de aula, sendo este feito por uma equipe multidisciplinar, que passa por pedagogos
orientadores, psicopedagogos, neuropsicopedagogos, psicólogos e neuropsicólogos,
fonoaudiólogos, psicomotricistas, entre outros que conjuntamente iram propor
hipóteses diagnósticas, para pôr fim, serem retificadas ou ratificadas por um
neurologista ou psiquiatra que irá dar o diagnostico ao aluno paciente. Porem, por
ser a linha de frente do processo de ensino e aprendizagem juntamente como os
pais, cabe ao professor em sala, identificar o possível transtorno educacional em
seus alunos através da observação do cotidiano e das dificuldades apresentadas.
Nesse contexto, educadores carecem de respaldo técnico, subsidiando suas ações
de intervenção pedagógicas no sentido de fortalecimento teórico-metodológico do
ato de identificar e ensinar, descobrindo conscientemente, novas práticas
pedagógicas que contribuam para o fortalecimento qualitativo dos estudantes com
TDAH, dentro e fora de sala de aula.
Assim Fortunato (2011) nos orienta que:

Ao unir saberes, o professor começa a direcionar o ensino numa


perspectiva inclusiva em prol do completo aprendizado e do bem-estar de
todos os envolvidos. Entende-se, portanto, que todo estudante possui
potencialidade para desenvolver suas capacidades de aprendizagem. A
escola, enquanto instituição de ensino, voltada para a construção e
aquisição do conhecimento e de habilidades, torna-se “válvula
impulsionadora” de resultados positivos na vida acadêmica dos estudantes
que atende. (TASSONI, 2011, P.P 02)
3

Tendo o que foi dito acima por base, a intenção precípua deste estudo e
nortear a conduta do professor em sala, no que diz respeito a interação e
acolhimento em um processo inclusivo dos alunos com o transtorno já citado,
facilitando a aprendizagem por métodos pedagógicos direcionados.
No intuito de alcançar tais objetivos, porem sem esgotar as inúmeras
possibilidades de um assunto tão vasto, optou-se como metodologia o recurso da
pesquisa bibliográfica a partir de artigos disponibilizados de maneira eletrônica, além
de livros e literaturas diversas, e a própria experiência do altor como estudante do
curso de pedagogia e portador diagnosticado na infância e fase adulta do transtorno
de déficit de atenção com hiperatividade.
Autores como Legnani e Almeida (2008), Teixeira (2015), Taylor e Larson
(1998), Barkley (2008), entre outros, embasam as fundamentações teóricas das
ideias aqui apresentadas.

Desenvolvimento

Apesar do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade só ser


reconhecido a partir do século XX pela Organização Mundial da Saúde por meio da
sua entrada na Classificação Internacional de Saúde (CID 10) como nos aponta
Legnani e Almeida (2008), os relatos históricos das sintomáticas que se referem a
esta condição, são descritos a quase meio século antes de Cristo, onde o filosofo e
medico Hipócrates descreveu um paciente que se apresentava com baixo
desempenho a concentração e alta impulsividade, isto no remoto ano de 493 a.C.
Teixeira (2015) nos mostra que séculos mais tarde, já no ano de 1613, o autor
inglês William Shakespeare apresenta uma referência ao “Distúrbio de atenção” e
sua peça “A famosa história da vida do rei Henrique VIII”. Em 1794 o médico
escocês Alexandre Crichton cunhou o termo “Doença da Atenção” para descrever a
chamada “inquietação cerebral” que de acordo com o mesmo em seu livro “Mental
Restlessness” poderia prejudicar a aprendizagem da criança na escola. Indo para o
ano 1854 temos a obra “Der Struwwelpeter” do medico alemão Heinrich Hoffmann
descrevendo o comportamento da criança hiperativa e o denominando como
“Insanidade Impulsiva”.
No século XX ponto inicial da medicina moderna, mais precisamente 1902 o
pediatra inglês George Still descreveu um grupo de crianças com comportamento
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hiperativo e uma incapacidade de sustentar a atenção o qual o médico considerava


ser uma condição grave e de origem hereditária. Indo para 1937 temos o estudo de
Charles Bradly como um dos primeiros a utilizar intervenção medicamentosa na
melhora dos sintomas anteriormente relatados em um grupo de crianças através da
ministração de Benzedrine, uma anfetamina estimulante. Teixeira (2015) nos ensina
ainda que até o fim da década 1950 o transtorno era chamado de “Lesão Cerebral
Mínima” tendo em 1957 o oferecimento de outra substancia para o tratamento, o
Metilfenidato, medicamento usado até hoje e conhecido comumente no mercado
como Ritalina. Seguindo a linha do tempo do transtorno, já em 1960, a medica Stella
Chess batiza a doença de “Síndrome da Criança Hiperativa” uma vez que não se
encontrava lesão orgânica nos portadores. Nos anos posteriores outras
nomenclaturas foram usadas, como “disfunção cerebral mínima” e “reação
hipercinética da infância”, tendo sua a nomenclatura “Déficit de Atenção” sido
adotada em 1960 com a publicação no Manual Diagnostico e Estatístico dos
Transtornos Mentais - DSM, publicado pela Associação Psiquiátrica Americana.
A atual descrição deste transtorno mostra que o TDAH e um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta o cérebro e resulta em uma variedade de
comportamentos inapropriados. (TAYLOR; LARSON, 1998).
O Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais em sua 5º Edição
– DSM-V, o descreve da seguinte forma:

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis


prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-
impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de
permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em
níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento.
Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação,
incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros
e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou
o nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH frequentemente se
sobrepõe a transtornos em geral considerados “de externalização”, tais
como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno da conduta. O
TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no
funcionamento social, acadêmico e profissional. (DSM-5 - 5º Edição – 2014
- P.P. 75)

George e Gary (2007), nos diz que esse transtorno e de alta incidência
particularmente em meninos, e que crianças portadoras apresentam taxas superior
de fala não fluente exemplificadas por falhas na articulação, além de desorganização
em tarefas, que exigem das mesmas, explicações verbais como por exemplo,
5

responder questões sobre a compreensão de um texto, apresentando ainda


problemas com coordenação motora fina e grossa, ocasionando uma má qualidade
na escrita e lentidão gráfica.
Atualmente, como constata Leonardi et al.7(2010), o TDAH é o transtorno
psiquiátrico mais comum na infância, cuja prevalência situa-se entre 3% a 13% em
crianças com idade escolar. Corroborando com tudo que já foi dito Wilens et al.
(2004) nos informa que o transtorno persiste em praticamente 70% dos casos até o
início da fase adulta.
O TDAH pode ser classificado em três subtipos, de acordo com os sintomas
predominantes: a) tipo predominantemente inatento, em que os sintomas de
desatenção são mais significativos; b) tipo predominantemente hiperativo, com
comportamento hiperativo-impulsivo mais evidente; e c) tipo combinado, com ambas
as classes de sintomas igualmente manifestadas segundo Smith, Adams (2006) e
Pondé et al. (2012). Uma informação importante e que é que os sintomas destes
Transtorno podem variar de acordo com o desenvolvimento e idade do portador, em
geral em crianças de idade pré-escolar (3 a 6 anos), os sintomas que se manifestam
mais são os de hiperatividade ligados as dificuldades em aceitar limites e
frustrações. Já na idade escolar, pode existir uma combinação incerta dos sintomas
de desatenção e de hiperatividade/impulsividade. Na adolescência e na fase adulta,
os sintomas mais aparentes são a desatenção e a impulsividade.
As causas prováveis para a manifestação deste transtorno são muitas,
segundo Barkley (2008): “[...] deve ficar evidente que fatores neurológicos e
genéticos contribuem substancialmente para os sintomas do TDAH e para a
ocorrência do transtorno em si [...]”. Já Rohde e Benczik (1999), leciona que o
TODA/H se caracteriza por um déficit básico no comportamento inibitório, sendo
assim, algumas áreas do cérebro apresentariam como função comandar um tipo de
“breque de inibição”, e por causa do problema no funcionamento deste “breque”,
seus portadores demostram maior hiperatividade e impulsividade, esses autores
também demonstram em seus estudos, que a presença desta disfunção esta
associada a uma área do cérebro conhecida como região orbital Frontal situada na
parte dianteira do cérebro (Lobo frontal). Nesta região, localizado na parte da frente
do cérebro (testa), acontece o planejamento de ações e movimento, bem como o
pensamento abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal que
no TDAH também apresentam alterações em seu funcionamento. Outro fator
6

mostrado em pesquisas feitas através de Tomografia por Emissão de Pósitrons (Pet


Scan), para medir a atividade elétrica, atividade cerebral ou fluxo sanguíneo,
mostraram que essa atividade cerebral medida, em pacientes com TDAH, é reduzida
na região frontal do cérebro. Os mesmos autores também concluem em seus
estudos que o fator genético está presente em grande parte do problema, tendo
assim a hereditariedade como vetor, apontando que em pelo menos 25% dos casos
estudados por eles, parentes de primeiro gral das crianças analisadas apresentavam
o transtorno.
Segundo Galvão e Abuchaim (2009), a principal causa do TDAH é de ordem
genética, mas o fumo durante a gestação e fatores externos vinculados a problemas
familiares, também estão relacionados à predisposição ao desenvolvimento dos
sintomas do TDAH. Esses sintomas ficam mais perceptivos, quando a criança é
submetida a situações onde necessita de concentração e desempenho, como por
exemplo, na fase escolar.

Além disso, a exposição a eventos psicológicos estressantes, como uma


perturbação no equilíbrio familiar, ou outros fatores geradores de ansiedade
podem agir como desencadeadores ou mantenedores dos sintomas.
(GALVÃO, ABUCHAIM, 2009, p. 1).

O DSM V, contém os critérios clínicos para o diagnóstico do TDAH o qual


deve ser observado tanto por profissionais da saúde quanto por professores nas
condutas em sala de aula, nele e proposto uma classificação onde a criança deve
preencher critérios em pelo menos 6 itens de desatenção no tipo desatenta ou 6
itens de hiperatividade e impulsividade no subtipo hiperativo, ou com itens dos dois
no subtipo combinado. Além dos 3 subtipos
Quando verificado na criança o transtorno, algumas estratégias podem ser
usadas para melhorar o ambiente e aprendizado do aluno com TADH, porem antes
cabe salientar que o professor ao verificar alguns dos comportamentos
apresentados no DSM-V deve levar o relato imediatamente ao orientador
pedagógico e direção da escola para que em conjunto com os pais seja feito seu
encaminhamento para um psicopedagogo clinico ou neuropsicopedagogo clinico,
que por sua vez através de entrevistas e testes próprios e ajuda de outros
profissionais da saúde, ira emitir relatório com hipóteses diagnosticas para subsidiar
os médicos em seu diagnóstico.
7

Como primeira pratica, o professor deve buscar não estigmatizar o aluno de


“problema”, “indisciplinado” ou “desajustado”, uma vez que o aprendente se colocara
em posição de se enxergar negativamente diminuindo sua autoestima, devesse
levar sempre em conta a história pessoal do aluno, tratando-o com respeito e
compreensão, lembrar que dependendo da sua doação e atuação poderá exercer
uma influência positiva ou negativa no aluno. O professor deve preparar o aluno com
TDAH a encarar novas situações uma vez que esse aluno e muito sensível com
relação a sua deficiência se assustando e se desencorajando facilmente frente a
novos desafios. Dar um tratamento normal ao portador também e fator
preponderante na caminhada do aluno com transtorno, não criando assim rotulo de
“diferente dos demais”.
Levando em conta que o aluno TDAH muitas vezes tem sua atenção desviada
pelos seus próprios pensamentos, o professor deve sempre falar com o aprendente
olhando em seus olhos e sempre confirmando se o que foi dito foi entendido e
compreendido a mesma interpretação da mensagem que o professor quer passar,
lembremos que o processamento auditivo do TADH e afetado uma vez que muitas
na grande maioria das vezes a mensagem e recebida pelo aparelho auditivo, mas
não processada corretamente em seu córtex.
É de fundamental importância conversar com o aluno sobre suas dificuldades,
fazendo entender que o mesmo tem dentro de si as ferramentas necessárias para
sua mudança comportamental. A criação de uma rotina, com regras e limites bem
estabelecidos, também ajuda na transformação comportamental do sujeito com o
transtorno, sempre é bom evitar as mudanças de horário, troca de regras de jogos e
brincadeiras é principalmente em regas de avaliação. O professor deverá tentar
modificar o comportamento do aluno gradualmente, podendo de forma reservada
listar os comportamentos inadequados, escolhendo primordialmente aqueles que
sejam mais prejudiciais para o desempenho acadêmico, apresentando melhora
nesses comportamentos, poderá estabelecer novas metas.
A respeito da didática, o professor deve apresentar de forma clara o conteúdo
sempre com uso de 2 ou mais formas de transição principalmente as de estimulo
visual, crianças como TDAH necessitam de estímulos a mais para ter sua atenção
focada, porem quando atraídos entram no chamado hiperfoco, tentar descobrir a
melhor forma de usar o material em mãos e fundamental para o sucesso de uma
aula e na atração do aprendente TDAH, evite sempre improvisos. Em trabalhos,
8

evite trabalhar com grupos grandes uma vez que é normal do aluno TDAH
procrastinar e/ou entrar em conflito muito facilmente quando contraposto suas ideias.
Trabalhos em duplas e trios são estimulantes e menos ariscados para conflitos e
procrastinação.
Para melhorar a assimilação do conteúdo o professor deve dividi-lo em partes
menores e o mesmo deve ser feito com as tarefas, uma técnica que pode ajudar a
compreensão do professor e o estudo da técnica POMODORO.
Corroborando com esse pensamento temos Barkely (1998):

As estratégias utilizadas com melhores resultados incluem controle de


estímulo, “quebra” das tarefas em pequenas partes de forma a torná-las
compatíveis com os períodos que a criança consegue manter a
concentração e o estabelecimento de tarefas a serem realizadas em
intervalos curtos de tempo. (BARKELY, 1998, in DESIDERIO e MIYAZAKI,
2007).

Outra questão de fundamental importância e fazer com que o próprio aluno


crie estratégias de estudo e aprendizagem. Como já dito anteriormente, os maiores
recursos estão dentro do próprio aluno, cabe ao professor organizar de forma
instrumentalizada a busca interna por esse ferramental intelectual e comportamental
além de propiciar um ambiente onde o aprendente possa por si só conhecer seu
potencial e utilizar as ferramentas ao seu dispor para sua melhora de
comportamento e por consequência sua melhora acadêmica
Por fim, a comunicação com os pais deve ser frequente, pois eles também
necessitam dentro de casa estabelecer regras e prioridades reforçando
características boas e ajudando no processo de modificação nos comportamentos
não convenientes. Esse dialogo devesse dar através de relatórios conjunto entre
professores e direção a fim de demonstrar o processo de evolução do aluno.

Conclusão

Pode-se concluir que os professores são habitualmente os personagens


dentro do sistema de ensino e aprendizagem da criança, que mais facilmente
percebem quando seus aprendentes apresentam problemas de atenção,
concentração, aprendizagem ou qualquer comportamento inadequado, sendo assim
9

papel da escola e por conseguinte do docente, de esclarecer as causas de um


fracasso escolar decorrentes dos problemas já citados.
Fica claro também, que na infância o TDAH em geral se associa a
dificuldades na escola e no convívio relacional com as demais crianças, pais e
professores, sendo frequentemente a criança como esse transtorno estigmatizada,
vezes pela falta de conhecimento por parte dos docentes, da origem dos seus
comportamentos desajustados.
Ainda que os especialistas sustentem a tese de que a origem do transtorno
seja genético biológica, favorecendo assim o aparecimento das dificuldades
relacionadas as funções executivas e inibitórias, os mesmos não descartam a
análise do transtorno a partir de uma perspectiva socio pedagógica tendo como
solução o reajuste das condutas comportamentais não só pela via medicamentosa,
mais também, por estratégias orientadas pelo professor de readequação e
modulação comportamental em sala de aula.
E visto que, essas estratégias pedagógicas são simples de serem
implementadas quando o docente conhece as causa e efeitos do transtorno no
aprendente, possibilitando assim criar para o memo um ambiente de aprendizado
focado em transpor suas dificuldades e potencializar seus recursos interno.
Evidenciasse assim a busca do professor por maior conhecimento clinico deste
transtorno através da leitura principalmente do DSM-V que o ajudara a ter o
arcabouço técnico cientifico para a observação dos comportamentos lá descritos
como típicos do portador de TDAH.
O estudo do professor nesta matéria ajudara ao aluno ter um diagnóstico mais
breve possível tendo assim um acompanhamento interdisciplinar, possibilitando
assim sua melhora acadêmica e de qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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