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RESUMO
Este trabalho aborda o Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade,
culminando na visão dos professores que responderam à pesquisa exploratória em
relação ao tema estudado. O objetivo desta pesquisa foi identificar e refletir a
respeito da formação e capacitação dos professores nas escolas da rede estadual e
municipal de Belo Horizonte e Contagem, principalmente, no que se refere às
orientações adequadas para lidar com alunos que apresentam TDA/H. O mesmo
mostra de maneira clara e abrangente o comportamento hiperativo de uma criança,
relata os problemas causados e sofridos pela mesma no relacionamento familiar, na
escola e no convívio social. Partiu-se do pressuposto que, os professores são,
freqüentemente, aqueles que mais rapidamente, percebem quando um aluno tem
está tendo problemas de atenção, aprendizagem e comportamento inadequado.
Desenvolveu-se um o estudo utilizando técnicas de pesquisa bibliográficas e
aplicação de questionário para pesquisa. A análise das pesquisas foi detalhada e
embasada nas teorias bibliográficas. Participaram da entrevista vinte professores,
sendo dez da rede municipal e dez da rede estadual de Belo Horizonte e Contagem,
que possuem (ou não) alunos com hiperatividade. Os resultados apontaram que os
professores da rede municipal possuem mais conhecimentos sobre o assunto do
que os da rede estadual. Estas conclusões denotam a eficácia do instrumento
elaborado para esta avaliação, apesar do pequeno número de amostragem. A
inexperiência da maioria dos professores foi identificada, como vem sendo apontada
por pesquisadores, à exemplo de PHELAN (2005). As amostragens obtidas vêm
reforçar a nossa idéia inicial, ou seja, a maioria dos professores da rede estadual e
municipal não possui nenhuma experiência ou capacitação para lidar com crianças
com TDAH.
4
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho perpassa pela formação de professores das Redes Municipal
Hiperatividade (TDAH).
o professor (que atua com estas crianças) para ser capaz de diferenciar a
O profissional da educação deve estar preparado para atuar com estas crianças,
Fiz uma junção. Veja se não mudei o sentido do que vc queria dizer.)
Esta pesquisa objetiva identificar os processos que têm sido empregados para a
fidedigno.
A falta de exatidão com que o TDAH tem sido definido conduz a equívocos e a uma
transtorno sem validades empíricas sólidas, uma vez que os procedimentos usados
prática mais popular e talvez a que mais necessite ser revista, em busca de
com TDAH, mas que não avançam na definição correta do TDAH (ESCUDEIRO,
2001).
Outra consideração a ser feita, diz respeito ao fato do conceito da mesma ser usado
pode ser tanto TDAH quanto TDA/H, sendo que no último caso a barra inclinada
2002).
relevante é quando estes indivíduos manifestam disfunções nas áreas de: atividade
estruturadas, como por exemplo, em sala de aula); controle dos impulsos; nas
2002).
fazendo alusão ao progresso da ciência. Para tanto serão discutidos alguns temas
investigações futuras.
Acreditamos que esta pesquisa seja de suma importância para todos educadores,
profissional da saúde.
10
CAPÍTULO II
TDA/H EM CONTEXTO
Em 1934, crianças que apresentavam conduta similar ao que Still apresentou, foram
Em 1962, alguns clínicos sugeriram que uma criança não podia ser rotulada como
lesionada cerebral por causa do seu comportamento. Entretanto, apesar das críticas,
surgiu pela primeira vez em 1980, chamado DSMIII. Essa nova definição deixava
12
atenção.
incluído.
III-R (1980) infelizmente eliminou o subtipo TDA sem hiperatividade. Em seu lugar,
TDA.
devem ser observados para que o indivíduo seja diagnosticado como portador de
idade.
1. Não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por descuido;
deveres do trabalho;
7. Perde coisas;
8. Distrai-se facilmente;
9. É esquecido;
14
6. Fala em excesso.
Impulsividade:
(Sugestão; pode numerar os itens de 01 a 09; pois você deixou bem claro que os
têm problemas para prestar atenção e também são excessivamente ativas. Esse tipo
Se a pessoa encaixa-se em seis dos nove itens de Desatenção, mas não se encaixa
Predominantemente Desatento. Essas crianças (ou adultos) não são inquietas, mas
terminar coisas. Esse tipo de TDA é aquele que costumávamos chamar de TDA sem
hiperatividade.
16
CAPÍTULO III
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade
muda”.
(Paulo Freire)
17
em casa, na escola e com os amigos. Elas geralmente são mal vistas por seus
isolamento social.
Na infância, só outra criança hiperativa, mais nova ou uma criança com problema
pelos colegas indicam que estas crianças causam problemas, levando os outros a
queridas.
ciente para crianças de todas as idades, ocasionando rejeição, já que elas são vistas
de forma negativa. Geralmente, por que tendem a agir sem pensar, sendo
de cooperar, compartilhar ou esperar sua vez, elas não são bem vistas por seus
menos agressivos.
é o espaço onde provavelmente, pela primeira vez, o TDA/H pode ser observado de
forma clara, como sendo um problema real da criança, a partir das exigências no
Quando a escola e os professores não estão preparados para receber uma criança
com TDA /H, sua vida e da família podem se tornar uma grande aflição. As
integração.
Goldstein e Goldstein (2002) afirmam que uma criança hiperativa, na idade escolar,
aventura-se no mundo e não tem a família para agir como amortecedor. Ela agora
comportamento que antes era tolerado por ser engraçadinho, não é mais aceito, pois
comportamento, a professora passa a ocupar grande parte do seu tempo com essas
“crianças difíceis”, e volta-se de forma negativa para elas, pois estão sempre
atenção, não se senta quieta, atrapalha o rendimento da turma, não termina seus
De acordo com Gaião e Barbosa (2001), por desconhecer uma melhor forma de lidar
ansiedade que passa a ser sentido por todos na sala de aula, levando essa
dificuldade aos outros alunos que não sabem como conviver com um hiperativo. Não
bem como os diversos rótulos que elas recebem, por exemplo: ”problemáticos”,
da lua”.
20
em casa, seus familiares sentem-se incapazes e algumas vezes frustrados por não
saberem conviver com ela. O encontro com o outro é problemáticos, elas estão
Essa criança tende a ser mais apegada às pessoas que lhes dêem atenção. È
está relacionado, com o controle sobre algumas atividades solicitadas pelos pais,
atitudes comportamentais dessa criança acabam por esgotar seus pais, deixando-os
que recebem. É comum que os pais culpem uns aos outros pelos problemas
TDHA.
Os irmãos da criança hiperativa também têm sentimentos negativos para com ela,
pois logo percebem que concentra mais tempo e atenção dos pais, o que torna uma
fonte de inveja, ciúme, raiva e frustração, principalmente quando os irmãos são mais
sentimentos negativos. A relação entre os irmãos é muito difícil, pois sua baixa
tolerância à frustração leva a não aceitar os direitos dos outros, como também afasta
Mesmo sendo difícil a interação com o pai e a mãe, alguns autores como Barkley
(2002) pontuam que estas crianças parecem se comportar melhor com o pai, sendo
companhia da mãe. Porque isso ocorre ainda é uma incógnita, contudo pode estar
social da criança.
escolares, além de cuidar dos outros filhos e das tarefas do lar, mesmo quando
para lidar como os problemas de comportamento dos filhos, enquanto a maioria dos
Tentando ignorar ou negar atenção a seus filhos, acreditam que estas crianças
estão querendo chamar a atenção. Com isto, dão ordens para pararem de se
simplesmente desistem e algumas vezes, fazem eles próprios, as tarefas dos filhos,
Barkley (2002), afirma, que quando chegam a esse estágio, os pais podem passar
satisfação no papel de pais. Ele ainda adverte que a convivência com as crianças
crianças entram para a escola e percebem que seu filho se comporta de forma
diferente em relação a outras crianças, daí finalmente concluem que algo está
errado.
mais cedo serão evitadas os malefícios que este transtorno ocasiona na vida da
De acordo com Barkley (2002), os pais podem ter algumas reações emocionais
quando descobrem que seus filhos são portadores do TDAH. Alguns se sentem
aliviados, aceitando de forma positiva, enquanto outros negam, até que possam
(2002) aconselham aos pais, ver o mundo com os olhos do filho hiperativo, o que irá
confiança e respeito e, acima de tudo, acreditando que, apesar dos seus limites, ela
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança
na sua própria capacidade de pensar”
(Emília Ferreiro)
25
tema.
retratando realidades vindas de espaços diversos. Seria então, falar dos diferentes
Para realizar tais propostas de análise foram aplicados questionários com o (a)
( ) Nenhum ( ) De 1 a 3 ( ) Vários
( ) sim ( ) não
( ) Sim ( ) Não ( ) Acho que sei, pois lido com crianças “bagunceiras”
7- Você teve alguma capacitação ou orientação para lidar com estes alunos?
( ) sim ( ) não
sobre Hiperatividade.
10- Para você, pode haver uma maior conscientização entre os educadores da
11- A escola que você leciona tem a preocupação com a capacitação do professor
14- Caso você receba um aluno diagnosticado por especialistas, mas você não
( ) Não fala com ninguém, você mesma (o) faz o diagnóstico e toma providências
16- Quando a escola recebe uma criança com sintomas de Hiperatividade, que tipos
17- Como ensinar a um aluno que fica “no mundo da lua” o tempo todo?
19- Qual é a relação entre professor e aluno Hiperativo? E a relação entre alunos e
aluno Hiperativo?
com TDA/H.
Por fim, foi organizado o registro das teorias e dados analisados ao longo deste
Pesquisa Bibliográfica
Leitura analítica
CAPÍTULO V
“Ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas cada um pode moldar sua
personalidade pela educação”.
(Erasmo de Roterdã)
31
municipais.
MUNICIPAL 10
Estadual Municipal
0%
0% 10% 0%
SIM SIM
NÃO NÃO
JÁ OUVI FALAR JÁ OUVI FALAR
90% 100%
32
MUNICIPAL 10
Estadual Municipal
10% 0%
UM DISTÚRBIO 0% UM DISTÚRBIO
0%
MODISMO MODISMO
Nenhum De 1 a 3 Vários
3- Você já leu
textos, artigos ou
livros sobre 4 5 1
ESTADUAL
TDA/H?
MUNICIPAL 5 5
Estadual Municipal
10% 0%
40%
NENHUM NENHUM
DE 1 A 3 DE 1 A 3
VÁRIOS 50% 50% VÁRIOS
50%
33
Estadual Municipal
0% 10% 0%
40%
SIM SIM
NÃO NÃO
60%
90%
ESTADUAL
MUNICIPAL 3 5 2
Estadual Municipal
0% 20%
30%
40%
SIM SIM
NÃO NÃO
TALVEZ TALVEZ
60%
50%
34
Sim Não
7- Você teve 1 9
alguma
capacitação ou ESTADUAL
orientação para
lidar com estes MUNICIPAL 2 8
alunos?
Estadual Municipal
0% 10% 0%
20%
SIM SIM
NÃO NÃO
80%
90%
Estadual Municipal
0% 0%
0% CONCORDA 0% CONCORDA
DISCORDA DISCORDA
Estadual Municipal
10%
CONCORDA
40%
CONCORDA
DISCORDA
DISCORDA
50% 50% PARCIALMENTE
40% CONCORDA
PARCIALMENTE
10%
CONCORDA CONCORDA
0%
80% Estadual PARCIALMENTE 10% Municipal
20%
PARCIALMENTE
40%
SIM SIM
NÃO NÃO
5 5
PARCIALMENTE 50% PARCIALMENTE
60% 40%
IGNORA O IGNORA O
DIAGNÓSTICO E A DIAGNÓSTICO E A
TRATA IGUAL AS TRATA IGUAL AS
0% OUTRAS CRIANÇAS 20% 0% OUTRAS CRIANÇAS
NÃO CONCORDA, MAS NÃO CONCORDA, MAS
SEGUE AS SEGUE AS
50% 50% RECOMENDAÇÕES RECOMENDAÇÕES
DOS ESPECIALISTAS DOS ESPECIALISTAS
RECOMENDA AOS 80% RECOMENDA AOS
PAIS UM NOVO PAIS UM NOVO
DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO
36
6 4
ESTADUAL
MUNICIPAL 7 3
Estadual Municipal
0% 0%
CONVERSA 30% CONVERSA
40%
DIRETAMENTE COM DIRETAMENTE COM
OS PAIS OS PAIS
60%
70%
NÃO FALA COM NÃO FALA COM
NINGUÉM, VOCÊ NINGUÉM, VOCÊ
MESMO FAZ O MESMO FAZ O
DIAGNÓSTICO E TOMA DIAGNÓSTICO E TOMA
PROVIDÊNCIAS PROVIDÊNCIAS
37
CAPÍTULO VI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“É sábio o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima”.
(Sócrates.11)
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A escolha do tema deu-se em razão de lidarmos com muitas crianças sem limites e
diagnosticar, pois este e o papel que cabe aos especialistas da área da saúde.
propostos, e após organização e análise dos dados, foi possível perceber que os
Hiperatividade.
mesmas.
com TDA/H, é importante que ele receba orientação devida e esteja constantemente
estará mais bem preparado para identificar e lidar com as crianças hiperativas,
de limite. Mais uma vez, cabe à escola alertar os pais para que observem as atitudes
considerada pelos professores como criança exemplar. Por outro lado, as crianças
Por isso, a escola deve oferecer um clima afetivo, humano, calmo e regular, visto
que a criança hiperativa vive rodeada de problemas: não traz sua tarefa, não pára
quieta, não senta, mexe com os colegas, pede para ir ao banheiro várias vezes, é
Hoje, fala-se muito de inclusão. O sistema educacional tem sugerido que o aluno
fracos, porque eles irão precisar de apoio e intervenção acadêmica com mais
intensidade.
ainda há uma grande resistência de alguns deles em aceitar essa criança. Salas
cheias são apontadas como uma das dificuldades em se realizar um bom trabalho
com a criança hiperativa. Entretanto, outros professores que têm experiência com
essas crianças, não encontram nenhuma dificuldade em lidar com elas, apontado
para a questão de que quando há um vínculo afetivo entre professor e aluno, inicia-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sites
BALLONE,G.J. Disponível em: <,http://gballone.uol.com.br/infantil/tdah.html> Acesso
em 17 agos. 2003.
BROMBERG, Maria Cristina. O TDAH e a escola. Disponível em:
<http//www.hiperatividade.com.br> Acesso em: 12 nov. 2004.
O que é TDAH. Disponível em <http://www.tdah.org.br/oque01.php> Acesso em 22
nov 2004.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Disponível em:
<http://www.abcdasaude.com.br> Acesso em 19 nov. 2004.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Disponível em:
<http://www.adhd.com.br/artigos.php> Acesso em 22 nov 2004.