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CURSO DE PEDAGOGIA
São Paulo
2019
DUANE RODRIGUEZ DANA DIEGUEZ
São Paulo
2019
Dedico este trabalho a todos que me
ajudaram a percorrer esta longa jornada.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
ANEXOS 39
ANEXO 1 – Poema ‘Felipe inquieto’ de Heinrich Hoffman 40
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Tema
1.2 Justificativa
1.3 Objetivos
1.5 Hipótese
1.6 Metodologia
2. CONHECENDO O TDAH
Para iniciar uma reflexão acerca do ensino de alunos com Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade (TDAH) nos anos iniciais do fundamental I, será preciso
entender os aspectos deste transtorno, sua definição, características, as dificuldades
enfrentadas por estas crianças na comunicação social, entre outras perspectivas que
se julgarem necessárias ao longo do desenvolvimento deste trabalho.
No entanto, é preciso desde já pontuar que o TDAH ainda tem muitas perguntas
a serem respondidas e muitas descobertas a serem realizadas. Portanto, é possível
que nem todos os questionamentos e facetas desta doença que afeta a todas faixas
etárias e sociais, sejam respondidas neste trabalho.
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2.1 Definição
1 Vide Anexo.
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2 Encefalite: inflamação do cérebro, geralmente por causa de infecção, que pode ser bacteriana
ou viral. Em alguns casos, a encefalite pode resultar de um distúrbio do sistema imunológico. Disponível
em: <https://www.gstatic.com/healthricherkp/pdf/encephalitis_pt_BR.pdf>. Acesso em: março,2018
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Este surto foi o primeiro passo para que diversos pesquisadores estudassem
outras doenças como:
Os autores explicam que o que se procurava era uma relação “entre a doença
cerebral e as patologias comportamentais” para descobrir “causas de uma lesão
cerebral e como esta se manifestava no comportamento da criança” (BONADIO &
MORI, 2013, p. 22).
Até este momento, historicamente, a nomenclatura passou de “defeito no
controle moral” para “lesão cerebral mínima” (LCM) e mais tarde “Disfunção Cerebral
Mínima” (DCM), pois todos pesquisadores acreditavam que os comportamentos que
as crianças apresentavam estavam ligados a lesões no cérebro (CYPED, 2007;
ROHDE e HALPERN, 2004; BARKLEY, 2008; SANTOS e VASCONCELOS, 2010).
O conceito da “criança com lesão cerebral” nasceu nessa era [...] e foi
aplicado a crianças com essas características comportamentais, muitas das
quais não apresentavam evidências ou apresentavam evidências
insuficientes de patologias cerebrais” (BARKLEY, 2008, p. 18).
Como podemos perceber, crianças com TDAH tem suas vidas prejudicadas ao
se desenvolverem, interagir, comunicar, brincar, ou seja, tenham uma vida “normal”
dentro dos padrões da sociedade.
No entanto, embora esta dificuldade exista, diversas frentes de trabalho se
dedicam para tornar a vida destas crianças a melhor possível, dentro de suas
limitações.
Desta maneira, o governo brasileiro instituiu na Constituição Federal (1988) a
obrigatoriedade do ensino gratuito para todos, inclusive para crianças portadoras de
necessidades especiais.
O inciso III do artigo 208 estabelece “atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL,
1988).
Na concepção de Nunes et al (2013, p. 558) “a escola se constitui como recurso
fundamental para enriquecer as experiências sociais das crianças com TDAH”, isto
ocorre, pois, o ambiente escolar proporciona oportunidades de interação social,
contribuindo no desenvolvimento de habilidades e aprendizagem
As escolas, bem como seus educadores, devem buscar modelos de inclusão
onde se adaptem as crianças diagnosticadas com TDAH e não incentivar práticas em
que elas se esforcem para se adaptar a rotinas do local, ou realizem atividades da
mesma forma que as demais crianças.
Assim como a Constituição Federal, a Declaração de Salamanca em 1994,
trouxe uma importante contribuição para estabelecer diretrizes básicas para a
formulação de políticas e sistemas educacionais voltadas para a inclusão social.
Embora defendido pelos órgãos que haja inclusão destas crianças no ensino
regular, quando analisado em profundidade, encontramos descrito nas Diretrizes
Nacional para a Educação Especial na Educação Básica (Resolução 2/2001) o TDAH
dentro do grupo de estudantes com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitações no processo de desenvolvimento, podendo estar vinculado a condições,
disfunções, limitações ou deficiências ou sem vinculação a uma causa orgânica
específica, o que dificulta o acompanhamento das atividades curriculares. Descrito
como “dificuldades causadas por comportamentos que tendem a prejudicar, e por
vezes inviabilizar, as relações do aluno com seu professor e/ou com seus colegas,
com os materiais de uso pessoal e coletivo e ainda o processo ensino-aprendizagem”
(Brasil, 2002a, p. 15).
Ou seja, ao fazer o uso de termos generalistas os documentos oficiais não
destacam a seriedade do TDAH dentro das salas de aula e como isso impacta no
cotidiano, apenas reconhece que pode haver um atraso/déficit de aprendizagem
justamente por estas crianças “trabalharem contra si mesmas” por não conseguirem
focar no desenvolvimento da aula.
Entretanto, quando colocadas em classe fica claro que o comportamento
destas crianças se destoa dos demais colegas e, que, portanto, é necessário que
recebam atendimento especializado, ou seja, os educadores devem ser treinados e
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estarem aptos para recebê-las. Afinal, elas apresentam características como o breve
período de atenção, o alto nível de atividade e o limitado controle de impulsos,
restringem sua capacidade de atender às demandas exigidas pela escola nas
atividades acadêmicas e sociais. Por exemplo, o alto nível de atividade pode desviar
a atenção da criança às instruções e, assim, minimizar a “conquista” da informação
acadêmica, ou elas podem tomar decisões apressadas demais nas tarefas,
prejudicando seu desempenho independente (DuPaul & Stoner, 2007).
Mattos (2005, apud Cavalcanti, 2009, p. 3) sugere algumas práticas que os
educadores podem tomar a fim de ter maior assertividade na inclusão de crianças com
TDAH nos anos iniciais da vida acadêmica, são eles:
Estas sugestões podem ser utilizadas como uma bússola para guiar o
professor, entretanto, a sensibilidade e o olhar com atenção continuarão sendo
essenciais para tornar o ensino humanizado, auxiliando a criança em seu
desenvolvimento.
O ideal é que haja um ambiente tranquilo e que as expectativas do professor
na realização de cada tarefa esteja bem claro para o aluno, por outro lado, o educador
deve saber de antemão que será necessário dar mais atenção e ter mais paciência
com aquele aluno que constantemente perderá o foco na realização de suas
atividades.
Para que a classe regular se torne realmente inclusiva o professor tem que
perceber o aluno com hiperatividade como uma pessoa que tem potencial, interesses
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particulares, medos e dificuldades. Assim sendo, o professor tem que estar realmente
interessado em ajudá-lo e possibilitar o seu desenvolvimento biopsicossocial.
O Brasil não fugiu à regra, a pesquisa do Instituto Glia concluiu que 6,1% dos
jovens pesquisados foram diagnosticados erroneamente, enquanto 1,6% tomavam
medicação sem necessidade. (LACET, 2014).
Por outro lado, a pesquisa também apontou que 58,4% das crianças com TDAH
não haviam sido diagnosticadas e dentro do geral apenas 13,3% eram medicadas
corretamente. (ibid.).
No que tange a classe social, a pesquisa divulgou que o TDAH está mais
presente nas classes mais baixas. Enquanto nas classes D e E o índice corresponde
a 7,4% do percentual, a classe C representa 4,9%, as classes A e B representam
juntas 2,8% da parcela. (ibid.).
Como esclarecem Machado e Cezar (2007), os índices sobre a população com
TDAH podem variar de acordo com as fontes consultadas, pois, diversas frentes
realizam pesquisas, contudo, não existe uma fonte oficial. Desta forma, é necessário
encontrar sempre as similaridades.
Os resultados das pesquisas apontam para um número maior de casos em
meninos do que em meninas, numa escala de 2:1, em média. Os meninos
diagnosticados com TDAH apresentam sintomas de impulsividade e hiperatividade,
enquanto os sintomas encontrados em meninas estão relacionados a desatenção.
(MACHADO e CEZAR, 2007).
Os autores também trazem o percentual de crianças acometidas pelo
transtorno no período escolar: de 6 a 8% de crianças. (MACHADO e CEZAR, 2007).
O último dado apresentado é o de maior relevância para os educadores, pois
retrata abertamente o ambiente escolar. Saber que uma parcela, embora pequena, de
educandos pode apresentar dificuldades de concentração que impactam diretamente
na aprendizagem, evidencia a necessidade de desenvolver e aplicar estratégias
específicas que ajudem estas crianças.
Como corroboram Landskron e Sperb (2008, p. 154): “O comportamento
inquieto e/ou desatento das crianças produz desconforto nos mais variados contextos,
mas é, nas escolas onde se requer doses consideráveis de concentração e atenção,
que o transtorno aparece de forma mais intensa”.
Afinal, é no ensino fundamental que as crianças desenvolvem suas habilidades
motoras, cognitivas e sensoriais, além de estarem aprendendo a conviver em
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sociedade. Portanto, além de ensinar, o educador precisa auxiliar, apoiar e dar todo o
suporte adequado para estimular o desenvolvimento destas crianças.
3. O TDAH na escola
3.1 Sintomas
3.2 Diagnóstico
Assim como a imagem ilustra, para que uma criança seja classificada com
TDAH hiperatividade-impulsividade é necessário apresentar no mínimo seis dos
sintomas descritos.
Já os sintomas de TDAH do tipo hiperatividade/impulsividade são:
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Na maioria das vezes, eles não possuem recursos para lidar com a
necessidade do aluno que requer um tempo maior para aprender. Em sua
sala de aula, estão aproximadamente trinta alunos; e talvez haja pelo menos
cinco deles com alguma necessidade especial a ser assistida. Ao considerar-
se o aspecto legal da situação, verifica-se que as Secretarias de Educação
não autorizam a retenção, mesmo quando ela é necessária para garantir a
aprendizagem inicial da criança.
6 Ritalina é um medicamento que atua no sistema nervoso central e ajuda quem o ingere a
manter o foco e a concentração. É um dos medicamentos mais indicados para diagnosticados com
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Disponível em:
<https://www.tuasaude.com/metilfenidato-ritalina>. Acesso em: abril, 2018.
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Uma das educadoras explica qual foi o resultado de ter adotado estas atitudes
em sala de aula: “agora ele está entrando mais de acordo com, com a turma, assim.
Ele participa da aula, ele gosta de participar na aula. Participa bastante (...) eu acho
que ele se sente bem melhor, sabe? (...) ele gosta de vir para a escola” (LANDSKRON
e SPERB, 2008, p. 163 - transcrição direta da fala de uma entrevistada).
As educadoras também trabalhavam na consciência coletiva, utilizavam as
situações especiais para mostrar aos demais alunos que nem todos se comportam da
mesma maneira, estimulavam o cuidado por parte deles com o colega que possuía
sintomas de TDAH. Embora todas tentam relatado este comportamento aplicado em
sala de aula, as pesquisadoras observam que as educadoras não se atentaram para
o quanto este ato fazia bem para o convívio social e desenvolvia a cidadania em sala
de aula.
As pesquisadoras concluem o estudo com suas observações sobre a situação
enfrentada pelas educadoras em sala de aula:
exemplos: amarelinha, bola de gude, brincadeiras com bolas, dama, xadrez, baralho,
memória, quebra-cabeça, entre outros (TREVENZOLI, 2011). Isto porquê:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREITAS, Cláudia Rodrigues. Corpos que não param: criança, “TDAH” e escola.
2011. 195 f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em:
<http://repositorio.minedu.gob.pe/bitstream/handle/123456789/699/2011_Freitas_Co
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e%20escola.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: março, 2018.
MATTOS, P.; PALMINI, A.; SALGADO, C.A.; SEGENREICH, D.; OLIVEIRA. I.R.;
RODHE, L.A. e LIMA, P.P. Painel brasileiro de especialistas sobre diagnóstico do
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em adultos. In: Revista
Brasileira de Psiquiatria, v. 28, n. 1, p. 50-60, 2006.
NUNES Paula; et al. Inclusão educacional de pessoas com Autismo no Brasil: uma
revisão da literatura. In: Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 47, p. 557-
572, setembro-dezembro. 2013. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=313128786005>. Acesso em: 15 abr. 2019.
ANEXOS
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