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DIAGNÓSTICO PRECOCE DE TDAH EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS

Laura da Silveira Silveira 1


Mirna Susana Vieira de Martinez2
Cláudia Moscarelli Corral 3

RESUMO

O diagnóstico precoce do TDAH permite que os professores desenvolvam estratégias pedagógicas


específicas, adaptando o currículo e proporcionando apoio personalizado. Isso favorece a
aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos, promovendo um ambiente educacional inclusivo e
igualitário. Diante dessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo explorar a perspectiva de
professores sobre a importância do diagnóstico precoce do TDAH em crianças dos anos iniciais e sua
relação com a melhoria do seu desenvolvimento na aprendizagem. O referencial teórico está
constituído por três capítulos, iniciando com uma visão geral sobre o TDAH, descrevendo seus
principais sintomas e características, o segundo descrevendo os benefícios do diagnóstico precoce do
TDAH, para depois abordar a avaliação e os métodos pedagógicos que mais beneficiam os alunos
diagnosticados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, que possui como instrumento de coleta
de dados um questionário. Participaram da coleta de dados dois professores da rede municipal de
ensino de um município do interior do estado do Rio Grande do Sul. Os resultados obtidos demonstram
que o diagnóstico precoce é essencial para que o aluno obtenha um melhor desempenho na escola, e
para que, com base no diagnóstico, os docentes consigam desenvolver as melhores estratégias para
contribuir com o aprendizado dos alunos. Conclui-se, por fim, que a abordagem individualizada não
apenas promove o sucesso acadêmico, mas também fortalece a autoestima e a autoconfiança dos
alunos, essenciais para seu desenvolvimento socioemocional.

Palavras-chave: educação infantil; aprendizado; TDAH.

INTRODUÇÃO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos


distúrbios neurocomportamentais mais comuns que afetam crianças em idade escolar.
Caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH
pode ter um impacto significativo no desenvolvimento acadêmico e social das crianças
(BERNARDES; SIQUEIRA, 2022).
Diante dessa realidade, surge a necessidade de um diagnóstico precoce, a fim
de proporcionar intervenção e suporte adequados para melhorar o desenvolvimento
na aprendizagem desses indivíduos (SILVA, 2013).
Sabe-se que o diagnóstico precoce oferece a oportunidade de implementar

1
Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).
2
Doutora em Educação e Docente na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).
3
Doutoranda em Psicologia Clínica e Professora Assistente na Universidade Estadual do Rio Grande
do Sul (UERGS).
intervenções e suportes adequados, visando minimizar os efeitos negativos do
transtorno e promover um ambiente propício ao desenvolvimento pleno desses
indivíduos, portanto, compreender a importância desse diagnóstico na infância é
fundamental para garantir uma intervenção eficaz, contribuindo para a promoção do
sucesso escolar e o bem-estar geral das crianças afetadas pelo TDAH (STRELOW et
al., 2016).
Torquato (2020) ressalta que também é importante analisar a natureza e as
características desse transtorno, assim como as implicações que ele tem na vida
acadêmica e social dessas crianças, visto que esses dados são fundamentais para a
implementação de estratégias eficazes que possam promover um ambiente propício
para essas crianças.
Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo explorar a perspectiva
de professores sobre a importância do diagnóstico precoce do TDAH em crianças dos
anos iniciais e a sua relação com a melhoria do seu desenvolvimento na
aprendizagem, bem como realizar um levantamento bibliográfico dos avanços em
relação ao TDAH na rede pública de ensino, delimitar quais as principais abordagens
utilizadas por profissionais da educação para o acompanhamento de crianças com
TDAH, analisar a influência do Atendimento Educacional Especializado (AEE) no
desenvolvimento e aprendizagem de crianças com TDAH e verificar a qualidade de
vida e de aprendizagem de crianças com TDAH estudantes da rede municipal.
O presente estudo se justifica pela relevância do tema e pela necessidade de
compreender a importância do diagnóstico precoce do TDAH em crianças dos anos
iniciais para a melhoria do seu desenvolvimento na aprendizagem. Dessa forma, o
problema de pesquisa é: Como será que a efetivação de um diagnóstico precoce de
TDAH vai auxiliar o aluno no seu desenvolvimento de aprendizagem, na visão dos
professores?
Sendo assim, a presente pesquisa está organizada da seguinte maneira: no
primeiro tópico, será apresentada uma visão geral sobre o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade, descrevendo seus principais sintomas e características.
Será abordada também a sua prevalência em crianças dos anos iniciais, fornecendo
um panorama atual sobre a extensão desse problema na sociedade. Posteriormente,
serão discutidos os benefícios do diagnóstico precoce do TDAH, pois a identificação
precoce desse transtorno possibilita a implementação de intervenções e suportes
especializados, que podem minimizar os impactos negativos no desenvolvimento das
crianças, bem como prevenir complicações futuras relacionadas à aprendizagem e à
interação social.
Em seguida, na seção de metodologia, estão apresentados os métodos e
instrumentos utilizados para a realização do presente estudo, que consiste em um
questionário com 18 perguntas abertas, que foi aplicado com dois professores da rede
municipal de ensino de um município do interior do Rio Grande do Sul. O questionário
foi dividido entre perguntas de identificação, tempo de formação e atuação na área e
perguntas voltadas para a perspectiva dos professores sobre o TDAH em alunos dos
anos iniciais, abordando aspectos como a avaliação, o diagnóstico precoce e os
procedimentos pedagógicos adotados para melhor atender a esses alunos, bem como
também se abordou a importância da colaboração entre profissionais de saúde
mental, educadores e pais para uma avaliação completa e precisa do transtorno.
Por fim, foram exploradas as abordagens de intervenção e tratamento do TDAH
em crianças dessa faixa etária e destacar-se-á também a relevância da colaboração
entre pais, educadores e profissionais de saúde no acompanhamento contínuo do
desenvolvimento e da aprendizagem da criança.
Por meio dessa análise abrangente, espera-se fornecer subsídios teóricos e
práticos para a compreensão da necessidade do diagnóstico precoce do TDAH em
crianças dos anos iniciais, a fim de promover a melhoria do seu desenvolvimento na
aprendizagem, pois ao reconhecer-se precocemente o transtorno e fornecer o suporte
necessário, torna possível capacitar as crianças para alcançarem todo o seu potencial
acadêmico e social.

1 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Ao abordar de uma forma geral o TDAH, seus principais sintomas,


características e prevalência em crianças dos anos iniciais, a presente seção busca
discutir as implicações do TDAH na aprendizagem e no desenvolvimento infantil, a fim
de compreender melhor a importância do diagnóstico precoce e do suporte adequado
para essas crianças.
Por ser uma condição neurocomportamental comum que afeta crianças em
idade escolar, os sintomas característicos são os de desatenção, hiperatividade e
impulsividade, que apresentam desafios significativos para o desenvolvimento
acadêmico e social das crianças, bem como para suas famílias e professores (ALVES;
BIZERRIL; MELO, 2013).
O TDAH é caracterizado por três principais sintomas: desatenção,
hiperatividade e impulsividade. Os sintomas de desatenção podem incluir dificuldade
em manter o foco em tarefas, distração fácil, tendência a perder objetos e esquecer
compromissos. A hiperatividade é caracterizada por uma excessiva agitação motora,
dificuldade em permanecer sentado e uma sensação constante de inquietude. A
impulsividade se manifesta através de comportamentos precipitados, dificuldade em
esperar a vez e interrupção frequente de conversas ou atividades alheias
(ARMENARA; STRINGHINI; KUNKEL, 2023).
A dificuldade em manter a atenção, impulsividade e inadequação no controle
da atividade motora faz com que frequentemente os indivíduos com TDAH sejam
descritos como pessoas que possuem dificuldades crônicas com a desatenção e/ou
impulsividade-hiperatividade (RODRIGUES; REISDÖRFER, 2021).
Estudos como o de Rech (2020) e Lipp (2021) comprovam que essas
características se manifestem precocemente em suas vidas, em um grau
desproporcional e inadequado para a idade ou nível de desenvolvimento e por isso,
se justifica o conhecimento pelo educador de Psicologia do Desenvolvimento em
diversas situações que ultrapassam sua capacidade de prestar atenção, controlar os
movimentos, inibir impulsos e regular o comportamento em relação a regras, tempo e
futuro.
Conforme definido por Goldstein e Goldstein (2000), o TDAH pode ser
categorizado em quatro tipos distintos, sendo eles: tipo desatento, que é caracterizado
pela dificuldade em prestar atenção a detalhes, cometendo erros por descuido. Essas
crianças têm dificuldades em manter a atenção, seguir instruções e se organizar. Além
disso, parecem não ouvir, evitam tarefas que exigem esforço mental prolongado,
perdem objetos necessários para atividades, são facilmente distraídas e tendem a
esquecer atividades do dia a dia;
Tipo hiperativo/impulsivo, em que as crianças são muito agitadas desde uma
idade precoce. Elas têm dificuldade em permanecer sentadas, não conseguem assistir
a programas de TV ou realizar refeições sentadas. São consideradas inconvenientes,
interrompem a fala dos outros, não têm medo de punições, têm dificuldade com
lateralidade e são imprecisas. Apresentam hiperatividade tanto no pensamento quanto
na ação, com uma prevalência de 3% a 5% na infância;
Tipo combinado, caracterizado pela presença dos critérios descritos nos dois
tipos anteriores. Essas crianças apresentam sintomas de desatenção, hiperatividade
e impulsividade; Tipo não específico: refere-se a crianças que apresentam algumas
características do TDAH, mas não possuem número suficiente de sintomas para um
diagnóstico definido. No entanto, esses sintomas podem afetar negativamente sua
vida diária.
É importante ressaltar que o TDAH não surge de forma espontânea em uma
criança, existem causas subjacentes que podem desencadear esse transtorno.
Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH é um
transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e pode
persistir ao longo da vida.

1.1 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DO TDAH

O diagnóstico precoce do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


(TDAH) é de extrema importância devido às várias consequências positivas que
podem advir desse processo e uma das principais razões pelas quais o diagnóstico
precoce do TDAH é crucial é por fatores como a intervenção adequada, que é
possibilitada através do diagnóstico precoce e permite que a criança receba
tratamentos o mais cedo possível, podendo este tipos de tratamento como terapia
comportamental, terapia ocupacional, apoio educacional e, em alguns casos,
medicação, dependendo de cada caso (MUSZKAT; MIRANDA; RIZZUTTI, 2017).
Para realizar um diagnóstico precoce, é importante estar atento a alguns sinais
e comportamentos que podem indicar a presença do transtorno, pois embora cada
criança seja única e possa apresentar sintomas de maneiras diferentes, sinais como
dificuldade de concentração e atenção, que surgem pela dificuldade em manter a
atenção em tarefas, parecer distraída com frequência, ter dificuldade em acompanhar
instruções ou parecer desorganizada em suas atividades diárias, hiperatividade,
através de uma agitação motora excessiva, como não conseguir ficar sentada, estar
sempre em movimento ou ter dificuldade em se envolver em atividades que exigem
calma ou concentração (SAMPAIO, 2020).
Dentre outros sinais clínicos, pode-se observar a impulsividade, problemas de
organização e planejamento e resistência a seguir rotinas estabelecidas, que por sua
vez podem se associar aos problemas de aprendizagem, como dificuldade em
acompanhar as atividades escolares, cometer erros por falta de atenção e ter um
desempenho abaixo do esperado para sua idade.
Nesse sentido, Muszkat, Miranda e Rizzutti (2017) consideram que quanto mais
cedo intervenções através do diagnóstico precoce forem implementadas, maiores
serão as chances de ajudar a criança a lidar com os sintomas do TDAH e minimizar
seu impacto na vida diária (MUSZKAT; MIRANDA; RIZZUTTI, 2017).
As evoluções através do diagnóstico precoce colaboram com a melhoria do
desempenho acadêmico, pois as crianças com TDAH geralmente enfrentam
dificuldades na escola, como problemas de atenção, organização e conclusão de
tarefas e por meio do diagnóstico precoce é possível que a escola e os professores
identifiquem as necessidades específicas da criança e implementem estratégias
educacionais adequadas para apoiar seu aprendizado. Essas medidas pedagógicas
podem incluir modificações no ambiente de sala de aula, técnicas de ensino
diferenciadas e suporte individualizado (CHAGAS, 2013).
Se faz importante também abordar o impacto do diagnóstico nas relações
sociais, visto que o TDAH pode afetar negativamente a socialização da criança, devido
a comportamentos impulsivos, dificuldade em seguir regras e desafios na regulação
emocional. Com o diagnóstico precoce, o foco de tratamento visa fornecer apoio social
e emocional adequado à criança, além de ajudá-la a desenvolver habilidades sociais
e de autorregulação, visando melhorar as suas interações com colegas, familiares e
amigos, promovendo uma maior inclusão e bem-estar social (MARINO, 2015).
Desse modo, Antunes (2023) destaca que também ocorre o desenvolvimento
da autoestima e do autoconhecimento, pois muitas vezes, crianças com TDAH
enfrentam baixa autoestima, o que é um fato relevante, devido às dificuldades que
enfrentam diariamente e no momento que a criança começa a entender as suas
próprias características e desafios, permitindo assim que ela desenvolva uma maior
consciência de si mesma e de suas habilidades, isso contribui para o fortalecimento
da sua autoestima, além de promover uma atitude positiva em relação a si mesma e
encorajá-la a buscar estratégias eficazes para lidar com o TDAH (SILVA, 2021).
Diante do exposto, pode-se observar de acordo com Silva (2021) Antunes
(2023) o diagnóstico precoce do TDAH é fundamental para fornecer suporte adequado
às crianças, melhorar seu desempenho acadêmico, promover relações sociais
saudáveis e desenvolver uma maior autoestima.
1.2 AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO TDAH EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS

O diagnóstico do TDAH é realizado por profissionais de saúde mental, como


psiquiatras, psicólogos clínicos e neuropediatras, preferencialmente em equipe
multiprofissional, visto que esses profissionais têm o conhecimento e a experiência
necessários para avaliar os sintomas, comportamentos e histórico da criança,
utilizando critérios estabelecidos pelos manuais de diagnóstico, como o DSM-5
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) (VARGAS, 2022).
O professor faz parte da equipe multidisciplinar e de acordo com Tébar (2023)
é essencial nesse processo, pois ele desempenha um papel fundamental na
observação e no acompanhamento do comportamento e do desempenho acadêmico
da criança. O professor pode fornecer informações valiosas sobre o comportamento
da criança na sala de aula, sua capacidade de atenção, organização e interações
sociais. Além disso, o autor ressalta que o professor pode colaborar com o profissional
de saúde mental ao fornecer observações detalhadas sobre o comportamento da
criança em diferentes contextos, compartilhar informações sobre o desempenho
acadêmico, bem como discutir estratégias e intervenções que possam ajudar a
criança a lidar com os desafios do TDAH na sala de aula.
Segundo Oliveira (2023) o professor pode contribuir no processo de
diagnóstico, fornecendo informações que ajudem a entender a extensão dos sintomas
e seu impacto no ambiente escolar. Essa colaboração entre o profissional de saúde
mental e o professor é crucial para uma avaliação abrangente e precisa do TDAH,
bem como para o desenvolvimento de um plano de suporte e intervenções
adequadas.
É importante ressaltar que o professor não tem a capacidade de realizar o
diagnóstico do TDAH, pois esse é um processo que requer avaliação clínica e uma
abordagem multidisciplinar. No entanto, a participação ativa do professor no processo
de diagnóstico e no suporte contínuo à criança com TDAH é fundamental para garantir
o bem-estar e o sucesso acadêmico da criança (CIANTELLI et al., 2022).
Nessa perspectiva, a avaliação e o diagnóstico do TDAH em crianças
geralmente envolvem uma abordagem multidisciplinar, com a participação de
profissionais de saúde mental, como psiquiatras, psicólogos clínicos e neuropediatras
(DUARTE et al., 2023).
De acordo com Graeff e Vaz (2022) e Duarte et al., (2023) a avaliação e
diagnóstico do TDAH envolve várias etapas essenciais. O profissional de saúde
mental inicia o processo coletando informações detalhadas sobre a criança. Isso inclui
entrevistas com os pais ou responsáveis, preenchimento de questionários de sintomas
por parte dos pais, professores e, em alguns casos, pela própria criança. Essa coleta
de informações abrange os sintomas atuais, histórico de desenvolvimento,
comportamento na escola e em outros contextos, além de informações sobre a saúde
física e mental da criança.
Além disso, o profissional realiza observações diretas da criança em diferentes
ambientes, como em casa e na escola, para avaliar seu comportamento, atenção,
hiperatividade, impulsividade e interações sociais. Essa observação direta é
importante para obter uma compreensão abrangente do quadro clínico. Uma
avaliação psicológica também é realizada, utilizando testes específicos para avaliar o
funcionamento cognitivo da criança, suas habilidades acadêmicas, atenção e controle
impulsivo (SANTOS, 2022).
Segundo a autora, as avaliações ajudam a descartar outras condições que
possam apresentar sintomas semelhantes ao TDAH ou identificar possíveis
transtornos associados. Além disso, uma avaliação médica abrangente é realizada
para descartar outras condições médicas que possam estar contribuindo para os
sintomas observados. O profissional revisa o histórico médico da criança, incluindo
histórico familiar de TDAH, e pode solicitar exames adicionais, se necessário.
Por fim, é importante considerar o contexto em que a criança está inserida,
incluindo o ambiente escolar e familiar. O profissional obtém informações dos
professores e avalia o impacto dos sintomas do TDAH na aprendizagem e no
funcionamento social da criança. Com base em todas as informações coletadas, o
profissional de saúde mental realiza uma avaliação clínica cuidadosa para determinar
se a criança atende aos critérios diagnósticos estabelecidos em manuais
reconhecidos, como o DSM-5. O diagnóstico do TDAH é feito quando os sintomas
persistentes e significativos de desatenção, hiperatividade e impulsividade estão
presentes e afetam negativamente o funcionamento da criança em múltiplos contextos
(GRAEFF; VAZ, 2022; SANTOS, 2022; DUARTE, 2023).
1.3 INTERVENÇÃO E TRATAMENTO DO TDAH EM CRIANÇAS DOS ANOS
INICIAIS

As intervenções pedagógicas e o tratamento para o TDAH em crianças dos


anos iniciais de acordo com Silva (2022) envolvem uma abordagem multidisciplinar,
que combina estratégias educacionais, suporte comportamental e, em alguns casos,
intervenção medicamentosa, com o objetivo de fornecer um ambiente de
aprendizagem adaptado às necessidades individuais da criança, promovendo seu
desenvolvimento acadêmico, social e emocional.
As estratégias comportamentais e intervenções pedagógicas são essenciais no
tratamento do TDAH e isso inclui treinamento de habilidades sociais, onde a criança
aprende a interagir de forma adequada e resolver conflitos, bem como técnicas de
gerenciamento de comportamento, com reforço positivo e aplicação de consequências
lógicas (ARAUJO, 2023).
A organização e estruturação do ambiente, com o uso de horários visuais e
sistemas de recompensas, também são importantes. A intervenção medicamentosa
pode ser recomendada em casos mais graves, e geralmente envolve o uso de
medicamentos estimulantes, como o metilfenidato, ou não estimulantes, como a
atomoxetina (MONTENEGRO, 2020).
Esses medicamentos ajudam a melhorar a atenção, reduzir a hiperatividade e
controlar impulsos. Além disso, a terapia psicossocial desempenha um papel
importante no tratamento do TDAH. A terapia individual auxilia a criança no
desenvolvimento de habilidades de autorregulação e enfrentamento emocional. A
terapia familiar envolve os pais e/ou irmãos, promovendo a comunicação, suporte
emocional e estratégias de manejo do comportamento (SILVA, 2020).
Também é fornecido apoio educacional aos pais e professores, com
informações sobre o TDAH e estratégias eficazes de manejo de comportamento, além
de adaptações curriculares para melhor atender às necessidades da criança. Em
resumo, o tratamento do TDAH em crianças envolve adaptações na sala de aula,
apoio acadêmico individualizado, programas de intervenção comportamental, parceria
com os pais, consideração de intervenção medicamentosa e terapia psicossocial.
Essas abordagens combinadas visam melhorar o funcionamento global da criança e
ajudá-la a lidar com os desafios associados ao TDAH (OLIVEIRA, 2020).
1.4 AS ESTRATEGIAS PARA O PROFESSOR TRABALHAR COM ALUNOS COM
TDAH

A inclusão de alunos TDAH nas salas de aula requer estratégias específicas


por parte dos professores, pois como é um distúrbio que afeta a atenção, a
impulsividade e o controle motor das crianças, esses aspectos podem interferir
significativamente no processo de aprendizagem (MACHADO, 2019).
Nesse sentido, é essencial que os educadores estejam preparados para
oferecer um ambiente propício ao desenvolvimento desses alunos, auxiliando-os a
superar as dificuldades e alcançar seu potencial máximo e para isso, dentre as
estratégias fundamentais para lidar com alunos com TDAH, uma das principais
consiste em estabelecer rotinas claras e estruturadas, pois as crianças se beneficiam
com uma organização previsível, contribuindo para elas se sentirem mais seguras e
controladas (RODRIGUES, 2017).
Desse modo, a Declaração de Salamanca, adotada em 1994 durante a
Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, enfatiza a
importância da educação inclusiva como um direito humano fundamental. Os
principais pontos abordados na declaração incluem:
Educação para todos: todas as crianças têm o direito fundamental à
educação e devem ter acesso a ela, independentemente de suas diferenças
ou deficiências. Ela promove a igualdade de oportunidades educacionais para
todos; Educação inclusiva em escolas regulares: enfatiza que a educação
inclusiva deve ocorrer em escolas regulares, onde todas as crianças possam
aprender juntas. Ela rejeita a segregação e a exclusão de alunos com
deficiência ou necessidades educacionais especiais em escolas especiais
separadas. Adaptação aos ambientes educacionais: destaca a importância
de adaptar os ambientes educacionais para acomodar as necessidades de
todos os alunos. Isso inclui modificações físicas, como acesso a prédios e
instalações, bem como adaptações curriculares, metodologias de ensino e
avaliações para garantir a participação e a aprendizagem de todos.

Ressalta-se também que a lei nº 14.254, de novembro de 2021 dispõe que:


Art. 2º As escolas da educação básica das redes pública e privada, com o
apoio da família e dos serviços de saúde existentes, devem garantir o cuidado
e a proteção ao educando com dislexia, TDAH ou outro transtorno de
aprendizagem, com vistas ao seu pleno desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, com auxílio das redes de proteção social existentes
no território, de natureza governamental ou não governamental. Art. 3º
Educandos com dislexia, TDAH ou outro transtorno de aprendizagem que
apresentam alterações no desenvolvimento da leitura e da escrita, ou
instabilidade na atenção, que repercutam na aprendizagem devem ter
assegurado o acompanhamento específico direcionado à sua dificuldade, da
forma mais precoce possível, pelos seus educadores no âmbito da escola na
qual estão matriculados e podem contar com apoio e orientação da área de
saúde, de assistência social e de outras políticas públicas existentes no
território.

Os professores podem criar um cronograma diário com horários fixos para cada
atividade, com adaptação simples, proporcionando uma sensação de estabilidade e
facilitando a transição entre as tarefas. Além disso, é importante que os professores
promovam a participação ativa dos alunos com TDAH, oferecendo assim espaço de
troca entre eles. Essas crianças tendem a ter energia excessiva e dificuldade em se
concentrar por longos períodos. Portanto, é fundamental envolvê-las em atividades
manuais, que as estimulem de maneira positiva e as mantenham engajadas
(RODRIGUES, 2017).
Os educadores podem criar oportunidades para que esses alunos
compartilhem suas opiniões, façam perguntas e expressem suas ideias, incentivando
uma participação ativa na sala de aula. Outra estratégia importante é fornecer
instruções claras e concisas. As crianças com TDAH podem ter dificuldades em seguir
instruções complexas ou longas (CAMARGO; DAROS, 2018).
Sendo assim, o estudo de Oliveira (2023) destaca aspectos sobre como os
professores devem comunicar as informações de forma simples e direta, dividindo as
tarefas em etapas menores e utilizando recursos visuais sempre que possível. O uso
de gráficos, diagramas ou listas de verificação pode auxiliar na compreensão e na
execução das atividades.
Além disso, os professores podem adotar estratégias de gerenciamento de
comportamento para ajudar os alunos com TDAH a desenvolver habilidades de
autorregulação e controle impulsivo e jogos de regras com o material das disciplinas
favorecem a adesão de regras claras e consistentes, o estabelecimento de
expectativas de comportamento para incentivar o bom desempenho (ANTUNES,
2023).
O reconhecimento e a valorização dos esforços e conquistas desses alunos
são fundamentais para fortalecer sua autoestima e motivação. É importante destacar
que cada aluno com TDAH é único, e as estratégias de ensino devem ser adaptadas
às suas necessidades individuais. O diálogo com os pais e profissionais de saúde,
como psicólogos ou terapeutas ocupacionais, pode ser de grande ajuda para
compreender as particularidades de cada aluno e estabelecer estratégias eficazes.
Em suma, as estratégias para o trabalho com alunos com TDAH envolvem a criação
de um ambiente estruturado, a promoção da participação ativa, o fornecimento de
instruções claras e o uso de estratégias de gerenciamento de comportamento
(SANTOS; SILVA, 2023).
Para facilitar o desenvolvimento da aprendizagem das crianças, bem como o
seu desenvolvimento acadêmico e socioemocional, os professores desempenham um
papel crucial na criação de um ambiente inclusivo e na implementação de ações que
visam atender às demandas desses alunos. Uma das principais ações empreendidas
pelos professores é a adaptação das estratégias de ensino para melhor se adequar
às características e desafios do TDAH (FERREIRA, 2023).
Assim, o uso de métodos diferenciados, como o ensino multimodal, que
combina diferentes recursos audiovisuais, táteis e kinestésicos, proporcionando uma
experiência de aprendizagem mais envolvente e estimulante. Além disso, é importante
apresentar informações de maneira clara e concisa, utilizando recursos visuais, como
gráficos e diagramas, para facilitar a compreensão e o processamento de informações
pelos alunos com TDAH (GIL, 2021).
Outra ação fundamental de acordo com a autora é o estabelecimento de rotinas
e estruturas claras na sala de aula. As crianças com TDAH se beneficiam de um
ambiente organizado e previsível, onde possam ter noção do que esperar em cada
momento do di;a. Os professores podem criar um cronograma diário com horários
fixos para diferentes atividades, oferecendo uma sensação de segurança e facilitando
a transição entre as tarefas.
Para Gil (2021) a estrutura ajuda a minimizar a ansiedade e a aumentar a
capacidade de concentração dos alunos com TDAH. Além disso, é essencial que os
professores forneçam suporte emocional e encorajem o desenvolvimento da
autoestima desses alunos. Isso pode ser feito através de um ambiente acolhedor e
respeitoso, onde todos os alunos se sintam valorizados e incluídos. Os professores
devem reconhecer e destacar as habilidades e conquistas individuais dos alunos com
TDAH, promovendo um senso de pertencimento e confiança em suas próprias
capacidades.
No que diz respeito à gestão do comportamento, os professores podem
implementar estratégias de reforço positivo, oferecendo elogios e reconhecimento
quando os alunos com TDAH demonstrarem comportamentos adequados. O
estabelecimento de regras claras e consistentes, juntamente com consequências
apropriadas, também é essencial para ajudar essas crianças a desenvolver
habilidades de autorregulação e controle impulsivo. Os professores podem utilizar
técnicas de economia de fichas, por exemplo, fornecendo recompensas tangíveis ou
privilégios quando os alunos alcançarem metas específicas de comportamento. Além
disso, a comunicação constante com os pais ou responsáveis dos alunos com TDAH
é essencial (DAL BOSCO, 2021).
Diante do exposto, o compartilhar de informações sobre o desempenho
acadêmico e comportamental das crianças, bem como estratégias que estão sendo
implementadas na sala de aula entre professores e pais é fundamental para garantir
uma abordagem consistente e apoio contínuo para o desenvolvimento desses alunos
(BORGES et al., 2021).
Em suma, as ações empreendidas pelos professores para facilitar o
aprendizado das crianças com TDAH envolvem a adaptação das estratégias de
ensino, a criação de rotinas e estruturas claras, o suporte emocional, a gestão do
comportamento e a comunicação efetiva com os pais. Ao adotar essas práticas, os
professores desempenham um papel fundamental na promoção do sucesso
acadêmico e na melhoria da qualidade de vida dessas crianças, permitindo que elas
atinjam seu pleno potencial (ARAÚJO; GOUVEIA; COELHO, 2022).

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada em uma escola de ensino fundamental


localizada no interior do estado do Rio Grande do Sul. A metodologia da pesquisa é
de caráter qualitativa descritiva, que enriquece o exame do sujeito investigado,
fornecendo insights e compreensão dos dados, vinculando-os aos fenômenos sociais
em questão. Seu foco principal não é a representatividade estatística ou numérica,
mas a observação e análise minuciosas dos fatores contextuais que moldam o
fenômeno que está sendo estudado. Por outro lado, a pesquisa descritiva preocupa-
se principalmente em caracterizar as características de uma população ou fenômeno
específico (GIL, 2002).
O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário no formato
semiestruturado, com 18 perguntas que estão divididas entre dados de identificação,
formação, tempo de atuação e perguntas sobre o tema estudado e foi aplicado com
duas professoras da instituição de ensino. Ressalta-se que o questionário foi
encaminhado mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) e mediante a autorização do Comitê de Ética e Pesquisa da instituição para a
realização do presente estudo.
A escolha pelo questionário semiestruturado se deu por ser um método de
pesquisa no qual, segundo Gerhardt e Silveira (2009) o pesquisador tem uma lista de
perguntas predeterminadas para fazer ao participante, podendo, no entanto, fazer
perguntas de acompanhamento ou expandir os tópicos durante a coleta de dados,
possibilitando ao pesquisador tem alguma flexibilidade para se desviar da lista de
perguntas, dependendo das respostas do participante.
A análise de dados se deu através da análise de conteúdo, que é um método
de análise de dados amplamente utilizado em pesquisas qualitativas, particularmente
em estudos descritivos. O objetivo foi identificar padrões, temas e significados dentro
dos dados, categorizando e interpretando sistematicamente material o textual ou
visual. Essa técnica de análise foi desenvolvida por Bardin (2016), que descreve um
referencial metodológico para a análise de conteúdo dividida em três etapas: pré-
análise, exploração de material e tratamento dos resultados.
A primeira etapa, a pré-análise, envolveu familiarizar-se com os dados e definir
os objetivos da pesquisa. Isso inclui definir as questões de pesquisa e desenvolver
um esquema de codificação ou conjunto de categorias para orientar a análise. O
segundo estágio, a exploração do material, envolveu a leitura ou revisão dos dados e
a aplicação do esquema de codificação para identificar padrões e temas. Isso pode
envolver codificação manual ou baseada em software, dependendo da escala e
complexidade dos dados. A terceira etapa, tratamento dos resultados, se referiu a
interpretação dos dados e a obtenção de conclusões que abordaram as questões de
pesquisa.
Nesse sentido, a categorização dos resultados foi feita em três partes, sendo
elas: educação inclusiva e formação docente, importância do diagnóstico precoce e
percepções acerca do TDAH e estratégias pedagógicas para alunos diagnosticados
com TDAH.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos a partir da coleta de dados, que foi realizada com duas
professoras de uma escola municipal do interior do estado do Rio Grande do Sul,
foram ao encontro com o objetivo desta pesquisa, que é explorar a perspectiva dos
professores sobre a importância do diagnóstico precoce do TDAH em crianças dos
anos iniciais e sua relação com a melhoria do desenvolvimento na aprendizagem, bem
como investigar como é realizada a abordagem e o diagnóstico de TDAH nesse
contexto escolar.
Em relação a faixa etária das participantes, a primeira participante possui 53
anos e 31 anos de atuação, enquanto a segunda, possui 25 anos de idade e um ano
de atuação, tendo formação também em sociologia, especialização em ensino
superior e atendimento educacional especializado. As participantes do estudo serão
caracterizadas como professora A e professora B.

3.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DOCENTE

Quando abordado no questionário sobre capacitações e formações, a


professora A afirma que utilizou o que aprendeu em sua prática docente. Ela ressalta
a importância de investir no aluno e propor estratégias, enfatizando que o diagnóstico
de TDAH ou qualquer outro transtorno não pode ser uma desculpa para evitar o
trabalho pedagógico.
A professora B informou que não participou de formações específicas sobre
TDAH, mas já dialogou sobre outras condições, como autismo, transtorno de
ansiedade e síndrome do pânico. Esses conhecimentos contribuem para uma
compreensão mais abrangente das necessidades dos alunos. Quando se trata de
recursos e materiais pedagógicos, a entrevistada considera jogos e atividades lúdicas
como eficazes para auxiliar os alunos com TDAH. Esses recursos engajam os alunos
de forma divertida, estimulando a participação e o aprendizado.
Nesse sentido, Santos (2022) ressalta que a atualização constante das
professoras sobre práticas pedagógicas com alunas com TDAH é um fator-chave para
o desenvolvimento de uma educação inclusiva e de qualidade, pois proporciona uma
compreensão mais profunda do TDAH, o acesso a novas abordagens e recursos
pedagógicos, o conhecimento de estratégias de apoio socioemocional e a
desconstrução de mitos e estigmas. Ao estarem sempre atualizadas, as professoras
têm condições de oferecer um ensino diferenciado, que atenda às necessidades
específicas das alunas com TDAH, promovendo seu sucesso acadêmico e seu
desenvolvimento pleno (VOOS, 2020).
Em relação a forma como a educação inclusiva ocorre, tanto o professor A,
como o professor B abordam a conscientização sobre o TDAH entre os alunos da
turma, utilizando metodologias de diálogo e dinâmicas que envolvem todos na sala de
aula, buscando promover a compreensão e o respeito às diferenças entre os colegas.
Para auxiliar os alunos com TDAH, eles consideram recursos e materiais pedagógicos
eficazes, como checklist para alunos de anos finais, rotinas visuais ou escritas e
materiais manipulativos para os alunos mais novos. No que concerne aos episódios
de hiperatividade, os professores relataram que realizam mediações através de
diálogos e outros recursos que tragam o aluno de volta ao foco.
No que concerne ao modo das professoras lidarem com a frustração ou
ansiedade que os alunos com TDAH podem sentir em relação às suas dificuldades de
aprendizagem, cabe, de acordo com as duas participantes, que elas adotem formas
de trabalhar que desenvolvam a paciência dos alunos, portanto, elas observam as
necessidades do aluno e, a partir delas, pensam em estratégias para auxiliá-lo e incluí-
lo no contexto de sala de aula da melhor forma possível.
Quanto aos comportamentos hiperativos ou impulsivos dos alunos com TDAH,
a professora B relatou que um aluno em sua turma faz tratamento com medicamentos,
o que contribui para um comportamento tranquilo durante as aulas. Ela busca acolher
e não pressionar o aluno, respeitando o seu tempo de aprendizagem.
Para promover a inclusão e o sucesso acadêmico do aluno com TDAH, a
professora trabalha com textos mais curtos e atividades mais breves. Essa abordagem
visa atender às necessidades específicas do aluno, considerando sua dificuldade em
manter o foco por longos períodos. A parceria entre pais e escola é considerada
importante pela entrevistada. Ela mantém contato com a avó do aluno com TDAH e
agenda reuniões quando necessário, proporcionando um ambiente de troca de
informações e apoio mútuo.
Como resultado positivo da utilização de estratégias de ensino específicas para
alunos com TDAH, tanto a professora A como a professora B observam que houve
progresso no processo da aprendizagem, quando os alunos conseguem devolver de
forma satisfatória aquilo que foi proposto, e ainda ressaltam que o papel da escola é
investir no aluno, independentemente de um diagnóstico de TDAH ou qualquer outro
transtorno, e propor estratégias que promovam o sucesso acadêmico e a inclusão.
Nesse sentido, o estudo de Paterra (2023) enfatiza o papel da terapia
ocupacional no contexto escolar como uma ferramenta essencial no suporte e
desenvolvimento de crianças com TDA. A abordagem terapêutica individualizada,
aliada à colaboração entre os diferentes profissionais e agentes envolvidos, contribui
para a promoção da inclusão e sucesso acadêmico desses alunos.
Omena (2021) pontua que no contexto da linguagem oral e escrita, destaca-se
a necessidade de criar um ambiente adaptado e acolhedor para promover a
participação ativa dos alunos, o que pode incluir o uso de estratégias como sistemas
alternativos de comunicação, apoio visual, rotinas estruturadas e atividades lúdicas.
Essas estratégias visam estimular a expressão verbal, a interação social e a
construção de significados, aspectos essenciais para a aprendizagem.
A professora A destacou a importância da parceria entre pais e escola,
ressaltando a necessidade de um processo de troca, orientação e escuta mútua. Essa
colaboração é fundamental para um suporte efetivo ao aluno com TDAH. A educadora
já participou de formações e capacitações relacionadas ao TDAH, aproveitando aquilo
que lhe foi útil e descartando outras informações menos relevantes. Essas formações
têm influência direta na sua prática docente, fornecendo recursos e conhecimentos
atualizados para lidar com o TDAH de forma mais eficaz.
Em convergência com o demonstrado até aqui, Guimarães (2022) e Galvão
(2022) ressaltam que a relação entre pais e escola desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos. A
colaboração e a comunicação aberta entre essas duas partes são essenciais para
criar um ambiente de apoio e compreensão, além de estabelecer uma base sólida
para o sucesso educacional.
Quando pais e escola trabalham em conjunto, podem compartilhar informações
importantes sobre o aluno, como suas necessidades, habilidades e desafios,
permitindo que os professores adaptem sua abordagem pedagógica de acordo com
as necessidades individuais do aluno. Além disso, essa parceria fortalece o senso de
pertencimento e envolvimento dos pais na educação de seus filhos, contribuindo para
um maior engajamento dos alunos e um ambiente educacional mais rico e inclusivo.
A relação positiva entre pais e escola também oferece oportunidades para troca de
experiências e conhecimentos, enriquecendo o processo educacional e possibilitando
o desenvolvimento integral dos alunos (GALVÃO, 2022).

3.2 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E PERCEPÇÃO ACERCA DO


TDAH
Em relação a percepção da professora A sobre o TDAH, a docente relata que
considera o transtorno um obstáculo que dificulta o processo de aprendizagem dos
conceitos formais em sala de aula e ressaltou a importância do diagnóstico precoce
do TDAH, porém, observou que esse diagnóstico deve ser feito após os 9 anos de
idade e explicou que, nessa faixa etária, a criança está em pleno processo de leitura
e escrita, o que pode dificultar a identificação adequada do transtorno.
A professora A também enfatizou os benefícios de identificar e encaminhar um
aluno com suspeita de TDAH para avaliação especializada, pois permite reconhecer
o transtorno e elaborar estratégias pedagógicas que possam minimizar as dificuldades
e auxiliar na permanência do aluno em sala de aula.
É importante, portanto, que os educadores estejam atentos a esses
comportamentos persistentes e inconsistentes em diferentes contextos. Desse modo,
uma comunicação aberta e regular com os pais ou responsáveis dos alunos pode
fornecer informações valiosas para ajudar na identificação do TDAH. A colaboração
com profissionais de saúde e psicólogos pode ser fundamental para uma avaliação
precisa e para o desenvolvimento de estratégias de apoio e intervenção eficazes
(DUARTE et al., 2020).
No entanto, conforme estudos desenvolvidos por França et al, (2021) e Bregue
(2023), o diagnóstico pode e deve ser realizado o quanto antes, considerando que ao
identificar uma dificuldade no aluno e em seguida desenvolver uma metodologia de
ensino ou estratégia pedagógica voltada para a melhora do desenvolvimento cognitivo
dele e do desempenho em sala de aula, maiores são as chances da criança passar
pelo processo de alfabetização e aprendizagem da leitura sem tantas dificuldades,
pois a causa dos eventuais problemas já terá sido identificada, tornando a qualidade
de vida da criança melhor.
A professora B também percebe o TDAH como uma condição que dificulta o
processo de aprendizagem, enfatizando a importância do diagnóstico precoce,
concordando que é crucial identificar e abordar o TDAH o mais cedo possível. Na sala
de aula, ela observa com mais frequência a dificuldade dos alunos com TDAH em
manter o foco. Especificamente em sua turma, as avaliações escritas (provas) são
desafiadoras para esses alunos, pois eles têm dificuldade em manter a concentração
por longos períodos.
Para identificar possíveis casos de TDAH, a entrevistada realiza observações
e faz anotações desde o primeiro contato com os alunos. Ela reconhece que
profissionais especializados têm um olhar mais preparado para avaliar os alunos com
TDAH, utilizando técnicas mais específicas. Ao atender às necessidades dos alunos
com TDAH, a entrevistada adapta as atividades para que possam ser desenvolvidas
em um curto espaço de tempo. Essa estratégia visa acomodar a dificuldade desses
alunos em manter a atenção e proporcionar um ambiente mais favorável para o
aprendizado.
Em relação aos sinais e sintomas do TDAH mais frequentemente observados
em sala de aula, o professor mencionou a dificuldade de manter o foco e a
necessidade de se movimentar e apontou que um dos principais desafios enfrentados
pelos alunos com TDAH no processo de aprendizagem é transformar a atenção em
concentração. Quando questionado sobre como ela busca identificar precocemente
possíveis casos de TDAH em seus alunos, a professora destacou a importância da
observação direta, verificando a apreensão da concentração nas atividades de rotina
diária.
Nesse sentido, Duarte et al., (2020) pontuam que a identificação do TDAH em
sala de aula pode ser um desafio para os educadores, mas é de extrema importância
para fornecer suporte adequado aos alunos. Os educadores podem observar sinais
como dificuldade de concentração, impulsividade, inquietação e dificuldade em seguir
instruções.

3.3 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA ALUNOS DIAGNOSTICADOS COM


TDAH

Para atender às necessidades específicas dos alunos com TDAH, as duas


participantes adotam estratégias de ensino que variam de acordo com o aluno. Elas
mencionaram que, em alguns casos, partem da área de interesse do aluno, enquanto
em outros, adaptam os conteúdos de acordo com a área de conhecimento.
No que diz respeito aos comportamentos hiperativos ou impulsivos dos alunos
com TDAH durante a aula, elas abordam essas situações de forma dialógica,
respeitando o aluno e propondo atividades interativas que lhes ofereçam sucesso,
como realizar adaptações curriculares para promover a inclusão e o sucesso
acadêmico dos alunos com TDAH. Elas ressaltam que a organização do material é
prioridade, utilizando checklist de atividades e tarefas como forma de auxiliar os
alunos.
No que concerne ao modo de lidar com a frustração e ansiedade dos alunos
com TDAH, a professora A relata que lida com paciência, buscando entender as
necessidades individuais de cada aluno e desenvolvendo estratégias para auxiliá-los.
Ao utilizar estratégias de ensino específicas para alunos com TDAH, a
professora B observa resultados positivos, como um maior comprometimento e
capacidade dos alunos em manter o foco durante as atividades de aprendizagem. É
importante ressaltar que o aluno com TDAH também é diagnosticado com dislexia e
TODD, o que demanda um olhar ainda mais individualizado e suporte adequado.
Dessa forma, em consonância com estudos publicados, a entrevista revelou
desafios enfrentados pelos alunos com TDAH no contexto escolar, bem como
estratégias de inclusão adotadas pelas professoras. Pesquisas têm evidenciado que
o TDAH pode afetar o processo de aprendizagem, especialmente em relação à
interação social e à comunicação e, portanto, quanto antes o indivíduo for
diagnosticado, melhor será para o seu desenvolvimento no ambiente escolar. Em um
estudo conduzido por Donizetti (2022), verificou-se que alunos com TDAH apresentam
dificuldades em compreender e interpretar as nuances da interação social em sala de
aula, o que pode impactar negativamente sua participação e envolvimento nas
atividades.
O diagnóstico precoce do TDAH, mencionado na entrevista como fundamental,
é respaldado por estudos científicos, considerando que a identificação precoce
possibilita a implementação de intervenções especializadas e a elaboração de um
plano educacional individualizado para cada aluno. Segundo Lamm (2022) o
diagnóstico precoce permite que os professores desenvolvam estratégias
pedagógicas específicas, adaptando o currículo e proporcionando apoio
personalizado, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos com
TDAH.
As duas participantes do estudo também destacaram a importância da parceria
entre pais e escola, um aspecto fundamental para criar um ambiente de apoio e
compreensão, além de facilitar a troca de informações e estratégias eficazes para
promover a inclusão dos alunos com TDAH.
Autores como Galvão (2022), Lamm (2022) e Castro (2022) destacam que uma
comunicação aberta e contínua entre pais e professores contribui para um suporte
consistente, possibilitando o desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos
alunos com TDAH.
Esses estudos reforçam as percepções e práticas relatadas pelos professores
entrevistados, demonstrando a importância de estratégias de inclusão adequadas e
de uma abordagem multidisciplinar para atender às necessidades dos alunos com
TDAH. A conscientização sobre os desafios específicos enfrentados pelos alunos com
TDAH, o diagnóstico precoce e a parceria entre pais e escola são elementos
essenciais para promover um ambiente educacional inclusivo e de sucesso para
esses alunos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos no presente estudo foram ao encontro com os objetivos


definidos inicialmente. Com base nas perspectivas compartilhadas pelos professores
entrevistados, fica evidente a importância do diagnóstico precoce do TDAH no
contexto escolar. Foi destacado pelos professores que o diagnóstico precoce oferece
a oportunidade de desenvolver estratégias pedagógicas específicas, adaptar o
currículo e proporcionar um apoio personalizado aos alunos e assim, ao identificar
precocemente os casos, os professores podem ajustar o ambiente de aprendizagem
e implementar estratégias que atendam às necessidades individuais desses alunos.
Isso pode incluir adaptações no currículo, como a simplificação de tarefas ou a
utilização de recursos visuais, auditivos ou táteis para facilitar a compreensão e a
concentração.
Além disso, os professores podem fornecer apoio individualizado, oferecendo
orientação e acompanhamento mais próximo aos alunos com TDAH, auxiliando-os no
desenvolvimento de habilidades de autorregulação e organização, visto que essas
estratégias pedagógicas específicas contribuem diretamente para a melhoria da
aprendizagem e do desenvolvimento dos alunos.
Ao proporcionar apoio personalizado e adaptar o currículo, os professores
podem favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos com TDAH,
possibilitando que eles alcancem seu potencial máximo na sala de aula. O
investimento no diagnóstico precoce do TDAH é essencial para a construção de um
ambiente educacional inclusivo, onde todos os alunos tenham a oportunidade de
aprender e prosperar.
Por fim, o diagnóstico precoce do TDAH desempenha um papel fundamental
na implementação de estratégias pedagógicas específicas e adaptadas às
necessidades individuais dos alunos.
Por fim, ressalta-se que as políticas públicas desempenham um papel
fundamental na criação de uma rede de assistência abrangente para crianças da
educação infantil que possuem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH). Essas políticas visam garantir que a interface entre saúde e educação seja
fortalecida, permitindo uma abordagem transdisciplinar na identificação, diagnóstico e
tratamento do TDAH. Por meio dessa colaboração, profissionais da saúde, educação
e assistência social trabalham em conjunto para fornecer suporte individualizado às
crianças com TDAH, levando em consideração suas necessidades específicas, bem
como a assistência social desempenha um papel crucial ao fornecer apoio às famílias,
oferecendo orientação e recursos para promover um ambiente de apoio tanto em casa
quanto na escola, garantindo o desenvolvimento adequado e o bem-estar dessas
crianças.

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desenvolvimento intelectual: percepção de estudantes de pedagogia e sua
formação. 2020. Tese de Doutorado. Universidade Fernando Pessoa (Portugal).
APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

QUESTIONÁRIO

1. Idade:

2. Tempo de formação:

3. Tempo de atuação na área:

4. Qual é a sua percepção sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade (TDAH) no contexto escolar?

5. Você acredita que o diagnóstico precoce do TDAH é importante para o

desenvolvimento acadêmico e social das crianças?

6. Quais são os sinais e sintomas do TDAH que você observa com mais

frequência em sala de aula?

7. Na sua opinião, quais são os principais desafios enfrentados pelos alunos

com TDAH no processo de aprendizagem?

8. Como você busca identificar precocemente possíveis casos de TDAH em

seus alunos?

9. Quais são os benefícios de identificar e encaminhar um aluno com suspeita

de TDAH para uma avaliação especializada?

10. Que estratégias de ensino você utiliza para atender às necessidades

específicas dos alunos com TDAH em sala de aula?

11. Como você lida com os comportamentos hiperativos ou impulsivos de alunos

com TDAH durante as atividades escolares?


12. Quais são as adaptações curriculares que você realiza para promover a

inclusão e o sucesso acadêmico dos alunos com TDAH?

13. Você acredita que é importante estabelecer uma parceria entre os pais e a

escola para apoiar o aluno com TDAH? Se sim, como você busca envolver os

pais nesse processo?

14. Você já participou de formações ou capacitações relacionadas ao TDAH? Se

sim, como essas formações influenciaram sua prática docente?

15. Como você promove a conscientização sobre o TDAH entre os outros alunos

da turma, para que compreendam e respeitem as diferenças dos colegas com

TDAH?

16. Quais são os recursos ou materiais pedagógicos que você considera mais

eficazes para auxiliar no ensino de alunos com TDAH?

17. Como você lida com a frustração ou ansiedade que os alunos com TDAH

podem sentir em relação às suas dificuldades de aprendizagem?

18. Quais são os resultados positivos que você já observou ao utilizar estratégias

de ensino específicas para alunos com TDAH?

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