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ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA FERROVIÁRIA
METODOLOGIA CIENTÍFICA
EM ENGENHARIA
FERROVIÁRIA
INTRODUÇÃO
No desenvolvimento da pesquisa cientifica os pesquisadores precisam diferenciar
que para que o resultado de sua pesquisa seja considerado um resultado ciêntico ele
precisa ser baseado no conhecimento ciêntifico. Em nosso cotidiano, duas formas de
conhecimento destacam-se: o conhecimento científico e o conhecimento popular.
Ambos são pilares essenciais na construção do saber, entretanto, suas abordagens,
métodos e alcances diferem significativamente. Neste capítulo, exploraremos as nu-
ances que separam essas duas esferas do conhecimento, analisando suas caracterís-
ticas distintas, suas interações e o papel crucial que desempenham na formação da
compreensão humana (LAKATOS; MARCONI, 2017).
1. Conhecimento Popular
Enquanto o conhecimento científico busca a universalidade, o conhecimento po-
pular é moldado pela experiência individual e coletiva. Transmitido oralmente de ge-
ração em geração, ele incorpora tradições, mitos e narrativas que refletem a identi-
dade cultural de uma sociedade. Neste capítulo, exploraremos como o saber popular
se enraíza nas comunidades, fornecendo uma lente única através da qual as pessoas
interpretam o mundo ao seu redor (GIL, 2017).
Assim com base em Gil (2017) o conhecimento popular pode ser caracterizado por:
• ser assistemático e subjetivo, uma vez que é o próprio indivíduo que organiza suas
experiências e conhecimentos, quer seja através de vivências pessoais ou da trans-
missão por meio de interações sociais. Por exemplo, “Ouvi dizer que é bom cortar
o cabelo na lua nova”;
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• Pode ser considerado superficial, uma vez que se contenta com a aparência e o
que pode ser comprovado simplesmente pela observação direta das coisas;
• Demonstra ser falível e inexato, pois não permite a formulação de hipóteses acer-
ca da existência de fenômenos situados além das percepções objetivas;
2. O Conhecimento Científico
O conhecimento científico é a manifestação planejada e estruturada da busca hu-
mana pela verdade. Caracterizado por uma abordagem sistemática, baseada em evi-
dências e sujeita à revisão constante, ele visa decifrar os mistérios do universo. Desde
experimentos controlados até análises estatísticas robustas, a ciência utiliza métodos
precisos para testar hipóteses, buscar padrões e construir teorias sólidas (LAKATOS;
MARCONI, 2017).
• Confirmável: Suas suposições devem ser submetidas a testes empíricos, seja por
meio de observações ou experimentos.
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• Normativo: procura leis (naturais e culturais) e as aplica. Portanto, é essencialista,
buscando compreender a essência das coisas.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
A Metodologia Científica é uma disciplina fundamental no universo acadêmico
que se dedica ao estudo dos métodos utilizados na pesquisa e na produção do co-
nhecimento científico. Ela não apenas proporciona ferramentas para a investigação
sistemática, mas também estabelece diretrizes para a organização e a validação do
saber. No cerne dessa disciplina, encontra-se a ênfase na racionalidade e na busca por
evidências empíricas, promovendo uma abordagem rigorosa e sistemática na coleta,
análise e interpretação de dados (LAKATOS; MARCONI, 2017).
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A metodologia científica também se destaca por sua natureza crítica e reflexiva.
Ao incentivar a formulação de hipóteses testáveis e a revisão constante das teorias
existentes, ela estimula o pensamento analítico e a busca pela verdade. Além disso, a
metodologia científica desempenha um papel vital na comunicação eficaz de resul-
tados, enfatizando a importância da clareza, precisão e objetividade na apresentação
das descobertas científicas (GIL, 2017).
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Abordagem Fenomenológica
A fenomenologia é uma abordagem que busca compreender a essência das ex-
periências humanas, destacando a importância da subjetividade e da interpretação
individual. Desenvolvida por filósofos como Edmund Husserl, essa metodologia con-
centra-se na análise aprofundada de fenômenos tal como são percebidos pelos par-
ticipantes. No contexto da pesquisa, a fenomenologia envolve a suspensão de pres-
supostos prévios e a imersão nas experiências vividas para capturar a riqueza dos
significados atribuídos a esses fenômenos (GIL, 2017).
Abordagem Dialética
A abordagem dialética, influenciada por filósofos como Hegel e Marx, destaca o pa-
pel das contradições e da mudança no desenvolvimento social e individual. No con-
texto da pesquisa, a dialética busca entender os processos de transformação, contra-
posições e desenvolvimento ao longo do tempo. Ela parte do pressuposto de que a
realidade é dinâmica e está em constante evolução (GIL, 2017).
Abordagem Positivista
A abordagem positivista, associada ao pensamento de Auguste Comte, busca apli-
car métodos rigorosos e objetivos para a investigação científica. Essa perspectiva des-
taca a mensuração, a observação empírica e a busca por leis universais na compreen-
são dos fenômenos. No positivismo, a ênfase está na objetividade, na neutralidade do
pesquisador e na replicabilidade dos resultados (GIL, 2017).
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e regularidades que possam ser generalizados para além do contexto específico do
estudo.
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1-Definição do Problema e Pesguntas e Hipotese de Pesqui-
sa
A definição do problema e a formulação de perguntas de pesquisa constituem o ali-
cerce primordial no processo de planejamento de uma pesquisa científica. Este está-
gio inicial é crucial para delinear o escopo e a direção da investigação, estabelecendo
as bases para todo o projeto. A escolha do problema de pesquisa deve ser guiada por
sua relevância, importância no contexto da área de estudo e potencial para contribuir
para o conhecimento existente. Compreender o problema de maneira clara e espe-
cífica é essencial, pois isso moldará as questões de pesquisa, as quais direcionarão a
coleta e análise de dados (LAKATOS; MARCONI, 2017).
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efeito ou relação específica. Durante a análise de dados, os pesquisadores buscam
evidências estatísticas para aceitar ou rejeitar a hipótese nula, tomando decisões com
base nos resultados obtidos.
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trevistas em profundidade e análise de conteúdo. Em pesquisas quantitativas, méto-
dos estatísticos e questionários estruturados podem ser preferidos.
A seleção de amostra é uma parte crítica desse processo, pois impacta diretamente
a validade e a generalização dos resultados. Os pesquisadores precisam decidir quais
indivíduos, grupos ou elementos serão incluídos na amostra, garantindo que ela seja
representativa da população-alvo. Estratégias como amostragem aleatória, estratifi-
cada ou por conveniência são consideradas de acordo com os objetivos e recursos
disponíveis. A consideração ética é também essencial nesta etapa, assegurando que a
participação seja voluntária, informada e que os dados sejam tratados com confiden-
cialidade.
Após a coleta de dados, inicia-se a fase de Análise de Dados, que busca extrair sig-
nificados, padrões e relações a partir das informações reunidas. Este estágio envol-
ve a aplicação de métodos estatísticos, técnicas qualitativas ou uma combinação de
ambas, dependendo da abordagem metodológica adotada. A finalidade central da
análise é transformar os dados brutos em resultados compreensíveis, possibilitando
a interpretação das descobertas e a verificação das hipóteses formuladas (LAKATOS;
MARCONI, 2017).
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A Coleta e Análise de Dados têm como objetivo principal fornecer insights claros
e confiáveis para os pesquisadores, permitindo-lhes tirar conclusões robustas. Além
disso, essas fases contribuem para a validação ou refutação da hipótese inicial, escla-
recem relações entre variáveis e oferecem subsídios para a construção de teorias ou
recomendações práticas. A precisão e a transparência nesses estágios são fundamen-
tais para garantir a credibilidade e relevância dos resultados, fornecendo uma base
sólida para o avanço do conhecimento na área de estudo.
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TIPOS DE PESQUISA
Os principais tipos de pesquisa podem ser categorizados com base em seus abor-
dagens, objetivos e técnicas, cada um atendendo a necessidades específicas de inves-
tigação (GIL, 2017).
1-Abordagem Quantitativa
A abordagem quantitativa na pesquisa científica é uma metodologia que se desta-
ca pela coleta e análise de dados de natureza numérica. Essa abordagem é guiada por
princípios objetivos e busca mensurar variáveis específicas para entender relações, pa-
drões e tendências de maneira quantitativa. O objetivo primordial da pesquisa quan-
titativa é produzir resultados generalizáveis e passíveis de análise estatística, visando à
obtenção de conclusões baseadas em evidências sólidas.
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Figura 5 – Análise Quantitativa
2-Abordagem Qualitativa
A abordagem qualitativa na pesquisa científica é uma metodologia que se concen-
tra na compreensão profunda e interpretativa de fenômenos complexos, buscando
capturar a riqueza e a subjetividade das experiências humanas. Ao contrário da pes-
quisa quantitativa, que se baseia em dados numéricos, a pesquisa qualitativa utiliza
métodos flexíveis e exploratórios para coletar e analisar dados descritivos e contextu-
ais. O cerne desse enfoque reside na interpretação e compreensão das nuances, sig-
nificados e padrões subjacentes aos fenômenos investigados.
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seriam facilmente capturados por métodos quantitativos. Ela permite uma aprecia-
ção profunda das experiências individuais, dando voz aos participantes da pesquisa e
enriquecendo a compreensão global do tópico estudado.
OBJETIVOS METODOLÓGICOS
O objetivo metodológico em uma pesquisa científica é uma determinação crucial
que guia a escolha e aplicação dos métodos utilizados para conduzir o estudo. Os ob-
jetivos metodológicos podem ser categorizados em três principais abordagens: explo-
ratória, descritiva e explicativa(LAKATOS; MARCONI, 2017).
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Por sua vez, o objetivo descritivo concentra-se em apresentar detalhes precisos so-
bre as características específicas de um fenômeno, grupo ou evento. Esse tipo de pes-
quisa é útil quando o pesquisador busca oferecer uma visão mais clara e completa de
algo já identificado. Métodos quantitativos, como questionários estruturados, análise
estatística e escalas de medição, são frequentemente empregados para coletar dados
específicos e proporcionar uma representação detalhada dos elementos estudados
(GIL, 2017).
TÉCNICAS DE PESQUISA
As técnicas de pesquisa em uma pesquisa científica são ferramentas essenciais que
os pesquisadores utilizam para coletar dados de forma sistemática e analisar informa-
ções relevantes. A pesquisa documental é uma técnica que envolve a análise de docu-
mentos, registros e arquivos, fornecendo uma compreensão aprofundada de eventos
passados, políticas ou contextos históricos. Essa abordagem é valiosa quando se bus-
ca explorar fontes primárias ou secundárias que ofereçam insights sobre o tema de
pesquisa (LAKATOS; MARCONI, 2017).
O estudo de caso é uma técnica que concentra a atenção em uma situação especí-
fica, permitindo uma análise detalhada e contextualizada. Utilizando diversas fontes
de dados, como entrevistas, observações e documentos, o estudo de caso proporciona
uma visão holística do fenômeno em estudo. Essa técnica é particularmente útil para
explorar complexidades em profundidade e proporcionar uma compreensão abran-
gente de casos únicos.
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pesquisa, garantindo que o estudo esteja conectado aos desenvolvimentos acadêmi-
cos e contribua para o conhecimento existente (GIL, 2017).
O levantamento, por sua vez, é uma técnica que envolve a coleta de dados de uma
amostra representativa da população por meio de questionários estruturados. Essa
abordagem quantitativa permite a generalização dos resultados para a população
maior, fornecendo uma visão estatisticamente válida sobre as atitudes, opiniões ou
comportamentos dos participantes (GIL, 2017).
A pesquisa ação é uma técnica que envolve uma abordagem participativa, na qual
os pesquisadores colaboram ativamente com os participantes para resolver proble-
mas práticos e gerar mudanças. Essa técnica é especialmente útil em contextos apli-
cados, visando melhorar práticas, políticas ou procedimentos por meio da reflexão crí-
tica e da implementação de ações específicas (GIL, 2017).
Cada uma dessas técnicas de pesquisa oferece abordagens distintas para investi-
gar fenômenos diversos, permitindo que os pesquisadores escolham métodos que se
alinhem aos objetivos específicos de seus estudos. A seleção criteriosa das técnicas
de pesquisa contribui significativamente para a qualidade, validade e relevância dos
resultados obtidos.
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Figura 6 – Pesquisa na àrea de exatas
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buir não apenas para a compreensão específica de um fenômeno, mas também para
o avanço do conhecimento que pode ser aplicado em diversas áreas (GIL, 2017).
Em resumo, a pesquisa científica nas ciências exatas é caracterizada por uma abor-
dagem metodológica rigorosa, experimentação controlada, modelagem matemática
e a busca por leis e princípios universais. Essas características fundamentais contri-
buem para o avanço contínuo dessas disciplinas e têm aplicações significativas em
diversas áreas da sociedade.
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quisa, definição clara dos limites, identificação e delimitação de variáveis, e reconhe-
cimento dos recursos disponíveis. Essas características são essenciais para direcionar
a pesquisa de maneira eficaz, garantindo a qualidade e a relevância dos resultados
obtidos.
FONTES DE DADOS
As fontes de dados desempenham um papel crucial em uma pesquisa científica,
influenciando diretamente a qualidade e a validade dos resultados obtidos. Uma ca-
racterística fundamental é a natureza das fontes, que podem ser primárias ou secun-
dárias. Fontes primárias envolvem dados coletados diretamente do objeto de estudo,
enquanto fontes secundárias consistem em informações já existentes, compiladas por
outros pesquisadores. A escolha entre essas fontes depende dos objetivos da pesquisa
e da disponibilidade de dados relevantes (LAKATOS; MARCONI, 2017).
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de, a diversidade e a acessibilidade. A seleção cuidadosa e a avaliação crítica dessas
fontes são elementos essenciais para garantir que a pesquisa seja fundamentada em
informações sólidas e contribua significativamente para o avanço do conhecimento
na área de estudo.
• Dados obtidos por meio de entrevista: as entrevistas podem ser feitas de forma
individual ou em grupo (o chamado grupo focal). Quanto ao conteúdo, a entrevis-
ta pode ter alguns objetivos: a averiguação dos fatos e as opiniões sobre os fatos.
Amostragem de pesquisas
• Pesquisas quantitativas:
Exigem: cálculo de amostra, significância, erro amostral, nível de confiança (ou sen-
so)
• Pesquisas qualitativas:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
FURASTÉ, P. A. Normas Técnicas Para o Trabalho Científico. (14ª ed.). Brasil Gráfica e
Editora. Porto Alegre, 2008.
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