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Tutores:
Até aqui parece simples. No entanto, para conseguir dar respaldo a esse conhecimento é
crucial a reunião de informações colhidas em fontes confiáveis, o planejamento do
processo de pesquisa e principalmente, a observação e respeito aos princípios éticos. É
nesse contexto que as dificuldades em realizar uma pesquisa com qualidade aceitável
surgem, elas vão desde a “dedicação, a disponibilidade de tempo, o interesse do
investigador, a leitura diversificada, a aceitação e a crítica acerca dos conhecimentos
presentes nos livros, além de abertura às críticas exigidas pela pesquisa [...]”
(FIGUEIREDO, 2008, p. 14).
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O trabalho apresenta os seguintes os seguintes objectivos:
2. Metodologia
Esta pesquisa é tipificada como exploratório descritivo, procurando validar os
construtos comprometimento e introjeção Contributo da Ética na Pesquisa Científica.
Exploratória porque objetivou proporcionar um maior envolvimento com o problema, e
o consequente aprimoramento de ideias e descobertas sobre o assunto. Descritiva
porque apresenta relações entre variáveis já abordadas cientificamente, conforme aponta
Oliveira et al. (2003).
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3. O Contributo da Ética na Pesquisa Científica
Ética é a parte da Filosofia prática que tem por objetivo uma reflexão sobre os
problemas fundamentais da moral (finalidade e sentido da vida humana, os
fundamentos da obrigação e do dever, natureza do bem e do mal, o valor da
consciência moral etc.) mas fundada num estudo metafísico do conjunto das
regras de conduta consideradas como universalmente válidas (JAPIASSU;
MARCONDES, 2001 apud ALMEIDA; BATTINI, 2013, p. 9).
Dialogando com os autores acima, pode-se afirmar que a ética está relacionada aos
aspectos práticos, do exercício em busca de uma conduta aceitável. A ética manifesta-se
a partir do momento que o sujeito começa a se relacionar, estabelecer vínculos sociais.
A questão do bem e do mal se manifesta na dimensão social cotidiana em consequência
dos valores que norteiam as escolhas do sujeito. Essas escolhas constroem e significam
conceitos comportamentais que se constituem em valores almejados ao longo da história
em sociedade (CORDI, et al, 2007).
A discussão sobre ética é extremamente necessária nesse contexto, pois uma questão
abrasadora na atualidade tem sido a fraude científica, tanto por parte de autores quanto
de seus avaliadores. A imprensa e periódicos especializados têm dedicado espaço ao
exame do assunto (MIRANDA; PEREIRA, 1996).
Em 1964, foi redigida a declaração de Helsinque pela Organização Médica Mundial que
estabelece os princípios orientadores da pesquisa médica e em 1982 as Directrizes
Internacionais para pesquisas Biomédicas, que envolvem seres humanos.
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A preocupação com as questões éticas surge quanto a ciência, ou os seus pesquisadores,
extrapolam os limites da dignidade humana, principalmente nas experiências com seres
humanos.
É preciso ter em conta que o pesquisador ao lidar com a pessoa humana deve preservar
sempre a sua dignidade. Ademais, a ciência não é feita apenas de certezas, mas também
de erros, que quantos cometidos em humanos podem deixar sequelas graves.
Hoje, o debate sobre a ética na pesquisa atinge também outros seres animais.
Nesse artigo ele questiona o quanto de isenção um cientista pode alegar, quando por fim
suas descobertas são mal aplicadas e podem representar um perigo para a humanidade.
Essa sensação persegue a história humana, desde que inventos magníficos como o
navio, o automóvel e o avião, foram transformados em máquinas de guerra.
À medida que a pesquisa científica afeta o mundo convém ficarmos de sobreaviso. Isso
por que a ciência é feita por pessoas. E todas as pessoas, mesmo sendo cientistas,
possuem interesses, intenções e ambições. Para agravar esse quadro, a ciência é
financiada por governos e por empresas — cujas políticas podem nem sempre visar o
bem comum – entendendo essa expressão, em seu sentido mais amplo como sendo o
bem, em sua essência, estendido para toda a humanidade. Fica cada vez mais claro que
pesquisa científica atual, em seus passos mais decisivos, está condicionada às regras de
financiamento, às expectativas sobre seus resultados e às forças sociais e de instituições
que moldam seus rumos. Ora vejamos:
Ou não?
Em outras palavras:
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Existem duas linhas de pensamento sobre essa questão:
Além de que, ao negar o benefício a outro ser humano se estaria também praticando
uma forma de desumanidade. Por exemplo, A indústria farmacêutica Novartis tentou
bloquear recentemente a fabricação na Índia de um medicamento genérico aplicado na
terapia do câncer. Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Ciências Econômicas, tem uma
posição radicalmente contra as leis de propriedade intelectual. Ele enfatiza que essa
prática visa apenas garantir lucros exorbitantes para as desenvolvedoras, que por
congelamento do desenvolvimento científico, certifica-se de não haver concorrência.
Pela lei dos mercados é fácil observar o que se resulta de um monopólio, seja em que
área for. Ele dá o exemplo da Myriad Genetics, uma empresa que alegou propriedade
intelectual sobre genes humanos. Este é um exemplo extremo, mas suas observações são
amplamente aplicáveis.
Geneticistas têm argumentado que o registro de patentes sobre os genes realmente tende
a impedir o aperfeiçoamento de vários testes genéticos (como prevenção de doenças
genéticas, por exemplo), e de modo geral, interferir com o avanço da própria ciência.
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É fácil observar que o cientista está no centro deste processo e ele não pode mais se
furtar das questões éticas envolvidas em seu trabalho.
Não pode mais evadir-se das questões pertinentes sobre a natureza do progresso
científico, sobre as decisões de financiamento de suas pesquisas, ou quais forças estão
por trás dos ditos investidores e quais são os interesses que servem.
Eu mesmo, não canso de repetir para meus alunos, que nossas decisões sobre as nossas
carreiras afetam não só nossas vidas, mas também a dos que nos cercam.
Eu como cientista não posso alegar neutralidade em questões como esta. Nenhum
cientista pode.
Se uma vacina contra a malária ou contra AIDS fosse desenvolvida, deveria ser
protegida por registro de patentes, de tal forma que os preços desse monopólio
maximizassem sua receita, mas não seus resultados na saúde pública?
O que deve ser feito, então, para maximizar o benefício da ciência visando o
bem comum?
É preciso que cada um busque entender as decisões tomadas tanto pelos cientistas
quanto pelas instituições de pesquisa e querer fazer parte delas. É legítimo e necessário
pedir aos cientistas e aos acadêmicos, e também às instituições, que justifiquem o uso
que dão aos fundos de investimentos em pesquisa; É justo fiscalizar as ações privadas e
públicas nos programas sociais, e debater as prioridades políticas na esfera pública.
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E também submeter as decisões sobre a investigação científica e suas metas de trabalho
ao escrutínio da sociedade.
A ciência é uma força incrivelmente poderosa que consome uma grande quantidade de
recursos, por isso precisamos ter certeza de que está sendo orientada numa boa direção e
para tal é necessário que cada cidadão procure cumprir com o seu papel.
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5. Considerações Finais
A ética na pesquisa e o plágio são assuntos antigos, mas que tem grande repercussão nos
últimos tempos, principalmente, em virtude das facilidades que o avanço da tecnologia
proporcionou, e tem uma preocupação especial no espaço acadêmico, uma vez que a
produção escrita é altamente demandada. A partir das discussões aqui apresentadas
pode-se concluir que as pesquisas científicas, de fato, devem ser executadas segundo os
padrões éticos, porém, a simples observância das normas, leis e recomendações éticas
não garantirá que a pesquisa seja ética. O tema deve ser discutido e incentivado,
principalmente nos cursos de graduação e pós-graduação, bem como nos eventos e
periódicos científicos.
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6. Referências Bibliográficas
ARTUR, Sérgio Daniel. Metodologia de Investigação Científica. UCM, 2011.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria, Técnicas de Pesquisa, 6ª. Ed.
Atlas: São Paulo, 2007.
MATTAR, João. Metodologia de Científica, na era da Informática. 9ª. Ed. Saraiva: São
Paulo, 2008 MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. 4ª ed, Instituto
Piaget: Lisboa, 2005.
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