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REGISTOS E NOTARIADO T

18 março 2022
Qual a legislação necessária? Ir imprimindo os DL que falamos e Código Registo Predial, Código
Registo Notariado, Código Registo Civil.

Se uma sentença ainda transitada em julgado se os fatos que contem não puderem ser
registados, vale muito pouco.

Imaginem que x tem um prédio e quer vender. Acertamos preço, estamos ambos de acordo e
quer vender. Para vender o 1 pressupostos que tem de se verificar para puder vender o prédio
é x ser proprietária, logo a seguir, tem de ter capacidade/ vontade/ estar no seu perfeito juízo,
e o prédio tem de estar registado no nome dela. Desde 1 outubro de 1984 (quando entrou em
vigor o atual código de registo predial) introduziu um princípio da legitimação de direito (o de
1898 tem os princípios todos) foi este princípio que colocou registo predial no mapa jurídico
português porque antes dessa data os proprietários podiam alienar os seus bens
independentemente de terem prédios registados no seu nome ou não e quem adquiria não
tinha de registar. A partir de 1984 para se puder alienar o bem- 1) temos de ser proprietários e
2) temos de estar legitimados para alienar (Ex: ter prédio registado em nosso nome).

Imaginem que há uma escritura ou DPA em que aparece senhor A, viúvo, que vende a B um
prédio registado em seu nome, casado com C residente no Porto. É assim que consta no
documento que formaliza aquele negócio jurídico. Se estiver só assim, a quem pertence o
prédio? Pertence à comunhão conjugal ou pertence só a B? prédio é adquirido na constância
do matrimonio, depende do regime. Se faltar o regime, neste caso, falta, e se este negócio
jurídico/ facto jurídico fosse submetido a registo conservador não registava conforme esta
porque não sabe a quem pertence. Se o B e o C forem casados no regime de comunhão, prédio
pertence a comunhão conjugal, se for separação de bens só pertence a B. mas para sabermos
isso lei obriga a que nos contrato sujeitos se identifiquem pelo nome, naturalidade, estado
civil, se forem casados com quem são, o regime de bens, o NIF e a residência habitual. Estas
questões que são tao necessárias em todos documentos que contenham factos sujeitos a
registos (escritura, DPA, sentença) se chegar a conservatória do registo e faltar documentos
conservador não vai registar.

PowerPoint- compete ao notário:

Quando se fala em instrumento publico é em sentido amplo- qualquer documento lavrado por
um notário.

Nesta fase da justiça preventiva, as partes (comprador e vendedor) podem se fazer


acompanhar de advogado, mas é o notário que tem obrigação de falar com os interessados no
negócio, deve indagar a vontade deles, interpretá-la e adequar ao ordenamento jurídico, não é
o seu mandatário. Aqui o mandatário ainda que acompanhe o cliente, não pode dizer nada- o
que interessa é a vontade dos interessados.

Aqui não há litigio, se não, não havia contrato (contrato pressupõe acordo das partes)- ir o
advogado como interveniente, pode ir, mas não faz nada.
Competência territorial

Notário do Porto não pode ir a Gondomar, Maia para lavrar atos- não podem sair do concelho
onde estão. Podem sair do cartório, há pessoas que, sobretudo nos testamentos ou doações,
não podem sair de casa, o notário pode ir a casa das pessoas. mas não pode sair do concelho.

Há alguns casos específicos em que notário de Gondomar pode ir a Valongo, mas isso é
quando ato a praticar seja urgente 8ex: testamentos são urgentes- quando sentem que morte
se aproxima- Ex: tem de ser hoje, porque amanha posso não estar cá), se em certo concelho
não estiver notário respetivo (esta de ferias, por exemplo) pode ir a notário do concelho
vizinho, mas isso tem de ser justificado.

Princípios notariais

Em Portugal foi adotado notariado latino- notário latino inspira-se no modelo romano-
germânico, o que quer dizer que o notário é que confeciona os documentos, não certifica
apenas., realiza os documentos. Depois, rege-se segundo certos princípios, não vale qualquer
coisa é preciso que ato a praticar esteja de acordo com a lei, não pode ser ato ilícito. Estes
princípios também se aplicam a todas as pessoas que titulam/ celebram atos notariais
(advogados, solicitadores ou conservadores).

 Princípio legalidade (11º EN)

Quem celebra tem de estudar o assunto, ver a lei aplicável- verificar muitas coisas. Ex: compra
e venda de prédio, tem de apresentar certidão registo predial para verificar se prédio está
registado em nome do vendedor.

Ex da legalidade substancial- queria que me vendesse torre dos clérigos, não podem fazer este
ato. Ou então, o meu vizinho tem um prédio e estou farto de o ter como vizinho, vou vender o
prédio dele, não pode ser. Ou A e B chegam a cartório e dizem “eu tenho uma vaca e o meu
vizinho tem um cavalo, quero uma escritura de permuta” – por escritura pública pode se
celebrar todos contratos que partes lhes aprouver- naturalmente que este contrato permuta
entre vaca e cavalo não é preciso escritura publica, mas se puder pode ser. Mas se negócio
jurídico for perante advogado, este contrato não pode ser feito por DPA (artigo 22º DL
116/2008).

Em muitos casos, os atos não podem ser praticados- Ex: for nulo (caso da torre dos clérigos).
(integridade das faculdades mentais dos participantes) Há sempre um exame ético, que é feito
por quem vai titular, há uma conversa antes para verificar se a pessoa mentalmente sabe o
que está a fazer- como se resolve se a pessoa não souber o que está a fazer? Pelo Ministério
Público. E se o notário tiver certeza de que a pessoa não tem capacidades mentais, notário é
obrigado a lavrar o ato, mesmo os médicos dizendo que ele tem as capacidades mentais, se o
notário tiver certeza que não tem capacidades não é obrigado a lavrar o ato. Se ele não lavrar
o ato o notário pode ter de lavrar um despacho a explicar porque não lavrou. Se for um
advogado que não faça um DPA não posso impugnar a atitude de não fazer.

Se for perante notário que não me atender, eu queixo-me e ele tem de me atender, se for um
advogado mesmo que me queixe não me atende. Notário é oficial público, tem obrigações,
não pode deixar de atender as pessoas. notário por ser oficial publico tem de ter substituto
para fazer aqueles atos naquele tempo. Ser oficial público tem vantagens, mas também tem
deveres. O cartório do notário tem de ser certas medidas.

Também deve ser recusado se as partes não tiverem cumprido as obrigaçoes declarativas- o
registo central do beneficiário efetivo é, por exemplo, quando se constituiu uma empresa que
tinha a frente uns “testas de ferro”, o capital da empresa não pertencia aqueles indivíduos,
pertenciam a sócios e entoa há cerca de 3 anos foi publicada esta lei para sempre que se
constitui uma sociedade se declarar quem é de facto o titular do capital- regista-se isto no
registo central do beneficiário efetivo.

Quando aparece na empresa a comprar ou a vender temos de verificar este registo.

Ex: prédio registado a favor de A com B- B pertence a comunhão, se só aprece a vender só um


dos cônjuges pode fazê-lo, as o negócio pode ser anulado pelo cônjuge que não vendeu, mas
não é devido a isso que pode recusar o notário. Neste caso notário lavra o ato, mas adverte
parte que o ato é anulável ou ineficaz por falta de um dos cônjuges.

 Princípio da autonomia (12º EN)

O notário é independente, não recebe ordens de ninguém. Ele é equidistante das partes, o
notário pode assessorar as partes, mas as duas partes, de forma equidistante. Os advogados
quando lavram DPA defendem o cliente.

Ex: quando há c/v de casa (prédio urbano) é obrigatório apresentar autorização de utilização,
mas somente para casas construídas depois da entrada do RJEU, há casas construídas depois
deste ano que são ilegais (inscritas na conservatória, mas não foram construídas com licenças
camarárias), então não se podem vender. Imaginem que morre senhor A e B, casal e deixa
como herdeiros 3 filhos. Esses filhos possuem aquele prédio com regime de contitularidade
(cada um tem direito a parte indeterminada do que existe no acervo da extinta comunhão
conjugal) se os três quiserem a casa tem de aprese4ntar autorização de utilização- mas não a
tem, para a ter tem de fazer obras que a camara exige- negócio fica por fazer? não, faz-se de
outra forma, vendem quinhoes hereditários da herança indivisa- isto só funciona se na herança
só existir esta casa.

 Princípio da imparcialidade (13º EN e 5º CN)

Impedimentos (ler)

 Princípio da exclusividade (15º)

Advogados não têm este princípio.

 Princípio da livre escolha (16º)


Em Portugal não se pode fazer publicidade à atividade de notário. Somente uma placa para
identificar o cartório notarial.

 Princípio da certificação dos atos (164º a 171º-A CN)

Aqui confidencialidade tem a ver sobretudo testamentos que são feitos e enquanto é vivo o
testador. A questão que se coloca é- e se for a advogado que me fez DPA e perguntar por uma
copia do DPA e do termo de autenticação e documento instruídos na compra e venda? O
advogado é obrigado a passar, pode passar, não pode? Os notários têm de passar, exceto nos
casos de confidencialidade. Os advogados a lei nada diz sobre isso, só diz que nada impede que
passe. Se o juiz pedir cópia para verificar falsidade ou algo do género são obrigados, se for
outra pessoa, a lei não é clara nesse sentido. A doutrina só diz que “nada impede que”, não
são obrigados porque não são oficiais públicos.

 Princípio da responsabilidade

Importante que haja estabilidade na relação jurídica. Havendo estabilidade há confiança.

Por isso, de acordo, com 184º do CN quando há erros do notário na realização de um ato e se
com esse erro/ vicio causado alguém ficar prejudicado, pode pedir indemnização a notário.
Também podem a advogado, conservador e juiz. Depois, neste âmbito, temos de ver se um
conservador lavrar registo indevidamente ou cancelar e com isso der prejuízo a outrem, esse
outrem no caso dos conservadores deve demandar o Estado através do instituto do registo de
notariados e depois pelo direito de regresso vemos se justifica ou não, se for erro grosseiro do
conservador ele pode ter de responder com o seu património pessoal.

 Princípio da conservação e arquivo dos livros dos atos

Ler

PowerPoint 2- órgãos da funçao notarial

Quem pode praticar atos notariais.

O órgão de excelência é o próprio notário- artigo 2º CN.

O CN está muito desatualizado, o nº2 do artigo 2º era no tempo em que notários eram
públicos.

Mas há mais pessoas que podem praticar atos notariais (3º nº1) - desde logo- (a) agentes
consulares portugueses, (b) notários privativos das camaras municipais (atualmente já não
existem) e da caixa geral de Depósitos (atualmente ainda existe uma notária privativa da Caixa,
só trabalha para Caixa- era notária de Paredes), (c) comandantes das unidades ou forças
militares, dos navios, aeronaves e das unidades de campanha (isto quase nunca se verifica,
mas pode se verificar, por exemplo, se Portugal fosse invadido tipo a Ucrânia- estas entidades
podem praticar atos notariais quando for absolutamente necessário- num teatro de guerra se
uma cidade for cercada e alguém quiser fazer testamento, aí eles podem fazer testamentos);
(d) entidades a quem lei atribua, em relação a certos atos, a competência de notários- 38º DL
76-A/2006.

Também juízes e sacerdotes podem fazer, independentemente da jurisdição em caso de


calamidade pública- Ex: certa zona (Ovar) foi cercada e alguém queria fazer testamento,
notário não podia ir lá, sacerdote pode fazer testamento (normalmente são urgentes).

Passar a frente parte livros. Arquivos (ver rapidamente)

Arquivo (27º)

A matriz fornece-nos informações acerca dos prédios que existem em cada concelho que
forma território nacional. Foi necessário criar este organismo para cobrar impostos porque o
Estado português vive da cobrança de impostos.

Portugal é um país de três p’s- pequeno, pobre e periférico.

Esses documentos alguns tem de ficar arquivados, outros não. O artigo 27º diz que ficam
arquivados livros e documentos que instruem negócios jurídicos, exceto quando leoi apenas
exige a sua exibição ou então quando lei diz que documento é devolvido as partes. Quando lei
nada diz, fica arquivado.

PowerPoint 3- execução dos atos notariais

Fizemos até aqui uma introdução.

Vamos começar agora a falar da execução dos atos propriamente ditas. Já falamos da dita
formalização.

Modalidades dos documentos escritos

De acordo com 363º há duas modalidades- autênticos e particulares.

Os autênticos são os (escrever o ppt). Advogados não são autoridades publicas, nem oficiais
públicos, documentos que advogados criam não são documentos autênticos. A grande
diferença entre autênticos e particulares é que os autênticos têm força probatória plena, os
particulares não têm força probatória plena. Esta é a grande diferença. Tem força probatória
plena porque são lavrados por autoridades publicas que tem mais obrigações e têm de se
comportar bem. Um conservador do registo predial não pode ir para aliados de calções todo
maluco, têm de ter recato, têm deveres acrescidos. Os atos que praticam, quem conhece os
conservadores tem de sentir confiança.

Uma escritura publica é documento autêntico por excelência. A sentença judicial também. O
registo feito por conservador também.

Vamos supor que se lavra uma escritura entre vendedor A e comprador B e notário diz “no dia
x perante mim, no meu cartório, que se situa na rua tal compareceu A e B” - se notário diz,
resulta da sua perceção, ninguém pode pôr em causa, a não ser que se prove que aquele
individuo não é notário nenhum. Mas depois diz “A declarou que vende a B prédio pelo preço
de 100 mil e B diz que compra pelo mesmo valor” - acontece muitas vezes que as partes
mentem no preço para fugir ao fisco e as vezes coisas não correm bem. Por qualquer motivo
vão para tribunal para desfazer negócio e dizem que A vende a B por 100 mil e diz que já
recebeu, quando ainda não recebeu nada- confiança de que pagam a saída da escritura.
Quando há litígio chama-se notário e quando se diz que se vendeu por 100, mas foi por 150
qual é o preço que consta? O que esta na escritura ou o verdadeiro? Ou então quando o
vendedor diz que já recebeu e de facto não recebeu, por ter dito que já recebeu na escritura
goza da força probatória? Não! Só goza da orça probatória os acontecimentos vistos no
notário. Notário pode dizer que “disse que já recebeu”, agora isso não quer dizer que o preço
seja verdeiro, ou não quer dizer que tenha mesmo recebido.

Execução dos atos notariais

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