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A dissolução parcial de sociedade na vigência do novo

CPC: apontamentos a partir da jurisprudência recente


(2016-2018)

A DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE NA VIGÊNCIA DO NOVO CPC:


APONTAMENTOS A PARTIR DA JURISPRUDÊNCIA RECENTE (2016-2018)
Corporation dissolution after the New Civil Procedural Code: notes from recent
precedents of the Courts (2016-2018)
Revista de Processo | vol. 293/2019 | p. 277 - 294 | Jul / 2019
DTR\2019\35375

André Lipp Pinto Basto Lupi


Pós-Doutor em Ciências Jurídico-Privadas na Universidade de Lisboa. Doutor em Direito
pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Permanente do Mestrado em Direito
Empresarial e Cidadania do Centro Universitário Curitiba – UNICURITIBA. Professor
convidado do Centro Universitário de Brasília – UNICEUB. Professor convidado do
Programa de Doutoramento da Pontifícia Universidad Javeriana de Bogotá. Professor da
Especialização em Direito Empresarial e Negócios da UNIVALI. Presidiu a Comissão do
Qualis para periódicos na Área do Direito na CAPES (2011-2014).
andre@mnadvocacia.com.br

Área do Direito: Processual; Societário


Resumo: Versa o artigo sobre a ação de dissolução parcial de sociedade, que recebeu
novo regramento pelo CPC de 2015. A investigação tem como objetivo identificar as
tendências de julgamento dos tribunais estaduais nos últimos dois anos, de modo a
verificar como o texto do Código vem sendo aplicado na interpretação das cortes. Para
tanto, explica-se sobre a resolução da sociedade em relação a um dos sócios, que
constitui o procedimento extrajudicial previsto pelo Código Civil. Na sequência,
abordam-se os principais temas normatizados pelo CPC de 2015, tal como encontrados
na jurisprudência recente dos tribunais estaduais de justiça (2016-2018), na qual as
questões mais frequentes dizem respeito às hipóteses de dissolução, ao procedimento e
às tutelas de urgência. Ao final, são apresentadas as tendências jurisprudenciais
identificadas e as diretrizes subjacentes que parecem norteá-las.

Palavras-chave: Dissolução parcial de sociedade – Sociedades empresárias – Novo


Código de Processo Civil – Tutela de urgência – Apuração de haveres
Abstract: The subject of this article is the procedure of the lawsuit that aims to declare
the partial dissolution of a corporation, a procedure that has changed since the new Civil
Procedure Code (2015). The inquiry has as main objective to identify the trends in the
precedents of the State Courts in the last two years, in order to describe how the text of
the new Code is being construed by the interpretation of the courts. For that purpose, a
first part is dedicated to explaining the extrajudicial procedure provided in the Civil Code
for the resolution of the society for one of the shareholders. After that, follows a
systematic presentation the main subjects ruled by the CPC 2015 as they are construed
by the recent precedents of the state courts (2016-2018), namely the causes for
dissolution, the procedure and orders and injunctions (urgent decisions). As a conclusion
it points out the trends so identified and the subjacent patterns that appear to guide
them.

Keywords: Partial dissolution of corporation – Corporations – New Civil Procedure Code


– Injunctions and orders – Determination of assets
Sumário:

1.Introdução - 2.Resolução da sociedade em relação a um sócio - 3.O sistema conceitual


do CPC/15 - 4.Conclusão - 5.Referências bibliográficas

1.Introdução

A dissolução parcial de sociedade constitui a principal ação do direito societário, em


importância para o direito brasileiro, dados os valores que a envolvem, assim como os
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reflexos que traz para as organizações empresariais.

Esse seu especial relevo conduziu à sua regulamentação como procedimento especial,
merecendo capítulo à parte no Novo Código de Processo Civil (Capítulo V do Título III –
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Dos Procedimentos Especiais) . Na esteira dessa especificação do regramento da ação,
surgem redistribuições de competências, criando-se em vários Estados varas
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especializadas em Direito Comercial, as quais açambarcam esse gênero de ações.

A ação de dissolução parcial consubstancia o objeto deste trabalho. Nosso objetivo é o


de verificar, dois anos após a entrada em vigor do NCPC (LGL\2015\1656), como vem se
comportando a jurisprudência dos tribunais estaduais. Visa-se identificar tendências de
“adensamento” das normas da nova codificação, o que se considera ter utilidade para
praticantes e estudiosos. Vale também para refletir sobre tais tendências e
eventualmente pensar em algumas correções de rumo. O papel dos tribunais é, aliás,
bastante valorizado pela doutrina, posto que levantamentos estatísticos de
jurisprudência colaboraram para a proposta de alteração do texto do CPC
(LGL\2015\1656) na parte referente ao procedimento especial em tela. Ademais, o
anseio de segurança jurídica nas relações empresariais depende da uniformização das
3
decisões judiciais .

Quanto à amostra da pesquisa, é sabido que ações ajuizadas desde a entrada em vigor
ainda não chegaram a termo. A jurisprudência encontrada a essa altura comporta,
portanto, decisões sobre as fases preliminares do procedimento e sobre tutelas de
urgência. Foram pesquisados os repositórios de jurisprudência de todos os tribunais
estaduais, excluindo-se decisões cuja razão central de decidir não fosse diretamente
correlacionada aos artigos 599 a 609 do NCPC (LGL\2015\1656). Houve também uma
seleção um tanto arbitrária nos resultados de algumas cortes, em especial o TJSP,
tribunal com um acervo muito numeroso de julgamentos recentes sobre a matéria.
Preferiu-se destacar aqueles julgados que traziam alguma nota de distinção a merecer
atenção diferenciada.

O roteiro de exposição inicia por conectar a ação com sua base material. Nesse sentido,
apresenta-se o panorama elementar da resolução da sociedade em relação a um sócio,
na forma trazida pelo Código Civil (LGL\2002\400). Baixando à análise específica
baseada na jurisprudência pesquisada, são expostos os resultados em três seções:
causas de dissolução, procedimento e tutela de urgência.

Em razão de o foco do trabalho residir na análise de jurisprudência, não se entrará aqui


em divergências doutrinárias decorrentes da crítica à inclusão de normas de direito
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material, bem como de complexidades processuais indesejadas .

2.Resolução da sociedade em relação a um sócio

2.1.Causas da resolução

No Capítulo dedicado às sociedades simples e empresárias de responsabilidade limitada,


o Código Civil (LGL\2002\400) elencou as situações em que o elo societário entre um
dos sócios e os demais se desfaz, por iniciativa da sociedade, do próprio sócio que se
retira ou de um fato jurídico com implicações resolutivas. Arrolou-as sob o título
“resolução da sociedade em relação a um sócio”, denotando-se a abordagem contratual
dada ao tema.

No primeiro conjunto de causas, encontra-se a exclusão, que pode ser extrajudicial ou


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judicial . Para haver exclusão por via de deliberação societária, é necessário que o
contrato social expressamente preveja essa possibilidade. Nesses casos, a maioria do
capital social poderá tomar essa deliberação. Insiste-se na doutrina contemporânea a
respeito do necessário contraditório, fiel à redação do artigo 1.085 do Código Civil
(LGL\2002\400), segundo a qual exclusão requer prévia notificação a respeito dos
motivos que a ensejam, com prazo hábil e oportunidade para o sócio se defender.
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Quando o contrato social não admitir a exclusão e um ou mais sócios representativos de


mais da metade do capital social a pretenderem, terão de recorrer ao Judiciário,
justificando os motivos que ensejam a falta grave, o ato de “inegável gravidade” a que
se refere o mesmo artigo 1.085 do Código Civil (LGL\2002\400).

Partindo do sócio a iniciativa do seu próprio desligamento, o mecanismo principal será a


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retirada , isto é, a resilição do contrato social de prazo indeterminado por conveniência,
sem necessidade de motivação. Em sociedades de prazo indeterminado ela é sempre
admitida, justificada também muitas vezes, sobretudo antes do Código Civil de 2002,
pelo princípio constitucional da liberdade de associação.

Se a sociedade for de prazo determinado, para obter o desligamento voluntário


(retirada), é necessário provar justa causa. Discordando os demais sócios, restará
ajuizar ação de dissolução parcial.

Há ainda a possibilidade de o sócio exercer uma retirada motivada (o Código usa a


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expressão “retirada” num sentido mais amplo), denominada pela doutrina e também
pelo CPC/15 (LGL\2015\1656) de “recesso”. Os motivos para o recesso são objetivos,
arrolados no artigo 1.077 do Código Civil (LGL\2002\400). Quando houver alteração do
contrato social, fusão ou incorporação, e o sócio sentir-se prejudicado, poderá em até 30
dias da reunião pedir seu desligamento, por meio de recesso.

Finalmente, há causas em que a resolução se opera ipso facto, pela decorrência de fato
constitutivo de condição resolutiva do vínculo societário. São duas essas situações. A
primeira, com o falecimento do sócio pessoa natural, quando os sócios remanescentes
têm o direito, e exercitam-no, de impedir o ingresso na sociedade de herdeiros do sócio
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falecido . A segunda, quando o sócio pessoa jurídica tem sua falência decretada .

Forma anômala de extinção do vínculo societário em relação a um sócio decorre da


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liquidação de quota penhorada . Como se sabe, as quotas integram o patrimônio do seu
titular e podem ser objeto de penhora. Ao final, se o credor logra seguir todos os passos
para a excussão do bem, haverá a liquidação da cota, pagando-se os haveres ao credor.

Obviamente, para além dessas formas resolutivas não necessariamente consensuais,


uma pessoa pode desligar-se de uma sociedade alienando sua participação a terceiros ou
aos próprios sócios.

2.2.Consequências

Com o falecimento, falência, exclusão, retirada, recesso ou liquidação, a sociedade


obriga-se a proceder a certos atos consequentes a tais fatos.

A primeira e óbvia consequência é a alteração do quadro societário. Por serem


sociedades contratuais, sociedades simples e sociedades de responsabilidade limitada
deverão registrar tais mudanças em alterações do contrato social.

Da mesma forma, haverá de proceder a ato de redução e/ou recomposição do capital


social, em decorrência da liquidação da quota e transferência dos haveres ao sócio que
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se desliga .

A principal consequência econômica, porém, é justamente a obrigação de apurar e pagar


os haveres ao sócio em relação a quem se resolve a sociedade. O Código Civil
(LGL\2002\400) não aponta critérios materiais para a apuração. Limita-se a determinar
que no contrato social pode-se definir o critério da maneira que os sócios desejarem, e,
se não o fizeram, haverá de ser levantado um balanço especial para determinar a
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“situação patrimonial da sociedade” na data da resolução . O adjetivo dado ao balanço
indica que ele não integra a contabilidade ordinária, sendo peça destinada a fim
específico. Dessarte, pode comportar ajustes nas contas decorrentes do cotejo entre a
contabilização e a realidade econômica da empresa. Na interpretação majoritária dos
tribunais, a apuração da situação patrimonial requer ampla verificação de todos os ativos
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e passivos, com base no seu valor real de mercado.

Deve-se anotar ainda a responsabilidade superveniente do sócio, por até dois anos da
data de averbação de sua saída, em relação a “obrigações sociais” (leia-se dívidas da
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sociedade) anteriores à resolução .

Feitas essas considerações, tem-se que a instrumentalização das mudanças haverá de


ser feita por alteração do contrato social, recomendando-se, ainda, o registro na Junta
Comercial das atas de reunião (de exclusão ou de aprovação do balanço de
determinação, por exemplo) e das notificações relevantes (de retirada e recesso, por
exemplo). Os procedimentos específicos encontram-se no Manual de Registro –
14 15
Sociedade Limitada , observada a Lei de Registros Mercantis .

3.O sistema conceitual do CPC/15

3.1.As hipóteses de resolução no CPC/15

No que tange às causas de resolução, o CPC/15 (LGL\2015\1656) reconhece todas as


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formas previstas no Código Civil (LGL\2002\400) – morte, retirada, recesso e exclusão
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–, além da possibilidade de liquidação da quota penhorada , que, no entanto, não é
tecnicamente uma dissolução, nem se sujeita à ação de dissolução, mas ao
procedimento próprio previsto no art. 861. Não há referência à falência.

A propositura da ação judicial visa duas consequências (ou apenas uma delas): a
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decretação da “resolução” da sociedade em relação a um sócio ; a apuração judicial dos
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haveres .

Impende esclarecer, antes de avançar, que o artigo 14 do CPC determina sua aplicação
aos atos processuais subsequentes ao início de sua vigência. Os tribunais não titubearam
a respeito dessa aplicação: “Inicialmente, cumpre esclarecer que, muito embora a
sentença tenha sido exarada após 17 de março de 2016, ou seja, sob a égide do novo
CPC (LGL\2015\1656), o art. 14 desse novo diploma explicita que os atos praticados já
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consolidados no regramento do CPC/73 (LGL\1973\5) deverão ser respeitados” .

Noutro julgado:

“não obstante a presente Ação de Dissolução Parcial de Sociedade tenha sido ajuizada
sob a égide do CPC/73 (LGL\1973\5), tendo em vista que o procedimento especial de
Dissolução Parcial, previsto no CPC/2015 (LGL\2015\1656), deve ser imediatamente
aplicado aos processos em curso que tratem da matéria, a Lei aplicada neste Recurso
21
será a do Novo Código de Processo Civil.”

Por essa via restou definida a questão intertemporal, aplicando-se o novo procedimento
aos processos então em curso na data de início da vigência do NCPC (LGL\2015\1656).

3.1.1.Dissolução parcial em sociedade anônima


22
Numa importante inovação, lastreada em jurisprudência do STJ , passou-se a aceitar
que também a sociedade anônima de capital fechado seja objeto de dissolução parcial,
quando acionistas detentores de pelo menos cinco por cento do capital social
23
demonstrem que a sociedade não pode mais preencher o seu fim .

Aberta a possibilidade com fundamento na realidade da empresa, cujo vínculo decorre


mormente do caráter pessoal (sociedade de pessoas), em oposição às sociedades de
capital, pôde-se já alastrar essa hipótese para as sociedades anônimas abertas, quando
não negociem suas ações no mercado, conforme julgado do TJRS, segundo o qual:

“[verifica-se a] possibilidade de dissolução parcial da Companhia ré, pois ela não se


caracteriza de fato como uma sociedade anônima aberta, pois embora esteja apta a
negociar ações no balcão de mercado não organizado, tal não ocorreu, tirando assim a
liquidez das ações, tal como uma sociedade anônima fechada. Na verdade se trata de
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sociedade formada em caráter familiar e pessoal, na qual o intuito personae prevalece


sobre o intuito pecuniae, sendo possível a sua dissolução parcial e a apuração de
haveres com base no seu balanço especial, como determina o art. 1.031 do CC
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(LGL\2002\400) e a súmula 265 do STF.”

Verifica-se, a partir desse julgado, que o reconhecimento legislativo da possibilidade de


aplicação analógica do instituto da dissolução parcial a sociedades anônimas de capital
fechado pode ainda ser alastrado para sociedades anônimas abertas, quando
administradas do mesmo modo que uma sociedade anônima fechada, em particular,
quando não negocie suas ações no balcão de mercado.

3.1.2.Legitimidade

No que tange à legitimidade para propor a ação, o CPC (LGL\2015\1656) arrola as


pessoas que podem se envolver em uma das causas de resolução, de um e do outro
lado. Como novidade, inclui a possibilidade de o ex-cônjuge ou ex-companheiro do sócio,
diante do rompimento do vínculo familiar, de pedir a apuração de seus haveres na
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sociedade, “que serão pagos à conta da quota social titulada por este sócio” .

Nesse caso, relembrando que o artigo 599 claramente separa os pedidos de dissolução
da sociedade e apuração de haveres, facultando o ingresso da ação apenas para um
deles, melhor se adapta à interpretação sistemática o entendimento de que o ex-cônjuge
ou ex-sócio somente poderá pedir a apuração se já houver ocorrido uma das causas de
dissolução. Do contrário, seu direito há de ser resolvido no campo do Direito de Família,
computando-se a cota no patrimônio do ex-casal e procedendo-se à partilha de bens
conforme possível, mas sem impor à sociedade o ônus de apurar e pagar haveres para
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quem sequer é sócio. Assim também interpreta Araújo .

3.1.3.Condições da ação

Questões relevantes que figuram na jurisprudência quanto às condições da ação de


dissolução são invocadas em duas situações típicas. A primeira é a quebra da affectio
societatis. Nos casos em que ela é a causa do pedido de dissolução, fazendo as vezes de
uma retirada, entende-se que a notificação prévia não é condição de procedibilidade da
27
ação .

A outra situação encontrada de arguição de falta de condições da ação remete ao


interesse de agir. Seguidamente alega-se que faltaria interesse de agir, quando não há
oposição à dissolução, mas apenas à apuração. Aqui duas providências devem ser
checadas.

A primeira, se, por exemplo, ao receber a notificação de retirada, a sociedade confirmou


seu recebimento, aceitou a retirada e comprometeu-se com as medidas consequentes.
Ou seja, para que não houvesse interesse de agir, dever-se-ia verificar primeiro se
realmente o ato de desligamento não foi posto em causa pela contraparte. A oposição
implica resistência que justificaria a propositura da ação.

A segunda providência diz respeito à alteração do contrato social. Recebendo a


notificação de retirada ou recesso, ou a informação de falência ou morte, e deixando
transcorrer in albis os prazos de apuração e apresentação da alteração do contrato
social, caberá ao sócio ou aos herdeiros requer a decretação judicial da resolução, ou
seja, a dissolução parcial, porquanto há pretensão resistida e sem a ordem judicial a
Junta Comercial seguirá listando o nome do sócio que deseja se desligar ou do falecido.

Ademais, houve o cuidado na redação do CPC de salientar que o interesse de agir


somente desaparecerá se a sociedade apresentou a alteração contratual “consensual”
28
para assinatura do sócio em relação a quem se opera a resolução . Logo, havendo
discordância com o valor dos haveres, como é comum, deve a sociedade elaborar
alteração do contrato social que registre apenas a dissolução, informando que o
procedimento de apuração de haveres está em curso, caso em que, aí sim, restará
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afastado o interesse de agir para o pedido de dissolução.

3.2.Procedimento

3.2.1.Atuação da própria sociedade

Recebida a ação, determina o CPC (LGL\2015\1656), no artigo 601, a citação dos sócios
e da sociedade. Declama, por essa via, o que os tribunais já apontavam. A sociedade
deve figurar no polo passivo da ação de dissolução parcial de sociedade e/ou apuração
de haveres, porquanto é a responsável primeira pela apuração e pagamento dos
haveres.

Exatamente por isso, a sociedade tem também o direito de pedir a compensação com
quantias indenizáveis pelo sócio que se desliga (artigo 602). O pedido deve ser veiculado
nos próprios autos. A jurisprudência indica que são causas para compensação a
existência de retiradas a maior, antecipações, pró-labore recebido sem contraprestação
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de trabalho , além da responsabilidade civil ordinária, como por danos causados ao
patrimônio da empresa (a colisão com um carro da empresa ou a destruição de algum
equipamento).

3.2.2.Hipótese de aquiescência com a dissolução

A novel legislação estimula as partes a resolverem de modo mais célere o problema,


incentivando, por meio da isenção de honorários e rateio de custas, que os demais
30
sócios e a sociedade aceitem a dissolução, limitando o conflito à apuração de haveres .
Considerando-se os elevados custos de uma perícia especializada, a depender do
patrimônio e do segmento econômico em questão, essa nova regra é bastante oportuna.

Resolvida a questão da dissolução, seja pela falta de contestação nesse ponto, seja por
força do reconhecimento judicial de uma de suas causas, o juiz decretará a dissolução
parcial e determinará que se dê notícia ao registro específico (Junta Comercial ou
Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas).

Com a dissolução encerra-se o vínculo societário. Nesse sentido, o seguinte julgado:


“Assim, a dissolução da sociedade, não havendo consenso entre os sócios, somente se
concretiza por sentença judicial transitada em julgado, a partir da qual começam a fluir
31
os efeitos da extinção” .

Com razão. A extinção do vínculo retroage à data reconhecida na dissolução, mas a


eficácia dos atos tendentes à dissolução submetidos ao crivo judicial depende dessa
decisão. Por esse motivo, o sócio mantém seus direitos de fiscalização dos negócios da
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sociedade, até que seus haveres sejam apurados e recebidos .

Segundo a doutrina dominante, da decisão que reconhece a dissolução sem oposição dos
réus cabe agravo; quando a decisão reconhece causa de dissolução controvertida entre
33
as partes, caberia apelação .

3.2.3.Apuração de haveres

O artigo 604 do CPC (LGL\2015\1656) complementa a ordenação do procedimento, para


que o juiz, na mesma decisão que reconhece a causa de dissolução, fixe os principais
elementos que viabilizam a perícia para apuração judicial dos haveres. São eles: a data
34 35
da resolução ; o critério de apuração de haveres ; nomeação do perito,
36
preferencialmente especialista em avaliação de sociedades . Acolhendo outra tendência
jurisprudencial anterior ao CPC/15 (LGL\2015\1656), o diploma processual impõe ao juiz
a determinação aos réus do depósito em juízo da parcela incontroversa dos haveres
37 38
devidos , que poderá ser levantada desde logo pelos autores .

Diferentemente da legislação societária (Código Civil (LGL\2002\400)), o CPC


(LGL\2015\1656) possui regra material específica para o critério de apuração de
haveres, contida no artigo 606. Em resumo, a disposição ordena que se nomeie um
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perito, para levantar um balanço especial (“balanço de determinação”, expressão muito


corrente na jurisprudência anterior ao CPC (LGL\2015\1656)), avaliando-se todos os
bens, direitos e passivos pelo “preço de saída”, leia-se, pelo “valor real de mercado”,
39 40
como a doutrina e jurisprudência anteriores consagravam , conforme apontou, aliás,
41
estudo de “jurimetria” apresentado por Stefano e Almeida .

A preocupação que deve haver é sempre a de evitar o enriquecimento ilícito de uma das
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partes . Isso ponderado, compreende-se frase muito repetida do STF, de 1979: “deve
ser assegurada ao sócio retirante situação de igualdade na apuração de haveres,
fazendo-se esta com a maior amplitude possível, com a exata verificação, física e
43
contábil, dos valores do ativo” .

A adoção desse mesmo critério mantém-se após a vigência do CPC/15 (LGL\2015\1656),


44
havendo expressa referência ao “valor real” e à “vedação do enriquecimento ilícito” .

Entre os métodos usados para avaliação, sobretudo para os intangíveis, clientela,


goodwill/fundo de comércio, é bastante aplicado o método do fluxo de caixa descontado.
Esse método se baseia numa estimativa do fluxo de caixa, aplicando-se uma taxa de
desconto, para trazer o valor encontrado a valor presente, e inclui o cálculo de valor
45
residual (valor após a vida útil do ativo) .

Não ingressam no cálculo dos haveres mutações patrimoniais posteriores à data-base do


cálculo. Do mesmo modo, lucros e juros sobre capital próprio declarados pela sociedade
não o integrarão. Após a data-base, os sucessores, o espólio ou o ex-sócio apenas têm
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direito aos haveres corrigidos monetariamente, com juros contratuais ou legais .

3.3.Tutelas de urgência

Outro ponto relevante do levantamento jurisprudencial apontou para as tutelas de


urgência, já objeto de trabalhos monográficos sobre sua incidência em questões
societárias. As providências mais comumente pedidas são: (a) medidas para garantir o
resultado útil do processo, atingindo os bens da empresa; (b) antecipação dos haveres e
pensão; (c) alterações na administração; (d) retirada por liminar; (e) exclusão por
liminar.

No que tange aos bens, há requerimentos variados, de arrolamento, arresto,


indisponibilidade e averbação da existência da ação nas matrículas. Por serem menos
gravosas, a averbação e, em seguida, a indisponibilidade, são medidas com alguma
47
recorrência na jurisprudência .

Já os casos de arrolamento e arresto são raros, deferidos apenas quando há provas de


dilapidação patrimonial, marcada pela venda de bens ou retiradas vultosas de valores ou
48
por inadimplemento de dívidas trabalhistas e tributárias. Há também julgado deferindo
bloqueio de bens e depósito judicial de dividendos correspondentes a lucros de exercício
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anterior, como forma de garantir o recebimento dos haveres.

Os pedidos para pagamento de pensão, são deferidos em casos excepcionais, quando


demonstrado que o sócio que se desliga ou seus sucessores dependem dos rendimentos
para sobrevivência, essa possua disponibilidade e haja verossimilhança de que será
50
identificado um valor considerável de haveres, apto a justificar tais pagamentos . O
51
pró-labore, como se disse antes, não será mais devido . Na vigência do novo CPC
(LGL\2015\1656), há já interessante decisão do TJRS, na qual foi deferido o pedido de
pagamento de percentual sobre o “faturamento mensal”, porém com a peculiaridade de
que o contrato expressamente previa esse pagamento. Tratou-se, portanto, como
52
situação de cumprimento de obrigação prevista no contrato .

As alterações na administração são muitas vezes requeridas, até como forma de


pressionar a parte remanescente a acelerar o processo de apuração e pagamento da
parte retirante. Entretanto, verifica-se enorme comedimento dos tribunais em intervir na
administração. Todos parecem seguir o direcionamento dado pelo STJ, já em 2008, de
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intervencionismo mínimo nas sociedades. Há, porém, situações em que resta justificado
o afastamento da administração de sócio que viola seus deveres, entre eles o de
lealdade. Nessa senda, já há decisões deferindo afastamento provisório da administração
e cessação de acesso às informações do empreendimento por parte de sócio que
53
alegadamente cometeu atos de concorrência desleal ; no TJGO, houve caso de
deferimento por decisão de primeiro grau de suspensão provisória dos direitos do sócio
54
excluído em relação à administração da empresa, não alterada pelo Tribunal .
55
A decretação de retirada por liminar é bastante frequente. Como visto acima, sequer é
necessária a notificação prévia, como condição de procedibilidade. Assim, o sócio
retirante tem dois caminhos.

Primeiro, se notificou e não houve apresentação da alteração contratual, ingressa com a


ação de dissolução parcial e pede liminar para que a Junta Comercial seja comunicada
56
após o decurso do prazo sexagesimal. Tais providências soem ser deferidas .

Segundo, se identifica e traz prova suficiente da quebra da affectio societatis, pode pedir
sua retirada judicialmente e, após a formação do contraditório, pode obter liminar para o
mesmo efeito.

De outra banda, obter-se exclusão de sócio por liminar é deveras raro, embora haja
registro de julgado nesse sentido, quando houve evidências de concorrência desleal por
57
parte do sócio a ser excluído . A exclusão, quando admitida no contrato social, deve se
proceder consoante o critério societário (decisão majoritária). Quando não haja tal
previsão e a exclusão somente possa ser feita judicialmente, a tendência é de que deva
ser realizada a instrução a respeito da “falta grave”, do “ato de inegável gravidade” e do
“prejuízo à continuidade da empresa”, antes de se proferir decreto judicial de exclusão,
58
ainda que em tutela de urgência (nesse sentido .

Diferentemente, em caso de falecimento de sócio e demora na alteração do contrato


social, podem os sócios remanescentes obter por provimento liminar a decretação da
59
dissolução parcial com a consequente anotação na Junta Comercial .

4.Conclusão

Verifica-se que há considerável atividade judicial em volta de medidas de urgência


requeridas em ações de dissolução parcial. Pode-se inferir, pela análise feita, algumas
tendências:

O amplo uso de medidas de urgência, para tutelar o resultado útil do processo


(assegurar o pagamento dos haveres, preservar a empresa) ou para antecipá-lo (casos
de liminares para retirada e para pagamento de valores mensais, por exemplo);

Admissão da dissolução parcial de forma extensiva, ampliando para sociedades


anônimas, inclusive de capital aberto, quando, na prática, atuam como sociedades de
capital fechado;

Definição do critério de avaliação das sociedades pelo “preço de saída” ou “valor de


mercado”, com ampla verificação dos ativos e passivos.

Tais tendências parecem balizadas por certos princípios, nem sempre referidos
explicitamente: (i) critério de menor intervenção possível no domínio societário; (ii)
primazia do princípio da preservação da empresa (considerado princípio implícito no
60
texto constitucional ); (iii) facilitação à dissolução (ao desligamento do sócio), inclusive
em caráter de urgência; (iv) vedação ao enriquecimento sem causa.

5.Referências bibliográficas

ARAÚJO. Fabio Caldas de. Ação de dissolução parcial de sociedade no novo CPC
(LGL\2015\1656). Revista de Direito Recuperacional e Empresa, v. 5, jul.-set. 2017. p.
Página 8
A dissolução parcial de sociedade na vigência do novo
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(2016-2018)

9.

ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa, DIDIER, Fredie Jr. (et al). Breves comentários ao
novo Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

BARBI FILHO, Celso. Dissolução parcial das sociedades limitadas. Belo Horizonte:
Mandamentos, 2004.

COELHO, Fábio Ulhoa. A ação de dissolução parcial de sociedade. Revista de Informação


Legislativa, Brasília, ano 48, n. 190, abr.-jun. 2011.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2012.

FONSECA, Priscila M. P. Corrêa da. Dissolução parcial, retirada e exclusão de sócio no


novo Código Civil (LGL\2002\400). São Paulo: Atlas, 2005.

FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes; ADAMEK, Marcelo Vieira von. Da ação de
dissolução parcial de sociedade: comentários breves ao CPC/2015 (LGL\2015\1656). São
Paulo: Malheiros Editores, 2016.

GUILHARDI, Pedro. Apuração de haveres e o Código de Processo Civil. Revista de Direito


Bancário e do Mercado de Capitais, v. 75, p. 219–257, jan.-mar. 2017.

LUCENA, José Waldecy. Das sociedades limitadas. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 50. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016. v. 2.

1 BRASIL. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial
da União. Poder Executivo: Brasília, DF. 17.03.2015.

2 Identificou-se a existência de tais varas nos Poderes Judiciários dos seguintes Estados:
SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Resolução 763/2016. São Paulo, 14.12.2016. Diário de
Justiça eletrônico, São Paulo, 15.12.2016b; MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça.
Resolução 647/2010. Altera a competência das Varas Cíveis e das Varas Empresariais da
Comarca de Belo Horizonte. Belo Horizonte, 05.08.2010. Diário de Justiça eletrônico,
Belo Horizonte, 04.08.2010; RIO DE JANEIRO. Lei 6.956, de 13.01.2015. Dispõe sobre a
organização e divisão judiciárias do estado do Rio de Janeiro e dá outras providências.
Diário Oficial. Poder Executivo: Rio de Janeiro, 14.01.2015; BAHIA. Tribunal de Justiça.
Resolução 1, de 24.01.2018. Redefine a competência, enumera as Varas cíveis e
Comerciais da Comarca de Salvador e dá outras providências. Diário de Justiça
eletrônico, Salvador, 2018; ESPÍRITO SANTO. Tribunal de Justiça. Resolução 7/2015.
Dispõe sobre o reequilíbrio da força de trabalho e produtividade das Varas Cíveis, da
Comarca da Capital e determina outras providências. Diário de Justiça eletrônico, Vitória,
12.03.2015; DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS. Resolução 23, 22.11.2010. Dispõe
sobre a ampliação de competência e sobre a mudança de denominação da Vara de
Falências e Recuperações Judiciais. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 24.11.2010.

3 ROVAI, Armando; SALLES JR., Paulo Sérgio Nogueira. Dos novos paradigmas da ação
de dissolução parcial de sociedade e a necessidade de uniformização das decisões
judiciais. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 75, jan.-mar. 2017. p.
117-128.

4 Nesse sentido: FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes; ADAMEK, Marcelo Vieira
von. Da ação de dissolução parcial de sociedade: comentários breves ao CPC/2015. São
Paulo: Malheiros Editores, 2016; opondo-se à maior parte das críticas, por outro lado,
está GUILHARDI, Pedro. Apuração de Haveres e o Código de Processo Civil. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 75, jan.-mar. 2017. p. 219-257.
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A dissolução parcial de sociedade na vigência do novo
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(2016-2018)

5 Cf. Artigos 1.004, 1.030 e 1.085 do Código Civil. BRASIL. Lei 10.406, 10.01.2002.
Institui o Código Civil. Diário Oficial da União. Poder Executivo: Brasília, DF. 11.01.2002.

6 Cf. Art. 1.029 do Código Civil. BRASIL, 2002.

7 LUCENA, Waldecy. Das sociedades limitadas. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005. p.
676-677.

8 Cf. Art. 1.028 do Código Civil. BRASIL, 2002.

9 Cf. Art. 1.030, parágrafo único, do Código Civil. BRASIL, 2002.

10 Cf. Art. 1.026 do Código Civil. BRASIL, 2002.

11 Cf. Art. 1.031, § 1o, do Código Civil. BRASIL, 2002.

12 Cf. Art. 1.031 do Código Civil. BRASIL, 2002.

13 Cf. Art. 1.032 do Código Civil. BRASIL, 2002.

14 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Instrução


normativa DREI 38, 02.03.2017. Anexo II. Diário Oficial da União. Poder Executivo: DF.
6.03.2017.

15 BRASIL. Lei 8.394, de 18.11.1994. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas


Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Diário Oficial da União. Poder
Executivo: DF. 21.11.1994.

16 Cf. Art. 599, I, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

17 Cf. Art. 835, IX, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

18 Cf. Art. 599, I, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

19 Cf. Art. 599, II, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

20 MATO GROSSO. Tribunal de Justiça. Apelação cível 177878/2016. Relator:


Desembargador Dirceu dos Santos. Cuiabá, 02.08.2017. Diário de Justiça eletrônico,
2017.

21 MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Apelação cível 1041814001372-7/001. Rel. Des.


Roberto Vasconcellos. Belo Horizonte, 29.08.2017. Diário de Justiça eletrônico, Belo
Horizonte, 2017.

22 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 111.294/PR. Rel. Min. Cesar
Asfor Rocha. Brasília, 19.09.2000. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 28.05.2001b.

23 Cf. Art. 599, § 2o, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

24 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação cível


0339838-08.2016.8.21.7000. Relator: Desembargador Luís Augusto Coelho Braga. Porto
Alegre, 29.06.2017. Diário de Justiça eletrônico, Porto Alegre, 2017.

25 Cf. Art. 600, parágrafo único do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

26 ARAÚJO. Fabio Caldas de. Ação de dissolução parcial de sociedade no novo CPC.
Revista de Direito Recuperacional e Empresa, v. 5, jul.-set. 2017. p. 9.
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(2016-2018)

27 RIO DE JANEIRO. Tribunal de Justiça. Apelação cível 0030342-44.2009.8.19.0205.


Rel. Des. Mônica Feldman de Mattos. Rio de Janeiro, 17.10.2017. Diário de Justiça
eletrônico, Rio de Janeiro, 2017a; RIO DE JANEIRO. Tribunal de Justiça. Apelação cível
0312784-06.2015.8.19.0001. Relator: Desembargador Cleber Ghelfenstein. Rio de
Janeiro, 20.09.2017. Diário de Justiça eletrônico, Rio de Janeiro, 2017b.

28 COELHO, Fábio Ulhoa. A ação de dissolução parcial de sociedade. Revista de


Informação Legislativa, Brasília, ano 48, 190, abr.-jun. 2011. p. 151.

29 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação cível


0026024-31.2018.8.21.7000. Rel. Des. Niwton Carpes da Silva. Porto Alegre,
26.04.2018. Diário de Justiça eletrônico, Porto Alegre, 2018.

30 Cf. Art. 603 do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

31 MATO GROSSO, 2017.

32 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental na Medida Cautelar


12.341/SP. Rel. Min. Ari Pargendler. Brasília, 22.03.2007. Diário de Justiça eletrônico,
Brasília, 2007; FONSECA, Priscila M. P. Corrêa da. Dissolução parcial, retirada e exclusão
de sócio no novo Código Civil. São Paulo: Atlas, 2005. p. 163.

33 ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa, DIDIER, Fredie Jr. (et al). Breves comentários ao
novo Código de Processo Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 1508;
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 50. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016. v. 2. p. 230.

34 Cf. Arts. 604, I e 605 do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

35 Cf. Arts. 604, II e 606 do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

36 Cf. Arts. 604, III e 606 parágrafo único do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

37 Cf. Arts. 604, §1o do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

38 Cf. Arts. 604, §2o do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

39 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 505;
FONSECA, 2005, p. 197; BARBI FILHO, Celso. Dissolução parcial das sociedades
limitadas. Belo Horizonte: Mandamentos, 2004. pp. 453-454; LUCENA, 2005, p. 957.

40 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 1.335.619/SP. Relatora:


Ministra Nancy Andrighi. Brasília, 03.03.2015. Diário de Justiça eletrônico, Brasília,
2015; BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 61.321/SP. Rel. Min.
Waldemar Zveiter. Brasília, 13.02.2001. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 2001a;
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 1.286.708/PR. Re. Min. Nancy
Andrighi. Brasília, 05.06.2014. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 2014; BRASIL.
Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 105.667/SC. Relator: Ministro Barros
Monteiro. Brasília, 26.09.de 2000. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 2000; BRASIL.
Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 137.975. Relator: Ministro Barros
Monteiro. Brasília, 30.06.2003. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 30.06.2003;
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 24.554/SP. Rel. Min. Waldemar
Zveiter. Brasília, 06.10.1992. Diário de Justiça, Brasília, 1992; BRASIL. Supremo
Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 89.464/SP. Relator: Ministro Cordeiro Guerra.
Brasília, 04.05.1979. Diário de Justiça, Brasília, 1979; SANTA CATARINA. Tribunal de
Justiça. Apelação cível 2005.017102-9. Relator: Paulo Roberto Camargo Costa.
Florianópolis, 27.08.2009. Diário de Justiça, Brasília, 2009; SANTA CATARINA. Tribunal
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(2016-2018)

de Justiça. Apelação cível 2012.002212-0. Rel. Desembargadora Rejane Andersen.


Florianópolis, 25.09.2012. Diário de Justiça, Brasília, 2012; SANTA CATARINA. Tribunal
de Justiça. Agravo de Instrumento 2014.004597-3. Relator: Des. Jânio Machado.
Florianópolis, 17.07.2014. Diário de Justiça eletrônico, Brasília, 2014; SANTA CATARINA.
Tribunal de Justiça. Apelação cível 2007.031648-5. Rel. Desembargador Domingos
Paludo. Florianópolis, 30.09.2010. Diário de Justiça, Brasília, 2010.

41 STEFANO, Marcelle Silbiger de; ALMEIDA, Marcus Elidius Michelli de. Questões
polêmicas sobre apuração de haveres na dissolução parcial de sociedade limitada –
análise segundo a jurimetria. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v.
65, jul.-set. 2014. p. 333-347.

42 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 35.702/SP. Rel. Min.


Waldemar Zveiter. Brasília, 27.09.1993. Diário de Justiça, Brasília, 13.12.1993.

43 BRASIL, 1979.

44 SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Apelação cível 4000745-38.2012.8.26.0309.


Relator: Desembargador Enio Zuliani. São Paulo, 09.11.2016. Diário de Justiça
eletrônico. São Paulo, 2016a.

45 RIO DE JANEIRO. Tribunal de Justiça. Apelação cível 0020508-06.2016.8.19.0000.


Relatora: Desembargadora Marília de Castro Neves Vieira. Rio de Janeiro, 09.11.2016.
Diário de Justiça eletrônico, Rio de Janeiro, 2016.

46 Cf. Art. 608, parágrafo único, do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

47 Casos de anotação na matrícula: PARANÁ. Tribunal de Justiça. Agravo de


Instrumento. 0005687-10.2018.8.16.0000. Rel. Des. Tito Campos de Paula. Curitiba,
18.07.2018. Diário de Justiça eletrônico, Curitiba, 2018a; PARANÁ. Tribunal de Justiça.
Agravo de Instrumento. 0006120-14.2018.8.16.0000. Rel. Des. Lauri Caetano da Silva.
Curitiba, 18.05.2018. Diário de Justiça eletrônico, Curitiba, 2018b. Determinando
indisponibilidade: MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento
0549347-78.2018.8.13.0000. Rel. Des. Pedro Aleixo. Belo Horizonte, 01.08.de 2018.
Diário de Justiça eletrônico, Belo Horizonte, 2018.

48 Deferindo arrolamento: SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


2185921-76.2015.8.26.0000. Rel. Des. Percival Nogueira. São Paulo, 25.05.2018. Diário
de Justiça eletrônico, São Paulo, 2018b; SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de
Instrumento 2107409-11.2017.8.26.0000. Rel. Des. Cláudio Godoy São Paulo,
02.02.2018. Diário de Justiça eletrônico, São Paulo, 2018v; SÃO PAULO. Tribunal de
Justiça. Agravo de Instrumento 2154435-68.2018.8.26.0000. Rel. Des. Azuma Nishi.
São Paulo, 31.08.2018. Diário de Justiça eletrônico, São Paulo, 2018e. Este último em
sociedade de fato. Mantendo decisão de primeiro grau que concedeu arresto: SÃO
PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 2111189-56.2017.8.26.0000. Rel.
Des. Ricardo Negrão São Paulo, 25.07.2018. Diário de Justiça eletrônico, São Paulo,
2018d.

49 RIO GRANDE DO NORTE. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


0802174-87.2018.8.20.0000. Rel. João Batista Rodrigues Rebouças. Natal, 17.08.2018.
Diário da Justiça eletrônico, Natal, 2018.

50 PARÁ. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 0005874-43.2016.8.14.0000. Rel.


Des. Gleide Pereira de Moura. Belém, 29.05.2018. Diário de Justiça eletrônico, Belém,
2018. Da jurisprudência anterior ao CPC/15: SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de
Instrumento 9044911-37.2006.8.26.0000. São Paulo, 22.08.2006. Relator:
Desembargador Ary Bauer. Diário de Justiça, São Paulo, 2006; SANTA CATARINA.
Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 2011.000206-0. Rel. Des. Soraya Nunes
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CPC: apontamentos a partir da jurisprudência recente
(2016-2018)

Lins. Florianópolis, 01.09.2011. Diário de Justiça, Florianópolis, 2011; SANTA CATARINA


Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 2002.017907-3. Rel. Pedro Manoel Abreu.
Florianópolis, 13.02. 2003. Diário de Justiça, Florianópolis, 2003.

51 Cf. Art. 608 do Código de Processo Civil. BRASIL, 2015.

52 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


0155193-71.2018.8.21.7000. Rel. Des. Jorge Luiz Lopes do Canto. Porto Alegre,
29.09.2018. Diário de Justiça eletrônico, Porto Alegre, 2018a.

53 ALAGOAS. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 0803158-09.2017.8.02.0000.


Rel. Des. Elisabet Carvalho Nascimento. Maceió, 26.06.2018. Diário de Justiça eletrônico,
Maceió, 2018.

54 GOIÁS. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento 219629-91.2016.8.09.0000. Rel.


Des. Luiz Eduardo de Sousa. Goiânia, 31.07.2018. Diário de Justiça eletrônico, Goiânia,
2018.

55 Vide, verbi gratia: SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


2078383-31.2018.8.26.0000. Rel. Grava Brazil. São Paulo, 30.08.2018. Diário da Justiça
eletrônico, São Paulo, 2018a; RIO DE JANEIRO. Tribunal de Justiça. Agravo de
Instrumento 0030227-75.2017.8.19.0000. Rel. Des. Jose Acir Lessa Giordani. Rio de
Janeiro, 08.02.2018. Diário de Justiça eletrônico, Rio de Janeiro, 2018.

56 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


0267190-93.2017.8.21.7000. Rel. Des. Lusmary Fatima Turelly da Silva. Porto Alegre,
25.04.2018. Diário de Justiça eletrônico, Porto Alegre, 2018b; RIO DE JANEIRO, Agravo
de Instrumento, 2018; SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento
2030587-44.2018.8.26.0000. Rel. Azuma Nishi. São Paulo, 04.07.2018. Diário de Justiça
eletrônico, São Paulo, 2018a; SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento
2237770-19.2017.8.26.0000. Rel. Hamid Bdine. São Paulo, 18.12.2017. Diário de
Justiça eletrônico, São Paulo, 2017c; SÃO PAULO. Agravo de Instrumento, 2078, 2018.

57 SÃO PAULO. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


2038165-58.2018.8.26.0000. Relator: Desembargador Azuma Nishi. São Paulo,
09.05.2018. Diário de Justiça eletrônico, São Paulo, 2018b.

58 SANTA CATARINA. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


4005497-25.2016.8.24.0000. Relator: Desembargador Robson Luz Varella. Florianópolis,
01.03.2018. Diário de Justiça eletrônico, Florianópolis, 2018.

59 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de Instrumento


0233552-35.2018.8.21.7000070831-10.2018.8.07.0000. Rel. Des. Isabel Dias Almeida.
Porto Alegre, 26.09.2018. Diário de Justiça eletrônico, Porto Alegre, 2018c.

60 Cf. Artigo 170 da CRFB. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República


Federativa do Brasil. Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as
alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais 1/1992 a 95/2016. Brasília: Centro
de Documentação e Informação (CEDI), 2017 e também ARAÚJO, 2017, p. 4.

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