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850150041361

02/03/2015 13:29

00.000.2.3.14.0733359.5

Petição de Marca
Nulidade Administrativa de Registro de Marca
Número da Petição: 850150041361
Número do Processo: 902174797
Ato publicado na RPI nº: 2278

Dados do Requerente
Nome: TREND FOODS FRANQUEADORA LTDA
CPF/CNPJ/Número INPI: 10849922000121
Endereço: Rua Verbo Divino, 663 - Granja Julieta
Cidade: São Paulo
Estado: SP
CEP: 04719-001
Pais: Brasil
Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica
e-mail: patentes@solmark.com.br

Dados do Procurador/Escritório
Procurador:
Nome: Elaine Ribeiro do Prado
CPF: 11604690836
e-mail: patentes@solmark.com.br
Nº API: 1208
Nº OAB: 162100SP
UF: RJ

Escritório:
Nome: Solmark Assessoria em Propriedade Intelectual Ltda

CNPJ: 00795301000159

Texto da Petição

À
Diretoria de marcas

Prezados Senhores

Encaminhamos em anexo as razões do Processo Administrativo de Nulidade - CROCK! BOX -

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902174797.

Atenciosamente

Elaine Ribeiro do Prado

Anexos

Descrição Nome do Arquivo

Procuração Procuracao_TREND_INPI_2013.pdf

Comprovante de pagamento da taxa Comppg_PAN_CROCK BOX_902174797.pdf

Razões do processo administrativo de nulidade PAN_CROCK! BOX_902174797_frgs_erp.pdf

Doc 1 Doc 1.pdf


Doc 1 Relatorio de pesquisa da marca china in
Doc 1_relatório da pesquisa
box e as concorrentes.pdf
Doc 2 Doc 2.pdf
Doc2 - Relatorio comparativo da pesquisa top
Doc 2_relatório comparativo da pesquisa_parte 1
of mind - parte 1.pdf
Doc 2 - Relatorio comparativo da pesquisa top
Doc 2_relatório comparativo da pesquisa_parte 2
of mind parte 2.pdf
Doc 3 Doc 3.pdf

Doc 3 - planilha nf_1997 - 2000 doc.03_planilhas_NF_1997 a 2000.pdf

Doc 3 - planilha nf_2001 - 2002 doc.03_Planilhas_NF_2001 a 2002.pdf

Doc 3 - planilha nf_2003 - 2006 doc.03_planilhas_NF_ 2003 a 2006.pdf

Doc 4 Doc 4.pdf

Doc 4_anúncios e propagandas_parte 1 doc.04_pulicacoes - parte 1.pdf

Doc 4_anúncios e propagandas_parte 2 doc.04_publicacoes - parte 2.pdf


Doc 4_anúncios e propagandas_parte 3 doc.04_publicacoes - parte 3.pdf

Doc 4_anúncios e propagandas_parte 4 doc.04_publicacoes - parte 4.pdf

Doc 4_anúncios e propagandas_parte 5 doc.04_publicacoes - parte 5.pdf

Doc 5 Doc 5.pdf

Doc 5_lista das principais franquias Doc.5_Relacao de lojas da china in box.pdf

Doc 6 Doc 6.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 1 Doc. 6_Sentenca - parte 1_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 2 Doc. 6_Sentenca - parte 2_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 3 Doc. 6_Sentenca - parte 3_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 4 Doc. 6_Sentenca - parte 4_ red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 5 Doc. 6 _Sentenca - parte 5_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 6 Doc. 6 _Sentenca - parte 6_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 7 Doc. 6_sentenca - parte 7_red.pdf

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Doc 6_decisão de agravo_parte 8 Doc. 6_sentenca - parte 8_red.pdf

Doc 6_decisão de agravo_parte 9 Doc. 6_sentenca - parte 9_red.pdf

Doc 7 Doc 7.pdf

Doc 7_decisão de antecipação de tutela Doc.7_decisao antecipacao tutela.pdf

Doc 8 Doc 8.pdf


Doc. 08 - Trend Foods x Massa in Box -
Doc 8_concessão de liminar
concessao de tutela.pdf
Doc 9 Doc 9.pdf
Doc. 09 Acordao de Embargos
Doc 9_decisão do tribunal
Infringentes.pdf

Declaro, sob as penas da lei, que todas as informações prestadas neste formulário são verdadeiras.

Obrigado por acessar o e-Marcas.


A partir de agora, o número 850150041361 identificará a sua petição junto ao INPI. Portanto guarde-o, a fim de que
você possa acompanhar na Revista Eletrônica da Propriedade Industrial - RPI (disponível em formato .pdf no portal
www.inpi.gov.br) o andamento da sua petição. Contudo, tratando-se de serviço pago, a aceitação da petição está
condicionada à confirmação do pagamento da respectiva GRU (Guia de Recolhimento da União), que deverá ter
sido efetuado previamente ao envio deste formulário eletrônico, sob pena da presente petição vir a ser não
conhecida.

Esta petição foi enviado pelo sistema e-Marcas (Versão 2.1) em 02/03/2015 às 13:29

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Banco Itaú - Comprovante de Pagamento
Títulos Outros Bancos
Identificação no extrato: SISPAG FORNECEDORES
Dados da conta debitada:
Nome: TRENDFOODS FRANQUEADORA LTDA
Agência: 8576 Conta: 01715 - 9
Dados do pagamento:
Nome do favorecido: INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIED
Código de barras: 00192 40589 50000 023148 07333 595218 1 00000000059000
Valor do documento: R$ 590,00
Valor de juros/multa: R$ 0,00
Valor de desconto/abatimento: R$ 0,00
Valor do pagamento: R$ 590,00
Data de vencimento: 01/10/2014
Informações fornecidas
pelo pagador:
Operação efetuada em 01/10/2014 às 00:00:00 via Sispag, CTRL 823576407000029.
- O cliente assume total responsabilidade por eventuais danos decorrentes de inexatidão ou insuficiência nas informações
por ele inseridas.
Autenticação:
7CEF9E75B0EB9A83CDB660B7B289395109827DA7

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Dúvidas, sugestões e reclamações: na sua agência. Se preferir, ligue para o SAC Itaú: 0800 728 0728 (todos os dias, 24h) ou acesse o Fale Conosco no www.itau.com.br.
Se não ficar satisfeito com a solução apresentada, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú: 0800 570 0011 (em dias úteis, das 9h às 18h) ou Caixa Postal 67.600, CEP
03162-971. Deficientes auditivos ou de fala: 0800 722 1722 (todos os dias, 24h). 1
Processo nº 902174797
Depositado em: 07/12/2009
Marca: CROCK! BOX
Apresentação: Mista
Classe internacional NCL (09) 43

Especificação: “Auto-serviço (Restaurantes de -); Bar (Serviços de -)”


Titular: SEO CHICO CHOPERIA E RESTAURANTE LTDA (BR/MG)
Concessão: RPI 2278, de 02 de setembro de 2014.

TREND FOODS FRANQUEADORA LTDA vem, com fundamento nos artigos


168 e 169 da Lei nº 9.279/96, tempestivamente, através do seu procurador infra-assinado,
nos autos do processo administrativo em epígrafe, apresentar

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE NULIDADE – PAN

em face da concessão do registro da marca epigrafada acima, de titularidade de SEO CHICO


CHOPERIA E RESTAURANTE LTDA (BR/MG), sob os fatos e fundamentos expostos a
seguir:

1) DOS FATOS

1.1 - Em 02 de setembro de 2014, a Requerente tomou conhecimento, através da


RPI nº 2278, da concessão da marca mista CROCK! BOX.

1.2 - A Requerente se insurge contra o ato de registro da marca CROCK! BOX pelo
fato de ser titular dos registros e dos pedidos de registro da marca “CHINA IN BOX” de
produto e de serviço, principalmente, sob os números 816.863.490, 819.503.738, 819503720,
822477548, 822993287, 822993279, 901381365, 901381357, 905292120, 905291808 e
905291646. Veja-se:

Número Prioridade Marca Situação Titular Classe


816863490 29/09/1992 CHINA IN BOX Registro TREND FOODS 38 : 60 - Serviços de

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FRANQUEADORA LTDA alimentação
TREND FOODS 38 : 60 - Serviços de
819503738 30/09/1996 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA alimentação.
TREND FOODS 38 : 60 -Serviços de
819503720 30/09/1996 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA alimentação.
TREND FOODS NCL(7) 39 - Entrega De
822477548 31/07/2000 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA Pacotes (Delivery)
TREND FOODS NCL(7) 39 - - Entrega De
822993287 07/02/2001 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA Pacotes (Delivery)
TREND FOODS NCL(7) 42 - restaurantes e
822993279 07/02/2001 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA lanchonetes
TREND FOODS NCL(9) 39 - Entrega de
901381365 19/12/2008 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA refeições (delivery)
TREND FOODS NCL(9) 43 - Restaurantes;
901381357 19/12/2008 CHINA IN BOX Registro
FRANQUEADORA LTDA Lanchonetes
TREND FOODS NCL(10) 39 - Entrega de
905292120 14/09/2012 CHINA IN BOX Ped.Com.
FRANQUEADORA LTDA refeições (delivery);
TREND FOODS
905292219 14/09/2012 CHINA IN BOX Ped.Com. NCL(10) 43 - Restaurantes
FRANQUEADORA LTDA
CHINA IN BOX TREND FOODS
905291808 14/09/2012 Ped.Com. NCL(10) 43 - Restaurantes;
EXPRESS FRANQUEADORA LTDA
CHINA IN BOX TREND FOODS NCL(10) 39 - Entrega de
905291646 14/09/2012 Ped.Com.
EXPRESS FRANQUEADORA LTDA refeições (delivery);

1.3 - Como forma de proteção da marca, a Requerente vem perseguindo qualquer


prática de aproveitamento parasitário da fama, investimento e de qualidade dos
produtos/serviços identificados há anos no mercado de alimentação pela marca “CHINA IN
BOX”, impugnando, administrativa e judicialmente, todos os pedidos de registro e registros de
marcas de terceiros, no INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL – INPI,
que guardem relação direta ou indireta com as marcas da Requerente.

1.4 - Desta forma, a Requerente requer que seja o registro da marca CROCK! BOX
declarado nulo, com fundamento no artigo 124, incisos XIX e XXIII, todos da LPI, por
indevidamente se associar à marca “CHINA IN BOX” .

2) DO DIREITO

2.1 - A Requerente detém a ANTERIORIDADE e EXCLUSIVIDADE do uso da


expressão “CHINA IN BOX”, desde 1992, utilizando para divulgar os seus produtos e a sua
rede de franquias.

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2.2 - Através dos investimentos com marketing e com a qualidade dos produtos e
serviços ofertados no mercado para os consumidores, a Requerente tornou-se um
FENÔMENO DE DISTINTIVIDADE, não comportando no mercado a ação de terceiros que
visem extrair dessa distintividade qualquer vantagem através de REPRODUÇÃO ou
IMITAÇÃO da marca “CHINA IN BOX”, principalmente, em relação aos termos “IN BOX” ou
“BOX”.

2.3 - A título exemplificativo da representatividade da marca da “CHINA IN BOX” no


mercado de alimentação e dos investimentos para se consolidar como um player, a
Requerente, com um capital 100% nacional, detém um fundo de comércio composto por: a)
165 unidades em todo o Brasil, b) 17 unidades apenas no Rio de Janeiro, c) um faturamento
bruto de R$ 280.000.000,00 e d) um investimento em publicidade de mídia de TV, nos últimos
5 anos, de R$ 20.000.000,00.

2.4 - A pretensão da Requerida de obter o registro de marca para SERVIÇOS


ALIMENTÍCIOS, com o termo “BOX”, fere o Princípio da Especialidade que determina: “a
proteção à marca recai sobre produtos, mercadorias ou serviços correspondentes a
atividade do requerente visando a distingui-los de outros IDÊNTICOS OU SIMILARES de
origem diversa” (Diretrizes Provisórias de Análise de Marcas).

2.5 - Da comparação das especificações dos produtos/serviços assinalados pela


pioneira no mercado “CHINA IN BOX” e pela Requerida CROCK! BOX, restará demonstrado
que os serviços guardam estrita relação. Veja-se:

SERVIÇOS ESPECIFICADOS PELA CROCK! PRODUTOS ESPECIFICADOS PELA


BOX “CHINA IN BOX”

Especificação Especificação dos registros

Serviços de alimentação; Entrega De Pacotes


Auto-serviço (Restaurantes de -); Bar (Serviços de -) (Delivery); restaurantes e lanchonetes; Entrega de
refeições (delivery); Restaurantes

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2.6 - Quanto aos elementos nominativos das marcas “CHINA IN BOX” e CROCK!
BOX, a possibilidade de associação e confusão encontra-se no fato de haver prática de
imitação e reprodução parcial do principal elemento que confere distintividade à marca da
Requerente o termo “IN BOX”, ou seja, o “BOX”.

- MARCA DA REQUERENTE - CHINA IN BOX


- MARCA DA REQUERIDA - CROCK! BOX

2.7 - A Requerida, ao utilizar a marca CROCK! BOX, pretende IDEOLÓGICA e


indiretamente se aproveitar (como um sanguessuga) da inegável notoriedade da marca da
Requerente, facilitando a associação, pelos consumidores, entre os produtos/serviços
prestados pelas empresas.

2.8 - Além disto, adotando em sua prática comercial atos de contrafação de violação
de marca pela modalidade de imitação e reprodução parcial de um termo consagrado no
mercado, é muito mais fácil tornar o estabelecimento conhecido dos consumidores, pois,
reduzirá, consideravelmente, os investimentos em publicidade e divulgação para tornar a sua
marca conhecida.

2.9 - O que acontece no presente caso é explicado por Gama Cerqueira1 e Clovis
Costa Rodrigues:

"A imitação pode assumir as mais variadas formas, sendo tarefa impossível
indicá-las todas. Tanto nos casos propriamente de contrafação, isto é nos casos
de delito, como naqueles em que se procura registrar marca semelhante a outra
já registrada, o contrafator recorre a toda sorte de artifícios para alcançar os fins
visados e, ao mesmo tempo, embaraçar a ação do prejudicado. Procura dar a
nova marca aspecto semelhante, capaz de criar confusão com a marca
legítima, mas precavidamente introduz elementos diferentes, às vezes
muito sensíveis, os quais, sem prejudicar a impressão do conjunto da
marca, possam servir para a sua defesa, no caso do processo de

1
CERQUEIRA. João da Gama Cerqueira Tratado da Propriedade Industrial, 2ª Edição, Editora Revista dos Tribunais, São
Paulo, 1982, p. 915 e 916

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impugnação do registro. O contrafator não visa iludir apenas o consumidor,
mas também a Justiça ou a repartição incumbida do registro. Por isso,
quanto mais hábil é a imitação, tanto mais perigosa se torna. Para desmascará-la
há que possuir alguma argúcia, uma sensibilidade especial, uma intuição
particular capaz de descobrir o que se acha oculto através daquilo que
propositadamente se ostenta. As marcas imitadas, pode-se assim dizer,
distinguem-se das legítimas pelo que mostram e com elas se assemelham pelo
que escondem." (grifos nossos)

“A reprodução de uma marca notória não se limita apenas a destruir a reputação


do produto, tem consequências muito mais danosas quando chega por vezes a
comprometer o prestigio e o crédito de toda uma indústria. Em outras palavras,
objetivemos o caso: certa empresa adota para seus produtos determinada
marca que se torna notória e expectável, desfrutando a preferência de larga
clientela. Terceiros seduzidos, por esta circunstância e pretendendo
ocultar-se à sombra desse prestígio para dele usufruir vantagens,
introduzem no mercado, artigos diferentes, mas identicamente marcados.
Não tardará que a freguesia conhecendo a marca, passe adquirir também
os artigos do novo concorrente, na ingênua ilusão de procederem do antigo
fabricante... Tais manobras são comuníssimas no tráfico do comércio
moderno”.
Ainda quando os artigos são bons e bem apresentados, a concorrência, mau
grado tudo, terá suas atenuantes... Mas quando a qualidade é inferir e
desagradável a embalagem – a concorrência afeta diretamente a notoriedade do
produto legitimo, causando danos morais inestimáveis ao comerciante honesto –
que tem na sua marca – a única senão a maior e mais segura garantia de êxito –
consoante o dizer de RUY BARBOSA. (Clovis Costa Rodrigues, Concorrência
Desleal, pág.147 e 148).

2.10 - Diante disto, o INPI não pode compactuar com os atos de imitação e reprodução
de registro marcários, devendo através do processo administrativo de nulidade decretar a
nulidade do registro da marca CROCK! BOX para identificar serviço na ÁREA DE
ALIMENTAÇÃO por se caracterizar em ato de imitação de marca e de concorrência desleal
pela modalidade de aproveitamento parasitário.

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3) DO FENÔMENO DA DISTINTIVIDADE DA MARCA “CHINA IN BOX” E DA
INACEITAVEL EROSÃO POR ATOS DE TERCEIROS

3.1 - A marca “CHINA IN BOX” antes da criação da rede de franquias de delivery de


comida chinesa jamais poderia ser relacionada com a área de alimentação. O que seria
“CHINA IN BOX” antes da criação da marca pela Requerente?

3.2 - Resta evidente que as expressões IN BOX e BOX apenas se tornaram objeto de
cobiça por terceiros no mercado a partir do pioneirismo e do sucesso da rede de franquia
“CHINA IN BOX”.

3.3 - Pontes de Miranda assim dispõe sobre o pioneirismo de uma marca e o sucesso
de um produto. Veja-se:

“A marca enriquece-se com o favor público, que o produto conseguiu. Se o


produto é resultado de invenção, patenteada, ou não, a identificação da marca
com produto atinge alto grau. Ao lançar qualquer produto, é de interesse do
industrial ou do comerciante escolher a marca e obter a exclusividade: o
publico, adquirindo pela indicação da marca, adquire o produto que
prefere, exatamente porque, tendo, a princípio, adquirido diferentes
produtos para saber qual o que mais lhe agrada, o individualizou pela
marca. (Pontes de Miranda, tratado de direito privado, vol.17, pag.8, Editora
Borsoi)

3.4 - Com o crescente investimento na divulgação da marca (jornais, revistas, rádios e


mídias de TV) e pela aceitação dos consumidores em geral, estes fatos proporcionaram, sem
dúvida alguma, na aquisição de um novo significado ao termo IN BOX ao já existente em seu
idioma, ou seja, uma significação secundária sendo a marca “CHINA IN BOX” merecedora
de exclusividade.

3.5 - A significação secundária é a singularização de um termo genérico, no caso “IN


BOX”, que vem a ser eficazmente distintivo somente pelo que a marca “CHINA IN BOX” passou
a representar no mercado de DELIVERY DE ALIMENTAÇÃO, não apenas em decorrência de

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vultuosos investimentos, mas estes sim somados ao tempo de existência da marca no mercado,
sem dúvida, como líder em tal segmento.

3.6 - Corroborando com este entendimento, leciona Denis Borges Barbosa, em seu
trabalho Proteção de Marcas, Lumen Juris, 2007:

“O reconhecimento da significação secundária existe na legislação ou


jurisprudência em vários países, e tem o amparo na CUP. art. 6 quinquies2 e em
TRIPs, art. 15.13. O conteúdo do dispositivo da CUP é de que, para todos os
aspectos relativos à proteção da marca, não só para a apreciação da
4,
distintividade, o tempo de uso da marca é relevante mas, especialmente, para
a apreciação da existência ou não de significação secundária5. Tal dispositivo da
norma internacional tem efeito prescritivo e direto (“deverão ser levadas em
consideração”), integrando o Direito Nacional em proteção dos estrangeiros,
beneficiários da CUP e, pela aplicação do art. 4º. Da Lei 9.279/96, aos nacionais
em idênticas condições 6.

3.7- Cumpre destacar que, no julgamento da ação de nulidade nº 2008.51.01523618-


0 proposta em face do registro da marca ÁSIA IN BOX, nº 825.691.257, a Egrégia Turma

2 Art. 6o quinquies C. - (1) Para determinar se a marca é suscetível de proteção deverão ser levadas em consideração todas
as circunstâncias de fato, particularmente a duração do uso da marca.
3 15.1 Qualquer sinal, ou combinação de sinais, capaz de distinguir bens e serviços de um empreendimento daqueles de
outro empreendimento, poderá constituir marca. Estes sinais, em particular palavras, inclusive nomes próprios, letras,
numerais, elementos figurativos e combinação de cores, bem como qualquer combinação destes sinais, serão registráveis
como marcas. Quando estes sinais não forem intrinsecamente capazes de distinguir bens e serviços pertinentes, os Membros
poderão condicionar a possibilidade do registro ao caráter distintivo que tenham adquirido pelo seu uso.(...)” Vide quanto à
interpretação do dispositivo UNCTAD. Resource Books on TRIPS and Development. New York: Cambridge University Press,
2005, p. 242
4 BODENHAUSEN, op. cit. , p. 117 e 118. “After the Revision Conference of The Hague in 1925 and until the Revision
Conference of Lisbon in 1958, the Article under consideration contained a provision whereby, in order to determine the
distinctive character of a mark, all factual circumstances, particularly the length of time the mark hás been in use, must be
taken into account. The Revision Conference of Lisbon gave a more general scope to this principle by applying it to the
determination of the question whether a mark is elegible for protection, that is, to all possibilities of refusal or invalidation of
marks covered by Article 6quinquies, Section B.”
5 Id. ibdem, p. 118. “The factual circumstances may, for example, show that, during a long period of simultaneous use, two
not very dissimilar trademarks have nevertheless not caused any confusion, so that registration of one of them will not infringe
the rights in the other. Or the circumstances may show that a trademark which originally was not distinctive has, in the long
run, through use, acquired a "secondary meaning" which makes it distinctive. Or, again, the circumstances may show that a
mark which seems to contain a deceptive suggestion has not, in fact, led to any deception and may therefore be held not to be
of such a nature as to deceive the public. The competent authorities of the country in which protection of the mark is claimed
may draw conclusions of this kind also from circumstances which have arisen in other countries”.
6 Vide, quanto à questão, o nosso Uma introdução à propriedade intelectual, 2ª Ed.,Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003, p. 87.

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reconheceu o DIREITO DE EXCLUSIVA que detém a marca “CHINA IN BOX” pelo instituto
do secondary meaning. Veja-se:

“De fato, a parte embargante demonstrou que o termo “IN BOX” perdeu a
generalidade no ramo de alimentação chinesa, considerando-se que atualmente,
o consumidor associa o termo em comento à comida chinesa acondicionada em
caixas/pacotes, com entrega a domicílio, nas quais inclusive, é possível o
consumo imediato”.
“Na verdade, analisando o caso concreto, é possível inferir que a parte ré, ora
embargada, ao adotar o termo IN BOX, em seu registro, procurou se beneficiar
da fama alcançada pela empresa autora que atua há anos no mercado de
alimentação, tentando-se de certo modo associar seus produtos àqueles
oferecidos pela CHINA IN BOX”.

3.8 - Outro ponto de relevância é que a Requerente zela pela UNICIDADE e


EXCLUSIVIDADE de sua marca “CHINA IN BOX”, não tolerando que terceiros explorem total
ou parcialmente a expressão IN BOX de forma a reproduzi-la como sua marca, coibindo o
fenômeno da erosão/diluição.

3.9 - A diluição de marca se caracteriza por uma ofensa à integridade de um signo


distintivo, seja moral ou material, por um agente que não necessariamente compete com o
titular do sinal. O EFEITO DA DILUIÇÃO DE MARCA É A DIMINUIÇÃO DO PODER DE
VENDA DO SINAL DISTINTIVO, SEJA PELA LESÃO À SUA UNICIDADE, SEJA PELA
OFENSA À SUA REPUTAÇÃO. 7

3.10 - Denis Borges Barbosa defende que ao INPI compete o dever de proteção da
UNICIDADE e EXCLUSIVIDADE de um sinal distintivo.8

“...ao INPI não é permitido diluir (na verdade, violar) uma marca registrada,
enfraquecendo sua distintividade, valor econômico e proteção jurídica, ou até

7
CABRAL, Felipe Fonteles. RRI 58/2002 Diluição de uma marca Uma teoria Defensiva ou ofensiva?
8
BARBOSA. Denis Borges. Proteção das Marcas – Uma perspectiva semiológica. Rio de Janeiro: Lumens Júris, 2008, p.
127-128.

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mesmo lançando esta em domínio público, por meio do apostilamento desta em
outros registros de marcas posteriores.
...
“O INPI não tem competência para apostilar o conteúdo de marcas registradas
em outros registros de marcas posteriores. Não existe nenhuma regra de
competência que permita que o INPI declarar a genericidade ou a ineficácia erga
omnes de uma marca registrada, tornando-a de domínio público, por concluir
que a mesma tornou-se uma marca de descritiva, vulgar, ou genérica. Apostilar
marca registrada no momento da concessão de marcas posteriores causa lesão
ilícita à distintividade, valor econômico e proteção jurídica da marca já registrada.
(...)
O INPI, o mesmo órgão que concedeu a propriedade e o uso exclusivo de uma
marca registrada para alguém, não pode, através do apostilamento, retirar a
propriedade e o uso exclusivo desta marca, direitos que são protegidos por lei,
colocando esta marca em domínio público. (grifos nossos)”

3.11 - Portanto, cabe, ao INPI, no caso concreto, a aplicação da proteção da


exclusividade pela significação secundária, prevista nos tratados em vigor, para impedir que a
Requerida faça uso do elemento BOX, evitando o fenômeno da erosão e distintividade da
marca da Requerente.

4) DO CONHECIMENTO DA MARCA NO MERCADO DE FAST FOOD/DELIVERY DE


COMIDA GERAL; NAS PRINCIPAIS REGIÕES; NO MERCADO DE FAST
FOOD/DELIVERY DE COMIDA CHINESA; ENTRE CONSUMIDORES E NÃO
CONSUMIDORES DE COMIDA CHINESA E DA INFRAÇÃO AO ARTIGO 124, INCISO
XXIII, DA LPI.

4.1 - Conforme se depreende dos gráficos anexos (Doc de nº 01), estudos


comparativos realizados pelo parâmetro “Top of Mind” (Doc de nº 02) apresentam a evolução
da marca “CHINA IN BOX” no mercado brasileiro, utilizando como base o conhecimento da
marca nos segmentos de: a) Comida em geral; b) Conhecimento espontâneo; c)
Conhecimento nas principais regiões; d) Delivery de comida chinesa; e) Conhecimento entre
consumidores e não consumidores.

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MARCA CHINA IN CONCORRENTES INDIRETOS CONCORRENTES DIRETOS PÁGINAS
BOX
COMIDA EM GERAL A marca ocupa a 4º posição A marca Lig Lig alcança a 9ª 187/188
ficando atrás de Habibs, Mc posição.
Donalds e Pizza Hut
CONHECIMENTO A marca ocupa a 3ª posição A Lig Lig ocupa a 5ª. posição 190
ESPONTÂNEO ficando apenas atrás de Habibs nesse ranking .
e Mcdonalds.
CONHECIMENTO A marca ocupa a 3ª posição, A concorrente Lig Lig passa 199
ESTIMULADO atrás somente das marcas para 5ª. posição.
Habibs e Mcdonalds.

CONHECIMENTO NAS CONCORRENTES DIRETOS E INDIRETOS PÁGINAS


PRINCIPAIS REGIÕES
SÃO PAULO A marca tem índices de conhecimento e perfil de conhecedores 202
similares aos do Mc Donald’s, exceto pelo parâmetro “top of mind”.
INTERIO DE SÃO A marca China in Box ultrapassa Mc Donald’s pelo índice de 210/211/212
PAULO conhecimento espontâneo. Em Ribeirão Preto a marca é tão
lembrada quanto à marca Habib’s (pg.211 da pesquisa). Em Bauru,
a marca é a segunda mais lembrada espontaneamente, alcançando
o maior índice “top of mind” quando comparado com as demais
praças.

RIO DE JANEIRO A marca é lembrada espontaneamente por mais da metade da 203


amostra, por mulheres mais jovens e de classe AB, ocupando o 3a.
lugar do ranking.
REGIÃO SUL A marca ocupa um segundo patamar de conhecimento logo após 204
de pizza hut, habib`s e Mc Donald`s.
PORTO ALEGRE A marca ocupa o mesmo patamar de conhecimento espontâneo da 205
marca Habib`s.
CURITIBA A marca mantém índice de conhecimento espontâneo similar a 206
marca do mc donald`s.
NORDESTE A marca ocupa o segundo patamar de conhecimento, com índice 207
de conhecimento estimulado próximo ao Mc Donald’s.
RECIFE A marca ocupa o mesmo índice de Top of Mind, mas de 208
conhecimento espontâneo e estimulado a liderança permanece
para a marca China in Box.
SALVADOR A marca de delivery de comida chinesa não são citadas pelo 209
parâmetro “top of mind”, ficando as marcas China in Box e Yan
Ping com os mesmos índices de conhecimento.

DELIVERY DE A marca China in Box é a líder de reconhecimento tanto pelo 168 a 174
COMIDA CHINESA

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parâmetro “top of mind”, como o de “conhecimento espontâneo” e
de “conhecimento estimulado”.

DELIVERY DE Em São Paulo e interior, Rio de Janeiro, região Sul e Nordeste a 175 a 185
COMIDA CHINESA
marca lidera as posições de “top of mind”, “conhecimento
NAS PRINCIPAIS
REGIÕES espontâneo” e “conhecimento estimulado”. Em Salvador a marca
tem o segundo melhor índice de conhecimento, ficando em
primeiro lugar a marca Yan Ping.

CONHECIMENTO DA A marca lidera o ranking em relação às marcas apontadas na 215/217


MARCA ENTRE
pesquisa, quais sejam: Lig Lig, Yan Ping, Via China, China 48,
CONSUMIDORES E
NÃO CONSUMIDORES Bacana’s, Tayu, Telechina, Mr. Chan e Chinatown.
DE COMIDA CHINESA

4.2 - O investimento que a empresa faz para divulgar, valorizar e diferenciar a sua
marca das demais concorrentes do mercado é de grande monta. A empresa investe
maciçamente em propaganda, para manter o renome da marca, em tecnologia e aquisição de
produtos selecionados para manter a qualidade dos produtos. A quantia gasta na valorização
e na manutenção da reputação e qualidade da marca e dos serviços e produtos por ela
protegidos soma milhares de reais por mês, conforme planilhas anexas (Doc. de nº 03).

4.3 - O presente estudo demonstra, ainda, que, na data do pedido de registro da


marca CROCK! BOX- 902174797, em 07 de dezembro de 2009, a Requerida já conhecia a
marca da Requerente, há 18 (dezoito) anos no mercado, e, por atuar no ramo de alimentação,
de toda a notoriedade da marca “CHINA IN BOX”, fatos que caracterizam a intenção de violar
os artigos 124, incisos XIX e XXIII, bem como o disposto no artigo 195 inciso III, todos, da Lei
nº 9.279/96.

4.4 - O artigo 124, inciso XXIII, determina que “não são registráveis como marca
sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o requerente
evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua atividade, cujo titular seja
sediado ou domiciliado em território nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha
acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a
distinguir produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar
confusão ou associação com aquela marca alheia.”

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4.5 - Artigo 195 inciso III, todos, da Lei nº 9.279/96 – “Comete crime de concorrência
desleal quem”: Inciso III – “emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio
ou alheio clientela de outrem”.

4.6 - Diante da tentativa de usurpação de termo concedido com exclusividade para a


Requerente, o INPI não pode compactuar com a pretensão de parasitismo da Requerida,
devendo o registro ser declarado nulo pela possibilidade de causar associação e confusão no
mercado, aplicando ao caso concreto os dispositivos legais demonstrados.

5) RESUMO DE VEICULAÇÃO DA MARCA “CHINA IN BOX”

5.1 - Apresentamos uma seleção parcial dos anúncios e propagandas feitos com a
marca “CHINA IN BOX”, durante o período de 1992 até 2007 (Doc. de nº 04): Gazeta de
Santo Amaro, Painel de Negócios do Estado de São Paulo, Estadão, Estado de Minas Gerais,
Revista Veja, Exame, Carta Capital, Caras, Gazeta Mercantil, Revista Empreendedor, Revista
Cláudia, Época, Playboy, Nova, Contigo, Caras, Isto é Gente, Vip, Marie Claire, Jornal Nippon
Brasil, Criativa, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e O Estado de São Paulo.

5.2 - Na relação, anexa, listamos as principais franquias “CHINA IN BOX” por região,
estado e cidade (Doc. de nº 05). Em cada grande cidade existe pelo menos um restaurante.
Em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, há praticamente uma loja em cada bairro, para
marcar a presença da marca no mercado nacional, demonstrando que é um sinal
evidentemente conhecido.

6) DAS DECISÕES DO INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL E DOS


TRIBUNAIS

6.1 - A Requerente, a partir do momento em que toma conhecimento das pretensões


de terceiros de registro de marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, utiliza
de todos os meios legais para impugnar como: oposição, processo administrativo de
nulidade, subsídio, manifestação e recurso.

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6.2 - Pela diligência da Requerente, esta Autarquia vem proferindo decisões em
processos de terceiros, indeferindo as marcas com base nos registros da Requerente “CHINA
IN BOX”. Vejamos:

Número Prioridade Marca Situação Titular Classe


RODA D’ÁGUA RAÇÃO E ÁGUAS NCL(9 )
901616680 06/05/2009 BAG IN BOX Arquivado
LTDA 32
CARVALHO E RASCAZZI LTDA – NCL(9 )
900526599 01/10/2007 ITALIA IN BOX Ped.Ag.Rec.
ME 30
CHICKEN IN BOX FRANGO NA NCL(8 )
828059047 24/01/2006 CHICKEN IN BOX Ped.Sobrest.
BRASA LTDA ME 43
NCL(7 )
822641348 31/03/2000 GOLDEN GATE IN BOX Arquivado GOLDEN GATE IN BOX LTDA
42
Registro de NCL(10)
822457571 24/07/2000 DON BEI IN BOX SILVIA IMAMURA DURAES ME
marca nulo 42

6.3 - A Requerente, em âmbito judicial, vem adotando medidas para abstenção do uso
de marcas que reproduzam/imitem a sua marca.

6.4 - Para demonstrar a defesa da marca “CHINA IN BOX”, apontamos os números


dos processos em trâmite na Justiça Estadual de São Paulo. Vejamos:

TREND FOODS - ASIA IN 2008.51.01.523618-0 TRF2


BOX
TREND FOODS - UAI IN 00387349720128260002 TJ.SP
BOX
TREND FOODS – ASIA IN 583002010173852 TJ.SP
BOX
TREND FOODS - MINEIRO 00829037220128260002 TJ.SP
IN BOX
TREND FOODS - MASSA IN 00802899120128260100 TJ.SP
BOX
TREND FOODS – DETOX IN 1011426-95.2014.826.0100 TJ.SP
BOX
TREND FOODS – PASTA IN 1011380- 09.2014.8.26.0100 TJ.SP
BOX
TREND FOODS – ITALIAN 0160104-06.2014.4.02.5101 TJ.SP
BOX
TREND FOODS – PLANETA 0157702-49.2014.4.02.5101 TRF2
IN BOX
TREND FOODS – BRAZIL IN 0145532-45.2014.4.025101 TRF2
BOX
TREND FOODS – PIZZA IN 0146114-45.2014.4.02.5101 TRF2
BOX

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6.5 - O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos autos do Agravo de
Instrumento nº 0138158-21.2012.8.26.0000 (Doc. nº 06 – decisão do Agravo) e no processo nº
0082903-72.2012.8.26.0002 (Doc. nº 07) e Agravo de instrumento nº 2044789-
02.2013.8.26.0000 (Doc. nº 08) concedeu liminares para que os titulares dos pedidos de
registro de marca UAI IN BOX, MINEIRO IN BOX e MASSA IN BOX suspendessem o uso da
marca por se entender conflitante com a marca “CHINA IN BOX”. Veja-se:

• “CHINA IN BOX” vs “MASSA IN BOX”

EMENTA: Tutela antecipada. Ação que busca a abstenção de uso da


expressão “IN BOX” e de embalagens criadas pelas recorrentes para o
armazenamento de alimentos do ramo fast-food. Autoras que são detentoras
da marca nominativa e mista “CHINA IN BOX”, do desenho industrial de
embalagem, além do domínio “chinainbox.com.br”, anterior à concessão dos
domínios utilizados pela ré (“massainboxjp.com.br” e
“massainboxpe.com.br”). Sendo notória a possibilidade de confusão do
consumidor, diante da prova inequívoca do direito alegado e do fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação, além da reversibilidade da
medida, a tutela merece deferida. Recurso provido para esse fim. . (TJSP. 2ª
Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça. Autos n.
2044789-02.2013.8.26.0000. Decisão em: 19/05/2014).

• “CHINA IN BOX” vs “UAI IN BOX”

“O fato de uma empresa apresentar-se como exploradora da comida mineira


não permite aproveitamento dos signos alheios. Embora a requerida tenha
introduzido uma expressão que é própria do folclore da gente de Minas (o
uai), não se pejou em empregar, para associação de fundo mercantilista, a
verdadeira essência da marca distintiva (o in box). E embora esse vocábulo
exprima na língua inglesa a condição de produto acondicionado em caixa ou
pacote, perdeu a generalidade no setor de alimentação, pelo pioneirismo
bem sucedido da autora no uso da expressão que, agora, é sinônimo da

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comida chinesa oferecida em domicílio dentro de caixas plastificadas,
facilitando o imediato consumo por dispensar pratos e demais utensílios”.
“A tutela antecipada deveria ser concedida, para que a ofensa aos ditames
dos arts. 5º, XXIX, da CF e 124, XIX, e XXIII, da Lei 9279/96, não
permaneça irradiando danos progressivos em continuação. A requerida
deverá se abster da expressão in box em todos os ramos de sua
apresentação e publicidade, retirando da página da interna o endereço
eletrônico que utiliza o nominativo citado, e encerrar a utilização de caixas
plásticas semelhantes aos que a autora obteve o registro do desenho
industrial, no prazo de 15 dias a contar da intimação. Caso ocorra
desobediência, pagará multa diária de R$ 5.000,00 até o montante de R$
500.000,00 (quinhentos mil reais)”. (TJESP. 1ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial. Des. Enio Zuliani. AI 0138158-21.2012.8.26.0000. Julgamento
unânime. Trecho do voto do Relator. Julgamento em 31/07/2012).

(...)
“Não há dúvida de que o conjunto de elementos gráficos que formam a
aparência geral de um produto (trade dress) representa aspecto distintivo da
marca e, portanto, goza de proteção legal. A Lei de Propriedade Industrial
veda a utilização de sinais que possam causar confusão ou associação com
signo alheio (art. 124, XIX), não se exigindo, é importante acentuar, que a
imitação seja perfeita, mas apenas que entre os produtos analisados haja
elementos significativos de identidade capazes de causar confusão no
público consumidor. No caso vertente, colhe-se dos documentos que
instruem a inicial que a autora detém onze registros marcários e quatro
registros de Desenho Industrial referentes ao signo China in Box. Por outro,
consta que a ré se utiliza do signo Mineiro in Box e vale-se de padrão visual
similar ao da autora, conforme se infere dos documentos juntados, situação
que, a despeito da diversidade da comida oferecida, poderá levar o
consumidor a crer que se trata de uma ramificação do china in box. (...)
“Nesse contexto, configurada a ilicitude da conduta da ré, procede a
pretensão de obrigação de fazer e não fazer, confirmando-se a antecipação
de tutela concedida em grau recursal. Nem se alegue que o consumidor não

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poderia ser levado a erro por conta da distinção dos produtos. Em caso
semelhante, a propósito da discussão que envolveria a impossibilidade de
um consumidor atento enganar-se ao adquirir um produto que utilizaria rótulo
semelhante ao de outro produto, assim decidiu o Superior Tribunal de
CHINA IN BOX Justiça: "A interpretação dada pelo Tribunal ao art. 129 da LPI/96, com todas
vs.
UAI IN BOX as vênias, não é a mais consentânea com a Lei. Em nenhum momento a Lei
(Sentença) exige que a semelhança entre as marcas seja grande a ponto de confundir
até mesmo o observador mais atento. Para a Lei, basta que os produtos
sejam parecidos a ponto de gerar confusão. Naturalmente, uma pessoa
atenta percebe a diferença entre duas marcas, ainda que sejam quase
idênticas. Entretanto, é necessário que se tenha em mente que não se trata
de um "jogo de sete erros". A Lei se destina, não ao consumidor atento, mas
justamente ao consumidor que, por qualquer motivo, não se encontra em
condições de diferenciar os produtos similares. Não se pode descurar o fato
de que, muitas vezes, o consumidor não pode ler a embalagem de um
produto ou, ao menos, tem dificuldade de fazê-lo, seja por seu grau de
instrução, por problemas de saúde ocular o mesmo por pressa. Nesses
casos, tudo o que o consumidor distinguirá será a forma da embalagem, as
caraterísticas gerais do produto, as cores apresentadas e assim por diante.
Ora, ao observar as fotografias dos produtos com a marca "Brilhante" e dos
produtos com a marca "BioBrilho" que constam do processo, é nítida a
possibilidade de confusão”. (TJESP. 3º Vara Cível do Foro de Santo Amaro
nº 0038734-97.2012.8.26.0002. Julgamento em 26/01/2015). (grifos nossos)

• CHINA IN BOX” vs “MINEIRO IN BOX”

“A Lei de Propriedade Industrial veda a utilização de sinais que possam


causar confusão ou associação com o signo alheio (artigo 124, XIX), não se
exigindo, é importante acentuar, que a imitação seja perfeita, mas apenas
que entre os produtos analisados haja elementos significativos de
indenidade capazes de causar confusão no público consumidor.

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No caso vertente, colhe-se dos documentos que instruem a inicial que a
autora detém onze registros de marcários e quatro registros de desenho
industrial referentes ao signo China in Box.
Por outro constata que a ré se utiliza do signo Mineiro in Box e vale-se de
padrão visual similar ao da autora, conforme se infere dos documentos
juntados, situação que, a despeito da diversidade da comida oferecida,
poderá levar o consumidor a crer que se trata de uma ramificação do China
in Box.” (TJSP. 8ª Vara Cível do Foro Regional II – Santo Amaro. Autos n.
0082903-72.2012.8.26.0002. Decisão em 20/03/2013).

6.6 - No julgamento da ação de nulidade nº 2008.51.01523618-0 proposta em face de


KAREN REGINA ALCON – ME, a Egrégia Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da
Segunda Região reconheceu a proteção da marca “CHINA IN BOX”, decretando a nulidade
do registro ÁSIA IN BOX, nº 825.691.257 (Doc. de nº 09). Veja-se:

PROPRIEDADE INDUSTRIAL. EMBARGOS INFRINGENTES EM APELAÇÃO


CÍVEL. NULIDADE MARCA. POSSIBILIDADE DE CONFUSÃO. SECONDARY
MEANING. TEORIA DA DILUIÇÃO.
I –. Apesar dos termos registrados pela autora ("CHINA" e "IN BOX") serem de
origem comum e evocativos do produto ("comida chinesa em caixa"), não se
pode olvidar que, atualmente, junto ao público consumidor, os signos em
comento, utilizados de forma conjunta, estão diretamente associados ao serviço
de comida chinesa servida em caixa, oferecido primeiramente pela autora, o que
traduz a ocorrência do fenômeno do secondary meaning (Teoria do Significado
Secundário).
II - Através da prática de adotar o termo IN BOX em seu registro (ASIA IN BOX),
procurou a parte ré se beneficiar da fama alcançada pela empresa autora, que
atua há anos no mercado de alimentação, tentando, de certo modo, associar
seus produtos àqueles oferecidos pela CHINA IN BOX.
III - Ao se permitir que a marca da autora ("CHINA IN BOX") conviva com a
marca da ré ("ASIA IN BOX"), se utilizando do conceito criado pela autora de
"comida chinesa em caixa", tal permissão acaba gerando redução da
distintividade do signo copiado.

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IV- A proximidade dos signos "CHINA IN BOX" e "ASIA IN BOX" pode ensejar
confusão mercadológica, eis que o consumidor pode imaginar que a marca "ASIA
IN BOX" seja uma ramificação da "CHINA IN BOX", com o propósito de oferecer
itens diferenciados de alimentação, levando o consumidor a crer que está
adquirindo aquele produto/serviço já conhecido.
V - Embargos infringentes providos.

6.7 Como demonstrado, a marca “CHINA IN BOX” detém DISTINTIVIDADE e


EXCLUSIVIDADE no mercado para identificar produtos e serviços de restaurantes, bem como
para coibir o uso desautorizado e a imitação praticada por terceiros para o segmento de
alimentação, como serviço ou comércio de produtos.

7) CONCLUSÃO

7.1 - Ante ao exposto, a Requerente requer o recebimento da petição de PAN e, no


mérito, espera que seja dado provimento para decretar a nulidade do registro da marca
CROCK! BOX, por infringir o artigo 124, incisos XIX e XXIII, e 195, inciso III, todos da Lei da
Propriedade Industrial - LPI, bem como pelos argumentos de direito aduzidos.

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2015.

Elaine Ribeiro do Prado Fábio Rodrigues Guimarães da Silva


OAB/SP – 162100 OAB/RJ -126.478
API 1708

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RELAÇÃO DE LOJAS CHINA IN BOX POR REGIÃO, ESTADO E CIDADE.

Em cada grande cidade existe pelo menos um restaurante CHINA IN BOX. Em cidades como Rio
de Janeiro e São Paulo existem praticamente uma loja em cada bairro.
A territorialidade de presença marca CHINA IN BOX no mercado nacional está em todas as
regiões.

REGIÃO SUDESTE
SÃO PAULO
Bela Vista Gd. São Paulo
Vila Mariana Gd. São Paulo
Ribeirão Preto Ribeirão Preto
Alphaville Gd. São Paulo
Jundiaí Jundiaí
Aclimação Gd. São Paulo
Bauru Bauru
Tatuapé Gd. São Paulo
Pinheiros Gd. São Paulo
Lapa Gd. São Paulo
Higienópolis Gd. São Paulo
Pompéia Gd. São Paulo
Butantã Gd. São Paulo
Ceasa Gd. São Paulo
Osasco Gd. São Paulo
Guarulhos Gd. São Paulo
Itaim Gd. São Paulo
Freguesia do Ó Gd. São Paulo
Campo Limpo Gd. São Paulo
São José do Rio Preto São José do Rio Preto
Chácara Santo Antônio Gd. São Paulo
São José dos Campos São José dos Campos
Moema Gd. São Paulo
Saúde Gd. São Paulo
Vila Mascote Gd. São Paulo
Jabaquara Gd. São Paulo

Rio de Janeiro – RJ – Brasil São Paulo - SP - Brasil Brasília - DF - Brasil


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Vila Maria Gd. São Paulo
Araraquara Araraquara
Indaiatuba Indaiatuba
Americana Americana
Atibaia Atibaia
Bixiga Gd. São Paulo
Brooklin Gd. São Paulo
Cambuí Campinas
Diadema Gd. São Paulo
Dun Lop Campinas
Guarujá Guarujá
Itaquera Gd. São Paulo
Jardins / Paraíso Gd. São Paulo
Limeira Limeira
Mandaqui Gd. São Paulo
Marília Marília
Mogi das Cruzes Mogi das Cruzes
Mooca Gd. São Paulo
Parque São Lucas Gd. São Paulo
Penha Gd. São Paulo
Piracicaba Piracicaba
Santana Gd. São Paulo
Santo André Gd. São Paulo
Santos Santos
São Bernardo Gd. São Paulo
São Caetano Gd. São Paulo
São Carlos São Carlos
São Miguel Gd. São Paulo
Sorocaba Sorocaba
Suzano Suzano
Taubaté Taubaté
Vila Carrão Gd. São Paulo

RIO DE JANEIRO
Botafogo Rio de Janeiro
Tijuca Rio de Janeiro
Barra Da Tijuca Rio de Janeiro
Recreio Rio de Janeiro
Jacarepaguá Rio de Janeiro
Vila da Penha Rio de Janeiro
Volta Redonda Volta Redonda
Méier Rio de Janeiro
Campos dos Campos dos
Goytacazes Goytacazes
Copacabana Rio de Janeiro

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Laranjeiras Rio de Janeiro
Niterói Niterói

MINAS GERAIS

Savassi Belo Horizonte


Floresta Belo Horizonte
Buritis Belo Horizonte
Caiçara Belo Horizonte
Juiz de Fora Juíz de Fora
Uberlândia Uberlândia

ESPIRITO SANTO
Vitória Vitória

REGIÃO SUL
RIO GRANDE DO SUL
Canoas Canoas
Caxias do Sul Caxias do Sul
Moinhos de Vento Porto Alegre
Zona Norte Porto Alegre
Zona Sul Porto Alegre

SANTA CATARINA
Blumenau Blumenau
Camboriú Camboriú
Florianópolis Florianópolis
Joinville Joinville
São José Florianópolis

PARANÁ

Água Verde Curitiba


Alto da XV Curitiba
Bancários Londrina
Bigorrilho Curitiba
Centro Londrina
Ponta Grossa Ponta Grossa

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REGIÃO CENTRO-OESTE

GOIÁS
Asa Norte Brasília
Asa Sul Brasília
Guará Guará
Lago Sul Brasília
Taguatinga Taguatinga
Goiânia Goiania

MATO GROSSO DO SUL

Campo Grande Campo Grande

MATO GROSSO

Cuiabá Cuiabá

REGIÃO NORDESTE

CEARÁ

Fátima Fortaleza
Meireles Fortaleza

MARANHÃO

São Luís São Luís

PARÁ

Nazaré Belém
Souza Belém

PARAÍBA

Bessa João Pessoa


Epitácio João Pessoa

PERNAMBUCO
Boa Viagem Recife
Caxangá Recife
Olinda Olinda
Rosarinho Recife

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PIAUÍ
Teresina Teresina

RIO GRANDE DO NORTE


Ponta Negra Natal
Tirol Natal

SERGIPE

Aracajú Aracajú

ALAGOAS

Ponta Verde Maceió


Gruta Maceió

BAHIA

Pituba Salvador

REGIÃO NORTE
AMAZONAS
Cachoeirinha Manaus
Chapada Manaus

PARÁ

Nazaré Belém
Souza Belém

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fls. 505

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


SJ 1.2.2.2 - Serv. de Entrada e Distrib. de Feitos Originários de
Dir. Privado 1
Pátio do Colégio, 73, sala 703-A - CEP: 1018001

TERMO DE DISTRIBUIÇÃO COM CONCLUSÃO

Processo nº: 2044789-02.2013.8.26.0000


Classe Assunto: Agravo de Instrumento - Propriedade
Agravante: Trend Foods Franqueadora Ltda
Agravado: Marca Comércio de Alimentos Ltda
Relator(a): Araldo Telles

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 2044789-02.2013.8.26.0000 e o código 4F2DF9.
Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial

Agravo de Instrumento nº 2044789-02.2013.8.26.0000 .


Entrado em: 04/11/2013
Tipo da Distribuição: Prevenção ao Magistrado
Impedimento: Magistrados impedidos Não informado
Observação: p/ agravo 0039848-43.2013
O presente processo foi distribuído nesta data, por processamento eletrônico, conforme
descrito abaixo:

RELATOR: Des. Araldo Telles


ÓRGÃO JULGADOR: 2ª CÂMARA RESERVADA DE DIREITO
EMPRESARIAL

Este documento foi assinado digitalmente por OTAVIO LUIS BARBOZA.


São Paulo, 05/11/2013 13:09:41.

Maria Auxiliadora Lima Serafim


Supervisor(a) do Serviço

CONCLUSÃO
Faço estes autos conclusos ao Des. Araldo Telles.
São Paulo, 5 de novembro de 2013.

Maria Auxiliadora Lima Serafim


Supervisor(a) do Serviço

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fls. 506

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Despacho

Agravo de Instrumento Processo nº 2044789-02.2013.8.26.0000

Relator(a): ARALDO TELLES


Órgão Julgador: 2ª CÂMARA RESERVADA DE DIREITO
EMPRESARIAL

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 2044789-02.2013.8.26.0000 e o código 5051ED.
Trata-se de agravo de instrumento tirado contra r. decisão
que, em autos de ação cominatória com pedido cumulado de indenização,
negou tutela antecipada pela qual a agravante pretendia que a agravada se
abstivesse imediatamente da utilização da expressão In Box, objeto de
registro de sua titularidade como expressão constante de marca mista
acrescentada à expressão China, da comercialização, exposição e
distribuição do conjunto-imagem que represente violação ao desenho
industrial também de sua titularidade e suspensão dos registros dos sítios
https://www.massainboxxip.com.br/index.php e
https://massainboxpe.com.br.

Alega, em síntese, que detém a marca para diversas classes,


construindo-a durante anos e fez o mesmo com o desenho industrial que

Este documento foi assinado digitalmente por JOSE ARALDO DA COSTA TELLES.
resultou na embalagem. Agora, utilizando-se das mesmas ideias e em
contrafação a esta última propriedade, a agravada optou por comercializar
massas com as mesmas características.

Insiste na concessão do efeito ativo.

É o relatório.

O instrumento eletrônico demonstra que as principais concepções da


agravante, ressalvado novo exame ao ensejo da solução de fundo, estão, de
fato, sendo utilizadas pela agravada, seja quando emprega a expressão in
box, seja quando se utiliza de embalagem que conta com a proteção de
desenho industrial de titularidade da recorrente.

Isto pode representar dano irreparável, na medida em que, se não


houver preservação de qualidade e imagem, pode haver associação, pelo
consumidor, entre os produtos de uma e outra parte, resultando prejuízos
para a que, em primeiro lugar, procurou desenvolver, registrar e divulgar, no

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fls. 507

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ramo específico, sinal distintivo e invólucro.

Por tais razões, defiro o efeito ativo para conceder a


antecipação de tutela reclamada, notificando-se a requerida para que deixe de
se utilizar da expressão in box em seus produtos, devendo abster-se, em
quinze dias, de utilizar das embalagens que violem o desenho industrial de
titularidade da agravante, oficiando-se ao Nic.BR para que suspenda os
registros dos sítios virtuais mencionados no relatório.

Comunique-se, autorizada cópia deste, solicitando-se informações,

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 2044789-02.2013.8.26.0000 e o código 5051ED.
inclusive sobre se a recorrida já se fez representar nos autos.

São Paulo, 8 de novembro de 2013.

Araldo Telles
Relator

Este documento foi assinado digitalmente por JOSE ARALDO DA COSTA TELLES.

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fls. 508

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Secretaria Judiciária
Serviço de Processamento do Grupo de Câmaras Reservadas de Direito Empresarial
Pátio do Colégio, nº 73 7º andar - Sala 704 São Paulo SP CEP. 01016-040
Fone: (11) 3115-0749 - e-mail: sj3.1.6@tjsp.jus.br

São Paulo, 11 de novembro de 2013.

Ofício nº 1599/2013 - 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial


Agravo de Instrumento nº 2044789-02.2013.8.26.0000
Processo nº 0080289-91.2012.8.26.0100 (1ª Instância)

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 2044789-02.2013.8.26.0000 e o código 50DB83.
Agravante: Trend Foods Franqueadora Ltda
Agravado: Marca Comércio de Alimentos Ltda

Meritíssimo(a) Juiz(a),

Por determinação do Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator


Araldo Telles, transmito a Vossa Excelência cópia do r. despacho proferido nos autos de
Agravo de Instrumento acima especificados, para as providências devidas.
Respeitosamente,

Rogério Fraissat Tersariol Este documento foi assinado digitalmente por HENRIQUE ANTONIO CALABRESE.
Supervisor de Serviço

A(o) Exmo.(a) Senhor(a) Doutor(a)


MM. Juiz(a) de Direito da 5ª Vara Cível
do Foro Central Cível
da Comarca de São Paulo - SP
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XXXVII - EMBARGOS INFRINGENTES (AC) 536483 2008.51.01.523618-0

Nº CNJ : 0523618-64.2008.4.02.5101
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO
PEREIRA DA SILVA
EMBARGANTE : RHS FRANCHISING LTDA
ADVOGADO : PEDRO MARCOS NUNES BARBOSA E OUTROS
EMBARGADO : KAREN REGINA ALCON - ME
ADVOGADO : RUBENS CLEISON BAPTISTA E OUTROS
EMBARGADO : INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE
INDUSTRIAL - INPI
PROCURADOR : MARCIA VASCONCELOS BOAVENTURA
ORIGEM : TRIGÉSIMA PRIMEIRA VARA FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO (200851015236180)

RELATÓRIO

Trata-se de julgar embargos infringentes interpostos às fls. 1421/1457


por RHS Franchising Ltda contra o acórdão de fls. 1383, integrado pela
decisão de fls. 1417, que, por maioria dos membros da Primeira Turma
Especializada deste Tribunal, deu provimento à apelação da parte ré e à
remessa necessária, para, reformando a sentença impugnada, julgar
improcedente o pedido de decretação da nulidade do registro nº 825.691.257
relativo à marca mista "ASIA IN BOX", bem como negou provimento ao
apelo da autora, através do qual postulava que fosse reconhecido o trânsito
em julgado da decisão proferida por esta Corte, ao apreciar o Agravo de
Instrumento nº 2010.02.01.001275-9, a qual declarou a incompetência do
juízo para os pleitos indenizatório e de abstenção de uso de marca, devendo,
no que se refere a esses pleitos, ser extinto o processo sem resolução do
mérito, tendo prevalecido com o desprovimento deste apelo, a manutenção
da improcedência do pedido indenizatório e a procedência da abstenção de
uso.

Através dos presentes embargos infringentes, postula a parte autora,


ora embargante, o provimento do recurso, "para que prevaleça o voto
vencido, mantendo-se a sentença em que se declarou a nulidade do registro

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marcário nº 825.691.257 da Embargada ASIA IN BOX" (fl. 1456), por


entender que "há clara e frontal colidência entre CHINA IN BOX e ASIA IN
BOX", sendo evidente a possibilidade de confusão entre as marcas e que,
"em que pese eventual vulgaridade inicial dos vocábulos componentes do
signo CHINA IN BOX, após 21 anos de intenso trabalho e investimento, a
marca tornou-se um todo distintivo". Por fim, aduziu que o termo "IN BOX"
já se encontra consagrado através do registro de sua marca e permitir que a
parte embargada (Karen Regina Alcon - ME) se utilize do conceito criado
pela parte embargante acaba diminuindo o poder de distintividade de sua
marca.

O voto vencedor, proferido pelo Desembargador Federal IVAN


ATHIÉ (fls. 1325/1327), deu provimento ao apelo da ré e à remessa
necessária, afastando a possibilidade de confusão entre as marcas em
comento e, quanto ao recurso da autora, negou provimento, por entender que
"a decisão proferida no agravo perdeu a eficácia, ante sua extinção, e assim
poderia a sentença, validamente, novamente dispor sobre o pedido
formulado pela autora, eis que dele não desistiu em momento algum".

O Desembargador Federal ABEL GOMES (fls. 1334/1348), aderindo


parcialmente ao voto acima descrito, sustentou ser possível a manutenção
dos registros da marca da parte autora e da parte ré, pois, apesar das
semelhanças fonéticas e de pertencerem ao mesmo segmento mercadológico,
os registros têm suficiente distintividade, devendo ser observado que o termo
“IN BOX” é de uso comum para designar produtos entregues em caixas.
Todavia, dava provimento ao recurso da parte autora, pois "operou-se a
coisa julgada formal, restando preclusa a discussão relativa ao pedido de
abstenção do uso do registro em análise, nos termos do art. 473 do CPC".

Por sua vez, o voto da lavra do Desembargador Federal PAULO


ESPIRITO SANTO (fls. 1378/1381), negou provimento ao apelo da autora,
acompanhando o voto vencedor do Des. Federal IVAN ATHIÉ, e, no que
tange à apelação da parte ré e à remessa necessária,restou vencido, pois
negava-lhes provimento, pautando-se nos seguintes fundamentos principais,
verbis:

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“(...)
Assim, de fato, “CHINA IN BOX”, cujo registro é anterior ao da
requerida, e “ASIA IN BOX”, são evidentemente semelhantes, além de
remeterem ao mesmo segmento mercadológico, qual seja, comida chinesa
“na caixa”, como lhes define as expressões separadamente: “CHINA” e “IN
BOX”, assim como, “ÁSIA”, continente no qual encontra-se o país em
questão, e a expressão em inglês “IN BOX”.
Nesta linha de raciocínio, vislumbra-se a possibilidade de existência de
eventual confusão para o consumidor, no sentido de a empresa ASIA IN
BOX fazer parte do grupo CHINA IN BOX, oferecendo comida de outras
partes do continente asiático, como aquelas que são muito apreciadas pelo
consumidor no mundo todo, tais como a comida tailandesa, japonesa e
vietnamita.
Acrescente-se que a expressão inglesa “IN BOX” não me parece uma
expressão de uso tão recorrente em nosso País, a ponto de afastar a
incidência da hipótese prevista no referido artigo antes transcrito.
(...)
Entretanto, quanto ao apelo da autora, acompanho o voto do Relator,
uma vez entender que o agravo de instrumento em tela não fez coisa julgada,
mesmo em se tratando de matéria de competência, eis que tal recurso foi
interposto contra uma decisão interlocutória do MM.Juízo, perdendo sua
eficácia com a prolação da sentença de mérito, a qual teve sua matéria
devolvida a este Tribunal com a vinda das apelações e da remessa oficial.

Dada vista à parte embargada (Karen Regina Alcon - ME) para


apresentar contrarrazões às fls. 1514/1523.

Os embargos infringentes foram admitidos à fl. 1525.

Vista ao INPI à fl. 1530.

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Remetidos os autos ao Ministério Público Federal, o seu representante


legal deixou de opinar por não vislumbrar interesse público que justificasse
sua intervenção no feito (fl. 1534).

Distribuído o feito para o Des. Federal André Fontes, este se declarou


suspeito por motivo de foro íntimo, nos termos do art. 135, I do CPC (fl.
1543), razão pela qual houve a redistribuição a este Relator (fl. 1545).

É o relatório. Peço dia para julgamento.

MARCELO PEREIRA DA SILVA


Desembargador Federal

VOTO

Verifica-se que, através da sentença proferida pelo Magistrado de


Primeiro Grau (fls. 1206/1224), foi julgado procedente o pedido formulado
parte autora (RHS FRANSCHISING LTDA.), para decretar a nulidade do
registro nº 825.691.257 relativo à marca mista "ASIA IN BOX", pertencente
à parte ré (Karen Regina Alcon - ME), bem como condenar a ré a se abster
do "uso marcário dos elementos nominativos da autora", conforme a seguir
transcrito:

“EX POSITIS,
JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, com resolução do
mérito:
com fulcro do inciso II, do artigo 269, do CPC, quanto
ao INPI (1º Réu), considerando o reconhecimento do
pedido expresso em sua resposta, às fls. 997/1000.
Com fulcro do inciso I, do artigo 269, do CPC, no
tocante à Empresa KAREN REGINA ALCON – ME
(2ª. Ré), para decretar a nulidade do Registro de nº
825691257, relativo à marca ASIA IN BOX;

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condenando a 2ª. Ré a abster-se de praticar atos de


concorrência desleal e de uso marcário dos elementos
nominativos da Autora, em especial na fabricação,
comercialização, exposição e distribuição dos produtos
que repitam os elementos caracterizadores dos signos da
Empresa autora e de utilizar a expressão “ASIA IN
BOX”, a qualquer título, em especial para, como marca,
identificar serviços de outros serviços que com estes
guardem afinidade.
Condeno os Réus, pro rata, ao reembolso das custas
processuais e ao pagamento da verba honorária, que
arbitro em 10% sobre o valor atribuído à demanda.
RATIFICO, NESTE MOMENTO PROCESSUAL, A
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA,
DEFERIDA À FL. 1103, INCLUSIVE QUANTO AOS
EFEITOS DO USO DA MARCA, DETERMINANDO
QUE O INPI SUSPENDA A REGISTRO MARCÁRIO
DE Nº. 825691257, TITULARIZADO PELA
SEGUNDA RÉ, BEM COMO QUE ESTA ÚLTIMA
SE ABSTENHA DO USO DA MARCA “ASIA IN
BOX”, SOB PENA DE RESPONDER POR MULTA
DIÁRIA QUE ARBITRO EM R$ 500,00
(QUINHENTOS REAIS). INTIMEM-SE OS
RÉUS,PARA QUE, NO PRAZO DE 20 (VINTE)
DIAS, DÊEM CUMPRIMENTO À ANTECIPAÇÃO
DA TUTELA.”

Ao apreciar a remessa necessária e os recursos de apelação interpostos


pela parte autora e pela ré, a Primeira Turma Especializada, por maioria, deu
provimento à apelação da ré e à remessa necessária, para julgar
improcedente os pedidos da autora e, por maioria, negar provimento à
apelação da autora.

Através dos presentes embargos infringentes, postula, a parte autora,


ora embargante, o provimento do recurso, tão somente, para "que prevaleça

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o voto vencido, mantendo-se a sentença em que se declarou a nulidade do


registro marcário nº 825.691.257 da Embargada ASIA IN BOX" (fl. 1456).

Observe-se que não houve impugnação do julgado em relação à parte


que negou provimento ao apelo da autora, através do qual se postulava a
extinção do processo sem resolução do mérito, para os pleitos indenizatório
e de abstenção de uso de marca, sob o argumento de que houve o trânsito em
julgado da decisão proferida por esta Corte, ao apreciar o Agravo de
Instrumento nº 2010.02.01.001275-9, a qual suspendeu a tutela antecipada
de abstenção de uso, ao fundamento de que "em se tratando de demanda em
que se postula a abstenção de uso da marca e indenização por perdas e
danos em face tão somente de pessoa jurídica de direito privado, nada se
pedindo ao INPI,(...) deverá ser declarada a incompetência da Justiça
Federal".

Diante disso, a sentença proferida permanece inalterada quanto à


procedência do pedido de condenação da ré a se abster do uso marcário, bem
como quanto à improcedência do pedido indenizatório.

Passemos, então, a analisar o caso em tela no que tange ao cabimento


ou não da nulidade do registro da marca acima descrita.

Alegou a autora (RHS FRANSCHISING LTDA.), a qual tem como


atividade econômica principal: “Lanchonetes, casas de chá, de sucos e
similares”, que possui os seguintes registros marcários, todos relativos à
marca mista “CHINA IN BOX”:

- 816.863.490 - depositado em 29/9/1992, classe 38:60 ( 38: Serviços


de comunicação, publicidade, propaganda, transporte, armazenagem,
embalagem, hotelaria e alimentação em geral; 60: Serviços de alimentação);

- 819.503.720 - depositado em 30/9/1996, classe 38:60 (38: Serviços de


comunicação, publicidade, propaganda, transporte, armazenagem,
embalagem, hotelaria e alimentação em geral; 60: Serviços de alimentação);

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- 819.503.738 - depositado em 30/9/1996, classe 38:60 (38: Serviços de


comunicação, publicidade, propaganda, transporte, armazenagem,
embalagem, hotelaria e alimentação em geral; 60: Serviços de alimentação);

- 822.477.548 - depositado em 31/7/2000, classe NCL (7) 39


(Transporte; embalagem e armazenagem de produtos; organização de
viagens);
- 822.993.279 - depositado em 07/2/2001, classe NCL (7) 42
(Restaurantes (alimentação e bebidas); alojamento temporário; cuidados
médicos, higiênicos e de beleza; serviços veterinários e de agricultura;
serviços jurídicos; pesquisa científica e industrial; programação para
computadores; serviços que não podem ser incluídos em outras classes);

- 822.993.287 - depositado em 07/2/2001, classe NCL (7) 39


(Transporte; embalagem e armazenagem de produtos; organização de
viagens).

Por outro lado, constata-se que a empresa ré KAREN REGINA


ALCON –ME, cuja atividade principal é “Comércio varejista no ramo de
restaurante, lanches e bebidas. (fl. 1042), possui o registro marcário
825.691.257 – depositado em 20/8/2003, relativo à marca mista “ASIA IN
BOX”, classe NCL (8) 43 (Serviços de fornecimento de comida e bebida;
acomodações temporárias).

Deve ser observado que o ordenamento jurídico vigente adota o sistema


atributivo, no qual a propriedade da marca adquire-se pelo registro
validamente expedido, assegurando-se a seu titular uso exclusivo em todo o
território nacional (art. 129, caput, da Lei nº 9.279/961). Assim, a

1
Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente
expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu
uso exclusivo em todo o território nacional, observado quanto às marcas
coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.
§ 1º Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou depósito,
usava no País, há pelo menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou semelhante,

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exclusividade sobre a utilização da marca é conferida, em regra, àquele que


primeiro efetuar o registro perante a autarquia marcária.
Além disso, "dentre os requisitos exigidos para a registrabilidade da
marca destacam-se a sua distintividade e disponibilidade, de forma que o
sinal pelo qual se apresenta a marca deve ser distinto dos demais existentes
em uso ou sob registro de outra empresa, pertencente ao mesmo gênero de
atividade ou afim" (TRF-2ª Região, Segunda Turma Especializada,
Apelação Cível, Processo 2008.51.01.814357-7, Rel. Des. Federal Liliane
Roriz, Julgamento em 25.09.2012).

Com efeito, observa-se que a anterioridade do registro da autora


demonstra que os termos " CHINA IN BOX" já são utilizados por ela desde
1992, ou seja, há mais de vinte e um anos, razão pela qual não se discute a
anterioridade do registro da empresa RHS Franchising Ltda.

Quanto à possibilidade de convivência entre as marcas, vejamos.

Não se pode deixar de considerar que os termos "CHINA" e "ASIA"


são evocativos, ou seja, sugerem ou denotam característica do produto ou do
serviço. No caso em tela, ambas identificam a natureza do produto quanto à
nacionalidade/origem, na medida em que as empresas autora e ré
comercializam comida chinesa.

Constata-se, ainda, que as empresas em litígio, cujas marcas são


formadas pelo termo "IN BOX", atuam no setor alimentício, vendendo
comida chinesa embalada em pequenas caixas descartáveis, o que nos leva a
crer, em um primeiro momento, que a expressão “IN BOX”, a qual na língua
portuguesa significa “NA CAIXA", é um termo descritivo e de uso comum.

Desta forma, como asseverado pelo Des. Federal Abel Gomes, ao


proferir seu voto vista, "afigura-se que as marcas das empresas litigantes
encontram-se dentro dos parâmetros legais do artigo 124, inciso VI da LPI,

para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim,


terá direito de precedência ao registro.

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uma vez que, consoante andamento em anexo extraído do site do INPI,


revestiram-se de suficiente distintividade na medida em que foram
registradas na forma mista" (fl. 1341), ressaltando-se que "as marcas das
empresas litigantes, ainda que possuam semelhança fonética e pertençam ao
mesmo segmento mercadológico, tem o ônus da convivência entre si".

Entretanto, em que pese o entendimento acima exposto, ou seja, apesar


dos termos registrados pela autora ("CHINA" e "IN BOX") serem de origem
comum e evocativos do produto, não se pode olvidar que, atualmente, junto
ao público consumidor, os signos em comento, utilizados de forma conjunta,
estão diretamente associados ao serviço de comida chinesa servida em caixa,
oferecido primeiramente pela autora, o que traduz a ocorrência do fenômeno
do secondary meaning (Teoria do Significado Secundário), restando
caracterizada a originalidade do termo em relação à espécie de serviço
oferecido.

Segundo a doutrina conceitua, o secondary meaning traduz um


fenômeno lingüístico e psicológico através do qual determinados sinais ou
palavras, embora originariamente descritivos, passam a ter um novo sentido
ou conceito, identificando determinado produto ou serviço de certa
procedência.

Acerca do tema, colacionamos breve lição a seguir2:

Secondary meaning, ou segundo a doutrina especializada,


"sentido secudário", "significado secundário" ou
"distintividade adquirida pelo uso", são marcas, expressões
de propaganda, insíginias e títulos de estabelecimento r
quaisquer sinais não registráveis, mas que obtiveram, pelo
uso continuado ao longo do tempo, um sentido tal que os
distinga dos concorrentes.
(...)

2
SILVA, Alberto Luís Camelier da Silva, Concorrência Desleal - atos de confusão; Editora Saraiva, 2013.

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O significado original, semântico, é suplantado pela


circunstância fática que leva o consumidor, quando lê o
sinal em sua mente, a fazer nítida associação do sinal com
determinado fabricante.

De fato, a parte embargante demonstrou que o termo "IN BOX"


perdeu a generalidade no ramo de alimentação chinesa, considerando-se
que, atualmente, o consumidor associa o termo em comento à comida
chinesa acondicionada em caixas/pacotes, com entrega a domicílio, nas
quais, inclusive, é possível o consumo imediato.

Na verdade, analisando o caso concreto, é possível inferir que a parte


ré, ora embargada, ao adotar o termo IN BOX em seu registro, procurou se
beneficiar da fama alcançada pela empresa autora, que atua há anos no
mercado de alimentação, tentando, de certo modo, associar seus produtos
àqueles oferecidos pela CHINA IN BOX.

Outrossim, a proximidade dos signos pode ensejar confusão


mercadológica, eis que o consumidor pode imaginar que a marca "ASIA IN
BOX" seja uma nova modalidade de alimentação/refeição oferecida pela
"CHINA IN BOX", com o propósito de oferecer itens diferenciados de
alimentação, levando o consumidor a crer que está adquirindo aquele
produto/serviço já conhecido.

Na verdade, o sistema de proteção às marcas não objetiva


simplesmente resguardar o direito das empresas em conflito, mas também
evitar que o público consumidor fique sujeito a confusões decorrentes da
coexistência de registros marcários que se apresentem colidentes.

O próprio INPI, ao se manifestar no presente feito (fls. 997/1000) ,


opinou pela nulidade do registro da parte ré, ressaltando que "a mera
substituição da palavra "CHINA", presente nas marcas registradas da
Autora, por "ÁSIA" não confere ao sinal da Ré suficiente distintividade, uma
vez que ambos os termos fazem parte do mesmo campo semântico, sendo

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denominações do país e do continente em que este está localizado. Embora


as duas palavras possuam significados distintos quando isoladas, no
contexto em questão, com a reprodução da expressão "IN BOX", os dois
sinais passam a remeter à mesma idéia, o que poderá induzir o público
consumidor à confusão quanto à origem dos sinais, podendo pensar tratar-
se de variação de marca do mesmo titular. Desta forma, s.m.j., resta claro
que a marca da Ré constitui imitação ideológica do elemento nominativo
dos registros anteriores da Autora".

Por outro lado, no presente caso, ao se permitir que a marca da autora


("CHINA IN BOX") conviva com a marca da ré ("ASIA IN BOX"), se
utilizando do conceito criado pela autora de "comida chinesa em caixa", tal
permissão acaba gerando redução da distintividade do signo copiado.

Em face do exposto, DOU PROVIMENTO aos embargos infringentes


opostos por RHS FRANSCHISING LTDA., para, reformando parcialmente
o acórdão de fls. 1383, integrado pela decisão de fls. 1417, negar provimento
à apelação da parte ré e à remessa necessária, mantendo a sentença do
Magistrado de Primeiro Grau no que tange à procedência do pedido de
nulidade do registro nº 825.691.257 relativo à marca mista "ASIA IN BOX".
Com o trânsito em julgado, dê-se baixa e remetam-se os autos à Vara
de origem.

É como voto.

MARCELO PEREIRA DA SILVA


Desembargador Federal

EMENTA

PROPRIEDADE INDUSTRIAL. EMBARGOS INFRINGENTES EM


APELAÇÃO CÍVEL. NULIDADE MARCA. POSSIBILIDADE DE
CONFUSÃO. SECONDARY MEANING. TEORIA DA DILUIÇÃO.

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I –. Apesar dos termos registrados pela autora ("CHINA" e "IN BOX")


serem de origem comum e evocativos do produto ("comida chinesa em
caixa"), não se pode olvidar que, atualmente, junto ao público consumidor,
os signos em comento, utilizados de forma conjunta, estão diretamente
associados ao serviço de comida chinesa servida em caixa, oferecido
primeiramente pela autora, o que traduz a ocorrência do fenômeno do
secondary meaning (Teoria do Significado Secundário).

II - Através da prática de adotar o termo IN BOX em seu registro (ASIA IN


BOX), procurou a parte ré se beneficiar da fama alcançada pela empresa
autora, que atua há anos no mercado de alimentação, tentando, de certo
modo, associar seus produtos àqueles oferecidos pela CHINA IN BOX.

III - Ao se permitir que a marca da autora ("CHINA IN BOX") conviva com


a marca da ré ("ASIA IN BOX"), se utilizando do conceito criado pela
autora de "comida chinesa em caixa", tal permissão acaba gerando redução
da distintividade do signo copiado.

IV- A proximidade dos signos "CHINA IN BOX" e "ASIA IN BOX" pode


ensejar confusão mercadológica, eis que o consumidor pode imaginar que a
marca "ASIA IN BOX" seja uma ramificação da "CHINA IN BOX", com o
propósito de oferecer itens diferenciados de alimentação, levando o
consumidor a crer que está adquirindo aquele produto/serviço já conhecido.

V - Embargos infringentes providos.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas:


Acordam os membros da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, por unanimidade, em DAR provimento ao recurso, na
forma do voto do Relator.

Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2013.

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MARCELO PEREIRA DA SILVA


Desembargador Federal

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