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sociedade
1.Considerações iniciais
O confronto entre o Código de Processo Civil atual e o Código de Processo Civil de 1939
aponta para uma situação inusitada: aquele se ocupa somente da ação de dissolução
parcial de sociedade, marcada pelo desligamento de um dos seus sócios e pela correlata
apuração de haveres, e este tratava, sobretudo, da dissolução total de sociedade,
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caracterizada pela sua efetiva extinção e respectiva liquidação.
Nos termos do § 3º do art. 1.046 do Código de Processo Civil em vigor, “os processos
mencionados no art. 1.218 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (LGL\1973\5), cujo
procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento
comum previsto neste Código”. Assim, a ação de dissolução total de sociedade fica
sujeita, num primeiro momento, às regras dispostas nos arts. 318 e ss. do Código de
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Processo Civil. Todavia, para a liquidação societária que se opera na sequência do
pronunciamento judicial que dissolve a sociedade, revelam-se inadequadas as
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disposições dos arts. 509 e ss. do Código de Processo Civil, que se ocupam da
liquidação de sentença, o que torna pertinente aqui o empréstimo das disposições
presentes nos arts. 1.102 e ss. do Código Civil (LGL\2002\400), reguladoras da
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“liquidação da sociedade” (Capítulo IX, do Título II, do Livro II, da Parte Especial). Aliás,
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Breves notas sobre a ação de dissolução parcial de
sociedade
para garantir esse empréstimo, na prática, convém que ele seja previsto já no contrato
social, com efeito vinculante para o ulterior processo judicial.
Por sua vez, para a ação de dissolução parcial de sociedade, o legislador trouxe
regramento abrangente, que abarca tanto a pretensão de desligamento de um dos seus
sócios, quanto a pretensão de apuração de haveres desse sócio que deixa a sociedade.
Este escrito se dedica nos tópicos seguintes a uma breve abordagem dessas regras.
Esse estado de coisas leva a uma crítica de ordem terminológica. À luz do Código de
Processo Civil, a ação de dissolução parcial de sociedade serve de veículo para pretensão
meramente apurativa (art. 599, III), em situações nas quais nada mais há para
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dissolver... Talvez fosse melhor cuidar da disciplina de um procedimento próprio para a
ação de apuração de haveres, cumulável com a ação de dissolução parcial propriamente
dita, que não parece precisar de nada mais do que as regras do procedimento comum
para o seu processamento, como sugere, aliás, o § 2º do art. 603 do Código de Processo
Civil.
Na medida em que, tanto a sociedade quanto os seus sócios podem ingressar em juízo
para pedir o desligamento societário ou a apuração de haveres e que a extinção da
relação societária e o levantamento de valores atrelados à participação societária
acontecem independentemente do comportamento do réu no processo, podendo se dar,
até mesmo, em bases distintas das requeridas na petição inicial e com o reconhecimento
de saldo em favor do demandado, exigível por meio de cumprimento de sentença (art.
515, I, do CPC (LGL\2015\1656)), avulta aqui o caráter dúplice da ação de dissolução
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parcial de sociedade.
Nessas condições, o réu não precisa demandar nem contestar para discutir a data do
desligamento da sociedade, o modo de ser da apuração de haveres, o valor dos haveres
e etc. Isso tudo será fixado pelo juiz, nos termos do art. 604 do Código de Processo
Civil, ainda que o réu não tenha respondido à demanda.
Como se percebe do que se disse até aqui, existe espaço para a apresentação de
reconvenção diante da ação de dissolução parcial de sociedade. A escolha do
“procedimento comum” para o processamento da demanda com pedido dissolutivo
contestado (art. 603, § 2º, do CPC (LGL\2015\1656)) reforça esse estado de coisas, na
medida em que tal procedimento caracteriza-se pelo cenário mais propício possível para
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a agregação de novas demandas ao processo em curso. Mesmo as particularidades do
procedimento estabelecido para a apuração de haveres não inibe a oferta de
reconvenção no seu contexto, visto que o próprio legislador prevê no art. 602 do Código
de Processo Civil clara hipótese de reconvenção nessas circunstâncias. Naturalmente, a
admissibilidade da reconvenção passará por um juízo acerca das vantagens e
desvantagens que ela traz para o processo, sendo a conexão de causas e a
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compatibilidade procedimental os elementos determinantes para a correlata avaliação.
apurativa.
Por fim, nas situações em que o autor cumula a pretensão dissolutiva com a apurativa, o
réu interessado em reconvir deve fazê-lo sempre no prazo de 15 dias fixado no art. 601
do Código de Processo Civil, ainda que sua demanda esteja relacionada com uma
possível segunda fase do processo (p. ex., pretensão indenizatória do art. 602 do CPC
(LGL\2015\1656)). Afinal, esse é o único momento processual em que se apresenta para
o réu a oportunidade de apresentar contestação e, por consequência, reconvenção (art.
343, caput, do CPC (LGL\2015\1656)).
Antes de seguir adiante, convém fazer aqui mais uma crítica terminológica. É que não
parece adequado falar nessas circunstâncias de uma “fase de liquidação” (art. 603,
caput, do CPC (LGL\2015\1656)), em razão da autonomia que o legislador estabeleceu
entre as pretensões dissolutiva e apurativa (supra, n. 2). Ainda, a expressão “fase de
liquidação” gera confusão com as disposições da liquidação de sentença presentes nos
arts. 509 e ss. do Código de Processo Civil, impróprias para a apuração de haveres.
Melhor seria dizer o seguinte no encerramento do caput do art. 603: passando-se
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imediatamente à apuração de haveres, se houver pedido para tanto.
Por sua vez, o § 2º do art. 603 do Código de Processo Civil dispõe que, “havendo
contestação, observar-se-á o procedimento comum, mas a liquidação da sentença
seguirá o disposto neste Capítulo”. A fase cognitiva do procedimento comum encerra-se
por sentença (art. 203, § 1º, do CPC (LGL\2015\1656)), mas a cognição no caso
somente terminará com a apuração de haveres. Mais uma vez, pergunta-se: qual é a
natureza da decisão que decreta a dissolução parcial de uma sociedade, quando
programada para o mesmo processo ulterior apuração de haveres? E adiciona-se mais
uma pergunta: qual é a natureza da decisão que julga a apuração de haveres nessas
circunstâncias?
A lei não traz uma resposta segura para essas perguntas, razão pela qual se aplica aqui,
com toda a força, o princípio da fungibilidade, a fim de que se conheça da apelação
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interposta no lugar do agravo de instrumento considerado cabível, e vice-versa.
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Breves notas sobre a ação de dissolução parcial de
sociedade
Por sua vez, o art. 601 do Código de Processo Civil ocupa-se da legitimidade passiva na
ação de dissolução parcial de sociedade. Conforme expresso no caput desse dispositivo
legal, “os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias,
concordar com o pedido ou apresentar contestação”. O amplo litisconsórcio necessário
de que se trata aqui deve ser formado apenas nos processos em que haja pretensão
dissolutiva, deduzida isoladamente ou em conjunto com pretensão apurativa, dados os
difusos impactos que a extinção de um vínculo societário produz na vida da sociedade e
dos demais sócios. Nos processos em que houver apenas pretensão voltada à apuração
de haveres, impõe-se somente a participação de quem vai pagá-los e de quem vai
recebê-los, sendo dispensável a citação dos demais sócios, pois há aqui, sobretudo, uma
específica e circunscrita relação de crédito e débito entre a sociedade e o sócio que dela
se desligou ou alguém que a ele se equipara (espólio, sucessores, cônjuge ou
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companheiro).
Por fim, o parágrafo único do art. 601 do Código de Processo Civil deve ser lido com
cuidado: “a sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita
aos efeitos da decisão e à coisa julgada”. Não existe aqui disposição alguma que
dispense a integração da sociedade ao processo deflagrado pela ação de dissolução
parcial de sociedade. Tudo o que esse dispositivo faz é dar aplicação prática e específica
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à noção de ciência inequívoca, tida como suficiente para fins de citação e de intimação.
Assim, se todos os sócios da sociedade foram comunicados da existência do processo e
dos atos a serem nele praticados, deduz-se que as pessoas que falam pela boca da
pessoa jurídica estão devidamente cientes a esse respeito, a ponto de se considerar a
sociedade também suficientemente informada para que o processo possa seguir adiante,
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até mesmo com a prolação de decisão vinculante contra ela.
que corresponde na prática à da omissão original – é que cabe ao juiz definir o critério
para tanto, sempre lançando mão do disposto no caput do art. 606 do Código de
Processo Civil:
“Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como critério de apuração de
haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de determinação, tomando-se por
referência a data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangíveis e
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intangíveis, a preço de saída, além do passivo também a ser apurado de igual forma”.
Nessas condições, fica bem definido o papel do juiz no contexto da apuração de haveres:
havendo no contrato social disposição apurativa hígida, cabe ao magistrado
simplesmente dar-lhe aplicação prática; faltando no contrato disposição a esse respeito,
ou tendo sido ela excepcionalmente afastada, compete ao julgador seguir as diretrizes
estabelecidas no caput do art. 606 do Código de Processo Civil, sem brecha para a
adoção de outro critério.
Para a correta compreensão das diretrizes estabelecidas no caput do art. 606 do Código
de Processo Civil, é preciso analisar por partes o seu texto, a partir da noção de valor
patrimonial, que remete à divisão do patrimônio líquido da sociedade pelo número de
quotas. Todavia, tem-se aqui apenas um ponto de partida. As noções de balanço de
determinação e preço de saída trazem um tempero para o valor meramente patrimonial,
na medida em que o parâmetro aqui deixa de ser puramente o patrimônio líquido e
passa a ser o valor que a sociedade receberia caso todos os seus bens estivessem sendo
vendidos no mercado na data fixada para o desligamento (p. ex., em matéria de bem
imóvel, considera-se o valor que a sociedade receberia pela sua venda, menos
corretagem e impostos aplicáveis). É preciso agregar a essa equação, ainda, o passivo,
isto é, quanto a sociedade gastaria para a sua liquidação nesse mesmo momento (p. ex.,
em matéria trabalhista, consideram-se os encargos com a dispensa de empregados).
Para fins de realização do ativo, é preciso considerar, ainda, os intangíveis, que remetem
ao patrimônio imaterial da sociedade. O conceito que melhor parece traduzir a noção de
intangíveis para fins de apuração de haveres é o de fundo de comércio, tratado no art.
1.142 do Código Civil (LGL\2002\400) como “estabelecimento” e ali definido como
“complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por
sociedade empresária”. Fala-se aqui do ponto, do nome, da marca, do know-how e etc.,
que devem entrar na equação montada para a apuração de haveres na medida em que
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sejam passíveis de alienação junto ao mercado.
Enfim, para uma síntese do critério legal de apuração de haveres presente no caput do
art. 606 do Código de Processo Civil, pode-se dizer que se parte de uma investigação
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Breves notas sobre a ação de dissolução parcial de
sociedade
Consigne-se que o art. 607 do Código de Processo Civil flexibiliza a preclusão em torno
da fixação da data do desligamento da sociedade e da definição do critério de apuração
de haveres, que “podem ser revistos pelo juiz, a pedido da parte, a qualquer tempo
antes do início da perícia”. Sem pedido de alguma das partes, fica interditada a revisão
do termo fixado para o desligamento da sociedade ou do critério definido para a
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apuração de haveres.
Por sua vez, a segunda observação anunciada acima guarda relação com as
características do expert, cuja condição de “especialista em avaliação de sociedades”
nada mais é do que uma projeção da genérica disposição presente no caput do art. 465
do Código de Processo Civil (“o juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia”)
para a específica seara da ação de dissolução parcial de sociedade. Para a garantia não
só da expertise, mas também da confiança das partes, convém que o contrato social
traga de antemão o nome do perito que conduzirá a apuração de haveres que se fizer
necessária, com apoio no art. 471 do Código de Processo Civil.
Por fim, registre-se que a figura do perito na ação de dissolução parcial de sociedade não
se confunde com a do liquidante, própria da ação de dissolução total de sociedade e
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voltada para o encerramento desta.
6.Encerramento
Por fim, como visto ao longo deste texto, a disciplina legal da ação de dissolução parcial
de sociedade necessita de alguns ajustes, a fim de melhor refletir a independência
estabelecida pelo legislador entre as pretensões dissolutiva e apurativa e de melhor
regulamentar o processo bifásico eventualmente presente no seu contexto, visto que a
apuração de haveres não consiste em liquidação de sentença nem se orienta pelas
regras dos arts. 509 e ss. do Código de Processo Civil.
7.Bibliografia
BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Reconvenção no processo civil. São Paulo: Saraiva,
2009.
BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Comentários ao Código de Processo Civil. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2017. v. XX.
BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Comentários ao art. 327. In: ARRUDA ALVIM
WAMBIER, Teresa. Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil (Coord. et. al.).
3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo e Novaes; ADAMEK, Marcelo Vieira Von. Da ação de
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Breves notas sobre a ação de dissolução parcial de
sociedade
NEGRÃO, Theotonio. GOUVÊA, José Roberto F.; BONDIOLI, Luis Guilherme A.; FONSECA,
João Francisco N. da. Código de Processo Civil e legislação processual em vigor. 49. ed.
São Paulo: Saraiva, 2018.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil comentado. 3. ed.
Salvador: JusPodivm, 2018.
TRINDADE, Marcelo Fernandez; TANNOUS, Thiago Saddi. “O artigo 1.031 do Código Civil
(LGL\2002\400) e a sua interpretação”. In: Processo societário. Coord. Flávio Luiz
Yarshell e Guilherme Setoguti J. Pereira). São Paulo: Quartier Latin, 2015. v. II.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil. 16.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. v. 4.
1 Para não dizer que a dissolução parcial de sociedade era absolutamente ignorada pelo
Código de Processo Civil de 1939, havia um breve aceno a ela no seu art. 668: “se a
morte ou a retirada de qualquer dos sócios não causar a dissolução da sociedade, serão
apurados exclusivamente os seus haveres, fazendo-se o pagamento pelo modo
estabelecido no contrato social, ou pelo convencionado, ou, ainda, pelo determinado na
sentença”. Todavia, nada mais do que isso era dito pelo legislador acerca do assunto
nesse diploma legal.
2 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.1. p. 119. v. 4.
4 Cf. FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo Novaes e; ADAMEK, Marcelo Vieira Von. Da
ação de dissolução parcial de sociedade. n. 1.4. p. 20.
5 No Código de Processo Civil de 1939, o texto imperativo dos arts. 657, caput, e 668
sugeria que a liquidação na dissolução total e a apuração de haveres na dissolução
parcial aconteciam como um desdobramento natural e automático da sentença
dissolutiva: “se o juiz declarar, ou decretar, a dissolução, na mesma sentença nomeará
liquidante a pessoa a quem, pelo contrato, pelos estatutos, ou pela lei, competir tal
função”; “se a morte ou a retirada de qualquer dos sócios não causar a dissolução da
sociedade, serão apurados exclusivamente os seus haveres, fazendo-se o pagamento
pelo modo estabelecido no contrato social, ou pelo convencionado, ou, ainda, pelo
determinado na sentença”.
Numa leitura isolada, o caput do art. 603 do Código de Processo Civil de 2015 poderia
levar a semelhante conclusão: “havendo manifestação expressa e unânime pela
concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de
liquidação”. Porém, sua interpretação não pode se dar de maneira dissociada do art.
599, que distingue claramente a pretensão dissolutiva da apurativa a ponto de
estabelecer que a ação de dissolução parcial de sociedade pode ter objeto apenas uma
delas. Todavia, o mesmo art. 599 estabelece a possibilidade de cumulação dessas
pretensões e, é apenas nessa situação, que se aplica o comando do caput do art. 603,
no sentido de que a concordância unânime quanto à dissolução faz com que se passe
diretamente à apuração de haveres.
Para uma visão crítica a respeito do assunto, cf. FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo
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Breves notas sobre a ação de dissolução parcial de
sociedade
6 Nas palavras de Erasmo Valladão Azevedo Novaes e França e Marcelo Vieira Von
Adamek, consagrou-se, assim, “a possibilidade de ter-se uma ação de dissolução de
sociedade que... não é de dissolução, mas de mera condenação – uma contradictio in
terminis positivada” (Da ação de dissolução parcial de sociedade. n. 2.1. p. 20).
7 Cf.FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo Novaes e; ADAMEK, Marcelo Vieira Von. Da ação
de dissolução parcial de sociedade. n. 2.3. p. 25-26.
8 “O autor pode cumular pedidos de forma sucessiva na petição inicial, de modo que,
acolhido um deles, o juiz passe à apreciação de outro” (BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar.
Comentários ao art. 327. In: Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil, p.
923-924).
9 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.7. v. 4. p. 124. Cf. ainda BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Reconvenção no
processo civil, n. 7 e 7.8, p. 47 a 55 e 67. O fenômeno aqui descrito encontra paralelo
na ação de exigir de contas. Conforme disposto no art. 552 do Código de Processo Civil,
“a sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial”. Tal saldo, como é
cediço, pode ter como beneficiário tanto o autor quanto o réu do processo.
10 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
v. 4. n. 6.7. p. 124.
11 Cf. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil comentado. p.
1.068.
12 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.7, v. 4. p. 124; FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo Novaes e; ADAMEK, Marcelo
Vieira Von. Da ação de dissolução parcial de sociedade. n. 5.1. p. 53-54.
A não apresentação da demanda indenizatória no contexto da ação de dissolução parcial
de sociedade não fulmina o direito de ressarcimento da sociedade; seu silêncio aqui tem
apenas o significado de relegar o assunto para um processo próprio.
13 Cf. BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Reconvenção no processo civil. n. 13.2. p. 148.
15 Cf. BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Reconvenção no processo civil. n. 18. p. 203.
16 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.8. v. 4. p. 125.
17 Mais uma vez é inevitável a associação com a ação de exigir contas, chamando-se
agora atenção para as suas duas possíveis fases: uma, para a definição do dever de
prestar contas, e a outra, para a apreciação dessas contas (arts. 550 e ss. do CPC).
18 O ataque a esse decreto pode ser de todo interesse, por exemplo, em situação na
qual não haja a unanimidade vislumbrada pelo juiz em matéria de concordância com a
dissolução parcial.
20 Cf. BONDIOLI, Luis Guilherme Aidar. Comentários ao Código de Processo Civil. n. 77.
v. XX. p. 89-90. Todavia, para Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini, os
pronunciamentos que dissolvem a sociedade com fundamento no art. 603, abrindo as
portas para a subsequente fase de apuração de haveres, são decisões interlocutórias que
versam sobre o mérito e comportam agravo de instrumento (Curso avançado de
processo civil. n. 6.8. v. 4. p. 125). Em sentido semelhante, cf. NEVES, Daniel Amorim
Assumpção. Novo Código de Processo Civil comentado, p. 1.069.
24 Cf. NEGRÃO, Theotonio; GOUVÊA, José Roberto F.; BONDIOLI, Luis Guilherme A.;
FONSECA, João Francisco N. da. Código de Processo Civil e legislação processual em
vigor, notas 4 e 5 ao art. 231, p. 306-307.
25 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.10.4. v. 4. p. 127.
DJ 06.03.2013).
31 Cf. FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo Novaes e; ADAMEK, Marcelo Vieira Von. Da
ação de dissolução parcial de sociedade. n. 10.1. p. 75; NEVES, Daniel Amorim
Assumpção.. Novo Código de Processo Civil comentado. p. 1.072.
32 Cf. WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil.
n. 6.12.4. v. 4. p. 130.
34 Cf. FRANÇA, Erasmo Valladão Azevedo Novaes e; ADAMEK, Marcelo Vieira Von. Da
ação de dissolução parcial de sociedade. n. 1.4. p. 19.
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