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PASSA A PASSO DO INVENTÁRIO JUDICIAL

1º PASSO: IDENTIFICAR O TIPO DE PROCEDIMENTO

- INVENTÁRIO TRADICIONAL - Esse é o procedimento padrão, mais complexo.


deve ser adotado sempre que os bens do espólio for superior a 1000 SM, ou sempre que
houver litigio ou ainda interesse de incapaz.

- ARROLAMENTO COMUM: Procedimento mais célere, não tem tantas fases,


inclusive há uma fase mais oral, possibilidade de o juiz designar uma audiência para
deliberar sobre as diversas questões e discussões ocorridas nesse inventário. O
arrolamento vai ser utilizado sempre que o valor dos bens a inventariar seja igual ou
inferior a mil salários mínimos e ainda que haja interesse de incapaz e litígio entre os
herdeiros, mas havendo interesse de incapaz o Ministério Público deve concordar.

- ARROLAMENTO SUMÁRIO: Nada mais é do que o inventário amigável, é a


mesma ideia de inventário extrajudicial, herdeiros maiores, concordes e capazes, se por
alguma razão eles não quiserem ir para o inventário extrajudicial, eles podem ir para o
judicial e seguir o rito do arrolamento sumário. que nada mais é do que um grande
acordo que vai para o juiz e ele homologa aquela partilha se todos os requisitos
estiverem presentes. Independe do valor dos bens a serem inventariado.

2º PASSO: FASE DO INVENTÁRIO TRADICIONAL/SOLENE

- 1 FASE: Começa com a PETIÇÃO INICIAL requerendo a abertura do inventário, é


uma petição simples, você não precisa relacionar os bens nesse momento, só precisa
indicar a sua legitimidade, a legitimidade do seu cliente, que tem legitimidade para
requerer a abertura do inventário, vai falar quem é o de cujus, quando ele morreu, vai
juntar a certidão de óbito, e vai requerer a nomeação do seu cliente como inventariante
ou de outra pessoa como inventariante, ou seja, você pode requerer a abertura do
inventário e também requerer que outra pessoa seja inventariante, na prática,
geralmente, o próprio autor requer que ele mesmo seja nomeado inventariante. Se o juiz
concordar, nomeará o inventariante e aí começa a contar um prazo de cinco dias, esse
inventariante nomeado tem o prazo de cinco dias para prestar o seu compromisso, é um
termo Lavrado na Secretaria da vara e ele vai lá assinar que é o termo de inventariante.
Assinado esse termo começa a contar um prazo então de 20 dias para que ele apresente
as primeiras declarações.
2 FASE: PRIMEIRAS DECLARAÇÕES DO INVENTARIANTE Basicamente
nessas primeiras declarações ele tem que relacionar ali todos os herdeiros todos os bens,
eventuais dívidas, juntar todas as certidões, ou seja, ele apresenta o estado da herança,
ou seja, quem participa dessa herança, quem é o falecido novamente, ele vai dizer se
tem cônjuge supérstite ou não, se esse cônjuge tem ou não direito a meação, quem são
os herdeiros, quais foram os direitos deixados por esse de cujus, deixou o crédito?
Deixou dívidas? Quais são as dívidas? Tem imóvel
Financiado? Tem carro financiado? Todas as certidões. E aí essas certidões são
importantes, certidões municipais, estaduais e certidões da União, justamente para
mostrar para o juiz se há ou não alguma dívida junto à fazenda pública. Apresentadas as
primeiras declarações o juiz vai determinar a 3ª FASE: CITAÇÃO de todos os
herdeiros e a INTIMAÇÃO da Fazenda Pública.

O que esses demais herdeiros podem fazer? No momento em que esses herdeiros são
citados eles têm um prazo de 15 dias para impugnarem essas primeiras declarações,
então eles podem apresentar essa 4ª FASE: IMPUGNAÇÃO. Basicamente nessa
impugnação esses herdeiros podem alegar três questões básicas, que devem ser alegadas
nesse momento primeira questão que pode ser alegada pelos herdeiros a título de
impugnação: O Herdeiro pode Alegar algum erro, alguma omissão ou sonegação de
bens por parte do inventariante, se o juiz acolher essa alegação o juiz vai determinar que
o inventariante retifique as primeiras declarações; a segunda impugnação que pode ser
apresentada, nessa impugnação o herdeiro pode se insurgir contra a nomeação desse
inventariante ele pode não concordar, se o juiz acolher essa impugnação, o juiz vai
nomear um outro inventariante, perceba que o juiz pode deferir ou indeferir a
impugnação, ele pode acolher ou rejeitar a impugnação; e a terceira forma de
impugnação é contestar a própria qualidade de herdeiro ou mesmo alegar ali alguma
pretensão falando, por exemplo, ”olha há um herdeiro que foi preterido, o inventariante
não relacionou aqui um dos herdeiros está faltando um herdeiro ou então ele relaciona
uma pessoa que não é herdeira, ah é filho de criação ou não esse filho de criação não é
herdeiro porque filho de criação não é filho teria que provar uma filiação socioafetiva
ou qualquer coisa do gênero então é um tipo também de alegação que pode ser
apresentada na impugnação se o juiz acolher aqui essa impugnação nós temos
basicamente duas possibilidades na apreciação do juiz o juiz pode simplesmente decidir
e acolher ou rejeitar a impugnação ou ele pode entender que essa questão ela Exige uma
dilação probatória uma instrução processual que não é cabível aqui no inventário Então
nesse caso, o juiz pode remeter para as vias Ordinárias, em outras palavras significa
vocês que estão impugnando essas questões essas partes envolvidas devem ajuizar uma
ação lá na Vara Cível, na Vara de Família conforme o caso, Ou seja, eu vou te retirar
essa discussão aqui do inventário isso é isso que significa remeter para as vias
ordinárias. Então essas são as três grandes formas de se impugnar aqui as primeiras
declarações apresentadas pelo inventariante após essa fase de impugnação com a
decisão já do juiz nós vamos passar para uma próxima fase que a 5ª FASE:
AVALIAÇÃO DOS BENS, se o de cujus era sócio de uma empresa é preciso
promover no inventário a apuração de haveres que é um procedimento, nessa apuração
de haveres cabe perícia, apenas nessa aqui de apuração de haveres vai caber a perícia
para se avaliar qual era a participação societária daquele de cujus, ou seja quanto vale a
empresa e quanto valem as cotas sociais desse de cujus, então é para isso que serve
apuração de haveres, após a apuração de haveres, aí ocorre a avaliação dos bens
deixados pelo falecido. Apurados os haveres e realizada avaliação dos bens nós vamos
para uma fase já chegando ao final do nosso inventário que APRESENTAÇÃO DAS
ÚLTIMAS DECLARAÇÕES. E olha que interessante nada impede que durante o
inventário, O inventariante vá retificando as primeiras declarações, porque é possível
que no curso do inventário, O inventariante localiza outros bens que até então eram
desconhecidos. Descobriu um bem deixado pelo falecido, juiz venho retificar as
primeiras declarações para acrescentar mais esse bem, então é possível que essas
primeiras declarações sejam ali retificadas ou então o inventariante pode deixar tudo
para as últimas declarações, nas últimas declarações O inventariante apresenta o estado
já completo daquela sucessão apresentando todos os bens, aqueles bens que
eventualmente foram localizados e foram descobertos no curso do inventário, eventuais
dívidas. Então você apresenta ali as últimas declarações relacionando todos esses bens,
todas as dívidas, todas as certidões relacionando todos os herdeiros se descobriram e
acrescenta esse herdeiro vamos imaginar que no curso ali do inventário uma pessoa
conseguiu ali o trânsito em julgado da sentença de uma ação de investigação de
paternidade pós-morten é um herdeiro que tem que ser considerado. Então tudo isso é
inserido nas últimas declarações que é o estado já final daquela Associação apresentadas
as últimas declarações o juiz vai ouvir as partes todos os herdeiros Claro que pode haver
alguma impugnação aqui em relação às últimas declarações e o juiz vai decidir das
eventuais impugnações nós vamos passar para uma nova fase que é o CÁLCULO DO
ITCMD.
Muito cuidado pelo código de processo civil a fase agora é a do cálculo do
itcmd, mas eu vou te ensinar agora uma estratégia, não faça isso quando você
apresentar as últimas declarações, já diga ao juiz como você quer e como você
pretende quitar as dívidas do de cujus, se o de cujus deixou dívidas você tem
que quitar essas dívidas antes de calcular o ITCMD, Por uma questão muito
simples, o de cujus deixou um patrimônio de 10 milhões só que ele deixou dois
milhões em dívida, se você calcular o itcmd antes de pagar as dívidas
Provavelmente você vai calcular o itcm de Considerando o patrimônio de 10
milhões Ou seja você vai pagar tributo a mais porque? Porque o itcmd só pode
incidir sobre o patrimônio que de fato vai ser partilhado entre os herdeiros
então o ideal é você pagar as dívidas antes.
Vamos imaginar agora você pagou as dívidas quanto sobrou em termos de
patrimônio? sobrou o valor, o patrimônio cujo valor é de 8 milhões, porque o
patrimônio era de 10 você usou dois milhões do patrimônio para pagar dívidas
Sobrou quanto aqui 8 milhões, portanto Itcmd vai incidir sobre 8 milhões e não
sobre 10 milhões.
Olha a dica! Primeira declarações já diga como você pretende pagar as
deixadas pelo de cujus, você vai pagar as dívidas inclusive se for preciso
requerer ao juiz autorização para vender algum bem do espólio para pagar as
dívidas e depois você vai
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retificar as últimas declarações então
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apenas para mostrar que já foram pagas
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as dívidas e que o patrimônio é
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partilhado é apenas aquele após então
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pagar essas dívidas Aí sim você promove
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o cálculo do itcmd veja que pelo CPC
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primeiro você calcula o it SMD mas na
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prática eu te ensinei a estratégia para
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você fazer o oposto né primeiro você
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paga as dívidas depois calcula o itcmd
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para não ter problema lá na Fazenda
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Estadual tá bom após o pagamento então
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após o cálculo do pagamento das dívidas
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e o cálculo do itcmd o juiz vai intimar
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Os Herdeiros para que eles apresentam
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ali o pedido de quinhão O que é esse
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pedido de quinhão basicamente é o
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seguinte cada herdeiro diz juiz eu quero
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ficar com imóvel Ah o outro fala eu
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quero imóvel B eu quero veículo
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basicamente é isso cada um pedindo
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aquilo que quer ficar em termos de
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patrimônio de bens na prática
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praticamente é impossível né porque
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porque dificilmente nós teremos um
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patrimônio que será possível destinar
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cada bem a um herdeiro e manter a
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igualdade na prática o que acaba
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acontecendo todos os herdeiros ficam
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como condôminos Daquele mesmo patrimônio
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todo mundo como proprietário de tudo
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Cada Um Com uma fração por exemplo 5
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herdeiros um quinto para cada dois
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herdeiros 50% para cada Então é assim
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que ocorre na prática Tá mas saiba que é
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possível que cada herdeiro requer ali o
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seu quinhão o seu bem e é possível se o
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patrimônio permitir que o juiz destine
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ali um bem para cada herdeiro desde que
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seja mantida ali a igualdade Entre todos
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eles é após esses pedidos de quinhão e
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após a decisão que vai deliberar sobre
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esses pedidos se vai destinar um bem
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para cada um ou se eles ficarão em
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condomínio dentro de uma situação de
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condomínio o juiz vai intimar O
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inventariante para que ele apresente
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esboço de partilha que basicamente é
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toda a relação do patrimônio do
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cônjugemeiro de todos os herdeiros e
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como haverá de ser partilhado esse
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patrimônio Como ficará a partilha então
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por exemplo 4 herdeiros 25% para cada um
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ele vai relacionar todos os bens vai
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dizer que para cada bem você vai
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relacionar os bens você vai atribuir o
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valor a cada um desses bens porque já
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houve a avaliação e vai dizer que cada
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herdeiro ficará com 25% de todo esse
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patrimônio após se estiver ok essa peça

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